Lucro líquido somou R$ 221 milhões. Previsão de investimentos no ano passou de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,6 bilhão. Gerdau Pindamonhangaba Reprodução/ TV Vanguarda A Gerdau teve queda de 51,3% no lucro líquido do primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 221 milhões, em desempenho marcado por queda em volumes e margens, conforme dados nesta quarta-feira (6), quando a siderúrgica também anunciou corte em investimentos para 2020. A companhia disse que a pandemia de Covid-19 impactou o desempenho de suas operações de negócios a partir da segunda quinzena de março, no que tange à produção e entrega de aço. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado recuou 24,5%, para R$ 1,177 bilhão, com o custo por tonelada vendida apresentou alta de 6% contra uma alta de 2% na receita líquida por tonelada vendida. A margem Ebitda ajustada caiu a 12,8%. A média das projeções compiladas pela Refinitv apontavam lucro líquido de 209,82 milhões de reais e Ebitda de 1,187 bilhão de reais. De janeiro a março, a receita líquida somou R$ 9,228 bilhões, queda de 8% ano a ano, enquanto os custos das vendas recuaram apenas 4,4%, para R$ 8,372 bilhões. Em volumes, a produção de aço bruto caiu 4,6%, para 3,188 milhões de toneladas e as vendas de aço cederam 9,8%, a 2,691 bilhões de reais. O primeiro trimestre também foi marcado por aumento nas despesas com vendas, gerais e administrativas da companhia, de 2,5%, o que a Gerdau atribuiu ao efeito cambial nas operações da companhia que são expostas ao dólar. A Gerdau disse que o fluxo de caixa livre do período foi negativo, em R$ 441 milhões, apresentando piora ante último trimestre de 2019 (positivo em R$ 2,327 bilhões), quando houve uma forte redução de estoques, parcialmente recompostos nos primeiros três meses de 2020. A dívida líquida em relação ao Ebitda ficou em 2,55 vezes em 31 de março de 2020 ante 1,67 vez em 31 de dezembro de 2019, consequência, de acordo com a empres, da variação cambial do período. Ao final do primeiro trimestre, 15,3% da dívida bruta era denominada em reais, 84,4% em dólar norte-americano e 0,3% em outras moedas. Ainda, 8,3% da dívida bruta era de curto prazo e 81,7% de longo prazo. Em 31 de março, 56% do caixa era denominado em dólar norte-americano. A empresa ainda ressaltou que nos últimos 12 meses registrou fluxo de caixa livre positivo superior a 4 bilhões de reais. Corte nos investimentos A Gerdau também anunciou revisão do plano de investimentos para 2020 citando "incertezas do mercado". A previsão de desembolsos de capex para 2020 passou de R$ 2,6 bilhões para R$ 1,6 bilhão. Com isso, a estimativa de R$ 7 bilhões para o período de 2019-2021 passou a ser de R$ 6 bilhões. "Os desembolsos de Capex de 2020 estão sendo cuidadosamente postergados globalmente", afirmou. No primeiro trimestre, os investimentos somaram R$ 472 milhões, sendo R$ 248 milhões para manutenção geral, R$ 74 milhões para manutenção da usina de Ouro Branco (MG) e R$ 150 milhões para expansão e atualização tecnológica. Do valor total desembolsado no ano, 43% foram destinados para a operação Brasil, 20% para Aços Especiais, 33% para a ON América do Norte e 4% para a América do Sul. A Gerdau também disse que seu conselho de administração optou por não antecipar o pagamento dos dividendos referentes ao primeiro trimestre, em virtude das incertezas provenientes dos efeitos da pandemia de Covid-19 no resultado do exercício de 2020. "Reiteramos que a política de dividendos da companhia permanece em 30% do lucro líquido ajustado para o exercício, sendo facultativa a sua antecipação."