Dupla deixou mais de 100 canções gravadas, mas também outras nunca divulgadas, como a que o RJ2 exibiu nesta segunda-feira com exclusividade. Aldir morreu nesta segunda, de Covid-19. Ouça música inédita de Aldir Blanc e Mocyr Luz
A morte de Aldir Blanc, aos 73 anos, de Covid-19, pôs fim à longa e fértil carreira de Aldir Blanc. Mas Entre os principais parceiros em suas composições estão João Bosco, Cristóvão Bastos, Paulinho da Viola, Carlos Lyra, Guinga e Paulo Cesar Pinheiro, além de Moacyr Luz.
Com Luz, deixou uma obra imensa, de mais de 100 músicas gravadas, mas também outras inéditas. Uma delas é "Palácio de lágrimas", que o RJ2 mostrou com exclusividade nesta segunda (ouça a íntegra e leia a letra abaixo).
"99% das músicas com ele, eu fazia a música, ele fazia a letra (…) 99% a partir de uma história nossa. Eu dizia que tinha ido na rua, que tinha ido não sei aonde, ele ouvia aquilo e transformava em letra", conta Moacyr Luz.
“Palácio de lágrimas”
(Aldir Blanc e Moacyr Luz)
"Eu sou um peregrino nessa estrada sem fim
Caminho sem nada… e é assim
Desde que você se foi de mim
Desde que você se foi de mim
Desde que você se foi de mim
Desde que você se foi de mim
Quem me vê passar me dá
Água de poço, mel e pão
Mas nada pode saciar
A ânsia em meu coração
Percorro mesquitas, santuários
Nessa peregrinação
De mãos vazias, mas cheias
De um amor sem ilusão
Não tem fim esse querer
De saudade, areia e sal
Com lágrimas ergo a você
Um outro Taj Mahal
Eu sou um peregrino nessa estrada sem fim"
Alma do subúrbio carioca
O compositor e escritor morreu de Covid-19 na madrugada desta segunda, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio.
Blanc é autor de vasta obra musical e literária, como "O Bêbado e a Equilibrista", feita com João Bosco e eternizada na voz de Elis Regina.
Morre Aldir Blanc, aos 73 anos, vítima da Covid-19
Aldir Blanc deixa composições que marcaram a vida e a história dos brasileiros. O menino nascido no Estácio, Centro do Rio, era um observador das ruas, poeta da vida e da cidade. Captava a alma do subúrbio.
Virou também cronista e em suas histórias revelava paixões, como o bairro de Vila Isabel, onde passou a infância, o time do coração, o Vasco da Gama, e o carnaval.
Blanc batizou também um dos mais tradicionais blocos do Rio, o "Simpatia é Quase Amor", que desfila há anos em Ipanema, na Zona Sul.
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