
No mesmo período do ano passado, a estatal teve lucro de R$ 9 bilhões. Sede da Petrobras no Rio de Janeiro Sergio Moraes/Reuters A Petrobras informou nesta quarta-feira (28) que registrou prejuízo de R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre deste ano — o terceiro resultado negativo seguido da estatal. No mesmo período do ano passado, a estatal teve lucro de R$ 9 bilhões. No segundo trimestre, houve prejuízo de R$ 2,71 bilhões. Pela projeção da Refinitiv, a Petrobras deveria ter tido lucro de R$ 736 milhões no período. De acordo com a companhia, o prejuízo ocorreu porque os ganhos com volumes de vendas de petróleo e derivados foram "mais do que compensados" por despesas financeiras, principalmente prêmios pagos na recompra de títulos. Excluindo itens não recorrentes, a empresa garantiu que poderia ter registrado lucro líquido de R$ 3,2 bilhões. “Vale ressaltar que, embora inferiores ao segundo trimestre, as perdas cambiais ainda são elevadas em função do nível de exposição cambial de R$ 242 bilhões e da desvalorização do real frente ao dólar em 2,9% no período", acrescentou a empresa. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação ajustado (Ebitda) somou R$ 33,4 bilhões, contra R$ 32,6 bilhões no mesmo período do ano passado. O terceiro trimestre também foi marcado pela recuperação da demanda de derivados de petróleo no Brasil — com crescimento de 18% no volume de vendas em relação ao período imediatamente anterior — e pela manutenção das exportações, ponderou a Petrobras. "Destacam-se a recuperação das vendas de diesel e gasolina. Esses produtos foram muito afetados pela Covid-19 no segundo trimestre e essa recuperação trimestral foi a mais forte em nosso portfólio, tanto em termos de volumes quanto de preços", informou a companhia, em seu relatório para investidores. As receitas de exportações também aumentaram, acompanhando os preços do Brent (classificação do petróleo cru). Nos primeiros nove meses do ano, o fluxo de caixa livre da empresa atingiu US$ 16,4 bilhões. "O forte desempenho permitiu reduzir nossa dívida bruta de US$ 87,1 bilhões, em 30 de dezembro de 2019, para US$ 79,6 bilhões de dólares, em 30 de setembro de 2020", afirmou a estatal. Composição de receita Em termos de composição da receita no mercado interno, o diesel e a gasolina responderam por 69% da receita nacional de vendas de derivados de petróleo da companhia, seguidos pelo GLP com 11%. "Apesar do aumento de 39% nas receitas de venda trimestrais, o custo dos produtos vendidos cresceu apenas 13%, principalmente devido a custos unitários estáveis e ao maior volume de nosso petróleo bruto no mix de vendas", explicou a companhia. Vídeos: Veja as últimas notícias de economia