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Jornalista lembra luta do recluso Rubem Fonseca para salvar ipê roxo do Leblon

por Administrador / quinta-feira, 16 abril 2020 / Publicado em Cultura

Avesso às interações com a imprensa, o escritor deu entrevista e autorizou divulgação de fotos do replantio da árvore. Rubem Fonseca comemora replantio de ipê no Leblon, em 2012 Rodrigo CAmarão/Arquivo pessoal Morto nesta quarta, Rubem Fonseca era avesso às entrevistas e interações com a mídia. Em 2012, porém, ele quebrou a timidez por um motivo nobre: cuidar da saúde de um ipê roxo, durante as obras de ampliação do metrô do Rio. A história é lembrada com carinho pelo jornalista Rodrigo Camarão, fã do escritor, que participou da história. A árvore teria o local alterado pelas obras da Linha 4 do Metrô. O escritor, que tinha o hábito de regar o ipê, manifestou preocupação e se mobilizou para impedir que a árvore sofresse danos durante a obra. Ela acabou, assim como diversas outras plantas, replantada na Praça Antero de Quintal, no Leblon, a poucos metros da casa de Rubem. "Queria agradecer essa formidável mobilização pelo ipê. Deu trabalho, mas valeu a pena. Nós somos pais e mães dessa árvore, é um gesto de carinho, amor pela natureza, um gesto de dendrolatria, uma demonstração de civismo e uma forma de manter a cidade mais confortável. Assim, temos mais prazer de viver depois de tantos problemas. Eu adoro a cidade, sentir o cheiro e a vida. Essa árvore é um símbolo de amor à natureza, à cidade e ao cidadão. Hoje, a história do ipê teve um final feliz", disse Rubem na época, em entrevista ao jornal O Globo. À época prestando serviços para o consórcio responsável pelas obras, Camarão considerava Rubem o maior escritor brasileiro vivo e lembra que ele comemorou muito o replantio: "No dia, ele não cabia dentro de si. Ergueu o braço, no ar como quem comemora o gol da vitória". De fã, Camarão passou a chamar Rubem de "amigo" em ligações, após a aproximação durante a negociação para que o ipê ficasse num lugar seguro. "Da primeira ligação que fiz para ele, com minhas pernas bambas, ao primeiro encontro, quando levei meu exemplar de 'Contos reunidos', o qual foi devidamente autografado, foram muitos contatos. Ele era avesso convicto a qualquer interação com a mídia, e eu virei quase seu fotógrafo e assessor pessoal", diz. "Seu Rubem fugia de conversa com a imprensa, que, sejamos francos, sempre reconheceu seu talento literário. Mas consegui que o autor de 'Agosto' autorizasse o envio das minhas fotos e informações para a imprensa", lembra o jornalista. Camarão e Rubem Fonseca continuaram trocando mensagens por uns tempos. No último dia 8, coincidentemente, o jornalista fez um post em suas redes sociais relembrando a história. Nesta quarta, se disse "devastado" com a perda do escritor e amigo. Rubem Fonseca (de boné) e o jornalista Rodrigo Camarão Rodrigo Camarão/Arquivo pessoal Sala de leitura para operários Rubem Fonseca acabou dando nome a uma sala de leitura para operários da Linha 4, que foi montada no canteiro da obra. Ele doou livros do próprio acervo para o projeto e discursou para os trabalhadores. "Ler nos torna melhor, permite que a gente entenda melhor o outro e permite a gente entenda melhor a nós mesmos. A leitura, a palavra é extremamente polissêmica. Cada pessoa lê de uma maneira diferente. Então, cada um de nós é cria do que está lendo. Então, essa é a vantagem da leitura. O leitor, nós, leitores, preenchemos as lacunas que os escritores deixam deliberadamente ou inocentemente e nós que preenchemos estas lacunas. Por isso que se diz que nós escritores reescrevemos o próprio livro" , disse Rubem. "Meus amigos, essa grande sala, é dirigida a vocês, dirigida a operários. A vida de vocês é trabalho, mas têm que ser leitura. Então, meus amigos, viva o trabalho e viva a leitura!", acrescentou. Initial plugin text

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