TVK Web Cultural

  • CULTURA
  • TURISMO
  • NEGÓCIOS
  • POLÍTICA
  • GALERIA
  • CONTATO

O arrastão de Paulinho da Viola completa 50 Carnavais com a força inicial

por Administrador / quarta-feira, 26 fevereiro 2020 / Publicado em Cultura

Sucesso que impulsionou a carreira do artista em 1970, o samba 'Foi um rio que passou em minha vida' ainda arrebata os corações dos foliões. ♪ MEMÓRIA – No Carnaval de 1970, o coração de todo folião se deixou levar pelo samba Foi um rio que passou em minha vida. Arrastando multidões há 50 Carnavais, a composição resiste soberana, em 2020, como o maior sucesso do autor do samba, Paulo Cesar Baptista de Faria, o nobre carioca Paulinho da Viola. Com a elegante timidez, Paulinho já vinha entrando na roda desde meados dos anos 1960, como integrante de grupos e shows coletivos. Mas foi com a gravação de Foi um rio que passou em minha vida que a discografia solo do sambista chorão – iniciada sem alarde em 1966 com compacto que trouxe registros das músicas Canção para Maria (Paulinho da Viola e José Carlos Capinan) e Tempo de decisão – ganhou impulso e consolidou a trajetória do artista. Somente em 1970 o samba teve 15 gravações, além do registro de Paulinho. Foi um rio que passou em minha vida batizou o segundo álbum solo do cantor, lançado naquele ano de 1970 (o primeiro, Paulinho da Viola, saíra em 1968 sem obter toda a repercussão a que fazia jus, talvez pela pompa dos arranjos orquestrais). Contudo, a rigor, Foi um rio que passou em minha vida é música de 1969, ano que o samba foi composto, gravado e lançado em disco – em compacto que incluía Sinal fechado, composição vanguardista que Paulinho apresentara em festival daquele ano de 1969. O arrastão veio no ano seguinte, no embalo do Carnaval de 1970. Ode à Portela, tradicional escola de samba da cidade do Rio de Janeiro (RJ) que conquistara o coração de Paulinho, Foi um rio que passou em minha vida surgiu como espécie de desagravo aos componentes da agremiação azul-e-branca situada na divisa entre os bairros cariocas de Madureira e Oswaldo Cruz. É que, em 1968, Paulinho abrira parceria com Hermínio Bello de Carvalho com samba que exaltava a Mangueira. Os versos quase existenciais de Sei lá, Mangueira – samba apresentado em festival de 1968 e gravado nesse mesmo pela cantora Elza Soares – eram da lavra poética de Hermínio. Mas Paulinho, já um ilustre Portelense, ficou mal na foto e na quadra da escola. Capa do LP 'Foi um rio que passou em minha vida', lançado por Paulinho da Viola em 1970 Reprodução A solução foi fazer um samba para Portela. E que samba! Sob o manto mais nobre da inspiração, Paulinho da Viola fez samba de fluência melódica arrebatadora com letra igualmente poética em que a tristeza da desilusão amorosa é encoberta pelo encantamento provocado pela escola que entra na avenida. A Portela, claro, é o rio que passou pela vida do folião amargurado, levando os desenganos para o fundo da alma embevecida com o azul que podia ser tanto do céu quanto do mar. Alocada como a sexta (e última) faixa do lado A do LP, Foi um rio que passou em minha vida bateu tão forte no coração do brasileiro que outras pérolas do álbum de 1970 demoraram um pouco para vir à tona. Quando emergiram, os sambas Tudo se transformou – exemplo da interiorização típica de boa parte do cancioneiro do compositor – e Jurar com lágrimas reluziram com o mesmo brilho recorrente na obra esculpida pelo artesão com o perfeccionismo de um ourives. Ainda assim, é Foi um rio que passou minha vida que, decorridos 50 Carnavais, mais arrebata mentes e corações sempre que o samba ecoa na avenida, em palco ou em disco. O arrastão de Paulinho da Viola continua com a força de 1970.

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn
  • Tumblr

Assuntos Relacionados

Luiz Gonzaga tem cancioneiro revivido por duo sergipano em tom de serenata nordestina
Sesc Cultura recebe workshop de Processos Criativos realizado pela cia OFIT
Luis Sepúlveda, escritor chileno, morre na Espanha vítima do coronavírus

Destaques

  • Semana Nacional de Museus 2025: Programação especial em Campo Grande homenageia Lídia Baís

    A 23ª Semana Nacional de Museus acontece entre ...
  • Porto Geral de Corumbá recebe Festival América do Sul 2025 com atrações nacionais e celebração da cultura regional

    Entre os dias 15 e 18 de maio, o histórico Port...
  • Campão Cultural 2024 traz programação intensa e gratuita até 6 de abril

    O Campão Cultural está de volta, levando uma pr...
  • Casa de Cultura de Campo Grande oferece cursos gratuitos em música e dança

    A Casa de Cultura de Campo Grande está com insc...
  • Campão Cultural Retorna com Programação Gratuita de Música, Arte Urbana, Teatro e Dança em Campo Grande

    O Campão Cultural está de volta com uma vasta p...
TOPO