Levantamento do Sebrae apontou que 22% deles passaram a usar plataformas on-line nos últimos meses, enquanto 60% que já utilizavam, intensificaram as operações virtuais. Empresários contaram com a ajuda de consultores e institutos para transformar negócios. Micro e pequenas empresas migram pro digital para sobreviver durante a pandemia
A pandemia acelerou os processos de migração dos micro e pequenos empreendedores para os meios digitais, mostrou uma pesquisa do Sebrae-SP.
O levantamento apontou que 22% deles passaram a usar plataformas on-line nos últimos meses, enquanto 60% que já utilizavam, intensificaram as operações virtuais.
É o caso do Henrique Kagohara, por exemplo, que está faturando 30% a mais do que no ano passado, devido à repaginada que ele e os seus sócios deram nos perfis da loja de pesca nas redes sociais. Com essa mudança, eles conseguiram conquistar mais 2,5 mil seguidores.
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“A gente oferece o conteúdo, oferece como fazer a pescaria, onde fazer a pescaria. E, por trás disso, tem o produto que nós temos aqui e o nosso contato", conta Henrique.
"A gente desperta o interesse da pessoa através do tipo de pescaria que ela anda pesquisando ou vendo nas redes sociais”.
Ajuda para digitalizar
Nem todo empreendedor conseguiu transferir a loja para internet de uma hora para outra, sem ajuda. No caso de Henrique, o impulso para vender mais pelas redes sociais veio do Sebrae.
Na página do instituto, os 20 cursos que ajudam a vender pela internet são os campeões de audiência do site, com mais de 20 milhões de visualizações. Por lá, dá para aprender técnicas para abrir uma loja virtual e divulgar produtos, mesmo sem muito dinheiro.
“Nós estimulamos que os empreendedores, nesse momento difícil, foquem na solução, e não no problema. A gente dá diversas dicas para que eles possam fazer contato com todos os seus clientes e com novos clientes”, explica o diretor superintendente do Sebrae de São Paulo, Wilson Poit.
“A loja física continua, mas daqui para frente os negócios serão híbridos: vendas pela internet e vendas pessoais”, acrescenta.
Partindo do zero
No parque tecnológico de São José dos Campos (SJC), no interior de São Paulo, um projeto piloto ajudou donos de seis pequenas empresas a entrarem no mundo virtual, a partir do zero.
Empresas de tecnologia criaram páginas em redes sociais e em espaços de comércio on-line, além de treinarem os comerciantes para atualizar o conteúdo e melhorar a comunicação com os clientes.
"A diferença fundamental é que as imagens daquele produto […] precisam ser tratadas", diz Marcelo Nunes, coordenador do projeto.
"Eu preciso ter formas de pagamento, utilização de cartão, emissão de nota fiscal, eu preciso ter a logística depois de deu vender, como vou entregar. […] Nós executamos isso para o cliente durante o processo da transformação", acrescenta.
A micro empreendedora Clélia Rosângela Barros é uma das pessoas que participou da iniciativa. Ela entendeu que precisava perder o receio de usar a internet quando teve que fechar a ótica. Clélia ficou sem se comunicar com os seus clientes e sem faturar.
Mas o projeto a ajudou a mudar essa situação e a empreendedora já vê o resultado, já que as vendas da sua loja chegaram a crescer pelo menos 5%.
"É um caminho sem volta, agora é só aprimorar, praticar", diz Clélia.
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