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Com ação em alta de 64%, como a Locaweb cresce na crise da covid-19

por tag3 / segunda-feira, 22 junho 2020 / Publicado em Negócios

Locaweb: fundada há 22 anos, empresa vê alta demanda por seus serviços de internet em meio à digitalização dos clientes (Cauê Diniz/B3/Divulgação)

Fazia pouco mais de um mês que a empresa brasileira de tecnologia Locaweb havia aberto capital na bolsa quando o Brasil registrou seu primeiro caso do novo coronavírus — o primeiro caso divulgado foi em março, mas, depois, descobriu-se que o vírus já circulava desde o fim de fevereiro. Semanas depois, o país inteiro começou a entrar em quarentena, e empresas em todo o país, das pequenas às grandes, tiveram de reestruturar o modelo de operação. Para muitas, o fechamento da operação física significou perder mais da metade ou praticamente todo o faturamento.

Mas na Locaweb, que oferece desde 1997 serviços de hospedagem na internet para empresas, essa digitalização forçada levou a um crescimento sem precedentes. O primeiro trimestre foi o melhor da história na operação de e-commerce, dobrando o número de novas lojas. No mês de abril, a adição de novas lojas subiu ainda mais, para 252%, na comparação com o fim de 2019.

A empresa hoje vai muito além da hospedagem e oferece serviços em nuvem, plataforma de e-commerce para empresas, e-mail marketing, gestão de delivery para restaurantes e uma série de outros serviços — um portfólio que se tornou essencial para as companhias buscando presença na internet em meio ao isolamento social.

“Os dois últimos meses foram de recordes em venda na plataforma em toda a história”, diz o gerente executivo de Marketing e Canais na Locaweb, Luis Carlos dos Anjos, que está na empresa há 18 anos.

Com cerca de 1.500 funcionários e mais de 19.000 clientes, a empresa precisou contratar mesmo durante a pandemia e ainda tem vagas em aberto.

Dos Anjos aponta que há, no geral, três perfis de empresas que vêm procurando a Locaweb. As que estavam totalmente offline e estão começando no digital para garantir algum tipo de receita; as que tinham pouca presença online e começaram a usar outras funcionalidades, como serviço em nuvem e e-mail marketing e, por fim, as que já tinham presença forte online, mas que precisaram aumentar ainda mais a capacidade com a alta demanda durante a pandemia.

Um dos destaques vêm sendo os serviços para pequenas e médias empresas. A Tray, com serviço de e-commerce para pequenos e médios negócios, teve alta de 90% nas vendas e em 30% no número de clientes em abril na comparação com março. A Delivery Direto, comprada no ano passado e com ferramenta para criação de um aplicativo próprio para os restaurantes, teve alta de quatro vezes em número de clientes.

As altas refletem também a busca das empresas por opções que vão além dos marketplaces. Para os restaurantes, por exemplo, os empreendimentos mais estruturados buscam formas de ir além das vendas em plataformas como iFood e Rappi, onde os negócios pagam taxas e podem ter dificuldade em fidelizar o cliente em meio à alta concorrência nos apps.

“Vimos muito restaurante grande que não tinha quase nada de venda online”, diz Anjos. “Se há um lado positivo é que, de quando eu comecei até agora, ficou mais fácil, de certa forma, estruturar a presença online. Com 49 reais por mês já dá para montar uma loja virtual, integrar marketplace, frete. Mesmo se der errado em seis meses, foi um investimento menor”, diz.

Uma das ações voltadas aos pequenos negócios avançando no universo online é a campanha “Juntos no Digital”, em que a Locaweb publica conteúdo e lives com dicas para a operação na internet.

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Luis Carlos dos Anjos, da Locaweb: somos uma empresa de 22 anos que não parou no tempo

Luis Carlos dos Anjos, da Locaweb: somos uma empresa de 22 anos que não parou no tempo (Abrahosting/Divulgação)

Jovem, mas nem tanto

O varejo brasileiro como um todo teve quedas sem precedentes durante a crise, com baixas de mais de 30% nas vendas em abril e maio, segundo dados da Cielo. Mas o mundo da internet vive uma realidade à parte. Mesmo setores em que as vendas gerais caíram e com menor presença histórica no comércio eletrônico estão tendo de compensar a perda de receita na internet, o que acaba aumentando o bolo para empresas de serviços online como a Locaweb.

A Locaweb atende parte da operação online de algumas das principais empresas brasileiras. São mais de 1.000 clientes entre médias e grandes empresas, incluindo alguns bancos digitais que rodam na nuvem da Locaweb e as dez maiores varejistas do Brasil, como Magazine Luiza, B2W e Via Varejo.

Para as grandes empresas, há opções mais customizadas, como notificação, SMS, carrinho de recompra e recomendações. É com a tecnologia da Locaweb, por exemplo, que os clientes recebem e-mails perguntando se desejam comprar aquele produto esquecido no carrinho. “Provavelmente é muito difícil passar um dia inteiro sem esbarrar em algum serviço da Locaweb”, diz Anjos.

Com 22 anos no mercado digital, a Locaweb já presenciou uma série de crises: da “bolha da internet” nos anos 2000 às crises após 2008 e, no Brasil, em 2015. Do primeiro serviço de hospedagem lançado no Brasil na década de 1990 até agora, a empresa precisou se reinventar algumas vezes, fez aquisições e lançou novos produtos até chegar à abertura de capital em fevereiro.

Para Anjos, apesar de a Locaweb ser uma empresa antiga para os padrões das novas startups na internet, o acerto da companhia foi pensar nesses projetos de expansão quando ainda tinha uma posição consolidada em seu negócio inicial de hospedagem de sites. “Em 2012, se juntasse do segundo ao décimo colocado nesse mercado não dava o nosso tamanho. Mas, ainda assim, nós tivemos a visão de olhar para a frente”, diz o executivo.

Alta na bolsa

Com as expectativas dos investidores de que os serviços de internet da companhia brasileira continuem sendo demandados mesmo com a reabertura gradual das lojas, a ação da Locaweb já acumula alta de 64% desde o IPO até o pregão da última sexta-feira, 19. A ação, na casa dos 34 reais, ultrapassou o patamar pré-crise, com a empresa chegando a valor de mercado de 4,3 bilhões de reais.

“Somos uma das poucas empresas da B3 que está 100% no digital. Muitos dos nossos concorrentes têm uma grande dependência do mundo físico”, afirma Anjos. “A Locaweb é uma empresa de 22 anos que não parou no tempo, e o mercado começou a reconhecer isso, ver que não éramos só hospedagem de sites.”

Ainda assim, o cenário está longe de ser o momento confortável de quando a empresa era líder dos sites brasileiros em 2012. De grandes empresas de gestão de varejo locais a pequenas startups e plataformas internacionais, serviços parecidos ao da Locaweb estão por toda a parte. Anjos, contudo, diz que segue apostando no portfólio de serviços e na cultura da empresa.

“A concorrência é saudável para o mercado. O Brasil é muito grande e tem muito espaço. Já sofremos concorrência forte em várias situações, incluindo de empresas estrangeiras, mas conseguimos construir uma reputação sólida”, diz.

Diante da pandemia, Anjos espera que, para a Locaweb e para os clientes, o momento seja de transformação e de dar a volta por cima, como presenciou a Locaweb fazendo em crises passadas. “Uma crise é muito ruim, mas para muitas empresas é o momento de fazer essa virada, uma virada que às vezes é muito boa. Várias empresas grandes do mundo surgiram em tempos de crise.”

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