TVK Web Cultural

  • CULTURA
  • TURISMO
  • NEGÓCIOS
  • POLÍTICA
  • GALERIA
  • CONTATO

Ayrton Montarroyos acentua, em EP, mais as sombras do que as luzes da obra de Cartola

por Administrador / segunda-feira, 31 agosto 2020 / Publicado em Cultura

Capa do EP 'Live – Cartola, do samba ao samba-canção' Divulgação Resenha de EP Título: Live – Cartola, do samba ao samba-canção Artista: Ayrton Montarroyos – com Edmilson Capelupi ao violão Gravadora: Kuarup Cotação: * * * * ♪ Abordar o cancioneiro refinado do compositor carioca Angenor de Oliveira (11 de outubro de 1908 – 30 de novembro de 1980), o Cartola, é tarefa desempenhada com capricho por Ayrton Montarroyos no segundo dos dois EPs lançados pelo cantor com compilações de números musicais da série de lives temáticas que vem sendo feitas pelo artista pernambucano desde 19 de maio, sempre na companhia de virtuoso instrumentista. Músico ainda não devidamente (re)conhecido na medida do grande talento, o violonista Edmilson Capelupi é o músico que divide com Ayrton a interpretação das oito músicas que compõem o repertório do EP Live – Cartola, do samba ao samba-canção. Tal como no EP em que o cantor dá voz ao repertório de João Gilberto (1931 – 2019), a sintonia entre intérprete e violonista é total – o que valoriza sobretudo o registro de Cordas de aço (1976), ode ao violão companheiro de todas as horas. Sob o prisma técnico do rigor estilístico, nenhum reparo pode ser feito no disco. Com a voz grave, de timbre aveludado que chega a soar cavernoso no verso final de O mundo é um moinho (1976), Ayrton incursiona com segurança pelo universo melódico e poético de compositor que realmente foi do samba ao samba-canção, gênero das músicas mais aclamadas de Cartola. Munido dessa voz extremamente afinada, o cantor faz Sala de recepção (1976), sublinha as sombras que enchem Peito vazio (Cartola e Elton Medeiros, 1976) de mágoas e deixa entrever a claridade que ilumina Alvorada (Cartola, Carlos Cachaça e Hermínio Bello de Carvalho, 1968). O classudo toque seresteiro do violão de Edmilson Capeluli aclimata corretamente o samba-canção O inverno do meu tempo (Cartola e Roberto Nascimento, 1979), samba-canção de tons outonais. Na sequência do disco, o registro de Senões (Cartola e Nuno Veloso, 1979) corrobora a supremacia do samba-canção neste recorte da obra do compositor. E, no fim, Ayrton não consegue que se “faça a alegria” de Corra e olhe o céu (Cartola e Dalmo Castello, 1974) por ser intérprete mais vocacionado para temas invernais. Mesmo sem apresentar sequer uma centelha de novidade na abordagem de obra já tão cantada em discos e shows, Ayrton Montarroyos se afina com o tempo de Cartola em EP que acentua mais as sombras do que as luzes do cancioneiro do compositor.

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Tumblr

Assuntos Relacionados

Regina Duarte assume Secretaria de Cultura nesta quarta-feira com desafio de pacificar o setor
Henrique Pires é apresentado a editora de livros de Porto Alegre
‘O Rei Leão’ vai ter continuação dirigida por Barry Jenkins

Destaques

  • Câmara de Campo Grande aprova projetos sobre cultura, meio ambiente e inclusão de estudantes com TEA

    Na sessão ordinária desta terça-feira, 13 de ma...
  • Semana Nacional de Museus 2025: Programação especial em Campo Grande homenageia Lídia Baís

    A 23ª Semana Nacional de Museus acontece entre ...
  • Porto Geral de Corumbá recebe Festival América do Sul 2025 com atrações nacionais e celebração da cultura regional

    Entre os dias 15 e 18 de maio, o histórico Port...
  • Campão Cultural 2024 traz programação intensa e gratuita até 6 de abril

    O Campão Cultural está de volta, levando uma pr...
  • Casa de Cultura de Campo Grande oferece cursos gratuitos em música e dança

    A Casa de Cultura de Campo Grande está com insc...
TOPO