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Tiganá Santana preserva a alma ao expandir o universo musical no álbum ‘Vida-código’

por Administrador / segunda-feira, 02 março 2020 / Publicado em Cultura

Artista também lança disco com releitura de repertório gravado por Milton Nascimento em LP de 1973. Capa do álbum 'Vida-código', de Tiganá Santana Divulgação Resenha de álbum Título: Vida-código Artista: Tiganá Santana Gravadora: Ajabu! / Tratore Cotação: * * * 1/2 ♪ Dez anos após apresentar o primeiro álbum, Maçalê (2010), Tiganá Santana volta ao mercado fonográfico em dose dupla. Gravado pelo selo sueco Abaju!, o quarto álbum desse cantor, compositor, instrumentista e produtor musical baiano, Vida-código, ganha edição digital no Brasil, disponível desde na sexta-feira, 28 de fevereiro, com distribuição da Tratore. Vida-código não será o único disco de Tiganá em 2020. Neste ano, o artista também lança Milagres, releitura do (censurado) repertório de álbum de Milton Nascimento, Milagre dos peixes (1973). Milagres foi gravado por Tiganá com o percussionista Sebastian Notini e o baixista Ldson Galter a partir de convite para registrar em disco essa releitura proposta pelo artista em 2017 em apresentação em festival de Berlim. Tiganá nem precisará fazer milagre para abordar a obra sagrada de Milton Nascimento. Por fazer música com alma que evoca forças ancestrais do universo afro-pop-brasileiro, Tiganá certamente alcançará o que há de mais sagrado no disco de Milton, mesmo que o compositor reze por outra cartilha musical. Tiganá Santana regrava música do bloco Ilê Aiyê em dueto com a mãe, Arany Santana José de Holanda / Divulgação No álbum Vida-código, a alma da música de Tiganá é preservada. Bem dosado, o uso de instrumentos eletrônicos – o maior diferencial do álbum em relação aos discos anteriores do cantor – jamais abafa o espírito ancestral que move a bela lembrança de Ilê, se eu não gostasse de você (Nego Tica, 1984) – feita por Tiganá com a mãe, Arany Santana, com a percussão em tempo de delicadeza no registro desse tema do bloco afro Ilê Ayiê – e também Disu ye mvula, canção entoada no dialeto kibongo com a leveza e o minimalismo instrumental que pautam o álbum Vida-código. Com o arco acústico dominado pela percussão sutil e precisa de Sebastian Notini, produtor do álbum em função dividida com o próprio Tiganá Santana, o disco expande o universo musical de Tiganá sem quebrar elos com o tom de álbuns anteriores como The invention of colour (2012) e Tempo & magma (2015). E não somente por trazer sensível canção em espanhol, Aclarate. A sutileza do toque da guitarra do artista em Palavra de honra valoriza o clima dessa canção assinada por Tiganá em parceria com Alzira E que sobressai no oscilante repertório autoral do disco. Com Leonardo Mendes, o compositor assina Flor destinada, música bilíngue que abre, em português e em francês, disco que apresenta boa interação de timbres orgânicos e sintéticos na faixa-título Vida-código. A textura musical e poética de músicas como Do fundo (2010) e Não vás, preta – canção pontuada pelo toque sempre econômico da guitarra – reforçam o elo matricial do artista com a Bahia que se liga à África. Até porque Do fundo é música lançada por Tiganá em Maçalê, álbum inaugural da obra solo deste artista que sabe bem os caminhos que pavimenta, trazendo na bagagem o que falta a muitos que se aventuram no mundo da música: a alma.

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