Segundo a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), onde por duas décadas ela foi regente do Coro, Naomi teve complicações por causa do covid-19. A maestrina titular do Coral Paulistano Naomi Munakata, de 64 anos. Divulgação A maestrina titular do Coral Paulistano, Naomi Munakata, morreu aos 64 anos nesta quinta-feira (26). Segundo a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), ela faleceu por complicações em decorrência da Covid-19". Por duas décadas, Naomi foi regente do Coro da Osesp, além de diretora e professora da Escola Municipal de Música de São Paulo, diretora artística e regente do Coral Jovem do Estado, regente-assistente do Coral Paulistano e professora na Faculdade Santa Marcelina e na FAAM. Ao lamentar a morte da regente, a Osesp agradeceu a "contribuição inestimável dada por Naomi à música coral brasileira". "Com pesar, a Fundação Osesp recebe a notícia que Naomi Munakata, Regente Honorária do Coro da Osesp desde 2014 e que foi titular do grupo de 1995 a 2013, faleceu hoje por complicações em decorrência da Covid-19. Seremos eternamente gratos pela contribuição inestimável dada por Naomi à música coral brasileira e, especialmente, à nossa instituição. Que o tempo conforte os corações de todos nós, demais amigos e familiares", disse a nota da Osesp. A morte da maestrina também foi lamentada pela diretoria do Theatro Municipal de São Paulo, através de uma publicação no Facebook. "A família do Theatro Municipal está órfã. Perdemos no dia de hoje, aos 64 anos, a maestrina titular do Coral Paulistano Naomi Munakata. Os mais sinceros sentimentos aos amigos e familiares dessa grande artista que abrilhantou nosso palco nos últimos anos. Sentiremos sua falta Naomi", disse. Maestrina Naomi Munakata, da Osesp, morre aos 64 anos em SP Naomi Munakata iniciou os estudos musicais ao piano com apenas quatro anos de idade e começou a cantar aos sete, no coral regido por seu pai – Motoi Munakata. Estudou violino, harpa e formou-se em Composição e Regência em 1978 pela Faculdade de Música do Instituto Musical de São Paulo, na classe de Roberto Schnorrenberg. A vocação para a regência começou a ser trabalhada em 1973, com os maestros Eleazar de Carvalho, Hugh Ross, Sérgio Magnani e John Neschling. Anos depois, sua trajetória foi coroada com o prêmio de Melhor Regente Coral, concedido pela APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte. Repercussão A morte de Naomi Munata foi lamentada também por vários críticos, autoridades e músicos de São Paulo. "Lamento profundamente o falecimento da maestrina titular do Coral Paulistano Naomi Munakata.Toda equipe da Secretaria Municipal de Cultura, se solidariza com a dor da família, amigos e fãs desta grande artista. A música perde um talento extraordinário e todos nós perdemos uma querida colega e amiga", disse o ex-secretário municipal de Cultura, Alexandre Youssef. "Maestrina Naomi Munakata, uma das responsáveis pela excelência musical em São Paulo nas últimas décadas, faleceu hoje. Coronavírus. Senhores, quanto vale esta vida em percentual de desemprego ou do PIB?", comentou o diretor e dramaturgo Aimar Labaki. O falecimento também comentado pelo crítico de música erudita Irineu Franco Perpetuo: "Não há como aquilatar o tamanho dessa perda para a vida musical brasileira. Descanse em paz, querida Naomi!", disse.