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Edeor de Paula, um homem forte como o sertanejo e o samba-enredo que o imortalizou no Carnaval de 1976

por Administrador / segunda-feira, 05 outubro 2020 / Publicado em Cultura

Edeor de Paula, compositor do samba-enredo 'Os sertões' Diego Mendes / Reprodução Facebook G.R.E.S. Em Cima da Hora ♪ OBITUÁRIO – Vinte anos se passaram entre a alegria sentida em 1955 por Edeor José de Paula (16 de dezembro de 1932 – 1º de outubro de 2020) ao ter a primeira música gravada em disco – Sofrer como eu, parceria com Renato Aráujo lançada na voz da cantora Marly Sorel – e a inspiração do compositor para criar em 1975 o samba-enredo, Os sertões, que poria o nome de Edeor na história da música brasileira. Apresentado pela escola de samba Em Cima da Hora no Carnaval carioca de 1976, Os sertões é samba-enredo de melodia e poesia fortes como o sertanejo. Revivido pela Em Cima da Hora no Carnaval de 2014, ano em que a agremiação reapresentou o enredo de 1976, Os sertões figura em qualquer antologia do gênero, como vendo sendo realçado nos obituários do criador do samba. Edeor José de Paula morreu na manhã de quinta-feira, 1º de outubro, aos 87 anos. Saiu de cena pobre, em hospital da zona oeste da cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), vítima de parada cardíaca decorrente de insuficiência renal. Tivesse nascido em outro país, talvez Edeor de Paula tivesse recebido mais dinheiro, além da flores que lhe foram entregues em vida pela criação do samba-enredo inspirado no livro Os sertões (1902), obra-prima do escritor fluminense Euclides da Cunha (1866 – 1909) sobre a Guerra de Canudos, travada entre 1896 e 1897 no interior da Bahia. Contudo, o fato tristemente curioso é que a consagração do samba-enredo Os sertões jamais mudou a vida do compositor sob o prisma financeiro ou mesmo artístico. Os sertões ganhou vozes como as dos cantores Elymar Santos, Emílio Santiago (1946 – 2013), Fagner, Fernanda Abreu, Mestre Marçal (1930 – 1994) e Neguinho da Beija-flor em registros fonográficos feitos para discos lançados entre 1975 e 2008. Sem falar na gravação do Conjunto Nosso Samba, lançada ainda em 1975. Já o compositor jamais ganhou a alegria de ter outras músicas gravadas fora do universo do samba-enredo. Curiosamente, a discografia de Edeor de Paula como compositor foi mais regular antes da glória obtida com Os sertões. Em 1968, por exemplo, a cantora Marlene (1922 – 2014) gravou Tira a mão, parceria de Edeor com Waldir Ferreira. De todo modo, o único sucesso do autor foi mesmo Os sertões, primeiro samba-enredo que Edeor compôs – sozinho, integrando a melodia inspirada com a letra que retratava poeticamente a epopeia de Canudos – quando ainda trabalhava como mecânico hábil no conserto de carros do Exército. Edeor José de Paula foi homem forte como o sertanejo que poetizou no samba-enredo antológico do Carnaval de 1976.

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