TVK Web Cultural

  • CULTURA
  • TURISMO
  • NEGÓCIOS
  • POLÍTICA
  • GALERIA
  • CONTATO

Midsommar esquisitice que deplora a sociedade moderna

por Administrador / terça-feira, 24 setembro 2019 / Publicado em Cultura
Filipe Gonçalves
Algumas vezes começará a pensar que certas coisas em nossas vidas são simplesmente inexplicáveis, ou que em toda história humana um individuo vive coisas que ninguém experienciou, mas a terrível verdade é que não, somos um compilado do que acontece de forma inédita em nossas vidas, mas a sequência de fatos podem ser explicáveis, nossas vidas podem ser postas em cheque basta querermos olhar para o  nosso apanhado de histórias, dores, constrangimentos e felicidades e tudo que nos torna pessoas únicas no âmbito capilar.
Algumas pessoas realmente compreendem o profundo estado que é viver e conviver com tudo aquilo que temos dentro de nós mesmos, recentemente vi o mais novo filme do diretor Ari Aster, que compõe suas histórias de forma meticulosa tanto que dá impressão que escreve seu roteiro a maneira que sente, mesmo que se levem anos. Midsommar seu mais novo filme conta história de jovens que buscam conhecer um certo culto que se desenvolve em torno de uma cultura muito peculiar, mas que também passa aqueles ares de quem vêm de fora sempre será bem aceito para participar e compartilhar com os que ali vivem. A  composição dos personagens logo no primeiro ato mostra o que cada um está fazendo para os preparativos da viagem para a Suécia, e de forma extremamente sutil o que cada um guarda para si e almeja nessa nova e louca jornada.

Com rimas visuais bem criativas — diga se de passagem uma das grandes virtudes desse diretor é criar coisas novas em cima do que já existe no subconsciente de cada um para subverter em seguida — o longa toma os caminhos deixando toda a movimentação do festival de forma orgânica, mas também coloca elementos do bizarro  sem quebrar o clímax já criado.O que permeia boa parte das inseguranças da protagonista é um desastre familiar que ela leva por boa parte do filme, e o roteiro evidencia para nos deixar perturbados e fazendo com que nos coloquemos nessa situações, e aqui começam aquelas questões éticas para nós que estamos vendo e compactuando com os eventos relatados no filme, seja por meio de omissão de ajuda, seja por nos colocar em estados de desespero constante, ou algumas das vezes que não medimos  as consequências de onde nos metemos, seja por uma experiência ou relacionamento que passam bem longe do nível  saudável para algo que é mera necessidade ou capricho,e isso fica bem evidenciado depois que o diretor  revelou que concebeu o roteiro depois do término de um relacionamento complicado. O grupo de pessoas  logo mostra os costumes bem estranhos, que são poucos justificáveis por parte dos que se mostravam mais compreensíveis no começo, o elenco é muito competente principalmente a Dani (Florence Pugh) que está completamente entregue aquela realidade e em algumas cenas são bem desconfortáveis em uma  ocasião ela tem uma descoberta com alucinógenos que acaba culminando em uma “bad Trip”  o diretor mostra isso de forma crua, mas o mérito do espectador sentir com mais intensidade são todos da Florence.

O fator (dependência) também é bastante tratado aqui, seja dos casais ou dos recrutas para os ritual o que também não fica bem claro o propósito, mas essa é  uma daquelas perguntas que não necessariamente precisam de resposta. O filme tem um tom de que a mensagem é que as pessoas ficam boa parte de suas vidas em convenções sociais — os nativos em algumas partes do ritual tem uma espécie de respirar profundo que pode ser encarado como uma espécie de ”enfim sentir a vida” em seus corpos depois de longos anos usando as mascaras sociais — Dani é  um tanto dispersa sob os eventos, mas logo o roteiro vai deixando pistas de que há um certo interesse de um personagem em relação ao seu passado, e o que será de seu futuro perante aos novos acontecimentos. No terceiro Ato temos os elementos do estranho mais presente, porém contidos, os que têm mais enfoque são  as reflexões sobre como percebemos os costumes alheios com mais profundidade enquanto esquecemos de nos perceber.O filme é uma alegoria aos  demônios que tanto achamos que são as causas de nosso sofrimento interno mas na verdade é um convite para fazer parte de nós como um fortalecimento pessoal, que caminha junto com as estranhezas e tudo aquilo que temos de bom, Ari Aster tem visão bem particular para misturar elementos do terror e trabalhar a sua linguagem sem deixar cansativo, ou perder o controle, pelo contrário se é uma coisa que essa cara tem é controle de tudo em seu filme, os elementos e simbolismos que vão sendo criados trazendo esse misto de reflexão com estranheza que no fim pode ser interpretado de forma subjetiva pelo o que cada um tira dessa experiência.

 

 

 

 

 

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Tumblr

Assuntos Relacionados

Congresso em Curitiba debate nova lei de Direito Autoral para o Brasil
Gaitista Gabriel Grossi reúne Ed Motta, Lenine e Hermeto Pascoal no álbum ‘Plural’
Fred Camacho lança samba, ‘É hora’, gravado com Xande de Pilares

Destaques

  • Câmara de Campo Grande aprova projetos sobre cultura, meio ambiente e inclusão de estudantes com TEA

    Na sessão ordinária desta terça-feira, 13 de ma...
  • Semana Nacional de Museus 2025: Programação especial em Campo Grande homenageia Lídia Baís

    A 23ª Semana Nacional de Museus acontece entre ...
  • Porto Geral de Corumbá recebe Festival América do Sul 2025 com atrações nacionais e celebração da cultura regional

    Entre os dias 15 e 18 de maio, o histórico Port...
  • Campão Cultural 2024 traz programação intensa e gratuita até 6 de abril

    O Campão Cultural está de volta, levando uma pr...
  • Casa de Cultura de Campo Grande oferece cursos gratuitos em música e dança

    A Casa de Cultura de Campo Grande está com insc...
TOPO