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Dom Pedro Casaldáliga, bispo que rezou pela cartilha do oprimido, deixa disco militante com Milton Nascimento

por Administrador / segunda-feira, 10 agosto 2020 / Publicado em Cultura

Lançado em 1982, o álbum 'Missa dos quilombos' registra o rito litúrgico idealizado pelo religioso com o artista e com Pedro Tierra em louvor do povo negro. ♪ MEMÓRIA – Dom Pedro Casaldáliga (16 de fevereiro de 1928 – 8 de agosto de 2020), bispo espanhol que rezou pela cartilha do oprimido durante todo o tempo em professou a fé no Brasil, sai de cena aos 92 anos, mas deixa disco com Milton Nascimento que exemplifica o tom militante da fé do religioso de origem catalã. Editado em 1982 pela gravadora Ariola, o álbum Missa dos quilombos registrou a combinação da liturgia engajada de Casaldáliga e Pedro Tierra – pseudônimo do poeta e político Hamilton Pereira da Silva, nascido no Tocantins – com a música igualmente politizada de Milton Nascimento, autor de composições como Comunhão. Música então inédita de Milton que ganharia letra do parceiro Fernando Brant (1946 – 2015) na regravação feita pelo cantor para o álbum Anima, lançado naquele mesmo ano de 1982, Comunhão foi composta para o rito militante criado pelo bispo Dom Pedro Casaldáliga com Pedro Tierra para denunciar os horrores da escravidão e louvar a fé do povo negro que nunca se deixou calar, lutando contra o preconceito racial entranhado na estrutura da sociedade brasileira. Com a Missa dos quilombos, Dom Pedro Casaldáliga reforçou a luta permanente do bispo a favor dos índios e da distribuição mais justa de terras – causas sociais que também movem a ideologia e a música de Milton Nascimento. Compositor cuja obra sempre roçou o sagrado, tendo por vezes adquirido explícito tom sacro, Milton se afinou com a liturgia de Pedro Casaldáliga e a poesia de Pedro Tierra na criação de temas como Aleluia, Ofertório e Rito da paz. Originalmente rezada no Recife (PE) em 20 de novembro de 1981, sob direção artística de Milton Nascimento, também autor dos arranjos, a Missa dos quilombos foi captada ao vivo para o disco – com produção musical de Marco Mazzola – em celebração posterior. A Missa dos quilombos perpetuada no álbum é a que foi rezada em março de 1982 na Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Caraça (MG), santuário situado na área rural de Catas Altas (MG), município do interior de Minas Gerais. A voz divina de Milton Nascimento se eleva em temas como Ladainha, Em nome do Deus e o já mencionado Comunhão. Retratação da Igreja Católica aos herdeiros dos homens negros escravizados pelo poder branco colonial, Missa dos quilombos é o exercício da fé aliada ao poder da música que chega aos céus em nome da igualdade e da justiça entre os Homens. O disco com Milton Nascimento é inestimável herança deixada por Dom Pedro Casaldáliga em trajetória militante que imortalizou e pôs o nome do bispo no altar brasileiro.

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