O secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, chega a Niterói, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (14) para participar de reuniões preparatórias para a organização dos eventos culturais do BRICS, bloco político-diplomático que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Em encontros realizados com a Secretaria de Cultura da Prefeitura de Niterói e a equipe da Universidade Federal Fluminense (UFF), o secretário discutirá detalhes do 4º Festival de Cinema e de outras atividades da agenda cultural, que culminará com a IV Reunião de Ministros da Cultura do BRICS, que devem ocorrer entre setembro e novembro. Em 2019, o Brasil assumiu a presidência rotativa do bloco e é responsável por organizar a 11ª Cúpula de Chefes de Estado, além de uma extensa agenda de atividades paralelas, que abrange 29 áreas além da cultura.
“A presidência brasileira nos traz a oportunidade de impulsionar a cultura nacional. Há um enorme potencial de exportação do produto brasileiro para públicos tão vastos, ecléticos e com tradições como o chinês, o russo, o indiano e o sul-africano”, afirma Pires.
Esta é a terceira vez que o Brasil sedia a Cúpula, que já foi realizada em Brasília (DF), em 2010 (2ª Cúpula), e em Fortaleza (CE), em 2014 (6ª Cúpula). No ano passado, o encontro foi realizado na África do Sul.
Perspectivas
Na programação cultural, está prevista a organização da 6ª Reunião de Altas Autoridades de Cultura e da 4ª Reunião de Ministros de Cultura do BRICS, que devem ocorrer em 30 de setembro e 1º de outubro, respectivamente, no Rio de Janeiro. Entre os principais temas da agenda ministerial estão a cooperação nas áreas do audiovisual, da indústria criativa e do patrimônio cultural.
Uma das intenções do bloco é celebrar um acordo de coprodução audiovisual, vinculado a um fundo de coprodução e distribuição específico para os países integrantes. Outro objetivo é cooperar na área de animação, com programas de capacitação em games e realidade virtual. Já a colaboração em setores criativos incluiria artes performáticas e visuais, música, gastronomia e design de moda, entre outros.
O BRICS também trabalha para a criação de uma rede de cidades criativas, centros culturais, turísticos e gastronômicos entre os países membros, tendo como exemplo a rede mundial criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Em relação ao patrimônio cultural, por iniciativa brasileira, há a negociação de um acordo para prevenção ao tráfico de bens culturais, que prevê ações coordenadas de repressão, repatriação e controle.
Audiovisual
A organização do IV Festival de Cinema do BRICS está a cargo da UFF em parceria com a Secretaria Especial da Cultura, que destinou R$ 2 milhões para o evento. A previsão é de que o Festival ocorra entre 23 de setembro e 11 de outubro, em Niterói, nos espaços de exibição da Reserva Cultural, da Universidade Federal Fluminense e do Teatro João Caetano.
Segundo Pires, o audiovisual é uma área promissora para a cooperação intrabloco. “Temos acordos de coprodução bilaterais com China, Índia e África do Sul. O audiovisual é um dos setores que mais crescem no mundo. É uma oportunidade de potencializar a indústria nacional, gerando trabalho e renda para o setor e o País”, destacou.
O IV Festival terá três mostras principais: Filmes de Escola, Mostra Contemporânea (competitiva) e a Mostra de Animação. Como atividades paralelas serão oferecidas residência em audiovisual, curso da história do cinema, mostra de filmes clássicos do BRICS, exposição com acervo do Museu de Cinema e o Fórum de Preservação, com a presença dos representantes das Cinematecas dos países membros.
O Festival de Cinema se tornou um dos principais eventos culturais do BRICS. Desde a primeira edição, organizada em 2016, em Nova Deli, na Índia, a mostra reúne produções dos cinco países, coproduções e projetos criados especialmente para os eventos. Além da exibição de filmes e da premiação para os participantes da mostra competitiva, o Festival também via estreitar as relações entre os países-membros do bloco e estimular acordos de coprodução internacional.
Cultura no BRICS
Apesar de o BRICS ter sido criado em 2006, o setor cultural do bloco só ganhou impulso em 2015, durante a 7ª Cúpula, realizada na Rússia, quando foi organizada a 1ª Reunião de Ministros da Cultura. Na ocasião, foi assinado o Acordo de Cooperação na Área da Cultura. Em 2017, o acordo foi reforçado pelo Plano de Ação, criado na 9ª Cúpula, na China. Com vigência de 2017 a 2021, o plano estabelece diretrizes e cria quatro alianças concentradas nos temas: galerias e museus de arte nacionais, bibliotecas, teatro infantil e juvenil e museus.
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