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Cesar G. Villela, criador da arte visual de discos de bossa nova, morre aos 90 anos

por Administrador / segunda-feira, 14 dezembro 2020 / Publicado em Cultura

Designer deixa obra referencial, exposta nas modernas capas idealizadas para LPs editados pela gravadora Elenco na década de 1960. ♪ OBITUÁRIO – Somente por ter criado em 1959 o layout da capa do histórico primeiro álbum do cantor João Gilberto (1931 – 2019), Chega de Saudade, o artista gráfico e pintor carioca Cesar Gomes Villela (16 de maio de 1930 – 11 de dezembro de 2020) já teria, ele próprio, um lugar de honra na história da música do Brasil. Contudo, Cesar G. Villela – como o programador visual assinava e como está grafado nos créditos da contracapa do primeiro LP de João – fez muito mais pela arte da Bossa Nova e, por isso, a morte do artista gráfico está sendo lamentada em nichos do meio musical brasileiro assim que foi confirmada por Claudia Villela, filha de Cesar, em rede social. Villela morreu na sexta-feira, 11 de dezembro, aos 90 anos, vítima de pneumonia, em hospital do município fluminense de Miguel Pereira (RJ), onde dera entrada horas antes. O artista deixa relevante legado gráfico na indústria fonográfica brasileira. Capa do álbum 'Chega de saudade', lançado em 1959 por João Gilberto com layout de Cesar G. Villela Reprodução Nessa área, a trajetória profissional de Villela começou na gravadora Odeon, na qual criou as capas dos fundamentais três primeiros álbuns de João Gilberto – o já mencionado Chega de saudade (1959), O amor, o sorriso e a flor (1960) e João Gilberto (1961) – e as de discos como Amor de gente moça (Sylvia Telles, 1959). Ao ser levado pelo produtor musical Aloysio de Oliveira (1914 – 1995) para trabalhar na Elenco, gravadora aberta em 1963, Cesar G. Villela se notabilizou ao criar uma identidade visual bem delineada para as capas de LPs editados pelo selo. Caracterizada pela exposição de fotos em alto contraste, as capas em preto e branco dos discos da Elenco – adornadas com detalhes vermelhos que, não raro, incluíam quatro bolas dessa cor para simbolizar harmonia (tal como o designer havia aprendido na cabala) – se tornaram referenciais e criaram estética visual singular para discos de artistas associados à Bossa Nova. Se o designer e ilustrador Rogério Duarte (1939 – 2016) criou a identidade visual da Tropicália, Cesar G. Villela foi quem criou, sobretudo no período que foi de 1963 a 1965, a modernista arte gráfica que identifica a Bossa Nova no mercado fonográfico brasileiro. Capa do álbum 'Antonio Carlos Jobim', de 1963 Arte de Cesar G. Villela Na gravadora Elenco, Cesar G. Villela criou capas de álbuns de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), Baden Powell (1937 – 2000), Lennie Dale (1934 – 1994), Lucio Alves (1927 – 1993), Maysa (1936 – 1977), Nana Caymmi, Nara Leão (1942 – 1989), Roberto Menescal, Rosinha de Valença (1941 – 2004), Sérgio Ricardo (1932 – 2020), Sylvia Telles (1935 – 1966) e Vinicius de Moraes (1913 – 1980), entre outros nomes de peso. Capa do LP 'Um show de bossa…', de Lennie Dale com BossaTrês Arte de Cesar G. Villela ♪ Eis dez álbuns da gravadora Elenco cujas capas perpetuam a arte elegante de Cesar G. Villela: ♪ A bossa nova de Roberto Menescal e seu conjunto (1963) – Roberto Menescal ♪ Antonio Carlos Jobim (1963) – Antonio Carlos Jobim (edição brasileira do álbum The composer of Desafinado plays, lançado em 1963 nos Estados Unidos) ♪ Balançamba (1963) – Lúcio Alves ♪ Bossa balanço balada (1963) – Sylvia Telles ♪ Um show de bossa… (1963) – Lennie Dale com Os Bossa Três ♪ Baden Powell à vontade (1964) – Baden Powell ♪ Maysa (1964) – Maysa ♪ Nara (1964) – Nara Leão ♪ Um sr. talento (1964) – Sérgio Ricardo ♪ Nana (1965) – Nana Caymmi Capa do álbum 'Maysa', de 1964 Arte de Cesar G. Villela

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