TVK Web Cultural

  • CULTURA
  • TURISMO
  • NEGÓCIOS
  • POLÍTICA
  • GALERIA
  • CONTATO

Digitalização de 8 mil folhetos de cordel amplia visibilidade do poema popular brasileiro

por tag3 / sexta-feira, 01 fevereiro 2019 / Publicado em Cultura

Aqueles pequenos “folhetos” com capas de xilogravura que ficam pendurados em barbantes em feiras no interior do Nordeste estão ganhando o Brasil e o mundo por meio da internet. Os poemas populares da literatura de cordel estão em processo de digitalização pela Fundação Casa de Rui Barbosa, vinculada ao Ministério da Cidadania. Já foram digitalizados e disponibilizados no portal da Casa de Rui 2.100 títulos e esta semana a entidade começou o processo de digitalização de outros seis mil títulos. Dentro de cerca de dez meses, a depender da liberação de direitos autorais, o mundo inteiro terá acesso a cerca de 8.379 títulos da cultural regional brasileira, disponíveis gratuitamente ao público por meio do site da Casa de Rui.

Além dos folhetos, no portal da Casa de Rui há uma série de indicações e referências de artigos, livros, teses e dissertações envolvendo o tema do cordel, que constitui uma coleção ímpar em importância e originalidade de produção cultural brasileira.

“Ter a minha obra no site da Casa de Rui Barbosa é levar a minha arte ao mundo. Tem um significado histórico, é uma consagração”, disse o fundador da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, o cordelista, poeta, contista e ensaísta Gonçalo Ferreira da Silva, de 81 anos. O cearense é autor de cerca de 300 títulos e se iniciou no Cordel em 1978. Há um conjunto de 216 folhetos em versão on-line do seu trabalho no Portal da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Preocupado com a manutenção e valorização do cordel, Gonçalo atuou junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia também vinculada ao Ministério da Cidadania, para que o cordel fosse reconhecido como patrimônio brasileiro, o que se concretizou em setembro de 2018, quando o estilo literário recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro.

Relatos do cotidiano, mortes de pessoas famosas, lendas e acontecimentos históricos são alguns dos temas desses cordéis. Apesar da liberdade temática, os cordelistas seguem as tradições de métricas em suas criações. Os mais frequentes são a parcela (estrofe de versos de quatro sílabas, mas há ainda uma versão mais recente com cinco sílabas); estrofes de quatro versos de sete sílabas; as sextilhas (constituída de seis linhas ou seis versos de sete sílabas, sendo que as linhas pares rimam entre si); setilhas (estrofes de sete versos de sete sílabas); oitavas (estrofes de oito versos de sete sílabas); décimas (dez versos de sete sílabas), mais usadas por repentistas e martelo agalopado (estrofe dez versos de dez sílabas).

Coleção ímpar

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Tumblr
Gonçalo Ferreira da Silva é autor de cerca de 300 títulos de cordel. Foto: TV Brasil

O acervo de cordel da Casa de Rui começou a ser constituído a partir de 1960. Entre as obras, é possível encontrar folhetos raros, incluindo os pioneiros do estilo como Leandro Gomes de Barros e Francisco de Chagas Batista.

“A sistematização desses documentos começou em 1979, quando foram mapeados os folhetos de Cordel da fundação”, conta a bibliotecária da fundação Carolina Sena, cuja dissertação de mestrado foi intitulada “A literatura de cordel na Fundação Casa de Rui Barbosa: organizando uma memória dispersa”. Com a pesquisa, foi possível traçar a trajetória do cordel na instituição.

Entre 2001 e 2004, foi desenvolvido um projeto com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) de pesquisa e digitalização da coleção. O trabalho de digitalização começou com a coleção do pesquisador Sebastião Nunes Batista de folhetos de Leandro Gomes de Barros. O conteúdo depois foi ampliado para outros 20 cordelistas, com o patrocínio da Petrobras.

Serviço

A forma mais fácil de conhecer o conteúdo é clicar na aba “poetas e cantadores”, onde se encontra a lista de 21 poetas divididos em duas gerações. A primeira geração é formada por sete autores que atuaram entre os anos de 1900 a 1930. São eles: Antônio Ferreira da Cruz, Francisco das Chagas Batista, João Melquíades Ferreira da Silva, Severino Milanês da Silva, Silvino Pirauá de Lima, José Camelo de Melo Resende e Leandro Gomes de Barros.

Já a segunda geração é de autores que escrevem a partir de 1930 até os dias atuais, num total de 14, que inclui João Martins de Ataíde, Manuel Camilo dos Santos, José Pacheco, Manuel Pereira Sobrinho, João Ferreira de Lima, Minelvino Francisco Silva, José Soares, José Costa Leite, José João dos Santos (Azulão), Raimundo Santa Helena, Rodolfo Coelho Cavalcanti, Manuel d’Almeida Filho, Francisco Sales Arêda e Gonçalo Ferreira da Silva.

Assessoria de Comunicação
Secretaria Especial da Cultura
Com informações da Fundação Casa de Rui Barbosa

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Tumblr

Assuntos Relacionados

Rennan da Penha dança conforme a música colombiana que viralizou no mercado latino
MIS exibe filmes que mostram a importância do francês na cultura e ciência
Sesc Morada tem samba, pop, forró e apresentação da dupla Patrícia e Adriana

Destaques

  • Câmara de Campo Grande aprova projetos sobre cultura, meio ambiente e inclusão de estudantes com TEA

    Na sessão ordinária desta terça-feira, 13 de ma...
  • Semana Nacional de Museus 2025: Programação especial em Campo Grande homenageia Lídia Baís

    A 23ª Semana Nacional de Museus acontece entre ...
  • Porto Geral de Corumbá recebe Festival América do Sul 2025 com atrações nacionais e celebração da cultura regional

    Entre os dias 15 e 18 de maio, o histórico Port...
  • Campão Cultural 2024 traz programação intensa e gratuita até 6 de abril

    O Campão Cultural está de volta, levando uma pr...
  • Casa de Cultura de Campo Grande oferece cursos gratuitos em música e dança

    A Casa de Cultura de Campo Grande está com insc...
TOPO