TVK Web Cultural

  • CULTURA
  • TURISMO
  • NEGÓCIOS
  • POLÍTICA
  • GALERIA
  • CONTATO

Femi Kuti, filho do rei do afrobeat, fala sobre show no Brasil e do interesse pelo gênero hoje

por Administrador / quinta-feira, 12 março 2020 / Publicado em Cultura

Músico nigeriano se apresenta nesta quinta (12) em São Paulo e no sábado (14) em São José dos Campos, no festival Nublu. O músico nigeriano Femi Kuti, que se apresenta no Brasil Cristina Granato Uma das principais marcas do afrobeat são os ritmos lentos e hipnóticos que duram longos minutos, numa espécie de preâmbulo para o momento em que a música explode em batidas dançantes. É uma comunhão entre banda e público que envolve paciência, concentração e envolvimento. Três itens que vêm se tornando raros na vida atual, mas o gênero segue atraindo a atenção de novas gerações. Femi Kuti, filho de Fela Kuti, o maior nome do afrobeat na história, vem defender esse legado em duas apresentações no Brasil e mostrar as conexões do ritmo com roupagens mais modernas. O músico faz um show esgotado nesta quinta (12) em São Paulo e outro em São José dos Campos, SP, no sábado (14), dentro do Nublu Festival, promovido pelo Sesc. "Paciência é uma virtude [risos]", diz o músico de 57 anos. "No caso do meu afrobeat… eu entendo que o mundo hoje se move muito rápido. Meu pai podia fazer qualquer coisa e todos achavam bom. Se eu fizesse como ele, acho que o público ficaria impaciente. Eu preciso estar na vanguarda. Então, meu afrobeat nesse cont'exto é bem diferente", afirma. Femi Kuti passou anos tocando saxofone na banda do pai, a Egypt 80, até se sentir maduro para embarcar na carreira solo. Quando o pai morreu em 1997, por complicações relacionadas à Aids, Femi tomou a frente do legado de Fela, algo esperado para um primogênito segundo a tradição nigeriana. O filho do rei do afrobeat fez esforços para popularizar o gênero, com turnês ao lado de bandas de rock como Red Hot Chili Peppers e Jane's Addiction e parcerias com os rappers Mos Def e Common. Sobre o que planeja para as performances brasileiras, o músico cita qualidades menos materiais: "Eu quero que eles [o público brasileiro] sintam o que eu sinto. Quero espalhar amor, paz, justiça, a preocupação pela mudança climática e coisas como igualdade", diz Femi, que não por acaso tem uma banda de apoio chamada Positive Force. "Quero que os brasileiros sintam a energia do shrine [santuário]." Ele se refere ao New Afrika Shrine, um centro cultural em Lagos, cidade mais importante da Nigéria, que homenageia vida e obra de Fela Kuti. Foi inspirado no antigo Shrine que Fela manteve nos anos 1970 como um espaço de manifestação artística e política e, por isso mesmo, foi alvo de violenta perseguição do governo nigeriano à época. Como o pai, Femi conserva uma alta carga política em suas convicções. Primeiro ele fala algo que a maior parte das pessoas consideraria justo: "Nós temos que continuar pedindo para que as pessoas lutem por justiça. Será provavelmente uma luta para sempre. E é por isso que não podemos perder a esperança. Não podemos pensar que a batalha está perdida ou vencida. Talvez essa seja a essência da vida". Depois, o herdeiro do trono do afrobeat engata uma posição que pode surpreender muitos: ele não acredita na democracia como um sistema eficaz. "Não é um sistema honesto nem justo. Não é porque 90% das pessoas são a favor de algo que essa posição é a mais acertada. A tradição africana é sobre estar todos juntos. Se alguém não concorda com o rumo de algo, é importante ouvir essa posição." Fela Kuti, com todo o simbolismo de uma luta por justiça e pela luta pelos oprimidos, tem sua imagem criticada nos dias de hoje como um sexista. Ele chegou a se casar com 27 mulheres numa espécie de harém. "Meu pai é meu pai. Só posso falar por mim mesmo. Mas na tradição africana mulheres se tornavam rainhas ou chefes. Líderes. Você via mulheres no poder na África. Mas o cristianismo e o islamismo distorceram a cultura africana. Foram a escravidão e o colonialismo que trouxeram esses modelos em que a mulher é desrespeitada".

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Tumblr

Assuntos Relacionados

Jota Quest promove ‘Guerra e paz’ como single de álbum produzido por Paul Ralphes
Marisa Monte tenta fazer ‘barulhinho bom’ com edições de áudios de registros audiovisuais
Por que as pessoas estão transmitindo suas horas de sono em lives nas redes sociais?

Destaques

  • Câmara de Campo Grande aprova projetos sobre cultura, meio ambiente e inclusão de estudantes com TEA

    Na sessão ordinária desta terça-feira, 13 de ma...
  • Semana Nacional de Museus 2025: Programação especial em Campo Grande homenageia Lídia Baís

    A 23ª Semana Nacional de Museus acontece entre ...
  • Porto Geral de Corumbá recebe Festival América do Sul 2025 com atrações nacionais e celebração da cultura regional

    Entre os dias 15 e 18 de maio, o histórico Port...
  • Campão Cultural 2024 traz programação intensa e gratuita até 6 de abril

    O Campão Cultural está de volta, levando uma pr...
  • Casa de Cultura de Campo Grande oferece cursos gratuitos em música e dança

    A Casa de Cultura de Campo Grande está com insc...
TOPO