Na abertura, moeda dos EUA chegou a registrar alta de mais de 3% e bateu R$ 5,1128. Notas de dólar Gary Cameron/Reuters O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (12), chegando a bater R$ 5,11 na abertura, na volta do feriado e depois de uma quinta-feira turbulenta nos mercados globais, à medida que aumentaram as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia global e os temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus. Às 14h02, a moeda norte-americana era vendida a R$ 5,0507, em alta de 2,31%. Mais cedo, na abertura, chegou a registrar alta de mais de 3%, e bateu R$ 5,1128. Veja mais cotações. Já o Ibovespa opera em queda de mais de 2% nesta sexta. Na quarta-feira (10), o dólar fechou a R$ 4,9334, com avanço de 0,92%. Já na segunda-feira, fechou a R$ 4,8539, na menor cotação em quase 3 meses. Na parcial do mês ainda acumula queda de 7,55%. No ano, a valorização é de 23,03%. O Banco Central realizará nesta sexta-feira leilão para rolagem de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021, destaca a Reuters. o Cenário externo e interno As bolsas da Europa e dos EUA operam em alta nesta sexta, após forte tombo na véspera, com as graves perspectivas econômicas divulgadas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) e os crescentes casos de coronavírus nos Estados Unidos lembrando os investidores de que os danos econômicos causados pela pandemia estão longe de terminar. Wall Street registrou o pior pregão em quase três meses, em um mercado preocupado com as incertezas sobre a economia e a saúde nos Estados Unidos, após o BC dos EUA ter projetado que a economia norte-americana deve recuar 6,5% em 2020, enquanto o desemprego deve fechar o ano ainda em 9,3%. Em ajuste após a queda da sessão anterior, boa parte das moedas emergentes ou ligadas a commodities –como dólar australiano, peso mexicano, lira turca e rand sul-africano– saltava acentuadamente contra o dólar nesta sexta-feira, destaca a Reuters. Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, citou em nota "movimento de compensação", com os participantes do mercado partindo para um movimento de recomposição de posições defensivas, acrescentando que a "única certeza que fica é de que a 'rainha volatilidade' deve voltar a exibir forte presença no nosso mercado de câmbio". Ministério da Saúde confirma 1.239 mortes e 30.412 casos de Covid-19 em 24 horas No cenário doméstico, permaneceram as incertezas sobre a perspectivas de recuperação da economia, em meio a um cenário de permanente avanço do número de novos casos diários da Covid-19 e de tensões políticas. "Na política, o presidente Jair Bolsonaro segue formando sua base de apoio com a entrega de cargos e recriou a pasta do Ministério das Comunicações, entregando-a para o deputado do PSD-RJ, Fábio Faria. Com isso o presidente tem cada vez mais apoio do chamado “centrão” no Congresso", destaca a equipe da Necton. Nesta semana, os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, conforme boletim "Focus" do Banco Central. A projeção passou de uma queda de 6,25% para um tombo de 6,48%. Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou uma contração de pelo menos 7,4% para o PIB do Brasil neste ano, podendo chegar a um tombo de 9,1% em caso de segunda onda da pandemia e necessidade de regresso aos confinamentos. A projeção do mercado brasileiro para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40, de acordo com o boletim Focus. Para o fechamento de 2021, permaneceu em R$ 5,08 por dólar. Uma pesquisa da Reuters apontou que a taxa básica de juros do Brasil deve cair para a mínima de 2,25% ao ano na próxima quarta-feira, com o Banco Central ampliando um esforço emergencial para revigorar a atividade econômica prejudicada pela pandemia de coronavírus. Atualmente, a Selic está em 3% ao ano. Dólar em 10.06.2020 Economia G1