O que criadores de gado e frigoríficos fazem para evitar o desmatamento na Amazônia
Pecuária é a principal atividade do bioma, e falta de controle em etapas da atividade associa o setor ao desmatamento. Criação de gado em Alta Floresta, norte de Mato Grosso, dentro do bioma Amazônia Divulgação/Pecsa A pecuária é a principal atividade econômica da Amazônia, e, por consequência, é a que mais utiliza áreas desmatadas da região. Essa ligação entre criação de gado e Amazônia é antiga, surgiu na década de 1950 e contou com incentivo do governo federal (clique aqui e saiba mais). Atualmente, 41,6% do rebanho brasileiro está nos estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão). São mais de 89 milhões de animais e cerca de 29 milhões de pessoas. O Brasil tem, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 214 milhões de bovinos, isso dá quase mais de um animal por cidadão do país (somos 212 milhões de pessoas). De 1950 para cá, a preocupação com a floresta aumentou e o crescimento da atividade pecuária na Amazônia – especialmente em casos em que há desmatamento ilegal – abalou a imagem do setor perante os consumidores. A Amazônia Legal, região que compreende 8 estados, corresponde a 59% do território brasileiro e teve 964 km² sob alerta de desmatamento em setembro, segundo dados Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desde 2019, esse índice está crescendo. Por outro lado, pesquisadores e produtores afirmam que o uso da criação de gado é uma tática comum para a grilagem e para a especulação imobiliária, não sendo assim uma atividade ligada ao agronegócio. Preocupados com a repercussão negativa, pecuaristas, indústrias, restaurantes e varejo tentam mostrar que é possível conciliar floresta com atividade econômica. O setor diz que apoia a preservação e afirma que tem sido cada vez mais exigente em relação à carne produzida na Amazônia. Além disso, afirma que pretende criar um "cadastro positivo da pecuária" na região até 2025. Ainda assim, hoje em dia, o Ministério Público Federal afirma que ainda não é possível garantir que a carne bovina que chega aos consumidores está livre do desmatamento. Segundo produtores, ambientalistas, procuradores e empresas ouvidos pelo G1, as principais medidas que têm sido tomadas para tornar a atividade mais sustentável são: Investimento em técnicas de produção que aproveitem melhor a propriedade, sem a necessidade de abertura de novas áreas (desmatamento legal); Aumento da exigência dos frigoríficos aos pecuaristas, como garantir desmatamento zero da propriedade; Ministério Público e empresas assumiram compromissos para monitorar e aperfeiçoar a compra de gado na região; Início do monitoramento dos fornecedores indiretos, que são aqueles que podem cometer irregularidades; Discussão de um sistema de pagamento por serviços ambientais que incentive o produtor a preservar áreas acima do que a lei permite. Está mais sustentável, porém… Os criadores profissionais explicam que, dos anos 1950 para cá, a coexistência de pastos e florestas tem se tornado menos danosa em alguns casos, com o surgimento da pecuária sustentável. Mas os problemas não foram eliminados. "Não temos como afirmar que a carne no supermercado está livre do desmatamento", diz o procurador da República Ricardo Negrini, responsável por um dos principais acordos sobre compra de gado do Brasil, feito no Pará. O Pará faz parte da Amazônia Legal e tem o município com o maior rebanho do país (São Félix do Xingu). O estado concentra quase 10% de todo rebanho bovino do país (20,6 milhões de cabeças de gado). Negrini reconhece que, na última década, a fiscalização dos frigoríficos e a mobilização do setor reduziram a associação entre carne e derrubada de árvores. “A compra é muito mais sustentável que há 10 anos, não tem comparação. Cada vez mais imune ao desmatamento, mas não está completamente imune”, afirma Negrini. O secretário-executivo da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (MPF), Daniel Azeredo, diz que é necessário "reconhecer o esforço" dos frigoríficos. Segundo ele, as compras diretas, aquelas entre empresa e pecuaristas, estão praticamente livres do desmatamento. Mas Azeredo aponta que triangulações e fornecimento indireto de gado ainda podem ter ligação com crimes ambientais. É possível ter mais carne sem desmatar? Segundo especialistas, sim. Existem técnicas para intensificar a criação de animais com produtividade e que gere custo-benefício para o pecuarista. Mas ainda são poucos os que adotam por causa do alto investimento. Não existem dados específicos para a Amazônia, mas, segundo levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2016, cerca de 5% das áreas de pastagens do Brasil (11,5 milhões de hectares) adotam métodos de pecuária sustentável. Como normalmente os pecuaristas têm aversão ao risco, a adesão acaba sendo pequena e demorada. Mas empresas e pesquisadores tentam convencer o homem do campo de que essas iniciativas são comprovadamente mais lucrativas e sustentáveis. Ou seja, vale a pena apostar. O início de tudo vem da ideia de uma pecuária intensiva, que é aquela que se aproveita melhor a área já existente. Pecuária extensiva, intensiva e integrada Roberta Jaworski, Rodrigo Sanches e Aparecido Gonçalves/G1 Vale lembrar que o "arroto" dos bovinos é rico em metano, um gás associado ao efeito estufa. Mas estudos mostram que, com um pasto bem cuidado, é possível capturar boa parte desta emissão. Por fim, se a propriedade não tem condições dessa integração ou o pecuarista não tem como fazer o investimento, existe o modelo de pecuária intensiva, que é muito incentivado por pesquisadores. Neste modelo, a ideia é trabalhar o melhor aproveitamento do pasto. “Existem milhões de hectares de pasto degradado e com produtividade baixa. É possível produzir mais. Não precisa desmatar”, afirma Laurent Micol, diretor da Pecuária Sustentável da Amazônia (Pecsa), fornecedora do McDonald’s. De acordo com a Embrapa, dos pouco mais de 200 milhões de hectares no Brasil, 130 milhões estão degradados. Na Amazônia, pelo menos metade da área de pasto está desgastada ou em processo de degradação. Isso significa que existe muita área de criação que pode ser recuperada, sem a necessidade de abrir novas áreas. Dentro dessa lógica, baseada na pecuária intensiva, a Pecsa é gestora de 6 fazendas na região de Alta Floresta, na divisa entre Mato Grosso e Pará, cujos proprietários viraram sócios da empresa. Pecsa utiliza métodos de pecuária intensiva na sua produção de gado Divulgação/Pecsa "Uma fazenda degradada não produz nada. Se a propriedade perde seu potencial, o produtor não tem dinheiro para investir e nem para onde correr. Nós atendemos fazendeiros que estão nesta situação", explica Micol. Além disso, Pecsa se encarrega de ir atrás da regularização ambiental e checar se o registro do imóvel não foi "grilado". A área ocupada por animais nas fazendas do grupo está em torno de 3 animais por hectare, o triplo da média nacional. E a produtividade também é muito superior. Em Mato Grosso, os pecuaristas produzem 51 kg (3,4 arrobas) por hectare (10 mil m²) anualmente. Nas áreas geridas pela empresa, são 450 kg (30 arrobas) por hectare ao ano. Outro exemplo de que é possível é o do pecuarista Mauro Lúcio Costa, de 55 anos, que cria gado em Paragominas, no Pará. Ele faz uma das etapas da pecuária que é conhecida como recria, ou seja, ele compra bezerros e gado magro e os engorda para vender para os frigoríficos. Mauro está em um ponto sensível da cadeia, pois é nesta fase onde costumam existir mais problemas de desmatamento ilegal associado à pecuária. Segundo procuradores que atuam na Amazônia, o desafio está nos chamados fornecedores indiretos (entenda mais abaixo). Pecuarista da Amazônia conta história na atividade “Quando eu compro o animal, eu peço o CAR (Cadastro Ambiental Rural), faço consulta da propriedade, se está na lista do trabalho escravo, embargo do Ibama…”, conta. Não é prática comum um pecuarista checar a procedência dos animais de outro produtor. “Ninguém costuma fazer isso, eu já faço desde 2017, em um trabalho conjunto com o Ministério Público Federal”, explica Mauro, que mostra produtividade 10 vezes maior do que a média nacional. Alto custo X pequenos produtores Fazenda de Mauro consegue aliar preservação com a criação de gado Arquivo pessoal É possível produzir mais sem desmatar, mas também é mais caro. A recuperação do pasto tem custo estimado em R$ 2 mil por hectare. Se somar a instalação de cercas, bebedouros e outros itens para que a fazenda adote o modelo intensivo, O investimento fica em torno de R$ 3,5 mil por hectare. Ou seja, são necessários cerca de R$ 350 mil para recuperar uma área de 100 hectares. Para um pequeno produtor, é um valor alto com retorno incerto, já que o preço do boi é incerto. Além disso, uma propriedade rural na Amazônia possui outros gastos, sendo o ambiental um dos mais pesado. Como só é possível produzir em 20% da área da fazenda, de acordo com o Código Florestal, o produtor precisa estar bem regularizado, qualquer avanço errado pode ser um crime ambiental. “Os grandes estão no topo da pirâmide de gestão e regularização. Mas existe uma base dessa pirâmide que está à margem de todo esse sistema (de pecuária intensiva)", explica o pecuarista Caio Penido, presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável. Este grupo reúne empresas de alimentos e organização de produtores, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). "Se um grande produtor enfrenta dificuldades para estar regular, imagina um pequeno produtor? Não é que ele quer ficar à margem, ele quer uma forma simples de se regularizar", completa Penido. “A gente corre o risco de tanta exigência ambiental para ter um risco social, um êxodo, ficando apenas os maiores e mais tecnificados." Mas o investimento é inevitável Você sabe a diferença entre a pecuária extensiva e a intensiva? O investimento é inevitável, mas é um problema da atividade. Primeiro porque os pecuaristas não costumam ter valores tão altos em mãos e, também, por causa da aversão ao risco dos criadores. "O pecuarista é investidor que preza pela segurança, o perfil de investimento é diferente. Na agricultura, o produtor tem mais capacidade de gerenciamento financeiro e facilidade em captar recursos", explica o analista do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea) Caio Monteiro. "Já o pecuarista não. Ele trabalha com a liquidez, que é o gado, que ele pode vender a qualquer momento de aperto", completa Monteiro. Porém, os especialistas acreditam que os criadores que não investirem na sustentabilidade da produção vão ficar para trás. O motivo é que a pecuária convencional vai se tornar inviável ao ponto de o criador ter que abandonar a atividade. "A pecuária na Amazônia evoluiu muito. Estamos agora no final da terceira fase (iniciada em meados da década de 1980), na qual a característica principal é a predominância de sistemas menos extensivos e mais eficientes", afirma o pesquisador da Embrapa Moacyr Bernadino Filho. "Já estamos em transição para uma quarta fase na qual predominarão sistemas mais intensivos e menos amadores… seria a 'pecuária profissional', propriamente dita", continua o pesquisador, que acredita que a assistência técnica será fundamental neste processo. Custo-benefício para o pecuarista Além do investimento para tornar a produção mais sustentável, existe também o custo de manutenção da área. O Cepea-USP calculou a diferença no custo-benefício para um pecuarista médio da Amazônia que faz todas as etapas da criação de gado (do bezerro ao abate). Se o pecuarista investe apenas no básico, sem se preocupar em melhorar a qualidade do pasto ou aumentar a quantidade de animais por hectare, o custo fica em torno de R$ 170 por hectare ao ano. Ou seja, se o produtor tiver uma fazenda com 1.000 hectares (uma propriedade considerada de tamanho médio), o gasto dele será em torno de R$ 170 mil por ano. Se o mesmo criador fizer a integração lavoura-pecuária com o cultivo de milho e soja, o custo sobe para R$ 1.600 por hectare. Porém, a margem de lucro líquida da fazenda mais sustentável chega a ser 11 vezes maior em relação a extensiva. Veja o comparativo: Pecuarista extensivo: custo de R$ 170 mil por ano com lucro de R$ 200 mil; Pecuarista intensivo: custo de R$ 500 mil por ano com lucro de R$ 800 mil; Pecuarista integrado: custo de R$ 1,6 milhão por ano com lucro de R$ 2,2 milhões. O custo-benefício de cada tipo de pecuária G1 Agro Ao investir em uma produção intensiva, o gasto é maior, mas o lucro e a sustentabilidade a longo prazo compensam, avaliam os especialistas. Melhor uso da área A pecuária intensiva também expõe um problema da pecuária comum, que é o mal aproveitamento de espaço. Um boi demora cerca de 18 meses para engordar o suficiente para o abate. É um processo demorado e, quanto mais animais, melhor para a preservação e para o criador. Atualmente, a média brasileira é de 1 boi gordo para um 1 hectare. Ou seja, um animal ocupando por 18 meses sozinho uma área maior do que um campo de futebol. É por isso que aumentar o número de animais em um mesmo espaço é necessário. "A gente consegue dobrar ou triplicar a produção de carnes sem precisar abrir áreas. Rotação de pastos, adubação, melhoria de manejo e, na Amazônia, é possível", explica o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) Marcelo Stabile. "O produtor, ele quer produzir carne, e o mundo deve aumentar a demanda por proteínas em 60% nos próximos 30 anos. Deve vir do Brasil essa oferta, mas de uma pecuária eficiente", completa. O papel dos frigoríficos Se os produtores buscam soluções no campo, frigoríficos e grandes restaurantes têm o desafio de acompanhar esses fornecedores dentro de um bioma que tem cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados — uma área um pouco menor do que a dos 27 países da União Europeia. Atualmente, essas empresas se valem do monitoramento via satélite do sistema Prodes, do Inpe, para verificar se os pecuaristas estão cumprindo com a legislação brasileira. O acompanhamento precisa ser diário. Algumas exigências dos grandes frigoríficos são: Não desmatar a fazenda após 2009, seja o desmatamento legal ou ilegal; Apresentar a documentação de posse da propriedade; Fazer o Cadastro Ambiental Rural (CAR); Propriedade não pode estar em área de terra indígena, terra pública ou unidade de conservação; Não pode estar embargada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Não pode estar na lista suja do trabalho escravo da Secretária do Trabalho, antigo Ministério do Trabalho O Ministério Público Federal possui Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com produtoras de carne em 5 estados da Amazônia Legal (Acre, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Amazonas). É um compromisso de que não haverá compras de gado de fazendas que estejam irregulares, seja por desmatamento ou por não seguir outros itens da legislação ambiental. As empresas não são obrigadas a entrar no acordo, mas, em caso de irregularidades, podem ter as vendas embargadas e serem multadas. O primeiro TAC foi realizado no Pará, em 2009, onde estão os maiores rebanhos de gado do país, e que conta com 31 empresas. Os dados mais recentes das auditorias foram divulgados em novembro de 2019 e se referem a 2017. Foram vistoriadas 23 empresas e analisadas as compras de 2,19 milhões de cabeças de gado. Do total, 137 mil animais vieram de propriedades que tinham alguma irregularidade (6,25%). Maior produtora de carnes do mundo, a JBS diz que suas compras passam por auditoria externa e que a conformidade é próxima de 100%. “Na Amazônia Legal, nós monitoramos diariamente 50 mil fazendas. Juntando as informações, o sistema cobre 45 milhões de hectares, a área de um país como a Alemanha, são 400 municípios”, afirma Márcio Nappo, diretor de sustentabilidade da empresa. De acordo com os dados mais recentes da JBS, dos 50 mil fornecedores de gado monitorados, 8.875 foram bloqueados, quase todas (8.238) na região do bioma Amazônia. A JBS anunciou neste ano uma parceria com MPF e Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) para aprimorar a checagem dos fornecedores indiretos por meio da plataforma "Boi na Linha", que vai criar diretrizes para melhor checagem dos pecuaristas. A Marfrig, segunda maior empresa de carnes e maior produtora de hambúrgueres do mundo, adotou ainda o monitoramento de focos de calor nas propriedades fornecedoras após a crise das queimadas na Amazônia, ocorridas no meio de 2019. Se for localizado algum ponto de incêndio, o pecuarista deverá checar e informar à empresa qual era o problema, e mostrar provas de que já foi solucionado. Ele não poderá mais vender para o frigorífico até resolver a questão. Das 13.589 propriedades fornecedoras da empresa no bioma Amazônia, 3.194 estão embargadas. “A maioria dos nossos fornecedores que estão no bioma cumpre os critérios. Em grande medida, a produção de carne na Amazônia que vai para a indústria já opera neste sentido. O que é crime, fica clandestino e foge do que é a produção normal”, diz o diretor de sustentabilidade da Marfrig, Paulo Pianez. O problema das compras indiretas O procurador da República Ricardo Negrini, um dos responsáveis pelo TAC com os frigoríficos no Pará, confirma que as compras diretas, entre frigoríficos e pecuaristas, estão, em sua maioria, regulares. O problema, de acordo com a auditoria do MPF, são os fornecedores indiretos: fazendas que estão em situação irregular produzem bezerro ou boi magro e vendem para que outros criadores, estes em dia com a lei, possam fazer a venda para as indústrias. “Nós colocamos um teto de compras: agora as empresas só podem comprar até 2,5 cabeças de gado por hectare, muito acima da média nacional, que é 0,8 cabeça por hectare. Havia casos com fazendas com mais 30 a 50 cabeças de gado por hectare…. Claramente uma fraude”, explica Negrini. Outro problema está relacionado a fraudes no Cadastro Ambiental Rural. O produtor adultera a área da fazenda dentro do sistema do governo, para eliminar a parte do terreno que está irregular. "Grandes frigoríficos têm o poder de influenciar positivamente o comportamento dos produtores diretos e indiretos e de dar o exemplo para todo o setor pecuário. É isso que estamos cobrando deles", afirma Mariana Abreu, pesquisadora da ONG internacional Global Witness. Neste ano, Marfrig e JBS, respectivamente, decidiram criar programas para checar as compras indiretas. As empresas esperam que, até 2025, toda a cadeia de fornecedores na Amazônia esteja monitorada. A ideia é criar um “cadastro positivo da pecuária” (saiba mais aqui). "Os frigoríficos devem estimular o produtor a melhorar produtividade, dar assistência técnica e cobrar a regularidade do imóvel", pede Stabile, pesquisador do Ipam. Restaurantes e supermercados A origem da carne também é cobrada de quem vende o produto diretamente ao consumidor. A Arcos Dourados, responsável pela operação do McDonald’s no Brasil, tem uma política de compras restrita, que segue a linha de exigência dos frigoríficos. Toda a carne utilizada pela rede no Brasil é produzida no país. Em 2010, a empresa decidiu proibir a compra de qualquer produto, como soja e carne, que tivesse origem no bioma Amazônia, mesmo em áreas regularizadas. Elas foram retomadas, gradualmente, a partir de 2016. A empresa não divulga os números, mas disse que, desde 2016, as compras de carne na Amazônia aumentaram em 4 vezes. A gigante tem apenas um fornecedor no bioma: a empresa Pecuária Sustentável na Amazônia (Pecsa). “Vimos projetos que queriam conciliar os aspectos social, econômico e ambiental”, explica o diretor de Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dourados, Leonardo Lima. “Porque, no bioma, vivem mais de 25 milhões de pessoas. Isso significa que é necessário ter uma economia que sustente essa população. Ao mesmo tempo, temos que preservar a floresta e os biomas existentes”, completa Lima. Mariana, da Global Witness, entende que, além dos restaurantes, as redes de supermercados deveriam ter um papel mais ativo nessa discussão, exigindo mais de seus fornecedores de carne. "Os varejistas têm se comprometido muito pouco e é preciso que eles façam mais”, diz a pesquisadora. "Temos que chamar os supermercados (para a discussão). Hoje, temos tecnologia e instrumentos que poderiam ser implementados com os frigoríficos. Rastreabilidade não é difícil e nem caro", afirma Daniel Azeredo, procurador do MPF. Os varejistas ouvidos pelo G1 dizem que seguem políticas de compra parecida com a dos frigoríficos: com o monitoramento via satélite da área, a exigência de desmatamento zero e o cumprimento das legislações ambiental e trabalhista. O Grupo Pão de Açúcar (GPA) afirma que, desde 2016, tem indicadores específicos para a compra de carne bovina. Os fornecedores que não seguirem a política de compras têm as aquisições bloqueadas. Segundo o grupo, até hoje, 19 fornecedores foram suspensos. "Nossos fornecedores de carne têm o dever de informar a origem da carne ou do gado que ele processa para abastecer as nossas lojas", afirmou o GPA, em nota, completando que, em 2018, mais de 98% do volume de carne vendido teve a origem monitorada. Já o Grupo Carrefour Brasil afirmou que mantém o compromisso de desmatamento zero, por meio de um sistema. Essa plataforma, segundo a empresa, gerencia, entre outras coisas, o desmatamento, a procedência da carne e se o fornecedor segue a legislação ambiental. "Quando inconformidades são identificadas, o fornecedor é notificado para adotar medidas corretivas e, se preciso, bloqueado", disse o Carrefour, também em nota. Outro item que poderia diminuir a relação entre pecuária e desmatamento é a implementação completa do Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), um sistema do Ministério da Agricultura que monitora todas as fases da criação de gado, do bezerro ao abate. Uma espécie de "brinco" mostra que o boi foi cadastrado no Sisbov, sistema de monitoramento do governo sobre a origem do gado Divulgação/Pecsa Hoje, os pecuaristas não são obrigados a utilizar o sistema e a reclamação do setor é de que o custo de implementação é muito alto. Pagamento pela proteção da floresta Caio Penido, presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, diz que a crise das queimadas na Amazônia de 2019 e a ameaça de boicotes levantaram um tema que considera importante para a manutenção das florestas e o equilíbrio com a atividade agropecuária: o pagamento por serviços ambientais. Produtores querem mostrar que é possível conciliar preservação e pecuária na Amazônia Divulgação/Pecsa A ideia é que produtores rurais possam receber dinheiro por preservar áreas acima do que a lei exige, com o objetivo de capturar o carbono emitido por multinacionais e países poluidores. “Grandes países poluidores devem remunerar o Brasil, que abriu mão de áreas altamente produtivas para preservar o meio ambiente. A floresta, se ela é tão importante para a sobrevivência da humanidade, para a sobrevivência do planeta, ela tem que ter um valor”, opina o pecuarista. O projeto que trata do assunto avançou no Congresso como resposta à crise de imagem provocada pelas queimadas. A proposta foi aprovada em setembro de 2019 na Câmara dos Deputados e está estacionado no Senado. O Ministério do Meio Ambiente anunciou em julho deste ano a criação do programa Floresta+, que prevê R$ 500 milhões para atividades que melhorem, conservem e recuperem a natureza. O governo afirma que ainda está definindo os critérios de pagamento para colocar a iniciativa em prática. “A gente tem que transformar a biodiversidade em uma fonte de renda. Hoje, ela tem custo e traz muita dor de cabeça. Se a floresta tiver mais valor de pé do que derrubada, ela, consequentemente, vai ser mais preservada”, conclui Penido.
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Por que tem tanto gado na Amazônia?
Pecuária foi incentivada pelo governo federal em uma época em que não havia preocupação com desmatamento. Na década de 1970, anúncios convocavam produtores a ocupar 'o maior pasto do mundo'. Publicidade do governo em que incentivava a migração para a Amazônia, de dezembro de 1971 Reprodução/ Acervo O Globo "Toque sua boiada para o maior pasto do mundo", dizia uma propaganda do governo federal nos anos 1970, que incentivava produtores rurais a ocuparem a Amazônia. A iniciativa deu certo. Atualmente, os estados da região concentram 41,6% do rebanho bovino do Brasil, segundo o IBGE. Criação de gado no Brasil em 2019 Rodrigo Sanches/G1 A chegada da produção agropecuária na Amazônia já era estimulada pelo governo desde a década de 1950, segundo pesquisadores. O que criadores e frigoríficos fazem para evitar o desmatamento na Amazônia A intenção era ocupar uma região extensa do país, para evitar que fosse invadida por estrangeiros. Na época, não havia a preocupação com o desmatamento e seus efeitos, diferentemente do que ocorre desde os anos 1990. A plataforma Mapbiomas aponta que, entre 1985 e 2018, 41,9 milhões de hectares de floresta viraram pastagem. Isso significa que 88% do incremento da área de pecuária na região veio da derrubada de florestas. Desmatamento na Amazônia entre 1985 e 2018 Rodrigo Sanches/G1 Os dados não separam o que foi desmatamento ilegal e o que foi abertura de área, como é chamado o desmatamento legal. Produtores e especialistas ouvidos pelo G1 dizem que foi o incentivo do governo brasileiro no passado que contribuiu para o crescimento da pecuária na região. Ocupação Com o lema "integrar para não entregar", a ditadura militar (1964-1985) prometia facilidades para a compra de terras públicas para quem migrasse para a região amazônica. “O governo tinha uma política de ocupação da Amazônia e as pessoas iam para lá por causa da terra barata. Você teve uma ocupação mais ou menos desordenada, isso é uma das raízes do problema”, contextualiza Marcelo Stabile, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Entre 1985 e 2018, 41,9 milhões de hectares, uma área maior do que a Alemanha, de florestas viraram pastagens, segundo a plataforma Mapbioma. Quando o sistema mostra aparecimento de pastagens é um indicativo de que há atividade pecuária no local. Atualmente, segundo o Mapbioma, a Amazônia tem 52,9 milhões de hectares em pastos, cerca de 10% da área total do bioma (cerca de 550 milhões de hectares). Os pesquisadores do Mapbioma estimam que 80% das áreas desmatadas na Amazônia nos últimos 33 anos foram usadas para a formação de pastos. Os dados do Mapbiomas não separam o que foi desmatamento ilegal e o que foi abertura de área, como é chamado o desmatamento legal. Stabile, do Ipam, explica que, na época da ocupação, não havia preocupação com os efeitos ao meio ambiente que o desmatamento poderia provocar, consciência que começou a surgir nos anos 1980 e que ganhou fôlego após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente no Rio de Janeiro (Rio 92). Em 1981, o governo federal começou a monitorar o desmatamento da Amazônia por satélite, para avaliar o avanço da derrubada da floresta e seus efeitos Nos anos 2000, a ocupação da Amazônia e as consequências do desmatamento começaram a ser ainda mais estudadas e o tema ganhou urgência. Em 2012, o governo federal aprovou o novo Código Florestal, que é a legislação ambiental do país. Ele trouxe regras para a produção agropecuária na Amazônia. De acordo com a lei, o produtor rural da região tem direito a desmatar 20% da fazenda para a atividade. Os outros 80% devem ser preservados. O Código Florestal também deu anistia de multas e punições para produtores rurais que desmataram antes do dia 22 de julho de 2008. Depois desta data, o agropecuarista que desmatou ilegalmente deverá ser punido. A pecuária e o desmatamento Guilherme Pinheiro e Amanda Paes/G1 Já em 2019, a ligação entre agropecuária e o desmatamento da Amazônia ganhou proporções internacionais. Ameaças de boicote e até o fim das compras de produtos brasileiros foram vistos no ano passado. E para evitar a fuga de investidores no país, o governo anunciou no início do ano o Conselho da Amazônia, comandando pelo vice-presidente Hamilton Mourão. O objetivo do colegiado é organizar ações entre ministérios para "proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia". A criação do conselho foi comemorada por lideranças do agronegócio. Elas acreditam que a medida mostrará o compromisso do Brasil contra o desmatamento, especialmente o associado ao setor. Desde a criação do Conselho da Amazônia, Mourão se reuniu com investidores e empresários que pediram mais rigor no combate ao desmatamento. Tática comum para a grilagem Um dos motivos apontados pelos produtores rurais é de que a pecuária é escolhida porque é a forma de produção mais simples de se implementar, devido à falta de infraestrutura da região amazônica. O setor pecuário argumenta que esses grileiros não são produtores profissionais e não fazem criação de gado com objetivo comercial. Desmatamento na Amazônia Paulo Whitaker/Reuters Segundo Marcelo Stabile, pesquisador do Ipam, a maior parte da ocupação ilegal de terras costuma ser feita com a criação de gado. "O gado vem andando, para produzir soja, neste caso, não teria infraestrutura para levar maquinário e insumos", afirma Stabile. Neste contexto, grileiros usam o gado para “esquentar” a área, ou seja, para escapar da fiscalização e conseguir o título da terra, eles simulam que a área é uma propriedade rural sem registro. “Desmatar não é fácil e nem barato. A pecuária acaba sendo a forma menos complicada e de baixo investimento para ocupar uma área para especulação e grilagem. É uma desculpa para o grileiro justificar o uso da terra (e conseguir o título da área)”, explica Stabile. Conquistando a posse da terra, o grileiro consegue vender a área para um produtor rural ou empresa do setor. Tornando a prática lucrativa. “No fim, o ganho dele (grileiro) não é com a produção de carne, mas com a venda da terra”, diz o pesquisador. Neste cenário, a medida provisória de regularização fundiária – que o governo editou em dezembro e que perdeu validade em maio – gerou temor de brecha para legalizar grileiros na região. O texto agora é discutido em forma de projeto de lei e restringe boa parte das críticas feitas por ambientalistas. Após o vencimento da MP, o governo anunciou que vai começar a fazer a regularização fundiária de produtores rurais da Amazônia com o uso de georreferenciamento e baseada na lei atual (que foi criada em 2009). Mais boi do que gente Hoje, mais de 40% do rebanho brasileiro está nos estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão). São mais de 89 milhões de animais e cerca de 29 milhões de pessoas. O Brasil tem, segundo dados do IBGE, mais de 214 milhões de bovinos, isso dá quase mais de um animal por cidadão do país (somos 212 milhões de pessoas). Homens tocam gado em fazenda ao longo da Rodovia Transamazônica perto de Uruará (PA) Nacho Doce/Reuters A pecuária é a principal atividade do agronegócio no bioma Amazônia (característica de vegetação que compreende boa parte dos estados da Amazônia Legal).
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Bolsonaro se irrita ao ser abordado sobre preço alto do arroz
'Tu quer que eu baixe na canetada? Você quer que eu tabele? Se você quer que eu tabele, eu tabelo. Mas você vai comprar lá na Venezuela', disse o presidente na saída de uma feira no DF. O presidente Jair Bolsonaro é visto sem máscara durante passeio ao lado do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, em comércio do DF na manhã deste domingo (25). Gabriela Biló/Estadão Conteúdo O presidente Jair Bolsonaro fez na manhã deste domingo (25) um dos passeios de moto que costuma fazer pelo Distrito Federal aos finais de semana. Primeiro, ele foi até uma pamonharia em Sobradinho, região administrativa do DF que fica ao lado de Brasília. Ele estava acompanhado dos ministros da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e da Casa Civil, Walter Braga Neto. Assim como das outras vezes, Bolsonaro estava sem máscara e provocou aglomeração ao interagir com as pessoas no local. Bolsonaro se irrita ao ser abordado sobre preço alto do arroz Depois, ele foi até uma feira no Cruzeiro, outra região administrativa do DF, onde se irritou com um homem que reclamou do preço do arroz. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o homem perguntou: “Bolsonaro, baixa o preço do arroz, por favor. Não aguento mais”. O presidente, então, respondeu: “Tu quer que eu baixe na canetada? Você quer que eu tabele? Se você quer que eu tabele, eu tabelo. Mas você vai comprar lá na Venezuela”. O homem se afastou sem dizer mais nada. E Bolsonaro afirmou: “Fala, e vai embora”. A alta no preço do arroz ao consumidor levou o governo a anunciar, em setembro, a isenção da tarifa de importação para 400 mil toneladas do alimento. O objetivo da medida tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, foi o de reduzir o custo do arroz importado para aumentar a oferta no país e, assim, conter a alta de preços do produto no mercado interno. Alguns dos fatores que explicam a disparada de preços são o aumento do consumo interno devido à pandemia e ao Auxílio Emergencial; valorização do dólar em relação ao real; redução da disponibilidade do grão que abastecia o país, e queda na produção da Ásia, o que elevou a cotação do grão no mercado internacional. A ida à feira no Cruzeiro foi uma das paradas que o presidente fez na manhã deste domingo ao passear de moto pelo Distrito Federal. Antes, ele havia ido até Sobradinho, outra região administrativa ao lado de Brasília, onde comeu pamonha. O uso da máscara é obrigatório em áreas públicas do Distrito Federal desde o dia 30 de abril. A aplicação de multas começou em 18 de maio. Quem é flagrado sem o acessório pode ser multado em R$ 2 mil, além de responder pelo crime de infração de medida sanitária. A pena, neste caso, pode chegar a um ano de prisão. Atrito no governo Durante uma das paradas no passeio de moto, o ministro Luiz Eduardo Ramos foi questionado pela imprensa a respeito do atrito recente com o colega do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mas disse não haver "briga nenhuma". "Rapaz, não tem briga nenhuma", disse Ramos. E complementou: "Tem uma definição: briga é quando [tem] duas pessoas". Na quinta-feira (22), Salles afirmou que Ramos, responsável pela articulação política do governo, deveria parar de adotar uma postura de “maria fofoca”. O ministro atribuiu ao colega a origem de uma notícia publicada pelo jornal "O Globo", segundo a qual ele, Salles, "estica a corda" com a ala militar do governo — da qual Ramos, general da reserva, faz parte — ao reclamar da falta de recursos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A declaração provocou reações contrárias a Salles dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além de manifestações de apoio a Ramos de líderes do governo no Congresso e parlamentares da base do governo. Integrantes da chamada ala ideológica do governo e parlamentares governistas — entre os quais o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro — aprovaram a fala de Salles e manifestaram apoio ao ministro do Meio Ambiente. Neste domingo, Salles disse, em uma mensagem publicada nas redes sociais, que pediu desculpas a Ramos pelo que classificou como "excesso". "Conversei com o ministro Ramos, apresentei minhas desculpas pelo excesso e colocamos um ponto final nisso. Estamos juntos no governo, pelo Pres. Bolsonaro e pelo Brasil. Bom domingo a todos", escreveu. Após o pedido de desculpa de Salles, Ramos escreveu em rede social que "intrigas não resolvem nada" e que "uma boa conversa apazigua diferenças". "Uma boa conversa apazigua as diferenças. Intrigas não resolvem nada, muito menos quando envolvem questões relacionadas ao País. Eu e o Ricardo Salles prosseguimos juntos em nome do nosso Presidente Jair Bolsonaro e em prol do Brasil", afirmou o ministro Ramos. O motivo do ataque de Salles Na quinta (22), o Ibama, subordinado ao ministério de Ricardo Salles, paralisou as atividades de brigadistas que combatem incêndio florestais alegando falta de recursos. Na sexta-feira (23), o Ministério da Economia anunciou que remanejaria R$ 30 milhões para o Ibama e R$ 30 milhões para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Com isso, o Ibama determinou o retorno dos brigadistas. Salles já havia reclamado da falta de dinheiro para o Ibama. Em 28 de agosto, o Ministério do Meio Ambiente anunciou por meio de nota que suspenderia todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal em razão de um bloqueio financeiro determinado pela Secretaria de Orçamento Federal, do Ministério da Economia, em verbas do Ibama e do ICMBio.
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Como ser mais querido pelos seus colegas — virtualmente
É fácil fazer as pessoas gostarem de você no escritório entre uma rodada de café e outra; mas como fazer isso por videoconferência? É possível criar vínculo com os colegas de trabalho por videoconferência? Getty via BBC Você está em uma videoconferência de trabalho, contando aos colegas sobre aquela vez em que quase explodiu a cozinha acidentalmente. Está tudo indo bem, você começa a ver os sorrisos esboçarem. Até que, do nada, sua conexão cai. Quando você volta para a reunião, o tema da conversa mudou — agora eles estão falando sobre o tempo. E você nem sequer teve a chance de contar a eles sobre a bola de fogo do tamanho da sua cabeça. Criar vínculos com colegas no mundo real é fácil – seja no "mesão" na hora do almoço ou nas rodadas intermináveis de café. Mas a vida não é mais tão simples. Agora que uma parte das pessoas está trabalhando de casa, as únicas ferramentas à disposição são videoconferências, aplicativos de serviço de mensagem e e-mail — indiscutivelmente as formas de comunicação mais frias já inventadas. Para piorar a situação, os primeiros dias da pandemia revelaram de cara os perigos das videoconferências. Teve a funcionária que sem querer foi ao banheiro diante das câmeras, os animais de estimação que seguiram o exemplo, a chefe que inadvertidamente ativou um filtro transformando sua cabeça em uma batata e uma série de nudes não intencionais. Com esses contratempos em mente, é difícil relaxar diante da tela — quanto mais esboçar qualquer carisma. Mas então, como podemos fazer novos colegas, ou até mesmo conquistar sócios e clientes, neste novo mundo de trabalho virtual? Há cinco regras simples: Sorria Um sorriso pode ser uma ferramenta poderosa, dizem os especialistas Alamy via BBC Em 1936, o escritor americano Dale Carnegie publicou um livro que mudou o mundo. Como fazer amigos e influenciar pessoas vendeu mais de 15 milhões de cópias, tornando-se um dos livros de negócios mais populares de todos os tempos. O bilionário investidor e filantropo americano Warren Buffett leu quando tinha 15 anos e diz que deve seu sucesso a ele. Tanto é que tem uma cópia emoldurada do certificado que recebeu de um dos cursos de Carnegie em seu escritório. Entre as dicas de Carnegie está a importância do sorriso. Ele ressalta que se você parece satisfeito em ver alguém, essa pessoa ficará feliz em vê-lo – e especula que é por isso que todo mundo ama cachorro. "Eles ficam tão contentes que pulam para nós. Por isso, naturalmente, nós sentimos satisfação em vê-los", diz um trecho do livro. Embora esse seja um conselho que costuma ser útil — apesar de um pouco óbvio —, no caso da videoconferência há uma oportunidade única: enquanto normalmente você teria que sorrir individualmente para cada pessoa na sala de reunião, em uma chamada de vídeo, você pode cativar 10 ou 20 pessoas com seu sorriso de uma vez só. "Se você não tem um sorriso natural", diz o ex-fotógrafo Nicholas Boothman, autor do livro Como convencer alguém em 90 segundos, "aprendi com modelos de moda que repetir 'great great great' tem o mesmo efeito." Embora as videoconferências sejam surpreendentemente cansativas — e podem sem dúvida drenar sua energia — é melhor não parecer entediado ou de saco cheio. Encontre algo em comum Todos nós estamos enfrentando a pandemia de Covid-19 – portanto, não é difícil encontrar algo em comum com colegas e clientes no mundo todo Alamy via BBC No escritório, contamos com uma série de experiências compartilhadas para criar laços com outras pessoas. Nos deliciamos com as guloseimas que os colegas trazem das férias, reclamamos do metrô lotado e relembramos alegremente aquele incidente na festa de fim de ano. Embora possamos não perceber que é isso que estamos fazendo, encontrar algo em comum é um dos primeiros passos para estabelecer essa conexão. "Quando recebo briefings de empresas, a maioria muito simpática, grandes CEOs são capazes de encontrar algo em comum até mesmo pelo telefone, em cerca de 15 segundos", diz Boothman. "Se você conseguir que alguém diga, 'uau, eu também', então é isso." Boothman colocou em prática sua tática de conquista desde o momento em que atendeu o telefone, puxando uma conversa sobre a onda de calor que ambos estávamos vivendo, a milhares de quilômetros de distância. Falar sobre o tempo pode ser superficial e clichê, mas funciona. Portanto, embora atualmente estejamos restritos a chamadas de vídeo, aplicativos de serviço de mensagem e e-mail, ainda há um vasto mundo de assuntos relacionados ao clima e à pandemia a serem conversados. Esteja a postos Escolha o fundo com atenção: toques pessoais podem ser uma boa pedida durante o happy hour Alamy via BBC Embora você possa estar impressionado com sua habilidade recém-descoberta de conduzir reuniões de negócios virtuais na cama ou preparar o jantar enquanto faz a última ligação do dia, essa pode não ser uma boa ideia. "As videoconferências do Zoom não são feitas para passar o tempo", lembra Sally Hogshead, ex-executiva da área de publicidade e autora do livro Fascinação: Os 7 segredos para cativar o mundo à sua volta. "Elas são feitas para estimular a conexão e construir ideias. Portanto, é importante que estejamos totalmente presentes." Hogshead recomenda se preparar para reuniões virtuais da mesma forma que você faria para qualquer outra. Isso geralmente significa começar com uma pesquisa online. Se for conhecer um colega ou colaborador novo, descubra qual é a história dele, o que o interessa ou motiva. Se você for fazer um brainstorming, escreva algumas ideias de antemão. Também é vital conhecer o software que você está usando – se for bater um papo via Zoom, descubra que recursos a ferramenta possui e use-os a seu favor. Para o happy hour da equipe, por exemplo, Boothman sugere adicionar um fundo virtual que diga às pessoas algo sobre você ou algo engraçado. Um homem viralizou porque colocou como papel de parede um vídeo reproduzido repetidamente dele próprio caminhando desajeitadamente e invadindo a reunião do Zoom. Outras pessoas usaram imagens de bares reais, da série de televisão americana The Office e daquela vez que os filhos de um especialista interromperam uma entrevista ao vivo para a BBC News. Os fundos virtuais do Zoom têm a dupla vantagem de bloquear qualquer distração e evitar que colegas fiquem avaliando a sua casa. "Tem muita gente que não quer saber o quão boa a sua vida é", diz Boothman. Embora possa ser tentador impressionar os colegas com seu jardim impecável ou cozinha ultramoderna ao fundo, ele recomenda escolher um plano de fundo que seja simples e neutro, como uma parede ou uma estante. Se você está tentado a usar fundos virtuais, o ideal seria uma tela verde (tipo Chroma Key) para ter um bom resultado – ou ter uma folha branca que possa pendurar – para evitar que o fundo entre e saia de foco. Esses detalhes vão ajudar sua audiência a se concentrar no que você está falando, para que acompanhem suas histórias, riam de suas piadas e fiquem devidamente impressionados com suas ideias. Dê crédito às pessoas por suas conquistas "Tem bajulação, que é algo do tipo: 'aquela camisa deixa você bonita'", diz Hogshead, "e isso ou é clichê ou não é sincero, e não ajuda a estabelecer uma conexão." Mas há o reconhecimento, que é algo bem diferente. Trata-se de distribuir elogios que as pessoas merecem e fazer com que tenham visibilidade. Dar o devido crédito às pessoas é uma das formas mais eficazes de influenciá-las, sem se tornar um vilão. Não diga a elas o que fizeram de errado – e, sim, o que fizeram certo. "Isso as faz querer fazer mais (coisas certas)", acrescenta Hogshead. Esse não é apenas um bom conselho na área de gestão, mas uma maneira clássica de cativar as pessoas em quase todas as situações. Se alguém fizer uma observação inteligente em uma chamada de Zoom, diga a ela na hora. Se tiver uma grande ideia, idem. Reconheça os colegas por sua preparação para a reunião ou até mesmo por sua capacidade de receber feedback. Hogshead enfatiza a importância de evitar elogios corriqueiros, que não terão muito impacto. "Reconheça os colegas de uma forma que não seja tão óbvia a ponto de ser algo que ouvem o tempo todo", diz ela. "Meu marido tem olhos azuis incríveis, e as pessoas sempre comentam sobre isso. Ele fica lisonjeado, mas isso não cria uma conexão." Conte histórias Os homens contam histórias há milhares de anos. Recentemente, cientistas descobriram uma pintura em uma caverna de 43 mil anos, retratando oito pequenas figuras semelhantes a humanos caçando dois porcos, que acredita-se ser a narrativa mais antiga do mundo. Supõe-se que as narrativas evoluíram como uma forma de se relacionar com outras pessoas, transmitindo informações e dando sentido ao mundo ao nosso redor. Embora tenhamos trocado as fogueiras por escritórios — e agora por ambientes de trabalho virtuais —, a narração de histórias ainda é considerada fundamental para a forma como nosso cérebro funciona. O psicólogo Jerome Bruner acredita que os fatos são até 22 vezes mais memoráveis quando apresentados na forma de história — e em um mundo que está cada vez mais saturado de informações, a capacidade de elaborar uma narrativa é crucial para ser ouvido. Embora contar histórias não gere uma conexão por si só, jornalistas e executivos de publicidade sabem há décadas que é o primeiro passo para chamar a atenção de alguém. Assim que forem fisgados, você pode demonstrar o quão engraçado, inteligente ou interessante você é. "Às vezes, quando faço entrevistas por telefone com empresas que estão me sondando como palestrante", diz Boothman, "haverá cerca de oito pessoas em uma teleconferência e vão perguntar: 'Como você está?'. E eu direi: 'Ah, estou na minha fazenda no Canadá. Meu Deus, olha os cavalos vindo do vale para o pasto…' E aí você entra direto na imaginação deles. Eles conseguem visualizar isso." Boothman explica que uma maneira fácil de melhorar sua narrativa é adicionar informações sensoriais ou fazer comparações. "Um dos melhores do mundo nisso é Warren Buffett", afirma. "Quando descreveu a última crise financeira, ele disse: 'Só quando a maré baixa é que você descobre quem está nadando pelado'." Era uma referência aos bancos que haviam feito empréstimos que não eram capazes de pagar, esperando que ninguém notasse porque o mercado continuaria em crescimento. Ele é amplamente citado até hoje — e, sem dúvida, são descrições como essa que contribuem para o status lendário de Buffett e explicam por que as pessoas pagam milhões por um almoço privado com ele. Em um mundo em que as pessoas estão sendo demitidas por Zoom — ou pior ainda, por e-mail — e a próxima reunião cara a cara com seu chefe pode não acontecer antes de 2021, pode parecer que estamos cada vez menos humanos, reduzidos a um cargo ou assinatura de e-mail. Mas embora muitas formas usuais de se relacionar com os colegas de trabalho estejam atualmente fora de alcance, Boothman e Hogshead concordam que é perfeitamente possível pelo Zoom – só é diferente. VÍDEOS: Viva Você Initial plugin text
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Auxílio Emergencial: Caixa paga 2ª parcela de R$ 300 a mais 1,6 milhão de beneficiários do Bolsa Família
Benefício será pago nesta segunda-feira a trabalhadores cujo número do NIS termina em 6. A Caixa Econômica Federal (CEF) paga nesta segunda-feira (26) a segunda parcela de R$ 300 do Auxílio Emergencial Extensão a 1,6 milhão de beneficiários do Bolsa Família cujo número do NIS termina em 6. Os pagamentos são feitos da mesma forma que o Bolsa. O calendário desta parcela segue até 30 de outubro. As duas últimas serão pagas em novembro e dezembro. Veja o calendário completo de pagamentos do Auxílio Emergencial Veja como serão os pagamentos de R$ 300 e tire dúvidas Saiba como liberar a conta bloqueada no aplicativo Caixa Tem Tira dúvidas sobre o Auxílio Emergencial SAIBA TUDO SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL Confira as datas para o pagamento da nova fase do Auxílio Emergencial de R$ 300,00 Trabalhadores fora do Bolsa Para os beneficiários do Auxílio Emergencial que não fazem parte do Bolsa Família, a Caixa ainda está pagando parcelas anteriores. O primeiro lote de aprovados (que recebeu a primeira parcela em abril) está recebendo a primeira parcela de R$ 300 – os pagamentos vão até 30 de novembro, de acordo com o mês de aniversário do trabalhador. Aprovados em lotes posteriores ainda estão recebendo as parcelas de R$ 600. Os trabalhadores podem consultar a situação do benefício pelo aplicativo do auxílio emergencial ou pelo site auxilio.caixa.gov.br. Calendários de pagamento Veja abaixo os calendários de pagamento. BENEFICIÁRIOS DO BOLSA FAMÍLIA Auxílio Emergencial – Beneficiários do Bolsa Família Economia G1 BENEFICIÁRIOS FORA DO BOLSA FAMÍLIA Clique aqui para ver o calendário completo dos pagamentos VÍDEOS: as últimas notícias sobre o Auxílio Emergencial
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Produção encarecida, burocracia e incerteza: calçadistas de Franca avaliam impactos de ajuste fiscal
Para não pagar até 18% de ICMS, empresas precisam se enquadrar em decretos com regras específicas e contrapartidas que dividem o setor em Franca. Vendas de calçados cai no mundo inteiro e impacta indústrias de Franca (SP) Reprodução/EPTV Impostos mais altos para compra de matéria-prima e venda de produtos, burocracia e um impasse contábil para quem exporta estão entre os efeitos de recentes mudanças na política fiscal decretadas pelo Governo do Estado de São Paulo, segundo representantes do setor calçadista de Franca (SP). Dois decretos publicados desde o final de 2019, entre os quais um editado no dia 16 após ser aprovado pela Alesp, estabelecem novas normas de recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo que incide diretamente sobre os insumos e as vendas. Para não pagar alíquotas que podem chegar a 18%, as empresas da cidade conhecida como Capital do Calçado Masculino precisam se enquadrar em regimes especiais de tributação com regras específicas e contrapartidas que dividem o setor. (veja as principais mudanças abaixo). De acordo com José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (Sindifranca), além de ampliar os custos em toda a cadeia, da produção à comercialização, as mudanças pioram a competividade do sapato paulista em relação a outros estados e despertam incertezas no segmento, que no começo do mês apresentou uma retomada nas contratações após uma crise agravada pela pandemia do novo coronavírus. "Além da burocracia e aumento da carga tributária, temos uma situação proveniente da pandemia. Com o coronavírus em março, as indústrias sofreram um impacto violento com a paralisação. Terminamos julho com dez mil funcionários. Em 2013 tínhamos 30 mil, estamos com 20 mil fora. Para recuperar isso era necessário o governo criar condições", afirma. Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado informa que as mudanças na política fiscal não foram adotadas para prejudicar o setor, mas sim para equilibrar as contas, com um déficit estimado em R$ 10,4 bilhões, e recuperar a capacidade de investimentos, de geração de empregos e de renda. "Os benefícios somam R$ 40 bilhões em renúncia fiscal, o que equivale aos orçamentos de educação e segurança somados", comunicou. Como era até 2019 A base de cálculo prevista em lei para o ICMS no estado é de 18%, mas, por meio de decretos editados ao longo dos últimos anos, até o final do ano passado, as indústrias do setor calçadista pagavam 7% sobre as mercadorias que produziam. No entanto, elas tinham um desconto referente ao ICMS que deixava de ser cobrado na compra da matéria-prima. Este abatimento variava geralmente entre 0% e 18%, de acordo com o insumo, com o porte e a origem da empresa. Para calçados destinados à exportação, havia crédito de ICMS na compra de matéria-prima e garantia de isenção do tributo na venda do produto final, o que tornava a atividade com o mercado externo uma forma de melhorar a situação contábil das empresas. Costura de calçado em fábrica de Franca (SP) Guilherme Galembeck/ Divulgação Democrata Como ficou a partir de 2020 Com a publicação do decreto 64.630/2019, válido desde março deste ano, o ICMS sobre a produção subiu de 7% para 12%. Em compensação, o governo permitiu que as empresas aderissem a um regime especial em que pagariam somente 3,5%, o chamado crédito outorgado, uma espécie de subvenção econômica concedida pelo governo na saída da mercadoria das fábricas sem a garantia imediata de crédito na entrada da matéria-prima, como antes. "Quando nós compramos a matéria-prima nos creditamos do ICMS. A partir desse decreto que reduziu para 3,5%, nós não creditamos mais", afirma Brigagão. Por outro lado, o governo sujeitou a concessão desse benefício na compra de materiais como couro e borracha à adesão de outra modalidade especial, o diferimento de ICMS, mas estabeleceu critérios – essas empresas não podem, por exemplo, ter dívidas com o Fisco – que, segundo o setor, tornaram o processo burocrático e lento. Com isso, efetivamente o desconto na entrada da matéria-prima nem sempre tem acontecido, segundo os representantes das indústrias, e a produção do sapato fica mais cara. "Ele [o empresário] está tendo o crédito do governo, está pagando menos ICMS, mas está tendo aumento da matéria-prima. Ou seja, ele faz apuração de ICMS e está pagando menos, mas a matéria-prima aumentou", explica Fábio Moreira, consultor especialista em gestão de negócios e professor de empreendedorismo pela Fundação Vanzolini. Para exportações e e-commerce, o decreto também criou um impasse: as empresas que aderirem ao regime especial com o intuito de obter redução de ICMS no mercado interno perdem isenção nos negócios com o exterior. Como fica a partir de 2021 Com o novo decreto 65.255, publicado na última semana e com previsão de entrar em vigor em 2021, o ICMS a ser pago nas vendas pelo regime especial passou de 3,5% para 4,3% nos negócios fechados com São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais – localidades onde a alíquota original é de 12%. A medida, segundo o estado, entra em vigor em 2021 e deve durar dois anos. Nos demais estados, nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, além do Espírito Santo, a tributação garantida dentro dessa modalidade subvencionada pelo governo permaneceu em 3,5%. A mesma publicação também acabou com a redução da base de cálculo do ICMS para matérias-primas e mercadorias destinadas a micro e pequenas empresas enquadradas no Simples Nacional, ou seja, com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Com isso, na avaliação dos representantes calçadistas, as fábricas que não aderirem ao regime especial tributário terão que pagar 18% de imposto, o que causa uma reação em cadeia nos preços. Grande parte dos calçadistas, entre fabricantes, prestadores de serviços e lojistas, é formada por pequenas empresas. "O governo jogou o problema para as empresas privadas e para o povo. Quem vai pagar a conta é a empresa e o povo, e isso são em 32 setores econômicos do estado de são Paulo, não é só calçado", afirma Moreira. Veja mais notícias da região no G1 Ribeirão Preto e Franca
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Confira as vagas de emprego disponíveis nesta segunda-feira (26) no Sertão de PE
As oportunidades são disponibilizadas pela Agência do Trabalho de Pernambuco. As oportunidades são pra Petrolina e Salgueiro As oportunidades são disponibilizadas pela Agência do Trabalho de Pernambuco Beatriz Braga/G1 Petrolina As vagas de emprego disponíveis para os município de Petrolina e Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, foram divulgadas nesta segunda-feira (26). As oportunidades são disponibilizadas pela Agência do Trabalho de Pernambuco e atualizadas no G1 Petrolina. Os interessados nas oportunidades podem entrar em contato com a Seteq através da internet. O atendimento na Agência do Trabalho ocorre apenas com agendamento prévio, feito tanto pelo site da secretaria, quanto pelo Portal Cidadão. Petrolina Contato: (87) 3866 – 6540 Vagas disponíveis Salgueiro Contato: (87) 3871 – 8467 Vagas disponíveis GR1 de sábado, 24 de outubro
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País tem mais 90 concursos abertos para preencher 8 mil vagas
Há oportunidades para todos os níveis de escolaridade. Pelo menos 93 concursos públicos estão com inscrições abertas nesta segunda-feira (26) para preencher quase 8 mil vagas. Há oportunidades para todos os níveis de escolaridade. País tem mais de 90 concursos abertos Divulgação Além das vagas abertas, há concursos para formação de cadastro de reserva – ou seja, os candidatos aprovados são chamados conforme a abertura de vagas durante a validade do concurso. CONFIRA AQUI A LISTA COMPLETA DE CONCURSOS E OPORTUNIDADES Nesta segunda, ao menos cinco órgãos abrem inscrições para preencher quase 1.050 vagas. O maior concurso é o da prefeitura de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. São 982 oportunidades. Veja os concursos com inscrições abertas nesta segunda: Prefeitura Municipal de Cabo Frio (RJ) Inscrições: até 13/12/2020 982 vagas Salários de até R$ 5.018.98 Cargos de nível fundamental, médio, técnico e superior Veja o edital Hospital Universitário da USP Inscrições: até 07/11/2020 11 vagas Salários de até R$ 3.836,09 Cargos de nível superior Veja o edital Prefeitura Municipal de Indaial (SC) Inscrições: até 30/10/2020 2 vagas Salários de até R$ 2.642,55 Cargos de nível superior Veja o edital Prefeitura Municipal de Pará de Minas (MG) Inscrições: até 27/10/2020 55 vagas Salários de até R$ 13.116,60 Cargos de nível fundamental e médio Veja o edital Prefeitura Municipal de Nazareno (MG) Inscrições: até 28/10/2020 4 vagas Salários de até R$ 3.103,67 Cargos de nível superior Veja o edital VÍDEOS: Últimas notícias de Economia VÍDEOS: Últimas notícias de Economia| em G1 / Economia
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15 empresas abrem vagas de emprego; veja lista
Stone, Agibank, Celcoin, Rappi, Digio, Stoodi, Weburn, Ibramed, 2Share, Heach Recursos Humanos, BitPreço, Salesforce, Infoprice, Apto e CCR ViaOeste estão com seleções abertas. As empresas Stone, Agibank, Celcoin, Rappi, Digio, Stoodi, Weburn, Ibramed, 2Share, Heach Recursos Humanos, BitPreço, Salesforce, Infoprice, Apto e CCR ViaOeste estão com vagas de emprego abertas. Veja abaixo os detalhes dos processos seletivos:
Veja mais vagas de emprego pelo país
Stone
A Stone, empresa de tecnologia em serviços financeiros, anunciou a abertura de mais de 500 novas posições de trabalho espalhadas em todo o Brasil para início imediato. As oportunidades são para o time comercial externo da companhia. Para se candidatar basta acessar a página de carreiras da empresa e conferir as vagas.
As vagas contam com salário fixo mais variável relacionada ao cumprimento de metas. Além disso, a empresa oferece vale-alimentação e refeição, vale-transporte, seguro saúde e odontológico, seguro de vida, auxílio creche e auxílio academia.
Agibank
O Agibank possui 125 novas vagas abertas para as áreas de tecnologia, comercial e atendimento ao cliente. As oportunidades são para as mais diversas posições e 27 delas para cargos de gestão. As vagas estão abertas em todo o país e podem ser remotas ou presenciais de acordo com o cargo ou estado. Para conferir as vagas basta acessar http://carreiras.agibank.com.br/ – opção Vagas Abertas.
Celcoin
A Celcoin, está com 25 vagas abertas e em diferentes áreas de atuação: administrativo, financeiro, comercial, atendimento, marketing e tecnologia. Desde o início da pandemia, a empresa aumentou a oferta de vagas, contratando 45 funcionários. Com as novas vagas, os candidatos terão a opção de trabalhar, inicialmente, em home office e cumprindo regime CLT. Os interessados devem se inscrever no site https://jobs.kenoby.com/celcoin.
Rappi
A Rappi está com cerca de 30 posições abertas em diversas cidades do Brasil. As vagas possuem prazos para inscrição e requisitos diferentes. Confira mais informações pelo LinkedIn .
Digio
O digio está com mais de 30 vagas abertas em departamentos como Tecnologia, Produtos, UX, Marketing, CRM, Data&Analitycs, Operações, Customer Experience, Cobrança, Crédito. Confira todas as vagas abertas em digio.gupy.io/
Stoodi
O Stoodi está com 12 vagas abertas, principalmente em São Paulo. As oportunidades são para as áreas de engenharia, marketing e produtos. Confira todas as vagas disponíveis pelo site https://jobs.kenoby.com/stoodi.
Weburn
O Weburn está com uma vaga aberta para designer pleno. Os currículos devem ser enviados ao e-mail: mecontrata@weburn.com.br
Ibramed
A Ibramed está buscando analista de custos, analista de pesquisa em desenvolvimento e inovação e analista de aperfeiçoamento e apoio técnico. Os requisitos necessários são Ensino Superior Completo em Ciências Contábeis, Economia, Administração de Empresas ou Fisioterapia, dependendo da vaga em que for se candidatar. Os currículos devem ser enviados ao e-mail: recrutamento@ibramed.com.br.
2Share
A 2Share está com 5 vagas abertas para consultor de vendas noite, líder de equipe de vendas, promotora de vendas, supervisor de promoção e consultor de vendas dia para a nova unidade localizada em Balneário Camboriú, Santa Catarina, Os interessados devem enviar os currículos para o e-mail balneariocamboriu@franquia2share.com.br
Heach Recursos Humanos
A Heach Recursos Humanos está com mais de 150 vagas abertas espalhadas por todo território nacional e, também, com a opção de realizar o trabalho remoto. Confira todas as vagas disponíveis pelo site da Heach Recursos Humanos.
BitPreço
O BitPreço está com três vagas abertas: front, suporte e mesa otc. Os interessados devem enviar o currículo com o nome da vaga no assunto para o e-mail: suporte@bitpreco.com.
Salesforce
A plataforma de CRM Salesforce está com 23 vagas abertas para diversos níveis de carreira e áreas em São Paulo. Informações sobre cada uma das oportunidades e inscrições pelo LinkedIn .
Infoprice
Aa Infoprice está com 9 vagas abertas para diversos níveis de carreira e áreas, em São Paulo (algumas na modalidade remota). Acesse as oportunidades pelo site https://infoprice.gupy.io/.
Apto
O Apto está com duas vagas abertas para Front-end Developer. Para essas posições é obrigatório ter experiência com React. As vagas são CLT, com benefícios, e o colaborador pode optar pelo trabalho remoto, semi-presencial (híbrido) ou presencial na sede da empresa, localizada em São Paulo. Para se candidatar basta acessar o link.
CCR ViaOeste
A concessionária CCR ViaOeste está recrutando profissional para ocupar uma vaga de motorista de guincho. O candidato deve ter ensino fundamental completo, Carteira Nacional de Habilitação da categoria E, além de ser desejável experiência em condução de veículo pesado. Deve residir na região da sede da empresa, preferencialmente nos seguintes municípios: Jandira, Itapevi, Barueri, Osasco, Carapicuíba e São Roque, no estado de São Paulo. Os interessados devem fazer o cadastro através do campo Trabalhe Conosco disponível no site www.viaoeste.com.br. O candidato estará inscrito para participar dos processos seletivos da concessionária e, automaticamente, também poderá concorrer a vagas em todas as unidades do Grupo CCR no país, desde que atenda às exigências para o cargo.
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Programas de encaminhamento ao emprego do Alto Tietê selecionam para mais de 400 vagas nesta segunda; veja lista
As oportunidades são para funções diversificadas em Suzano, Mogi das Cruzes, Santa Isabel, Poá e Itaquaquecetuba. Ao todo são 424 vagas de emprego para as cidades do Alto Tietê nesta segunda-feira (26). Amanda Perobelli/Reuters Os programas de encaminhamento ao emprego do Alto Tietê estão com 424 vagas abertas nesta segunda-feira (26). As oportunidades são para funções variadas nas cidades de Suzano, Mogi das Cruzes, Santa Isabel, Poá e Itaquaquecetuba. Programa de Suzano Ao todo são 60 vagas disponíveis no programa de encaminhamento ao emprego de Suzano. Para participar, as pessoas devem encaminhar os currículos para o e-mail suzano.vagas@gmail.com ou entregar no Centro Unificado de Serviços, localizado na Rua Paulo Portela, 210, no Centro. Mais informações podem ser encontradas pelo e-mail suzanomaisemprego@gmail.com ou pelo telefone 4745-2264. Vagas em Suzano: Operador de vendas ativo (35 vagas) Escolaridade: ensino médio completo Não é necessário experiência Ser maior de 18 anos Local de trabalho: TMKT – Calmon Viana Inspetor de segurança veicular (2 vagas) Escolaridade: ensino técnico completo Experiência de pelo menos 6 meses, sem comprovação em carteira Local de trabalho: Suzano/SP Residir em Suzano, Poá ou Mogi das Cruzes Salva-vidas (20 vagas) Escolaridade: ensino médio completo Experiência de pelo menos 6 meses, com comprovação em carteira Local de trabalho: Suzano/SP Fiscal de caixa Escolaridade: ensino médio completo Experiência de pelo menos 6 meses, com comprovação em carteira Local de trabalho: Suzano/SP Auxiliar de manutenção Escolaridade: ensino médio completo Experiência de pelo menos 6 meses, com comprovação em carteira Local de trabalho: Suzano/SP Experiência em hidráulica, elétrica e alvenaria Possuir curso NR 10 e NR 35 Estágio em Publicidade e Propaganda Escolaridade: ensino superior – cursando a partir do 2º ano publicidade e propaganda Sem necessidade de experiência Local de trabalho: Suzano/SP Emprega Mogi No programa de encaminhamento ao emprego de Mogi das Cruzes há 120 oportunidades. Os interessados devem acessar as vagas por meio da plataforma Emprega Mogi. Para mais informações, os telefones para contato são 4699-1900, 4699-2784, 4798-6315 ou 97422-4273. Oportunidades em Mogi das Cruzes: ½ oficial marceneiro (2 vagas) Analista desenvolvedor VB6 C# (2 vagas) Analista desenvolvedor VB6 C#- PJ (2 vagas) Assistente de distribuição Assistente de PCP (2 vagas) Auxiliar de limpeza PCD (3 vagas) Auxiliar de mecânico diesel Auxiliar de PCP em confecção Auxiliar de pedreiro (2 vagas) Auxiliar de serviços gerais PCD (4 vagas) Bordador Borracheiro alinhador de linha pesada Carpinteiro Costureira (5 vagas) Desenvolvedor full stack (12 vagas) Desenvolvedor.NET (3 vagas) Eletricista de autos (2 vagas) Especialista em Infraestrutura TI Estágio em marketing Farmacêutico Ferramenteiro (6 vagas) Fonoaudiólogo (5 vagas) Fresador e programador CNC (6 vagas) Gesseiro (2 vagas) Instrutor de instalação de energia solar (2 vagas) Marceneiro (3 vagas) Mecânico diesel Mecânico de autos (2 vagas) Mecânico e alinhador para centro automotivo Moleiro linha pesada Motorista de carreta (4 vagas) Operador de laminadora de pentes Padeiro (3 vagas) Perfurador de roto pneumática Pizzaiolo Prensista de parafusos máquina dupla ação Product owner PO (2 vagas) Product owner PO Com Excel / Tableau (2 vagas) Psicopedagogo (4 vagas) Retificador Ferramenteiro (6 vagas) Serralheiro (4 vagas) Sondador de Solos (2 vagas) Telhadista Torneiro ferramenteiro (6 vagas) Técnico de piscina Técnico em manutenção de equipamentos de imagem (2 vagas) Vendedor – engenharia ocupacional Vidraceiro PATs Os Postos de Atendimento ao Trabalhador de Santa Isabel, Poá e Itaquaquecetuba estão oferecendo 244 vagas de emprego. Para participar, é necessário entrar nos aplicativos Sine Fácil e CTPS Digital. Para mais informações, o endereço de e-mail é suporte.sd@sde.sp.gov.br. Vagas em Itaquaquecetuba: Assistente de vendas Assistente administrativo Auxiliar de manutenção predial Operador de prensa de material reciclável Operador de máquina ferramenta convencional Polidor de metais Pintor de veículos Soldador Costureiro na confecção em série (100 vagas) Motorista de caminhão Açougueiro (4 vagas) Vagas em Santa Isabel: Recepcionista Garçom (100 vagas) Vagas em Poá: Costureiro em confecção em série (30 vagas) Assista a mais matérias
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