
Mais cedo, o Brent tocou US$ 15,98 por barril, menor nível neste século. Preços do petróleo seguem em queda Gregory Bull, File/AP Os preços internacionais do petróleo passaram a ser negociados em alta nesta quarta-feira (22), após terem recuado mais cedo para abaixo de US$ 16, menor nível desde 1999, impulsionados por cortes voluntários e forçados de produção esperados como forma de combater o excesso de oferta causado pela crise do coronavírus., O petróleo Brent subia 8,43%, a US$ 20,96 por barril, às 10h32 (horário de Brasília). Já oo petróleo dos Estados Unidos avançava 18,93%, a US$13,76 por barril. Mais cedo, o Brent tocou US$ 15,98 por barril, menor nível desde junho de 1999. Já o barril WTI chegou a perder 8,04%, caindo a US$ 10,76. A Opep+ fechou acordo neste mês para novas restrições de oferta, mas medidas adotadas pelo mundo para combater a disseminação do vírus reduziram ainda mais a demanda. A expectativa é de que a queda nos preços gere cortes de produção por motivos econômicos ou devido à falta de capacidade de armazenamento, destaca a Reuters. Na terça-feira, os contratos futuros do Brent para entrega em junho recuaram 24%, para US$ 19,33 por barril, no menor valor desde fevereiro de 2002. Já o petróleo dos EUA caiu 43%, a US$ 11,57. Por que o preço do petróleo americano caiu abaixo de zero e como isso afeta o mundo? Poucos compradores; aumento das reservas A sobreoferta tem crescido desde que a Opep+, liderada por Arábia Saudita e Rússia, falhou em prorrogar cortes de produção no mês passado. A Opep+ chegou a um acordo para novos cortes neste mês, mas medidas de isolamento de governos para conter a pandemia cortaram ainda mais a demanda. O contrato de barril de WTI para entrega expirou nesta terça-feira (21), o que significou que aqueles que o assinaram tiveram de encontrar compradores físicos. Com o aumento das reservas nos Estados Unidos nas últimas semanas, os produtores foram obrigados a baixar o preço para fazer essa conta fechar, provocando o colapso dos preços na segunda — o contrato mais próximo do vencimento nos EUA caiu para território negativo pela primeira vez em todos os tempos na segunda-feira. Na semana passada, a Administração de Informações sobre Energia dos EUA informou que as reservas de petróleo subiram 19,25 milhões de barris, enquanto a demanda recuou 30%. Carlos Alberto Sardenberg analisa como a Petrobras será impactada pela crise do petróleo Mercado pressionado Embora países produtores tenham concordado em reduzir bombeamento e as maiores petroleiras do mundo também estejam diminuindo produção, os cortes não serão rápidos o suficiente para evitar problemas nas próximas semanas. "O mercado de petróleo está profundamente encrencado e é pouco provável que saia desse mal-estar no curto prazo", disse Stephen Brennock, da corretora PVM. "A demanda está baixa, a oferta está elevada e os estoques estão cheios." O mercado de petróleo passou nesta semana por alguns dos momentos mais selvagens da história das negociações. "Estejam preparados para mais surpresas nesse mercado quebrado do petróleo", disse o chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen. O Brent chegou agora a níveis tão baixos quanto vistos quando a Opep também lutava contra um excesso no mercado e havia preocupação entre empresas e consumidores — na época dos temores relacionados ao "bug do milênio", que poderia afetar computadores na virada do século.