Chefes da Agricultura dos 20 países mais ricos do mundo prometem ação para garantir a oferta de produtos agrícolas. Brasil pede o fim de barreiras comerciais. Hortaliças à venda em um supermercado em São Paulo Celso Tavares/G1 Ministros da Agricultura e Alimentação do G20 concordaram em uma reunião virtual nesta terça-feira (21) que medidas de emergência para impedir a disseminação do novo coronavírus não devem prejudicar as cadeias globais de suprimento de alimentos. Veja as medidas do governo para o agronegócio na pandemia Produção agrícola deve garantir alento para a economia em 2020 A reunião extraordinária ocorreu enquanto bloqueios em todo o mundo diminuíram cadeias globais de fornecimento de alimentos, deixando alguns agricultores incapazes de levar produtos aos consumidores, com países produtores restringindo as exportações. "Concordamos que as medidas de emergência no contexto da pandemia da COVID-19 devem ser direcionadas, proporcionais, transparentes e temporárias", afirmou o grupo. "E que elas não criem barreiras desnecessárias ao comércio ou perturbações nas cadeias globais de fornecimento de alimentos e sejam consistentes com a Organização Mundial Comércio (OMC)." A reunião virtual contou com a participação do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, e do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu. Os ministros do G20 disseram que se protegeriam contra quaisquer medidas que levem à volatilidade excessiva dos preços dos alimentos ou que ameacem o suprimento de alimentos. O suprimento de grãos básicos é abundante em todo o mundo, mas alguns países produtores indicaram que limitariam suas vendas no exterior para priorizar o fornecimento doméstico. A Rússia, maior exportadora de trigo do mundo, disse na semana passada que suspenderia exportações de grãos até 1º de julho, uma vez esgotada a cota de exportação de 7 milhões de toneladas, o que provavelmente acontecerá em meados de maio. Os bloqueios atingiram duramente alguns fazendeiros à medida que a demanda de restaurantes e outros compradores desapareceu, e em alguns casos a lixeira se tornou mais viável economicamente do que pagar pelo trabalho e transporte para vendê-los. Brasil pede redução de barreiras comerciais A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, alertou para a necessidade de rever neste momento barreiras comerciais injustificáveis e subsídios que premiam a ineficiência e podem afetar o abastecimento de alguns países. "O Covid-19 nos oferece a oportunidade de repensar nosso comportamento coletivo", disse Tereza. "Demonstramos por nossas ações que o Brasil é um parceiro confiável, responsável e solidário. Por reciprocidade, também queremos ter um forte compromisso do resto da comunidade internacional." Por isso, alertou a ministra na videoconferência do G20, as barreiras comerciais não devem ser levantadas apenas quando ocorrer uma calamidade, sempre que for conveniente para combater o medo da escassez de alimentos. A ministra também criticou o uso de subsídios neste momento da crise, pois acabam criando uma concorrência desleal para países em desenvolvimento e afetam as condições de vida no campo. "O comércio agrícola justo permitiria a disseminação de melhores condições nas áreas rurais, onde a maior parte da pobreza do mundo está concentrada", afirmou a ministra brasileira. Initial plugin text