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Leila Pinheiro evidencia belezas e bossas da música de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar

por Administrador / quarta-feira, 11 março 2020 / Publicado em Cultura

Em disco dividido com o pianista, cantora mostra que as toadas dos compositores ainda continuam modernas como no período 1967-1970. Capa do álbum 'Vamos partir pro mundo', de Antonio Adolfo & Leila Pinheiro Leo Aversa / Divulgação Resenha de álbum Título: Vamos partir pro mundo – A música de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar Artistas: Antonio Adolfo & Leila Pinheiro Gravadora: Deck Cotação: * * * * ♪ Genericamente rotulada como “toada moderna”, a obra construída entre 1967 e 1970 pelos compositores cariocas Antonio Adolfo e Tibério Gaspar (11 de setembro de 1943 – 15 de fevereiro de 2017) fez jus à modernidade lhe carimbada por embutir bossas e harmonias de jazz em canções bafejadas por belezas melódicas e poéticas. Com lançamento programado pela gravadora Deck para sexta-feira, 13 de março, o álbum Vamos partir pro Mundo – A música de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar cumpre bem a missão de resgatar e lapidar, na voz de Leila Pinheiro, joias de cancioneiro que estaria totalmente esquecido, não fossem os hits Sá Marina (1968), Teletema (1969) e BR-3 (1970) – tripé que sustenta a obra da dupla na memória popular. O êxito do álbum é resultado da união de Antonio Adolfo com Leila Pinheiro. Por ser pianista de mão cheia e por ser o melodista das 15 composições alinhadas no disco, Adolfo tem toda autoridade para redesenhar acordes e burilar o cancioneiro. Já Leila é cantora de rigores técnicos que, embora por vezes abafe o sentimento da voz, se mostra perfeitamente talhada para reinterpretar as 15 músicas de Adolfo e Gaspar. Título obscuro da parceria, gravado por Adolfo com o conjunto A Brazuca para disco editado em 2007 por selo inglês, Dono do mundo abre o álbum com todo o esplendor melódico e harmônico de bonita canção que merece ser mais conhecida. Glória Glorinha (1970) também sobressai no álbum com bossa sedutora que flui muito bem no canto de Leila. Antonio Adolfo e Leila Pinheiro reapresentam 15 composições da parceria de Adolfo com Tibério Gaspar Leo Aversa / Divulgação Tema da trilha sonora do filme Ascensão e queda de um paquera (1970), Cláudia também reverbera, com menor encanto, a bossa carioca misturada pelos autores com ecos do cancioneiro do compositor norte-americano Burt Bacharach, então em grande evidência mundial. A luxuosa presença de Roberto Menescal como músico do álbum, tocando violão e/ou guitarra em 14 das 15 faixas, contribui para manter a leveza exigida pela atmosfera de músicas como Domingo azul, tema incrementado no disco com as cores rítmicas do ijexá. Tal como Dono do mundo, Domingo azul é música quase desconhecida do cancioneiro de Adolfo e Tibério por ter sido apresentada no álbum Destiny (2007), gravado por Adolfo com A Brazuca e lançado na Europa por selo inglês sem nunca ter sido editado no Brasil. Com a tarimba de ser também instrumentista, hábil no toque do piano, Leila Pinheiro aquece no mesmo fogo brando tanto a efervescência rítmica da marcha-frevo Alegria de Carnaval (1967) como a bossa serena que pauta a canção-título Vamos partir pro mundo (1970), último título da produtiva safra da parceria no período 1967-1970. Leila é cantora segura o suficiente para encarar até Sá Marina (1968) com a consciência de que ninguém caiu no suingue dessa música com a desenvoltura de Wilson Simonal (1938 – 2000). Tanto que a bossa maior da faixa é o solo da gaita de Gabriel Grossi, convidado a evocar o som de Stevie Wonder, intérprete que projetou Sá Marina no exterior com a gravação da versão em inglês intitulada Pretty world (1971). Com a mesma segurança com que canta Sá Marina, Leila percorre a estrada turva que pauta a melodia de Teletema (1969) – cuja letra descreve as sensações de Tibério Gaspar diante da morte de namorada do compositor em acidente de automóvel – sem anular os registros emblemáticos de Regininha (intérprete original da música propagada na trilha sonora da novela Véu de noiva, estreada na TV Globo em 1969) e de Evinha. Leila Pinheiro e Antonio Adolfo lapidam joias como 'Dono do mundo' e 'Glória Glorinha' no disco 'Vamos partir pro mundo' Leo Aversa / Divulgação Primeira composição da parceria de Adolfo com Gaspar, Caminhada (1967) exemplifica a maestria de Antonio Adolfo ao rearranjar o cancioneiro da dupla com doses adicionais de refinamento. Caminhada é refeita por Leila com toques de baião, ijexá e “outras bossas”, como caracteriza Adolfo no detalhado texto de apresentação do disco. Uma das bases dos arranjos, o piano de Adolfo – tanto o acústico como o elétrico Rhodes – arma cama confortável para Leila Pinheiro rodopiar nos contornos rítmicos de Giro (1969). Música da safra de 1967, popularizada por Maysa (1936 – 1977) em gravação de 1969, Tema triste é veículo para Leila expor emoções depuradas em sintonia com a melancolia de A cidade e eu (1969), dando a este tema a devida introspecção, diluída na gravação original pela pegada pop da banda A Brazuca. Música composta para a trilha sonora da novela Pigmalião 70 (TV Globo, 1970), Ao redor gravita com contemporaneidade por conta das harmonias requintadas criadas por Adolfo para o disco. Traçando percurso ensolarado na letra imagética, Pela cidade (1970) também se mostra sedutora para ouvidos habituados ao requinte da MPB dos anos 1960 e 1970. No fim da caminhada, guiada por Adolfo, Correnteza (1969) confirma o acerto desse passeio de Leila Pinheiro pelas bossas e belezas melódicas e poéticas das toadas ainda modernas de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar.

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