Desemprego depois dos 40: como lidar com a discriminação de idade
Profissional deve superar estereótipos como problemas para lidar com mudanças e equipe mais nova e até falta de saúde e energia. Profissionais acima dos 40 devem se preparar para enfrentar preconceito com idade em processos de seleção Andrea Piacquadio/Pexels Em meio ao desemprego recorde, profissionais com mais de 40 anos, além de enfrentar um mercado cada vez mais competitivo, podem ter de entrar na disputa em posição de desvantagem porque precisam também superar a questão da discriminação de idade. Um dos autores do livro “Finding Work After 40: Proven Strategies for Managers and Professionals” (Achando trabalho depois dos 40, estratégias comprovadas para gestores e profissionais, em tradução livre), Robin McKay Bell afirma que esses profissinais devem estar prontos para enfrentar a questão do ageísmo (discriminação por idade) em seleções de emprego. Segundo Bell, antes da entrevista, esse profissional se prepara lembrando detalhes dos empregos anteriores e o quanto se saiu bem em cada um. Só que na “hora H”, o gerente da área com a vaga aberta e o profissional de RH que vão entrevistá-lo são pelo menos 15 anos mais novos. “Há um olhar de surpresa no rosto do gerente. Seu currículo não diz sua idade, mas não tem mais como esconder. Você tem mais de 50 anos e nunca esteve tão consciente disso. A entrevista toma rumos estranhos e, mais tarde, quando se lembra dela, percebe que não conseguirá o emprego e se arrepende de não ter se preparado para a questão da idade”, afirma Bell. Ele e Liam Mifsud propõem na obra que os profissionais façam uma análise sobre os estereótipos e as objeções mais comuns de empregadores em relação aos candidatos mais velhos para estarem melhor preparados para as seleções. Os dois autores chamam de “sete elefantes" os estereótipos em relação aos profissionais mais velhos que influenciam nas seleções. “O desafio é reconhecer e entender cada elefante e responder de forma positiva”, afirma Bell. Depois de vencer essa etapa, segundo ele, é hora de “relaxar, sorrir, olhar os entrevistadores nos olhos, ser você mesmo e não pensar na idade." Número de desempregados durante a pandemia aumenta em setembro, segundo IBGE Veja o que são esses sete elefantes e como lidar com cada um deles: 1. Pessoas mais velhas não trabalham para um chefe mais novo ou com uma equipe jovem Segundo Bell, este é um “elefante grande”. O candidato mais qualificado pode perder o cargo porque os mais jovens não querem uma pessoa mais velha trabalhando abaixo deles. Eles não conseguem aceitar alguém da mesma idade de seus pais se reportando a eles. Nas pirâmides corporativas, há pessoas mais velhas no topo, por isso, a expectativa é que, em uma certa idade, uma pessoa ocupe um lugar específico na hierarquia. Pergunte a si mesmo: o sucesso na função significa ser capaz de se encaixar em uma equipe jovem ou será o resultado do acúmulo de experiências e habilidades técnicas? Se a equipe é jovem, sua idade será um fator a ser pesado. Mas, se o trabalho requer experiência e habilidades que você tem, a idade não deve ser um problema. O que fazer: faça a pergunta mencionada acima na entrevista. É uma maneira de expor a verdade sobre a posição e a cultura da empresa. 2. Pessoas mais velhas são superqualificadas O empregador pode ter receio de que você está aceitando o trabalho para ficar por um tempo até encontrar algo melhor. O que fazer: Sugira que seja feito um contrato com o período mínimo de permanência na empresa e destaque no seu currículo apenas as experiências relevantes para a vaga. Se o seu currículo está repleto de experiências, foi você quem informou a eles que é superqualificado. 3. Pessoas mais velhas não têm energia Mesmo com exercícios regulares, é provável que você esteja menos em forma do que estava há 10 anos. Mas, no local de trabalho, os jovens podem desperdiçar muita energia. Uma pessoa madura muitas vezes realizará mais no mesmo período de tempo, porque a tarefa é realizada de forma mais eficiente e focada. Na história da lebre e da tartaruga, a tartaruga vence porque ela não está distraída, completa a corrida com um ritmo lento e constante. Ela conhece seus limites e trabalha com eles para ter sucesso. O que fazer: Para conseguir o emprego, o empregador deve estar convencido de que você tem a quantidade certa de energia e é capaz de sustentá-la. Mostre entusiasmo pela vaga. Se você correu uma maratona, completou uma corrida de ciclismo ou escalou montanhas, mencione essas práticas esportivas. Mas não importa se não tiver isso para mencionar. O que vale é passar a impressão de que você tem energia e saúde para o entrevistador. 4. Trabalhadores mais velhos têm problemas de saúde Isso se liga à questão da energia, e problemas de saúde podem complicar a vida na meia-idade. Você parece saudável? Sua aparência diz que você está cuidando de si mesmo? Há leis em diversos países (inclusive no Brasil) que impedem os empregadores de discriminar candidatos por motivos de saúde e incapacidade. O que fazer: Você precisa ser honesto consigo mesmo e estar preparado para ser sincero com um potencial empregador. Invista em sua saúde e aparência para demonstrar uma atitude positiva. 5. Trabalhadores mais velhos têm dinheiro, então não precisam do emprego Um recrutador pode pensar que você não está tão motivado quanto alguém mais jovem porque, para você, o dinheiro não é um problema. Porém, você pode precisar do dinheiro mais do que um candidato mais jovem. O que fazer: Mencione na entrevista as razões pelas quais você é o melhor candidato: foque na realização pessoal, no desejo por novos desafios e experiências e na sua motivação para o sucesso, que pode incluir recompensas financeiras. 6. Pessoas mais velhas não são mentalmente ágeis Há evidências na ciência de que, à medida que envelhecemos, nossa inteligência fluida diminui. Essa inteligência é a capacidade de pensar independente do conhecimento adquirido para aplicar lógica à resolução de problemas. Com base nisso, os jovens tendem a pensar que os mais velhos são mais lentos e, portanto, menos ágeis mentalmente. Já a inteligência cristalizada é o conhecimento adquirido pela experiência e inclui habilidades verbais, repertório e capacidade de criar analogias. As habilidades de negociação, por exemplo, dependem da inteligência cristalizada. Evidências mostram que a inteligência cristalizada aumenta com a idade. Portanto, para os autores do livro, a rejeição em não contratar pessoas mais velhas não é baseada na ciência. O que fazer: Prepare-se para a entrevista com informações relevantes sobre a empresa e a área de atuação dela. Com esse conhecimento, você parecerá tão brilhante como um candidato mais jovem. 7. Trabalhadores mais velhos não sabem lidar com mudança Alguns empregadores podem pensar que você não tem habilidade para lidar com mudanças porque eles já têm alguém assim na equipe. Mas pessoas maduras são muitas vezes mais aptas do que seus colegas mais jovens a lidar com mudanças no trabalho porque eles já aprenderam a se adaptar a situações de todos os tipos. Bell cita que profissionais mais velhos não vêm uma recessão como algo novo porque passaram por outras. Assim, a experiência em gerenciar situações em tempos difíceis prova que eles sabem como lidar com mudanças. O que fazer: Relembre vários episódios em que você teve que mudar para atingir novos objetivos e mencione-os durante a entrevista. Quando você entrar na sala de entrevista e perceber que é mais velho que todos os outros, terá um pouco mais de confiança para ganhar a vaga. Preparação para a entrevista Veja dicas do site Glassdoor que podem ajudar na preparação para a entrevista: Estude a empresa: visite o site da empresa para conhecer sobre a história, cultura, valores e seu posicionamento no mercado. Consulte também notícias que saíram na imprensa. Pesquise sobre a vaga que está disputando: estude as atribuições, as tendências mais recentes, o perfil típico de quem ocupa a vaga e a faixa salarial no mercado. Atualize-se constantemente: qualquer profissional deve manter-se atualizado, com cursos, pós-graduações e aulas de idiomas. Veja como os assuntos que você tem estudado podem contribuir para a empresa. Leia também sobre notícias do setor, identificando os desafios e as áreas mais promissoras. Perguntas esperadas Veja as perguntas mais comuns durante uma entrevista de emprego, segundo o Glassdoor: Conte algo sobre si mesmo. O que fez você escolher a sua área? Você tem alguma experiência neste campo? Se sim, por que você deixou o emprego anterior? Quais são os motivos de você ter ficado um longo período fora do mercado de trabalho? Se você já teve um negócio próprio, por que desistiu para conseguir um emprego? Conte-me sobre uma situação que você tenha superado todas as expectativas de trabalho. Como você planeja sua carreira para daqui a 10 anos? Na sua opinião, o que é um funcionário ideal? Você fica satisfeito em trabalhar em equipe ou prefere trabalhar individualmente? Por quê? A recomendação é que o candidato seja verdadeiro, amistoso, valorize suas características e ressalte seus pontos positivos. E pode demonstrar interesse pela empresa, fazendo perguntas sobre o cargo e o setor de atuação. Assista à live Agora é Assim? sobre trabalho pós-pandemia:
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12 empresas abrem vagas de emprego; veja lista
Há oportunidades em vendas, engenharia, marketing, tecnologia, finanças, design, entre outras. As empresas Wavy Global, Olist, CoSafe, Claranet CorpFlex, KingHost, Stark Bank, Squid, Lalamove, Curseria, Xerpa, Contabilizei e Locaweb estão com vagas de emprego abertas. Veja abaixo os detalhes dos processos seletivos:
Veja mais vagas de emprego pelo país
Wavy Global
A Wavy Global está com 21 vagas abertas entre a área de vendas, engenharia e produtos, distribuídas pelo Brasil, México e Colômbia. São oportunidades para Analista de Testes Automatizados Senior, Backend Developer Pleno, Frontend Developer Pleno e Sênior, General Application, IT Security Analyst Pleno, Partner Development Senior, Payroll Specialist, Product Manager, entre outras. Os interessados encontram mais detalhes no site: http://wavy.global/wavers/
Olist
O Olist abriu 40 vagas para Analista de Governança de Tecnologia, Analista de Business Intelligence – | Growth Marketing, Analista de Operações Financeiras, Analista de Vendas (SR) (PcD), Coordenador(a) de Desenvolvimento de Software, Desenvolvedor Presencial (PCD), Especialista em Ciência de Dados, Gerente de Desenvolvimento de Software, Python Developer, Secretária (o) Executiva (o), entre outras. Os interessados podem se candidatar pelo site: http://olist.gupy.io/
CoSafe
A CoSafe,está com vaga aberta para Head de TI Brasil. Os interessados que tiverem conhecimentos em Back-End (C#/.NET), Front-End (React/Javascript), gestão de ambiente de cloud AWS e familiaridade com desenvolvimento mobile em cordova terão destaque na candidatura. Para esta posição, será necessário dar report ao CEO Brasil e CTO Global, portanto, é importante ter inglês a partir de avançado. Para mais informações: http://www.cosafe.com.br ou ruifurtado@forgood.one .
Claranet CorpFlex
A Claranet CorpFlex tem atualmente mais de 20 vagas abertas nas áreas de infraestrutura, soluções, comercial, comunicação, suporte, marketing e RH, para posições que vão desde estagiário até gerente. O regime de contratação seria híbrido entre presencial e home office, no escritório que fica em Barueri (SP). Os salários são compatíveis com o mercado. A empresa tem ainda programa para contratação de mulheres na área de tecnologia. Para se candidatar, basta acessar o site de vagas da companhia.
KingHost
A KingHost abriu vagas para estágio e efetivo. Entre as vagas estão scrum master, com formação desejada em ensino superior completo em análise e desenvolvimento de sistemas, ciência/engenharia da computação ou sistemas de informação; analista de desenvolvimento PL, com formação desejada em técnico completo ou ensino superior em andamento em áreas relacionadas a TI; e estágio de suporte técnico, com curso técnico ou superior em andamento nos cursos de análise e desenvolvimento de sistemas, redes de computadores, ciência da computação, engenharia da computação, tecnologia em sistemas para internet, gestão de TI e afins. Interessados podem enviar o currículo para talentos@kinghost.com.br com o nome da vaga no assunto.
Stark Bank
A Stark Bank está com vagas para área de compliance, financeiro, marketing, entre outras. Os candidatos podem se inscrever e conferir mais detalhes sobre requisitos e responsabilidades no site da Stark Bank.
Squid
A Squid está com 15 vagas abertas para Executivo pleno para comunidades, Account Manager, Analista de Customer Experience Jr, Estagiário em BI, Analista de Processos Jr, Comercial Sênior, Designer Jr, Coordenador Growth Revenue, Coordenador Go To Market, Coordenador Customer Success, Desenvolvedor FrontEnd Sênior, Desenvolvedor Jr e Desenvolvedor Sênior. Os candidatos podem ser de todo o Brasil e as vagas são CLT, com benefícios. O trabalho está completamente remoto por conta da pandemia. Os currículos devem ser enviados para talentos@squidit.com.br .
Lalamove
A plataforma online está com posições abertas para trabalhar nas operações de São Paulo. As vagas são para os setores de finanças, vendas e atendimento ao cliente. As inscrições podem ser feitas neste site e os processos seletivos são feitos 100% online. Além das vagas no Brasil, a startup tem posições abertas para trabalhar em mais de 20 cidades no mundo.
Curseria
A Curseria está com vagas temporárias abertas para o período de Black Friday. A seleção será realizada em formato online, e as posições disponíveis para fazer parte do time são: redator, diretor de arte e editor de vídeos. Os currículos devem ser enviados para o e-mail vagas@curseria.com .
Xerpa
A startup está com vagas abertas para as áreas de marketing e engenharia. Com a possibilidade de home office permanente, as vagas não possuem restrição de cidade. Para se candidatar, basta acessar o site: http://jobs.kenoby.com/xerpa/
Contabilizei
O Contabilizei está com mais de 70 vagas, algumas delas para as cidades de São Paulo e Curitiba, e outras para todo o Brasil. As vagas vão desde TI e tecnologia, desenvolvedor web, business analyst, até coordenador de sistemas, de planejamento, contábil, inside sales e gerente de marketing de performance. Para se candidatar, basta acessar o site http://www.contabilizei.com.br/trabalhe-na-contabilizei/
Locaweb
O Grupo Locaweb está com 107 vagas abertas em diferentes áreas de atuação como: analista de UX, consultor de vendas, engenheiro de software, analista de Recursos Humanos, analista de segurança da informação etc. Os processos seletivos seguem de forma remota e, devido ao home office, as candidaturas são destinadas a todo o Brasil. Os interessados podem se inscrever pelo site.
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Bolsonaro sanciona lei que cria poupança social digital; entenda as regras
Modalidade que está sendo usada para pagamento do Auxílio Emergencial e do saque emergencial do FGTS é isenta de tarifas e tem limite de movimentação de até R$ 5 mil por mês. PF prende oito suspeitos de desvio do FGTS, PIS e auxílio emergencial O presidente Jair Bolsonaro sancionou sem vetos o projeto de lei que cria a conta do tipo poupança social digital. Trata-se de projeto de conversão de Medida Provisória aprovada pelo Congresso e que estava em vigor desde junho. A nova lei foi publicada na edição desta sexta-feira (23) do Diário Oficial da União. A poupança social digital está em vigor desde junho para o pagamento do Auxílio Emergencial e do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de até R$ 1.045 e está sendo operada pela Caixa Econômica Federal. De acordo com a lei, essas contas são abertas, operadas e encerradas de forma simplificada, além de serem isentas de cobrança de tarifas de manutenção. O limite de movimentação foi fixado em até R$ 5 mil por mês. A Caixa Econômica Federal vai continuar operando essas contas de poupança e disponibilizará no seu site e no seu aplicativo a ferramenta de consulta para cidadão, que poderá verificar se há alguma conta aberta em seu nome, a partir da consulta pelo CPF. Veja passo a passo para abrir a poupança digital Saiba como liberar a conta bloqueada no aplicativo Caixa Tem Além da possibilidade de pagar boletos bancários, o titular dessas contas passam a ter garantido o direito a, no mínimo, 1 saque e 3 transferências eletrônicas por mês, sem custos, para contas de "qualquer instituição autorizada a operar pelo Banco Central do Brasil". A instituição financeira poderá emitir um cartão físico para movimentação. E a conta poderá ser fechada ou convertida em conta regular a qualquer tempo, sem custos adicionais. Com a conversão em lei, a poupança social digital será, agora, permanente e poderá ser ampliada para o pagamento de outros créditos e benefícios sociais, incluindo os de estados e municípios, exceto os de natureza previdenciária, como auxílio-doença e aposentadoria. Para o pagamento de benefícios previdenciários por meio da poupança social digital, o beneficiário deverá autorizar expressamente a abertura de conta ou a utilização de conta já aberta em seu nome. Além de a possibilidade de ser encerrada pelo beneficiário por canais de atendimento remoto, a conta pode ser transformada em conta de depósito à vista ou de poupança em nome do titular. O texto proíbe que os bancos façam descontos dos valores recebidos pelo beneficiário para compensar dívidas anteriores. Abertura da conta A conta poupança social digital pode ser aberta automaticamente para o pagamento: do Auxílio Emergencial; do pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, oferecido a quem teve redução proporcional e jornada e salário ou suspensão temporária do contrato de trabalho; do benefício emergencial mensal a empregados com contrato de trabalho intermitente formalizados até abril deste ano; do abono salarial; de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); de depósitos de benefícios sociais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, excluídos os benefícios previdenciários. A lei determina ainda que os valores do saque emergencial do FGTS ficarão disponíveis na conta digital até o dia 30 de novembro. Se não forem sacados, retornam à conta do FGTS do trabalhador. Nas outras hipóteses de saque do fundo, o dinheiro ficará disponível por 90 dias antes de voltar à conta vinculada no FGTS do beneficiário. Poupança social está sendo utilizada para o pagamento do auxílio emergencial e do saque emergencial do FGTS e está sendo operada pela Caixa Rede Globo Vídeos: veja as últimas notícias de economia
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Confiança do consumidor tem primeira queda desde maio, aponta FGV
Incertezas em relação à pandemia e com o ritmo de retomada econômica deixam consumidores mais cautelosos, segundo pesquisador. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1 ponto em outubro, para 82,4 pontos, interrompendo uma trajetória de 5 altas seguidas iniciada em maio, informou nesta sexta-feira (23) a Fundação Getulio Vargas. Com o resultado, o indicador recuou para um patamar mais próximo do que se encontrava em julho (78,8 pontos).
“Em outubro, a confiança dos consumidores interrompeu a trajetória de recuperação iniciada em maio, com retrocesso em todas as faixas de renda. Há ainda bastante incerteza com relação à pandemia e com o ritmo de retomada econômica, já considerando a transição para o período posterior ao de vigência dos programas de manutenção do emprego e renda. Diante deste cenário, os consumidores de menor renda, mais vulneráveis, continuam menos confiantes que os demais", afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
"A confiança do consumidor brasileiro também continua sendo impactada pelo medo da covid-19, motivando uma postura muito cautelosa, que deve persistir enquanto não houver uma solução para a crise sanitária”, acrescentou.
Em outubro, houve acomodação na satisfação dos consumidores em relação à situação atual e queda das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 0,2 ponto, para 72,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,3 ponto, para 90,2 pontos, encerrando sequência de altas iniciada em maio desse ano.
Entre os quesitos que medem a situação atual, o indicador que mede a satisfação presente dos consumidores com a economia acomodou em 75,9 pontos ao variar 0,1 ponto em outubro e o indicador de finanças familiares diminuiu 0,5 ponto para 69,4 pontos, ambos mantêm patamares baixos em termos históricos.
Em relação às expectativas, o indicador que mede o otimismo em relação à situação econômica foi o que mais contribuiu para a queda do ICC no mês ao recuar 2,0 pontos, para 110,6 pontos. As perspectivas sobre às finanças das famílias também cederam 0,5 ponto para 94,1 pontos e o o ímpeto de compras de bens duráveis para os próximos meses voltou a diminuir com queda de 1,4 ponto no indicador atingindo 67,0 pontos.
O programa de auxílio do governo, com pagamentos mensais a famílias de baixa renda, estão previsto para terminar em dezembro. O governo do presidente Jair Bolsonaro ainda não conseguiu avançar com sua proposta de um novo programa de assistência social, batizado de Renda Cidadã, uma vez que o Orçamento apertado para 2021 dificulta o financiamento do pacote sem desrespeito ao teto de gastos.
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IPCA-15: prévia da inflação oficial acelera a 0,94% em outubro, maior alta para o mês em 25 anos
Alta foi pressionada pelo aumento dos preços de carnes (4,83%), arroz (18,48%) e óleo de soja (22,34%). No ano, indicador acumula alta de 2,31% e em 12 meses atingiu 3,52%. Pressionado pelos preços dos alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), acelerou a 0,94% em outubro, segundo divulgou nesta sexta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa para o mês desde 1995 e da maior alta mensal desde dezembro do ano passado. O indicador – que é considerado uma prévia da inflação oficial do país – mostrou forte aceleração em relação ao índice de setembro, quando ficou em 0,45%. No ano, a prévia da inflação acumulou alta de 2,31% e em 12 meses atingiu 3,52%, acima dos 2,65% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores mas ainda abaixo do centro da meta para o ano, que é de 4%. IPCA-15: prévia da inflação oficial acelera a 0,94% em outubro Economia G1 O resultado do IPCA-15 de outubro veio acima do esperado pelo mercado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,81% para o período. Inflação sobe em meio à crise; o que está provocando a alta dos preços? O que mais subiu? A maior pressão de alta em outubro veio dos alimentos, que representaram praticamente metade da variação do IPCA-15 no mês. O grupo alimentos e bebidas subiu 2,24%, com impacto de 0,45 ponto percentual no índice de outubro. O item que mais pesou individualmente foi carnes (aumento de 4,83% no mês e impacto de 0,13 p.p.). Após a quinta alta consecutiva, os preços da carne acumulam no ano avanço de 11,4%. O índice também foi puxado pelo aumentos dos preços do óleo de soja (22,34%), do arroz (18,48%), do tomate (14,25%) e do leite longa vida (4,26%). Os alimentos para consumo fora do domicílio registraram alta (0,54%), com destaque para a refeição, que acelerou de 0,09% em setembro para 0,93% em outubro. Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-9,95%) e da batata-inglesa (-4,39%). Preço da carne subiu 4,83% em outubro, segundo o IBGE Divulgação O grupo dos transportes teve a segunda maior variação entre os 9 grupos pesquisados (1,34%), puxado pelas passagens aéreas, que subiram 39,90% e responderam por 0,13 p.p. do IPCA-15 de outubro. O segundo maior impacto veio da gasolina, que subiu 0,85%, sua quarta alta consecutiva, embora menos intensa que no mês anterior (3,19%). Já os preços do seguro voluntário de veículo subiram 2,46%, após sete meses consecutivos de quedas. Os artigos de residência subiram 1,41%, com destaque para as altas no mobiliário (1,75%) e TV, som e informática (1,68%). O único grupo a apresentar queda em outubro foi educação (-0,02%). Veja o resultado para cada um dos 9 grupos pesquisados pelo IBGE Alimentação e bebidas: 2,24% Habitação: 0,40% Artigos de residência: 1,41% Vestuário: 0,84% Transportes: 1,34% Saúde e cuidados pessoais: 0,28% Despesas pessoais: 0,14% Educação: -0,02% Comunicação: 0,23% Preços das carnes disparam e consumidor têm dificuldade para comprar produto no Sul do ES Em outubro, o IPCA-15 subiu em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE. A maior inflação foi registrada na região metropolitana de Fortaleza (1,35%). Já a menor variação foi a da região metropolitana de Salvador (0,43%). "Nos chama atenção que a difusão tem subido de maneira geral ao longo do ano, o que é esperado uma vez que o choque pós pandemia deprimiu muitos produtos, mas começa a chegar a patamares elevados", avaliou o economista-chefe da Necton, André Perfeito. "Temos que observar com atenção a evolução da difusão para ver se o choque do câmbio que bateu em alimentos não se espalha para o resto". Inflação no supermercado é a maior em 26 anos Perspectivas e meta de inflação Apesar da aceleração dos preços nos últimos meses, a expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central do governo para o IPCA, de 4%. Segundo o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro estimam uma inflação de 2,65% em 2020. Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% – mínima histórica. O mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros neste patamar até o fim deste ano. Para o fim de 2021, a expectativa do mercado é que a Selic vá a 2,5% ao ano. Para Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital Modalmais, o resultado do IPCA-15 de outubro reforça a perspectiva de aceleração da inflação na reta final do ano. "O avanço nos serviços subjacentes foi um pouco mais forte do que o que supúnhamos. Mantemos nossa projeção de IPCA inalterada para 2020 (3%) e 2021 (3.15%), o risco central no curto prazo permanece do lado fiscal", afirmou. Embora o risco fiscal e a inflação de curto prazo mais alta façam com que a curva de juros precifique níveis bastante elevados para a Selic no fim de 2021, analistas mantêm a avaliação de que as pressões inflacionárias devem ter pouca influência na decisão do Copom na próxima semana, destaca o Valor Online. Entenda o IPCA-15 Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados de 12 de setembro a 13 de outubro e comparados com aqueles vigentes entre 14 de agosto e 11 de setembro. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, índice oficial da variação média de preços no país. O que muda é apenas o período da coleta e a abrangência geográfica. Vídeos: vejas as últimas notícias de economia
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Dólar opera em alta nesta sexta, acima dos R$ 5,60
Na quinta-feira, moeda norte-americana fechou em queda de 0,28%, a R$ 5,5936. Nota de US$ 5 dólares REUTERS/Thomas White O dólar sobe nesta sexta-feira (23), após um debate presidencial mais civilizado nos EUA entre o presidente Donald Trump e o seu adversário democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden. Às 14h26, a moeda norte-americana subia 0,45%, vendida a R$ 5,6187. Veja mais cotações. Na quinta-feira, o dólar fechou em queda de 0,28%, vendida a R$ 5,5936, acumulando queda de 0,88% na parcial da semana. Com o resultado, passou acumular no mês recuo de 0,44%. No ano, ainda tem valorização de 39,50%. Por que o real é a moeda que mais desvalorizou em 2020 Cenários Donald Trump e Joe Biden fazem último debate antes da eleição “O debate presidencial dos EUA foi menos caótico do que o primeiro, mas ofereceu poucas informações novas para informar o resultado para os mercados”, disse o estrategista-chefe da AxiCorp, Stephen Innes. “Enquanto isso, a discussão relevante para as perspectivas econômicas pós-eleitorais foi limitada”, acrescentou, em relação ao desejo dos investidores em ver novos estímulos fiscais que ajudem a manter a recuperação na maior economia do mundo. Os investidores seguem de olho nas negociações em torno de um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos. Nesta sexta, a presidente da Câmara disse que ainda é possível obter outra rodada de ajuda para enfrentamento da Covid-19 antes da eleição de 3 de novembro, mas que cabe ao presidente Donald Trump agir se quiser finalizar em breve um acordo de mais alívio financeiro. Permanecem também as preocupações com o aumento dos casos de coronavírus no mundo. No cenário local, o foco continua nas incertezas sobre a sustentabilidade das contas públicas e andamento da agenda de reformas em meio à pandemia. Na agenda de indicadores, a Fundação Getúlio Vargas mostrou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1 ponto em outubro, para 82,4 pontos, interrompendo uma trajetória de 5 altas seguidas. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), acelerou a 0,94% em outubro, segundo o IBGE. Trata-se da maior taxa para o mês desde 1995 e da maior alta mensal desde dezembro do ano passado. Em setembro, o índice marcava alta de 0,45%. No ano, a prévia da inflação acumulou alta de 2,31% e em 12 meses atingiu 3,52%, acima dos 2,65% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas ainda abaixo do centro da meta para o ano, que é de 4%. Variação do dólar em 2020 G1 Assista às últimas notícias de economia
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Desemprego diante da pandemia bate recorde no Brasil em setembro, aponta IBGE
País encerrou o mês com 13,5 milhões de desempregados, cerca de 3,4 milhões a mais que em maio, o que representa uma alta de 33,1%. Taxa de desemprego ficou em 14%. Flexibilização do isolamento social fez mais pessoas voltarem a buscar emprego, pressionando o mercado de trabalho. Reprodução/EPTV O desemprego diante da pandemia do novo coronavírus bateu recorde em setembro, apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, o Brasil encerrou o nono mês do ano com um contingente de 13,5 milhões de desempregados, cerca de 3,4 milhões a mais que o registrado em maio. Isso representa uma alta de 33,1% no período. Diante da pandemia, em 5,4 milhões de domicílios houve pedido de empréstimo, diz IBGE Brasil registrou alta de 33,1% no número de desempregados diante da pandemia Economia/G1 Com o aumento do número de desempregados, a taxa de desemprego passou de 13,6% em agosto para 14% em setembro, a maior de todo o período. Já a população ocupada no mercado de trabalho diminuiu em 1,5 milhão no mesmo período. Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, a alta no desemprego é explicada pelo maior número de pessoas voltando a procurar emprego diante da flexibilização do isolamento social pelo país. “Há um aumento da população desocupada ao longo de todos esses meses. Esse crescimento se dá em função tanto das pessoas que perderam suas ocupações até o mês de julho quanto das pessoas que começam a sair do distanciamento social e voltam a pressionar o mercado de trabalho”, explicou Maria Lúcia. Embora o número de desempregados e a taxa de desemprego terem batido recorde no fechamento do mês, os dois indicadores ficaram abaixo do registrado na quarta semana de setembro, encerrada no dia 26 na análise semanal feita pelo IBGE. Nela, o contingente de desempregados somava 14 milhões de pessoas e a taxa ficou em 14,4%. Segundo o Instituto, a diferença corresponde a uma estabilidade estatística. O levantamento foi feito por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil. Esta foi a última edição da pesquisa semanal. Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas. Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 13,8%, com mais de 13,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho. 14 estados têm taxa de desemprego superior à média nacional De acordo com o levantamento, das 27 Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, 14 tiveram taxa de desemprego superior à média nacional. A menor taxa foi observada em Santa Catarina (7,8%), enquanto a maior foi registrada na Bahia (19,6%). Em 14 estados, taxa de desemprego em setembro superou a média nacional. Economia/G1 Somente dois estados registram redução do número de desempregados entre maio e setembro: Santa Catarina, com uma queda de 1,5%, e Mato Grosso, com um recuo de 3,4%. Dentre os estados que tiveram alta no contingente de desempregados, Sergipe foi o que apresentou a maior variação, de 126,2%, seguido pelo Maranhão, com avanço de 93,7%, e Ceará, com aumento de 83,5%. Sergipe teve alta de 126,2% no número de desempregados em cinco meses; alta nacional foi de 33,1% Economia/G1 Assista às últimas notícias em Economia:
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Agência do Trabalho oferece 53 vagas de emprego em Petrolina, Salgueiro e Araripina
As vagas estão sendo oferecidas nesta sexta-feira (23). É preciso ter entre ensino fundamental incompleto e ensino médio completo. Carteira de trabalho Divulgação/ Reprodução As vagas de emprego disponíveis para os município de Petrolina, Salgueiro e Araripina, no Sertão de Pernambuco, foram divulgadas nesta sexta-feira (23). As oportunidades são disponibilizadas pela Agência do Trabalho de Pernambuco e atualizadas no G1 Petrolina. Os interessados nas oportunidades podem entrar em contato com a Seteq através da internet. O atendimento na Agência do Trabalho ocorre apenas com agendamento prévio, feito tanto pelo site da secretaria, quanto pelo Portal Cidadão. Petrolina Contato: (87) 3866 – 6540 Vagas disponíveis Salgueiro Contato: (87) 3871 – 8467 Vagas disponíveis Araripina Contato: (87) 3873 – 8381 Vagas disponíveis GR1 de quinta-feira, 22 de outubro
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Afetada pela pandemia, dona do Outback tem prejuízo de US$ 17,8 milhões
A receita total da companhia recuou 20% no terceiro trimestre. Rede de restaurantes Outback Outback/Divulgação A americana Bloomin’ Brands, dona da rede de restaurantes Outback, encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de US$ 17,8 milhões, revertendo o lucro de US$ 9,3 milhões apurado um ano antes. O resultado, mais uma vez, foi afetado pela pandemia da covid-19. A receita total da companhia recuou 20%, para US$ 771,2 milhões. No Brasil, a empresa é dona de 103 restaurantes Outback. Por aqui, as vendas comparáveis, ou seja, em restaurantes abertos por mais de 18 meses, caíram 55% no trimestre. Nos Estados Unidos, a queda consolidada de todas as bandeiras de restaurantes da Bloomin’ Brands foi de 54,8%, com destaque negativo para a marca Bonefish Grill, que teve queda de 22,5% no período. Assista a mais vídeos de Economia:
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Os segredos de sucesso do grupo ‘Formiga’, gigante chinês que quer mudar o mundo financeiro
O Ant Group, que revolucionou o mercado financeiro chinês, promete abrir o capital nas próximas semanas, sugerindo uma expansão para outros países. O Grupo Formiga não parou de crescer e a expectativa é de que em breve lance aquele que será o maior IPO da história Getty Images A empresa tem o nome de um inseto, a formiga, mas seu tamanho é gigante. O Ant Group (grupo formiga), que, com mais de 1 bilhão de usuários ativos em sua plataforma Alipay e um valor de mercado estimado de US$ 316 bilhões, tornou-se o maior conglomerado empresarial de finanças e comércio digital na China. Esta "formiga" gigante parece estar longe de querer parar. Nas próximas semanas, a empresa realizará o que, previsivelmente, será o maior IPO da história — quando companhias de capital fechado passam a vender suas ações na bolsa de valores. O Ant Group já revolucionou as transações comerciais na China, tornando-se o primeiro meio de pagamento digital em um país tradicionalmente vinculado ao uso do dinheiro físico, e muitos analistas acreditam que, com sua enorme oferta de ações, o conglomerado busca dar o primeiro passo para sua expansão internacional. Como tudo começou Hoje, mais de 80 milhões de fornecedores oferecem seus produtos por meio de alguns dos serviços do grupo, mas os pilares desse sucesso foram estabelecidos há anos. O empresário Jack Ma havia criado o Alibaba, plataforma de comércio digital, mas se deparou com o problema da falta de meios e garantias de pagamento em um país onde poucos tinham acesso a cartões de crédito e muitos comerciantes não se dispunham a enviar seus produtos ao comprador caso ele não pagasse antecipadamente. Então, Ma criou o Alipay, o embrião do Ant Group, um serviço de confiança digital que garantia o valor do item comprado até que ele chegasse na casa do comprador. "Alipay resolveu os problemas de subdesenvolvimento dos serviços financeiros na China", disse Martin Chorzempa, pesquisador do Instituto Peterson de Economia Internacional, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC. "O comércio eletrônico foi difícil no início porque poucas pessoas tinham cartões de crédito. A maioria dos bancos era estatal e se concentrava mais em atender outras empresas estatais do que consumidores privados." Isso significava que não tinham acesso a produtos de crédito ou financiamento. Ma declarou em 2008: "Se os bancos não mudarem, nós mudaremos os bancos." É isso que seu grupo parece ter conseguido nesses anos. Com o tempo, seus serviços se diversificaram e hoje a empresa vende milhões de créditos por meio de sua plataforma. O usuário recebe a resposta ao seu pedido em poucos minutos no smartphone. O Ant cobra juros mais baixos do que os bancos tradicionais, que na verdade são os que concedem os empréstimos. As entidades financeiras pagam uma comissão ao Ant Group por ele levar novos clientes aos bancos e por algo muito mais valioso: informações de cadastro sobre solvência e perfil de risco. "Uma empresa como esta, com centenas de milhões de usuários e uma tonelada de informações sobre eles, pode desempenhar um papel fundamental, pois pode avaliar o risco de qualquer pessoa de um modo que os bancos não podem", diz Chorzempa. Tudo isso de forma mais rápida e barata que um banco tradicional. Os usuários compram, pagam e solicitam créditos por meio da plataforma, que permite ao Grupo acessar informações pessoais e financeiras que vão além do banco tradicional e facilita a previsão da solvência de um cliente. Nas palavras de Chorzempa: "A formiga aplicou tecnologia para resolver problemas e conseguiu quebrar as barreiras das instituições financeiras existentes para abrir o mercado." Um de seus serviços mais populares é o Yu e Bao (o tesouro excedente, em português), com o qual qualquer pessoa pode se tornar um investidor a partir do valor equivalente a US$ 0,15 (R$ 84) e obter seu dinheiro de volta a qualquer momento com apenas alguns cliques no telefone. Estratégias como essa permitiram à companhia atrair uma multidão de trabalhadores de baixa renda e donos de pequenos negócios. O Grupo Hormiga sabe quem é o cliente, onde ele vive, quanto ganha, quanto ele deve, como gosta de gastar e se paga em dia. É por isso que a empresa vale tanto nesse momento. Essa estratégia também permitiu à empresa oferecer apólices de seguro (570 milhões entre junho de 2019 e junho de 2020) e produtos de investimento para pequenos poupadores até então negligenciados pelos bancos chineses. Para onde vai a Formiga? A ascensão desse colosso dos negócios reflete o crescimento do comércio digital na China e suas grandes "fintech", como as empresas de tecnologia financeira foram batizadas no mundo anglo-saxão. E parece que essa idade de ouro vai durar muito tempo. Em relatório elaborado antes do iminente IPO, a consultoria financeira Morning Star indicou que o Grupo Ant manterá sua posição de liderança no mercado por pelo menos 20 anos e destacou que o crescimento do uso da internet e pagamentos eletrônicos na China, ainda abaixo dos países desenvolvidos, vai continuar a aumentar nos próximos anos. Quando as empresas decidem abrir o capital, geralmente o fazem em busca de investimentos para realizar novos projetos, como o desenvolvimento de novas tecnologias ou planos de expansão. A escala sem precedentes da IPO do Grupo Ant leva muitos analistas a acreditar que a empresa planeja estender suas redes aos mercados ocidentais, que até agora resistiram à penetração dos gigantes chineses das fintech. O Alipay é aceito como meio de pagamento em muitas partes do mundo porque é o que os turistas chineses usam, mas nenhuma plataforma conseguiu atrair muitos usuários ocidentais. Zennon Kapron, fundador da consultoria Kapronasia, afirma que "no mundo dos negócios há muito se fala que o Ant Group abriria o capital; é um passo natural, porque o mercado chinês é muito competitivo, com outras plataformas fortes, como o Wechat, da Tencent, mas provavelmente também buscam capital com o qual possam ser mais agressivos em sua expansão internacional ." Se o Ant Group embarcar nesta aventura, terá que superar obstáculos importantes. Chorzempa prevê que o Ant "não teria tanto espaço nos países ocidentais porque não há muito espaço para melhorias no setor financeiro, que contam com sistemas maduros, bem desenvolvidos e sofisticados. Nos Estados Unidos, muitas pessoas têm cartão de crédito e podem usá-lo sem grandes dificuldades". Também não ajuda o fato de muitos líderes ocidentais desconfiarem de uma empresa chinesa capaz de acessar os dados pessoais e financeiros de centenas de milhares de europeus ou americanos, como mostraram os problemas recentes com o aplicativo Tik Tok nos Estados Unidos — o presidente Donald Trump segue uma política cada vez mais hostil em relação às grandes empresas chinesas. Na verdade, o Ant já viu alguns de seus planos frustrados no passado. Em 2018, as autoridades dos EUA impediram a empresa de assumir o controle do gigante das remessas Moneygram. Assim, não é de se estranhar que, embora o Alibaba tenha escolhido Nova York como cenário para seu IPO em 2014, as ações do Ant Group agora estarão à venda apenas em Pequim, Xangai e Hong Kong. "O clima mudou muito desde então", diz Chorzempa. Não está claro se concorrentes da companhia ou da China como a Tencent acabarão crescendo no Ocidente, mas eles já estabeleceram uma tendência que muitos especialistas consideram impossível de deter. Chorzempa conclui que "o modelo 'fintech' chinês, que reúne comércio digital, redes sociais e serviços financeiros, é extremamente poderoso, e os bancos ocidentais correm risco ao ignorá-lo". "Existem dificuldades que levam a dúvidas de que essas empresas acabarão dominando os serviços financeiros globais, mas o fato de o Facebook e outras empresas de tecnologia estarem tentando imitá-los revela que eles são o modelo do futuro." Assista a mais notícias de Economia:
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