Músicas para descobrir em casa – ‘Terceiro amor’ (Francis Hime e Cacaso, 1978) com Francis Hime
Capa de 'Se porém fosse portanto', álbum de 1978 em que Francis Hime apresentou o samba-canção 'Terceiro amor' Cafi ♪ MÚSICAS PARA DESCOBRIR EM CASA – Terceiro amor (Francis Hime e Cacaso, 1978) com Francis Hime ♪ Excepcional melodista, o compositor carioca Francis Hime sempre se cercou de parceiros hábeis na escrita de letras poéticas. Não raro, esses parceiros são de fato poetas – como foi o caso do compositor Antônio Carlos Brito (13 de março 1944 – 27 de dezembro de 1987), o Cacaso. Mineiro de Uberaba (MG), Cacaso deixou obra musical pautada pela alta qualidade poética, construída em parceria com melodistas do quilate de Sueli Costa. Com Francis, Cacaso assinou 19 músicas, gravadas pelo cantor e pianista entre 1978 e 2003. Essa parceria se iniciou no álbum Se porém fosse portanto (1978). É nesse disco que Francis apresentou o envolvente samba-canção Terceiro amor, composto com Cacaso e arranjado pelo artista com cordas que se afinaram com a atmosfera melancólica da música, gravada com o toque do violão de Nelson Angelo. A marcação sutil do surdo de Ney Martins e da bateria de Wilson das Neves (1936 – 2017) sustentaram com leveza o ritmo da faixa. Ao fim da gravação, o sopro do flugelhorn de Márcio Montarroyos (1948 – 2007) acentuou a melancolia entranhada no samba-canção. Na letra de Terceiro amor, Cacaso inventariou afetos e acontecimentos, enfatizando nos versos o caráter passageiro de emoções e fatos no contínuo e inexorável fluxo da vida. Essa letra é um poema cuja existência precede a criação música. No caso de Terceiro amor, Francis musicou os versos de Cacaso, mas há parcerias dos compositores em que Cacaso escreveu versos para melodias de Francis. Francis Hime nunca regravou Terceiro amor desde 1978. E nenhum intérprete descobriu essa bela composição lançada há 42 anos. Mas nem tudo é passageiro na vida. Há músicas que ficam. ♪ Ficha técnica da Música para descobrir em casa 40 : Título: Terceiro amor Compositores: Francis Hime e Cacaso Intérprete original: Francis Hime Álbum da gravação original: Se porém fosse portanto Ano da gravação original: 1978 Regravações que merecem menções: a música Terceiro amor nunca foi regravada. ♪ Eis a letra da música Terceiro amor : “O primeiro amor já passou O segundo amor já passou Como passam os afluentes Como passam as correntes Que desencontram do mar Como qualquer atitude Também passa a juventude Que nem findou de chegar O primeiro amor já passou O segundo amor já passou Como passam as gaivotas Como passam as derrotas Ilusões de pedra e cal Como passam os perigos E tantos muitos amigos Sem deixar nenhum sinal O primeiro amor já passou O segundo amor já passou Como passam os conselhos Como passam os espelhos Fantasias carnavais Inocências perdidas Como passam avenidas Corredores, temporais A correnteza dos rios Como passam os navios E a gente acena do cais”
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Lives de hoje: Gilberto Gil e Larissa Luz, Pitty, Corey Taylor e mais shows para ver em casa
Veja horários das transmissões desta sexta (2). Gilberto Gil na estreia carioca do show 'OK OK OK' em junho de 2019 Ricardo Nunes / Vivo Rio Gilberto Gil e Larissa Luz, Pitty, Corey Taylor e Cida Moreira estão entre os artistas que fazem lives nesta sexta (2). Veja a lista completa com horários das lives abaixo. O G1 já fez um intensivão no começo da onda de lives, constatou o renascimento do pagode nas transmissões on-line, mostrou também a queda de audiência do fenômeno e a polêmica na cobrança de direito autoral nas lives. Veja horários e links: Corey Taylor – 18h – Link Cida Moreira (Em Casa com Sesc) – 19h – Link Gilberto Gil e Larissa Luz – 20h – Link Teresa Cristina – 20h – Link Pitty – 22h – Link Semana Pop mostra os momentos em lives que saíram do controle
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Álbum histórico do grupo Novos Baianos é regravado na série ‘Replay’
Céu, Letrux, Maria Gadú, Marcelo Jeneci e Xênia França estão no elenco escalado para revisitar as músicas de 'Acabou chorare', disco de 1972. ♪ Acabou chorare? Não, não acabou. Álbum que consagrou o grupo Novos Baianos pelo frescor pop da fusão de samba e choro com a linguagem do rock, Acabou chorare ganha remake que chega ao mercado fonográfico nesta sexta-feira, 2 de outubro, com as vozes de artistas da geração musical do século XXI. A edição de Acabou chorare – Replay é da Som Livre, gravadora que, em 1972, pôs o LP original nas lojas com as primeiras gravações das músicas A menina dança (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1972), Acabou chorare (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1972), Besta é tu (Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Luiz Galvão, 1972), Mistério do planeta (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1972), Preta pretinha (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1972), Swing de Campo Grande (Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, 1972), Tinindo trincando (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1972) e Um bilhete pra Didi (Jorginho Gomes, 1972), além da abordagem do samba Brasil pandeiro (Assis Valente, 1941). Todas essas músicas – desde então números obrigatórios nos shows dos Novos Baianos – ressurgem em vozes como as de Céu, João Cavalcanti, Letrux, Marcelo Jeneci, Maria Gadú e Xênia França. O remake do álbum Acabou chorare abre a série Replay, projeto da Globo com a empresa Barry Company que prevê regravações de álbuns antológicos da música brasileira. Os registros foram produzidos com conteúdo audiovisual. Além do álbum em si, já disponível nas plataformas de áudio, a cada sábado – a partir de amanhã, 3 de outubro – uma faixa será apresentada com o respectivo clipe em hub digital na Globo.com. ♪ Eis a lista de intérpretes do disco com as respectivas músicas que revisitam no álbum Acabou chorare – Replay: 1. Francisco El Hombre – Brasil pandeiro 2. Onze:20 – Preta pretinha 3. Céu – Tinindo trincando 4. Gilsons – Swing de Campo Grande 5. Maria Gadú – Acabou chorare 6. Marcelo Jeneci – Mistério do planeta 7. Xênia França – A menina dança 8. João Cavalcanti – Besta é tu 9. Afrocidade – Um bilhete pra Didi 10. Letrux + Lolly – Preta Pretinha (reprise)
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Dupla Anavitória revive canção de Lenine e Dudu Falcão na abertura do novo programa de Angélica
♪ Em 2015, Lenine lançou estupendo álbum de atmosfera densa, Carbono. Mas uma melodiosa balada do repertório – Simples assim, parceria do artista com o compositor Dudu Falcão – contribuiu para desanuviar o clima cinzento do disco com uma levada serena. É nesse ambiente mais leve que a dupla Anavitória aclimata Simples assim em gravação feita cinco anos após o registro fonográfico original de Lenine. Ana Caetano e Vitória Falcão regravaram Simples assim para a abertura do programa que a apresentadora Angélica estreia na TV Globo em 10 de outubro. O programa de Angélica também se chama Simples assim. A ideia de convidar Anavitória para regravar a canção de Lenine e Dudu Falcão para a abertura de Simples assim foi do diretor da atração, Geninho Simonetti. Como o diretor vinha ouvindo a dupla cotidianamente na companhia das filhas Antônia e Laura, Simonetti identificou nas cantoras a leveza que pretendia para a gravação do tema de abertura do programa de Angélica.
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Gil e Chico se unem em música para ‘Sob pressão – Plantão Covid’; ‘Hino do momento’, diz diretor
Mais de 50 anos depois de 1ª parceria, cantores se juntaram em estúdio para gravar música, que será revelada no 2º episódio da edição especial da série, no próximo dia 13. Gilberto Gil e Chico Buarque em estúdio na gravação de música para a série 'Sob pressão' Flora Gil / Reprodução página oficial de Gilberto Gil no Facebook Duas das mais emblemáticas vozes da música brasileira, as de Gilberto Gil e Chico Buarque, se juntaram para cantar versos inspirados na maior crise sanitária da história recente, numa música gravada para os novos episódios da série "Sob pressão – Plantão Covid". "É um hino do momento, muito profundo", define o diretor Andrucha Waddington. A edição especial em dois capítulos, que serão exibidos a partir da próxima terça-feira (6), mostrará os desafios da equipe médica de um hospital de campanha para pacientes infectados com o coronavírus. Ainda sem título divulgado, a música é mantida em segredo pelos cantores e a produção da série. O lançamento será no próximo dia 13, dia em que irá ao ar o segundo e último episódio do especial. Apenas um verso ja foi divulgado por Gil nas redes sociais: "Vamos cantar que a vida é só agora." Marjorie Estiano e julio Andrade em cena de 'Sob pressão – Plantão Covid' João Faissal/TV Globo Os dois cantores se juntaram em agosto, em um estúdio no Rio, para gravar a música, a convite de Andrucha. A composição é de Gil em parceria com Ruy Guerra. Bem Gil assina a produção. 50 anos de parceria A música para "Sob pressão" sairá mais de 50 anos depois da primeira parceria de Gil e Chico. Anonimamente, o baiano ajudou o colega carioca a finalizar o samba "Amanhã ninguém sabe", lançado por Chico em 1966, como conta o colunista de música do G1, Mauro Ferreira. Em 1973, os dois compuseram juntos "Cálice", que, censurada pela ditadura militar, só seria gravada em 1978 . Para Chico, Gil também compôs "Copo vazio", incluída em seu disco "Sinal fechado", de 1974. A música foi regravada em 2014, dessa vez em dueto entre os dois cantores, para a trilha sonora do filme "Rio, eu te amo", do qual Andrucha também é um dos diretores. Em julho deste ano, ela foi relançada, acompanhada por um clipe com imagens de Gil e Chico em estúdio.
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Fábio Assunção e Ana Verena se casam: ‘Pedimos e fomos presenteados um com o outro’
Ator compartilhou registro da união na noite desta quinta-feira (1). Fábio Assunção e Ana Verena se casam: 'Pedimos e fomos presenteados um com o outro' Reprodução/Instagram Fábio Assunção se casou com a advogada Ana Verena na noite desta quinta-feira (1). O ator compartilhou um registro do momento em seu Instagram. "Falar de que? De amor, de felicidade, de encontro, do início das coisas? Pedimos e fomos presenteados um com o outro. E isso hoje já é tudo. Ficamos pra chegar e chegamos, agora pra ficar. Minha alma agora voa em liberdade com a dela. Compartilho com vocês uma foto, um instante de um dia de encanto com nossas famílias. Cada um ali presente nos iluminou e os que não puderam estar, não estavam ausentes", escreveu Fábio. Na imagem, o ator marcou o nome dos filhos Ella Felipa, da relação do ator com Karina Tavares, e João, do casamento com Priscila Borgonovi. Ana comentou o post do ator. "Te amo. Foi lindo. Já é." Fábio Assunção fala sobre hit com seu nome
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Tekashi 6ix9ine é internado após overdose de pílulas para emagrecer e cafeína, diz revista
Segundo a People, o rapper de 24 anos foi hospitalizado na terça-feira (29) após sofrer uma reação adversa com a mistura das substâncias. 6ix9ine em clipe de 'Gooba' Reprodução/YouTube/Tekashi 6ix9ine Tekashi 6ix9ine foi hospitalizado após sofrer uma overdose de pílulas de emagrecimento e cafeína, segundo a revista People. De acordo com fontes da publicação, o rapper de 24 anos deu entrada em um hospital da Flórida na terça-feira (29) depois de sofrer uma reação adversa por causa da mistura das substâncias. Segundo a People, Tekashi teria informado que sua overdose foi resultado da mistura de uma xícara de café com duas doses de Hydroxycut, que representa o dobro da dosagem diária recomendada. A combinação das substâncias fez seu coração acelerar e o rapper começou a transpirar excessivamente. Em liberdade condicional, Tekashi teria informado no hospital que não consumiu nenhum tipo de droga ilícita e estava fazendo uso do suplemento para emagrecimento após ter ganhado alguns quilos durante seu período na prisão. A People tentou contato com representantes do rapper para saber sobre seu estado de saúde, mas não teve retorno. O artista, cujo nome verdadeiro é Daniel Hernandez, deveria ficar preso até agosto deste ano, mas foi liberado para cumprir resto da sentença em prisão domiciliar por causa da pandemia de coronavírus. Ele se declarou culpado em fevereiro de 2019 em nove acusações envolvendo gangues, drogas e armas.
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Filme sobre Jair Rodrigues cresce quando mostra mais do que o sorriso do cantor
Em cartaz no festival 'É tudo verdade', o documentário de Rubens Rewald monta fluente painel biográfico do artista. Cartaz do filme 'Jair Rodrigues – Deixa que digam' Reprodução Resenha de documentário musical Título: Jair Rodrigues – Deixa que digam Direção: Rubens Rewald Roteiro: Rubens Rewald e Rodrigo C. Moreno Produção: Confeitaria de cinema Cotação: * * * 1/2 ♪ Filme em exibição online na 25º edição do festival de documentários É tudo verdade com sessões programadas para as 21h de 1º de outubro e para as 15h de 2 de outubro de 2020. ♪ Cantor identificado pelo sorriso radiante, marca visível da alegria transparente nas interpretações do artista paulista, Jair Rodrigues (6 de fevereiro de 1939 – 8 de maio de 2014) foi um homem alegre. “Nunca o vi triste”, fazem coro vários nomes entrevistados para o documentário Jair Rodrigues – Deixa que digam (2020). Exibido em primeira mão na 25ª edição do festival de documentários É tudo verdade, o filme de Rubens Rewald perfila Jair Rodrigues com afeto e flui bem dentro de formato convencional estruturado pela alternância de depoimentos elogiosos com imagens de arquivo. Algumas imagens são raras – como a que mostra o cantor em show na casa parisiense L'Olympia, na França dos anos 1970 – e têm o poder de seduzir espectadores fascinados por material de arquivo. Contudo, o roteiro de Rubens Rewald e Rodolfo C. Moreno cresce sobretudo quando mostra – ou pelo menos tenta mostrar – mais do que o sorriso-padrão de Jair Rodrigues. Delicado assunto abordado pela viúva do cantor, Claudine Melo Rodrigues, a perda da primeira filha do casal – com menos de um ano, em decorrência de complicações de anomalia congênita – é a senha para desvendar o temperamento de um homem que também carregar tristezas, mas não se permitia chorar mágoas em público. A opção por embutir a dor também é sugerida por depoimento do irmão de Jair, Jairo Rodrigues, que relata preconceitos raciais sofridos pela família criada no interior de São Paulo. De caráter apolítico, Jair Rodrigues jamais expôs tais preconceitos em público, assim como jamais tomou partido na luta contra a ditadura durante o período áureo de carreira que – após expedientes cumpridos pelo cantor em restaurantes e boates – ganhou impulso em 1964 com a gravação da música Deixa isso pra lá (Edson Menezes e Alberto Paz, 1964). “Foi o pré-rap brasileiro”, conceitua o amigo Rappin' Hood ao falar sobre a música, cujo refrão contém o verso que subintitula o filme de Rubens Rewald. O diretor parte justamente da gravação de Deixa isso pra lá para traçar painel cronológico da trajetória de Jair Rodrigues. O documentário escapa do padrão quando expõe Jair Oliveira, filho do cantor, dizendo falas do pai como se fosse o próprio Jair Rodrigues. A interpretação é convincente. Oliveira reproduz os trejeitos e o tom expansivo de Rodrigues, mas essas cenas acabam ficando soltas ao longo do roteiro encadeado com imagens do cantor em ação, dando a voz afinada e calorosa a músicas com O conde (Jair Amorim e Evaldo Gouveia, 1969) e Canto chorado (Billy Blanco, 1968), apresentada por Jair na I Bienal do Samba (1968). O retrato do artista em Jair Rodrigues – Deixa que digam soa extremamente positivo. Contudo, o diretor jamais pode ser acusado de maquiar essa imagem porque Jair Rodrigues foi de fato homem de bem, carismático, com o poder raro de angariar simpatias unânimes. E de reverter expectativas desfavoráveis. O filme mostra, por exemplo, o descrédito inicial do compositor Theo de Barros com a notícia de que Jair tinha sido o intérprete sugerido para defender Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros, 1966) em célebre festival da canção. Até aquele momento, Jair era cantor identificado com o samba, gênero que seria dominante na discografia do artista (a sequência com capas dos discos do intérprete reforça essa tendência). Pois bastou o compositor ouvir a moda da viola na voz de Jair para mudar de ideia. “No primeiro ensaio, ela já conquistou todo mundo. Ele assimilou o sentido político da letra. Vestiu a camisa”, lembra Theo de Barros, em depoimento corroborado pela imagem de Jair hipnotizando o público ao cantar Disparada. O pleno entendimento das canções pelo intérprete é enfatizado quando o assunto é A majestade o sabiá (Roberta Miranda, 1985), o hit sertanejo que abriu caminho para a carreira de Roberta Miranda – “Devo muito ao Jair”, ressalta a cantora – e que, inicialmente esnobado por Chitãozinho & Xororó, acabou parando na voz e no disco de Jair Rodrigues em gravação feita com a participação da dupla. Foi a música que devolveu o sucesso popular ao cantor, àquela altura já menos em evidência. O descaso da mídia com o cantor nos anos 1980 e 1990, aliás, é posto em pauta no filme pelo filho Jair Oliveira. Contudo, mágoas e ressentimentos são assuntos praticamente descartados no roteiro. Em sintonia com as boas vibrações do cantor, Rubens Rewald enfoca sobretudo o sorriso e a energia de Jair Rodrigues, ainda que paradoxalmente o documentário se eleve – cabe enfatizar – quando tenta desvendar o que havia por trás desse sorriso.
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Regina Casé relembra diagnóstico de surdez da filha: ‘Foi curto e grosso’
Atriz fez relato durante o programa 'Encontro'. Benedita Casé também deu seu depoimento e falou sobre a importância do uso de máscaras transparentes durante pandemia. Regina Casé com a filha Benedita Casé Reprodução/Instagram Benedita Casé, filha da atriz e apresentadora Regina Casé, falou sobre sua deficiência auditiva durante o programa "Encontro". A participação aconteceu dias após o Dia do Surdo, quando mãe e filha compartilharam nas redes sociais um vídeo para ajudar pessoas a se comunicarem com surdos. "Resolvemos ajudar com nossa experiência", cita Regina no início do vídeo. Regina Casé não participou do programa, pois está em gravação da novela "Amor de mãe", mas enviou um vídeo onde conta seu relato sobre a descoberta da surdez da filha. Benedita teve a perda da audição quando era bebê por causa de uma dose cavalar de medicamentos ototóxicos para tratar uma pneumonia severa. Initial plugin text "O diagnóstico que tive foi curto e grosso, num susto. A gente achava que ela tinha problema na fala. Falava pelos cotovelos, mas tudo enrolado. Na escola, a professora me perguntou se já tinha feito audiometria. Fui fazer. Ela entrou, fez o teste e saiu um cara que disse: ela fala muito bem pra quem não ouve nada", contou a atriz. "A partir daí, isso que a gente está vivendo agora com aceitação e todas essas vitórias, demorou bastante tempo. Não sabia nem pra onde correr." Regina também aconselhou: "Não aceitem o 'não'. Quantos 'nãos' eu tive que vencer", disse a apresentadora, citando comentários de que a filha não poderia, por exemplo, ingressar em uma escola regular ou aprender um segundo idioma. Benedita também deu seu depoimento. "Parece que aquele diagnóstico define sua vida dali pra frente. Quase que te coloca dentro de uma caixa. O vídeo foi interessante por isso. A quantidade de gente que estava nesse momento de não ter pra onde correr… Às vezes as pessoas não estão preparadas pra receber uma informação como essa e acabam acreditando na primeira opinião porque estão fragilizadas. Agradeço todos os dias porque meus pais foram muito firmes nas escolhas." Ela também falou sobre a importância de se colocar para o outro e disse que temia muito a reação dos outros no passado. "Consegui entender que explicar para o outro é muito diferente e libertador. Porque o outro consegue entender como se comportar, porque ele também não sabe. Foi uma mudança enorme de poder me colocar." Benedita ainda ressaltou a importância do uso de máscaras transparentes durante a pandemia. "A gente precisa muito dessas máscaras, a gente depende da leitura labial. Aquela máscara tapando é enlouquecedor pra qualquer surdo porque, de fato, fica muito difícil de entender. Um assunto que tem que ser falado urgente." Regina Casé sobre Dona Lurdes: ‘Na 1ª cena, eu estou fazendo máscara’
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Bon Jovi aborda pandemia, raça e polícia sem tomar partido em novo álbum
Em '2020', Jon Bon Jovi diz que tentou se considerar testemunha da história: 'podia registrar os fatos e talvez fazer uma pergunta. Mas quis parar por aí'. Jon Bon Jovi Reprodução/Instagram Jon Bon Jovi tocou em várias feridas sociais dos Estados Unidos em "2020", seu 15º disco de estúdio — a pandemia de coronavírus, as relações raciais e a violência policial–, mas diz estar fazendo perguntas, e não escolhendo lados. "Digo que é tópico, ao invés de político… eu não tomar partido", disse ele à Reuters TV, mas acrescentando: "Tentei me considerar uma testemunha da história. E se eu estava só testemunhando a história, podia registrar os fatos e talvez fazer uma pergunta. Mas quis parar por aí." O grupo de rock Bon Jovi, que foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 2018, foi formado em 1983 e continua sendo um dos maiores nomes da indústria musical norte-americana. A banda gravou o álbum em março de 2019 em Nashville planejando lançá-lo em maio de 2020, mas ele foi adiado para 2 de outubro e duas musicas foram acrescentadas: "Do What You Can", na qual um Bon Jovi mascarado homenageia os trabalhadores na linha de frente da pandemia, e "American Reckoning", que trata da morte de George Floyd, um negro que morreu sufocado por um policial de Mineápolis. A canção "Brothers in Arms" é um aceno a Colin Kaepernick, quarterback da NFL, a liga de futebol americano dos EUA, atualmente sem clube, que provocou um debate nacional quando protestou contra a injustiça racial se ajoelhando durante a execução do hino dos EUA antes dos jogos. Indagado se teme uma reação negativa por cantar sobre temas que dividem seus compatriotas, especialmente antes da eleição presidencial de 3 de novembro, Bon Jovi respondeu que está "ciente", mas não receoso. "Certamente baixei a guarda para as críticas", disse. "O que importa é que você fale. E é isso que um artista deve fazer." Bon Jovi apresenta mais um sucesso do último disco: "Knockout"
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