‘Libelu – Abaixo a ditadura’ lembra grupo que desafiou regras à esquerda e à direita nos anos 70
Movimento surgido na USP que combateu o regime militar e rompeu com modelos culturais da época é tema de documentário exibido nesta quarta-feira (30) no festival É Tudo Verdade. Cartaz do filme 'Libelu – Abaixo a ditadura' Divulgação Uma balbúrdia bem organizada. Esse pode ser resumo de "Libelu – Abaixo a ditadura", documentário sobre um grupo de estudantes que enfrentou o regime militar e desafiou modelos de comportamento na oposição na década de 1970, de forma arrojada na política e na cultura. O filme estreia nesta quarta-feira (30), no festival de documentários É Tudo Verdade, que acontece online neste ano. A exibição é às 21h, com acesso gratuito na plataforma Looke. O grupo Liberdade e Luta surgiu em 1976, na Universidade de São Paulo (USP), e ganhou o apelido "Libelu" de outros estudantes de esquerda que os viam como inconsequentes. Os grupos mais sisudos estranhavam os cartazes irreverentes, as festas com rock e os discursos atrevidos. O documentário é construído com entrevistas dos membros hoje em dia no Prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. O diretor estreante Diógenes Muniz investiga as histórias da época e a perspectiva atual dos ex-estudantes que seguiram caminhos diversos. Prédio da faculdade de arquitetura da USP nos anos 1970. No mesmo local foram gravadas as entrevistas do filme Libelu – Abaixo a ditadura Divulgação / Libelu – Abaixo a Ditadura Entre os ex-Libelu que contam suas histórias no filme estão o economista Eduardo Giannetti, o cientista político Demétrio Magnoli, a jornalista Laura Capiglione, o crítico gastronômico Josimar Melo e o jornalista e músico Cadão Volpato. O jornalista Reinaldo Azevedo, que fez parte do grupo, mas não participou tão ativamente quanto os outros, também aparece. O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que liderou atividades do Libelu em Ribeirão Preto (SP), é o único que fala de casa, em prisão domiciliar. Balbúrdia com base As histórias contadas no filme revelam como o grupo que dava as melhores festas e era acusado se ser imprudente tinha, na verdade, disciplina e reflexão avançada. Josimar Melo conta de como propôs levar o grito "abaixo a ditadura" de volta aos protestos após o período mais duro de repressão após o Ato Institucional nº 5. Os outros grupos de estudantes julgavam que ainda não era a hora. Mas o grito teve apoio na rua. Cadão Volpato descreve experimentos nas táticas de manifestações. Algumas vezes os opositores se uniam aos gritos de "abaixo a ditadura" por pouco tempo e depois se dispersavam, em vários pequenos protestos que não davam chance de a polícia agir. Eram atos de coragem, mas também partiam de uma leitura do contexto de que, mesmo com o medo e o trauma da luta armada, o regime não tinha tanta força para realizar o mesmo tipo de repressão de uma década atrás. O filme mostra como a maior parte dos membros foi saindo da militância aos poucos, e trilhando carreiras em outras áreas, até no campo ideológico oposto. Mesmo por pouco tempo, assim como os protestos-relâmpago descritos por Cadão Volpato, o Libelu foi uma ousadia bem-sucedida. O documentário é uma produção e distribuição da Boulevard Filmes em coprodução com Canal Brasil, Globo Filmes e Globo News. Cena de 'Libelu – Abaixo a ditadura' Divlugação – Libelu – Abaixo a Ditadura
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Da detenção ao estrelato, Orochi conta como fez ‘da queda trampolim’ para virar ídolo do rap
Cantor carioca encabeça bom momento do trap nacional, ao lado de Xamã e Matuê. Mas diz que falta investimento no gênero: 'Nível do Brasil ainda é inferior por uma questão de infraestrutura'. O rapper Orochi Pedro Darua / Divulgação O rapper Orochi estava a caminho de um show quando foi parado pela Polícia Rodoviária e acabou detido por porte de drogas e desacato a autoridades, em março de 2019. Na época, ele já era conhecido no meio do hip hop, mas o episódio foi o início de um ponto de virada, que acabou tornando o cantor famoso muito além da bolha do gênero. Levado à delegacia e liberado em seguida, ele demorou pouco mais de uma semana para lançar “Balão”, música que faz referência ao caso e a informações falsas com seu nome, que circularam na imprensa. Foi seu primeiro grande hit. Até hoje o clipe é o mais visto dele no YouTube, com mais de 115 milhões de visualizações. “Estava passando por um momento muito forte da minha vida, uma transição complicada. Estava perdendo meu avô, a mídia estava tentando me colocar como errado…”, lembra, em entrevista ao G1. “Foi uma música fácil de escrever porque estava sentindo muita coisa, estava revoltado.” “Fiz da queda trampolim. Às vezes a gente tem que agradecer até as coisas que não são tão boas. Essa música salvou minha vida, salvou minha família.” Celebridade “Balão” é uma das faixas do álbum de estreia do rapper, “Celebridade”, um conceito que Orochi passou a conhecer bem. 'Celebridade' é o álbum de estreia de Orochi Divulgação Aos 21 anos, ele é um dos símbolos de uma geração de artistas que nunca dependeu do rádio ou de aparições na TV para fazer sucesso. Fez seu nome nas batalhas de rima em São Gonçalo, no Rio. Em 2015, com apenas 16 anos, conquistou o título de campeão nacional de freestyle. Depois, participou de dois dos projetos audiovisuais mais populares do rap, o Poetas no Topo, em 2017, e Poesia Acústica, no ano seguinte. Mesmo antes do primeiro disco, Orochi já acumulava uma legião de seguidores nas redes sociais. Hoje são 3,5 milhões no Instagram e mais de 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify, números que lhe proporcionam uma rotina de ostentação que ele faz questão de narrar nas músicas. “Celebridade” é um disco que fala das vitórias do rapper. E, por causa disso, também é sobre se tornar um modelo para outros jovens da periferia. “Eles olham pra gente como se fossemos heróis. Nos tornamos um estilo de vida, que pode ser um caminho para o menor não ir para a boca de fumo”, diz. O álbum foi pensado para consolidar o repertório de um show do rapper, mas saiu justamente quando as apresentações ao vivo foram suspensas por causa da pandemia do coronavírus. “Pensamos em adiar, mas chegamos à conclusão de que poderia ser uma jogada boa, uma novidade para as pessoas ouvirem em casa. E deu certo.” Seis meses de quarentena depois, “Celebridade” se tornou uma das pedras fundamentais do trap nacional. Ao lado de Xamã e Matuê, que também têm trabalhos recentes bem-sucedidos (os discos “O iluminado” e “Máquina do tempo”, respectivamente), Orochi encabeça um bom momento do subgênero do rap de batidas mais arrastadas e graves no país. Popular há vários anos nos Estados Unidos, o trap tem ido além das referências estrangeiras para encontrar um caminho mais brasileiro. Mas ainda falta investimento, na opinião do rapper. “O nível do Brasil ainda é inferior por uma questão de infraestrutura. Um evento nos EUA tem uma estrutura muito maior”, avalia. “Mas já somos referência. É o que sempre digo: a gente é gringo para os gringos. Quando todo mundo entender isso, vamos ter mais caminhos pra trilhar.”
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Shannen Doherty fala sobre luta contra câncer e diz valorizar cada pequeno momento
Em entrevista à revista Elle, atriz de 'Barrados no Baile' cita que se sente uma pessoa saudável e fala sobre planos para deixar mensagens para a família. Shannen Doherty em cena da nova série "90210", que tem o elenco original de "Barrados no Baile" Reprodução/INstagram/ShannenDoherty Shannen Doherty falou sobre sua luta contra o câncer. Em entrevista à revista Elle, a atriz que tem um câncer considerado metastático em estágio IV, diz se sentir uma pessoa saudável e que não está pronta para se despedir. "E me sinto com uma pessoa muito, muito saudável. É difícil encerrar suas coisas quando você sente que ainda vai viver por mais 10 ou 15 anos", disse a atriz após citar que não sentou para escrever cartas para seus familiares. "Têm algumas coisas que eu preciso fazer. Há coisas que preciso dizer para a minha mãe. Quero que meu marido saiba o que ele significa para mim." Ela contou que pensa em fazer alguns vídeos com mensagens para que eles assistam após sua morte. "Mas sempre que chega a hora de fazer isso, parece tão definitivo. Isso parece que você está despedindo, e eu não estou me despedindo". A atriz contou que está desenvolvendo diversos projetos, incluindo um novo programa de TV e estudando maneiras de usar sua visibilidade para para dar voz a outros pacientes com câncer de mama metastático. "Eu tenho muita vida em mim", afirmou. Ela ainda citou que tenta "valorizar todos os pequenos momentos que a maioria das pessoas realmente não vê ou não dá valor". Initial plugin text "As pequenas coisas ganham outra proporção para mim. Temos esse poço infinito dentro de nós, e trata-se apenas de continuar cavando em busca de força para encarar a adversidade — e para que também possamos ver toda a beleza." Em fevereiro de 2020, Shannen Doherty revelou que estava com câncer novamente durante entrevista ao programa "Good Morning America". Emocionada, a atriz disse não está sendo fácil lidar com a volta da doença. "Ainda não processei isso", afirmou. Ela foi diagnosticada pela primeira vez com câncer de mama em 2015, mas a doença se espalhou pelos gânglios linfáticos. No ano seguinte fez uma mastectomia e passou por sessões de quimioterapia e radioterapia.
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Como Enola Holmes: 4 mulheres da vida real ofuscadas por seus irmãos mais famosos
Na ficção, a irmã de Sherlock Holmes é lembrada agora em uma estreia da Netflix; a BBC celebra algumas irmãs não ficcionais esquecidas na história. Enola, a irmã mais nova dos Holmes no filme da Netflix, passou a infância aprendendo jiu jitsu, química, literatura e a resolução de anagramas, todos estudos não convencionais para meninas da Era Vitoriana Cortesia/Netflix via BBC Por que irmãs muitas vezes vivem à sombra de seus irmãos? Essa é a questão central do novo filme da Netflix, "Enola Holmes". O filme é uma adaptação da série de romances de Nancy Springer, de 2006, sobre as aventuras da irmã mais nova de Sherlock Holmes, Enola. Com Millie Bobby Brown, que fez o papel de Eleven na série "Stranger Things", no papel principal, o filme captura as alegrias e dificuldades de ser uma jovem mulher na Inglaterra vitoriana. É claro que Enola Holmes, assim como Sherlock, é uma personagem de ficção. Mas, para coincidir com o lançamento do filme, a Netflix ergueu estátuas de mulheres históricas não ficcionais que foram ofuscadas por seus irmãos mais famosos em todo o país. Trailer de 'Enola Holmes' A BBC conta a história de Enola Holmes e das mulheres reais, irmãs ofuscadas, que estão sendo celebradas agora. 1. Frances 'Fanny' Elizabeth Dickens Nascimento: 1810 Morte: 1848 Profissão: Musicista profissional Irmão: Charles Dickens Estátua: Portsmouth Guildhall Square, sul da Inglaterra Na Praça Guildhall, de Portsmouth, em frente à estátua de um dos autores britânicos mais famosos, Charles Dickens, está uma estátua de sua irmã mais velha, Frances Elizabeth Dickens. "Fanny", como era conhecida por sua família, era uma música talentosa e grande parte da infância de Dickens foi passada à sombra de sua irmã. Aos 13 anos, em 1823, Fanny ganhou uma vaga na recém-inaugurada Royal Academy of Music (RAM) de Londres, onde foi ensinada por Isaac Ignaz Moscheles, amigo de Mendelssohn e Beethoven. Ela aprendeu canto e piano, logo indo muito mais à frente de todos ao seu redor, muito antes de seu irmão sequer pensar em pegar uma caneta. Frances Dickens em frente à estátua de seu irmão Charles em Portsmouth, Inglaterra, sua cidade natal Cortesia/Netflix via BBC Muitos acreditavam que os talentos de Fanny, não os de seu irmão mais novo, fariam uma fortuna para a família, e ela logo se tornou professora na Royal Academy e também musicista profissional. Mas em 1837 Fanny casou-se com outro ex-aluno da RAM, Henry Burnett, e, como era esperado de uma esposa e mãe na época, deixou sua carreira. Ela continuou a influenciar sua família, e os problemas de saúde de seu filho, Henry, inspiraram Charles a criar o famoso personagem Tiny Tim no livro A Christmas Carol. Saúde debilitada era algo que acometia a família. Fanny morreu de tuberculose aos 38 anos, deixando seu irmão mais novo arrasado. 2. Mary Hardy Nascimento: 1841 Morte: 1915 Profissão: Professora Irmão: Thomas Hardy Estátua: Dorchester, sudoeste da Inglaterra Em Dorchester, a famosa estátua de Thomas Hardy, autor de Far From The Madding Crowd (Longe da Multidão), é acompanhada por uma de suas irmãs, Mary. Embora não fosse uma autora célebre, Mary também tinha um profundo amor pelas palavras e levou uma vida como uma mulher vitoriana independente ao se tornar uma professora. Mary em frente à estátua de seu irmão, o escritor Thomas Hardy, em Dorchester, na Inglaterra Cortesia/Netflix via BBC É o histórico da família Hardy que torna as conquistas deste casal de irmão e irmã tão únicas. Nascido em um pequeno vilarejo de Dorset, o pai de Mary era um construtor local, e sua mãe, Jemima, uma cozinheira. Foi Jemima quem exerceu a maior influência na vida de seus dois filhos, porque acreditava que a educação, não o casamento, deveria ser o objetivo de todos os seus filhos. Para Mary, isso levou a um amor eterno pelo ensino e, em 1862, ela escreveu ao irmão sobre sua mais recente nomeação: "O salário é de 40 libras por ano, com um jardim e uma casa parcialmente mobiliada. Tenho que tocar órgão na Igreja". 3. Princesa Helena Augusta Vitória, ou Helena do Reino Unido Nascimento: 1846 Morte: 1923 Conhecida por: Campanha pela enfermagem Irmão: Eduardo VII Estátua: Birmingham, centro-oeste da Inglaterra As armadilhas da realeza pouco fazem para impedir que o legado de uma irmã seja ofuscado por seu irmão, como a princesa Helena Augusta Vitória, ou Helena do Reino Unido, iria descobrir. Como quinta filha da rainha Vitória e do príncipe Albert, Helena estava longe de ser importante na linha de sucessão, mas ela fez um trabalho incansável na campanha pelas enfermeiras britânicas. A princesa Helena do Reino Unido na frente de seu irmão, o Rei Eduardo VII Cortesia/Netflix via BBC Além de ser um dos membros fundadores da Cruz Vermelha, a princesa Helena também foi a presidente fundadora da Workhouse Infirmary Nurses Association e da Royal British Nurses Association (RBNA), associações de enfermagem do Reino Unido. Durante a Guerra Franco-Prussiana, ela desempenhou um papel fundamental no recrutamento de enfermeiras e na organização de suprimentos de socorro para a linha de frente. Depois da guerra, foi sua campanha determinada em nome da RBNA que a colocou em um conflito surpreendente com uma de enfermeiras britânicas mais famosas, Florence Nightingale. Naquela época, não havia registro formal para enfermeiras no Reino Unido e nenhuma organização específica que monitorasse seu treinamento e qualificações. Isso significava que a enfermagem não era vista como uma profissão nobre ou honrada, mas aberta a fraudes e deturpações. A princesa acreditava que uma das coisas mais importantes que ela poderia fazer era apoiar um registro oficial para melhorar "a educação e o status daquelas mulheres devotadas e abnegadas, cujas vidas inteiras foram dedicadas a cuidar dos doentes, sofredores e moribundos ". Mas Florence Nightingale argumentou que isso excluiria as mulheres da classe trabalhadora, que não poderiam passar em um exame escrito para serem incluídas no registro. Em 1919, após décadas de campanha, no entanto, a princesa viu passar a Lei do Registro de Enfermeiros, criando a profissão que conhecemos hoje. 4. Maria Anna 'Nannerl' Mozart Nascimento: 1751 Morte: 1829 Profissão: Musicista Irmão: Wolfgang Amadeus Mozart Estátua: Bath, sudoeste da Inglaterra Nos Jardins de Bath está um pequeno monumento ao jovem Wolfgang Amadeus Mozart. A ele se junta agora uma estátua de sua irmã, a talentosa tocadora de cravo Maria Anna 'Nannerl' Mozart. Quatro anos mais velha que Wolfgang, Nannerl foi treinada desde cedo para ser um prodígio musical. Seu pai, Leopold, viajou com ela pela Europa e, mesmo quando seu irmão mais novo se juntava a ela, muitas vezes era Nannerl quem recebia o maior faturamento, não Mozart. Em 1763, quando Nannerl tinha cerca de 12 anos, escreveu o seu pai, ela tocava "com tanta habilidade que o mundo fala dela e se maravilha com ela". O relacionamento de Nannerl com Mozart foi de alegria e companheirismo. Quando crianças, eles inventaram um mundo secreto privado chamado "Reino de Back", que governaram juntos. À medida que os talentos do próprio Mozart cresciam, ele escreveu uma série de composições para sua irmã tocar, incluindo Prelúdio e Fantasia nº 1 com fuga em Dó maior, K. 394 de 1782. Mas o estrelato de Nannerl logo foi tirado dela. À medida que ficava mais velha, ela não era mais vista como uma criança prodígio, mas sim como uma mulher, e a ideia de uma mulher ganhando dinheiro com música foi vista como profundamente desonrosa (ela teria que se apresentar de graça para que fosse considerada respeitável – mas não ganharia nenhum dinheiro para seu pai). Há menções do próprio Mozart de que ela tinha começado a compor sua própria música, mas infelizmente nenhuma sobreviveu e seu legado musical foi esquecido quando seu irmão alcançou as alturas. 5. Enola Holmes Conhecida por: Detetive ficcional Irmão: Sherlock Holmes Estátua: Londres E isso nos leva a Enola Holmes, que em breve terá uma estátua ao lado de seu estimado irmão detetive em Baker Street, Londres. Embora seja uma obra de ficção, Enola é uma entre uma longa fila de detetives mulheres que talvez tenham sido esquecidas pela história. Alguns dos primeiros romances policiais não eram sobre os "Sherlocks" do passado, mas suas contemporâneas. The Female Detective, e Revelations of a Lady Detective, ambos publicados em 1864, estavam cheios de histórias de intriga e investigação pelas heroínas de outrora. E "mulheres detetives" não existiam apenas nas páginas de ficção. Os jornais vitorianos frequentemente traziam relatos de investigadoras particulares contratadas para investigar casos criminais, e até mesmo pela própria Scotland Yard.
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Anitta e MC Lan são os únicos nomes do Brasil indicados em categorias de visibilidade no 21º Grammy Latino
A produção fonográfica do país é mais uma vez minimizada na premiação voltada para músicas cantadas em espanhol. Anitta é indicada na categoria 'Melhor música urbana' por 'Rave de favela', gravação feita com MC Lan e Tropkillaz Divulgação ♪ ANÁLISE – Assim que a Academia Latina da Gravação revelou na manhã de terça-feira, 29 de setembro, a lista de indicados à 21ª edição do Grammy latino, artistas brasileiros começaram a celebrar em redes sociais as nomeações para a premiação programada para 19 de novembro. A comemoração é justa, porque a marca Grammy é uma das mais fortes da indústria fonográfica mundial. Contudo, é preciso ressaltar que, com poucas exceções, as indicações de brasileiros foram feitas em categorias exclusivamente dedicadas a discos e gravações em língua portuguesa. Ou seja, são categorias exclusivas para o Brasil, já que o foco do Grammy Latino é e sempre foi o mercado de música latina formado pelos países de língua hispânica. Como já virou tradição na premiação, a produção fonográfica brasileira está minimizada – a rigor, quase inteiramente ignorada – nas categorias gerais e mais relevantes da 21ª edição do Grammy latino. Os músicos Caetano Brasil, Marcelo Jiran e Yamandu Costa foram indicados na categoria Melhor álbum instrumental por Cartografias (2019) – disco de choro feito por Caetano Brasil com o grupo do clarinetista mineiro, e por Festejos (2020) – álbum de Yamandu com Jiran. No nicho instrumental, o Brasil normalmente emplaca ao menos uma indicação por ser música sem idioma. Também merece menção a indicação do quinto álbum de estúdio de Céu, APKÁ! (2019) na categoria técnica que contempla a melhor engenharia de som. Há também indicações para clipes da cantora Bivolt e do grupo BaianaSystem (em parceria com o duo Tropkillaz). Mas é muito pouco diante da diversidade e da qualidade da produção fonográfica brasileira. A rigor, somente Anitta e o funkeiro MC Lan representam o Brasil no 21º Grammy latino em categoria de grande visibilidade. Por conta das conexões de Anitta com estrelas internacionais do mercado latino e norte-americano, a cantora mais uma vez é indicada na categoria Melhor canção urbana. Desta vez, por Rave de favela (Anitta, Diplo, Eric Alberto Lopez, MC Lan, Tropkillaz e Tynashe Beam, 2020), música gravada pela artista carioca com MC Lan e com o trio Major Lazer. Anitta já é nome recorrente na categoria Música urbana. Em 2018, no 19º Grammy Latino, Anitta concorreu (e perdeu) na mesma categoria com a música Downtown (José Balvin, Alejandro Ramírez, Justin Quiles, Anitta, 2017). Em 2019, na 20ª edição, a artista teve o álbum Kisses (2019) indicado na categoria. Também perdeu. Pode ser que a cantora ganhe desta vez, sem que uma eventual vitória de Anitta na 21ª edição do prêmio dilua a sensação de que, pela barreira mercadológica da língua portuguesa, o Grammy Latino sempre isola a música do Brasil e, como consequência dessa separação, a minimiza nas categorias realmente relevantes como Álbum do ano, Gravação do ano e Música do ano.
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Djonga é 1º brasileiro indicado a prêmio BET Hip Hop Awards nos Estados Unidos
Rapper mineiro concorre na categoria de melhor artista internacional. Premiação acontece em 27 de outubro. Djonga Daniel Assis / Divulgação O rapper mineiro Djonga foi o primeiro brasileiro indicado ao prêmio BET Hip Hop Awards, realizado nos Estados Unidos. Djonga conta como uniu rap, 'melodias de funk proibidão' e voz 'sentimental' Djonga: rapper mineiro mostra força para tomar o Brasil em 'Ladrão'; G1 Ouviu O cantor concorre na categoria de melhor artista internacional com rappers da França, Reino Unido, África do Sul e Quênia. A premiação acontece em 27 de outubro. Em quatro anos de carreira, ele lançou quatro álbuns de estúdio: "Heresia" (2017), "O menino que queria ser Deus" (2018), "Ladrão" (2019) e "Histórias da minha área" (2020). Com os últimos dois, o rapper emplacou suas músicas entre as mais ouvidas no YouTube. Assim, se tornou um dos nomes mais fortes da cena do hip hop no Brasil, que ganhou força nos últimos anos com a invasão do trap e o crescimento do rap acústico. Ele também foi o responsável por popularizar a frase de protesto "fogo nos racistas". Suas músicas carregam esse grito contra injustiças, mas o cantor não abre mão do bom humor e do "swing". "Senão não é arte, é panfleto. E panfleto deixa para outro entregar", disse ao G1 em entrevista.
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Ana Frango Elétrico inicia ciclo com single ‘Mama planta baby’, produzido pela artista
♪ Após dois álbuns que repercutiram bem na cena indie carioca, Mormaço queima (2018) e Little electric chicken heart (2019), Ana Frango Elétrico inicia ciclo na trajetória fonográfica com a edição do single Mama planta baby nesta quarta-feira, 30 de setembro, via Selo Risco. É a primeira vez que a artista carioca – nascida em 19 de dezembro de 1997 com o nome de Ana Fainguelernt – assina sozinha a produção musical de um disco. Mama planta baby é o primeiro de dois inéditos singles autorais que a artista gravou e produziu de forma remota durante o isolamento social com as presenças dos músicos Alberto Continentino (baixo), Joca (percussão eletrônica) e Vovô Bebê (flautas), além de Dora Morelenbaum e Lucas Nunes nas vozes do coro da gravação. Além de cantar e produzir o fonograma, Ana assumiu violão, bateria eletrônica, órgão, glockenspiel e os efeitos dessa faixa mixada e masterizada por Martin Scian. Capa do single 'Mama planta baby', de Ana Frango Elétrico Divulgação A intenção da artista foi experimentar sons e timbres sem se desviar radicalmente da linha do interessante álbum Little electric chicken heart. “Pensei numa melodia que pudesse ser cantada para plantas e bebês, trazendo timbres que têm me interessado, como o da flauta, órgão e violão, e misturando elementos da bossa nova, chamber-pop e soft-eletro-indie. Quis explorar efeitos, estéreos e repetições trazendo elementos em comum ao Little electric chicken heart, como dobras, coros, metais, e divergindo em outros aspectos, como forma e timbres”, conceitua Ana Frango Elétrico.
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Quino, cartunista argentino criador de Mafalda, morre aos 88 anos
Informação foi confirmada pelo editor Daniel Divinsky. Personagem mais famosa do autor, uma garotinha de 6 anos preocupada com problemas sociais, foi traduzida para mais de 30 idiomas. Nesta foto de arquivo de 15 de setembro de 2014, o cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, também conhecido como Quino, posa ao lado de sua personagem Mafalda na exposição 'O Mundo Segundo Mafalda', em Buenos Aires, na Argentina Natacha Pisarenko/AP/Arquivo Quino, cartunista argentino conhecido por criar as histórias em quadrinhos da personagem Mafalda, morreu aos 88 anos, confirmou o editor Daniel Divinsky, pelo Twitter. "Quino morreu. Todas as pessoas boas do país e do mundo ficarão de luto por ele", escreveu ele. A causa da morte não foi oficialmente divulgada. Segundo a imprensa argentina, o artista sofreu um acidente vascular cerebral nos últimos dias. Leia a repercussão da morte de Quino Veja fotos do autor Cartunistas homenageiam com desenhos O cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, também conhecido como Quino, durante entrevista coletiva em Buenos Aires, na Argentina, em maio de 2014 Eduardo Di Baia/AP/Arquivo Joaquín Salvador Lavado foi o criador das histórias em quadrinhos mais traduzidas da língua espanhola. Ele nasceu em 1932, em Mendoza, na Argentina, onde voltou a morar em 2017, após a morte de sua mulher, Alicia Colombo. Seu nome é sempre associado ao de sua personagem mais famosa, que completou 56 anos nesta segunda-feira (29). A questionadora menininha de seis anos, fã de Beatles, ficou famosa pela preocupação em combater os problemas sociais e a sopa no jantar. 5 curiosidades sobre Quino, o pai da Mafalda Criação de Mafalda Quino criou Mafalda já em seu primeiro emprego como desenhista publicitário, que teve início em 1962. A garotinha seria personagem de uma peça de propaganda, que foi rejeitada por jornais na época. O autor retomou o personagem em 1964. A primeira tirinha foi publicada no dia 29 de setembro daquele ano. A partir de então, as historinhas, agora sem objetivo publicitário, acabaram aparecendo em jornais do mundo todo. Mais tarde, os livros de Mafalda foram traduzidos para mais de 30 idiomas. Mafalda, de Quino está em lugar destacado na exposição no Espaço Cultural Renato Russo Reprodução/Quino A personagem também virou protagonista de um filme, produzido na Argentina e lançado em 1982. Além da garotinha, as tirinhas também tornaram célebres personagens como Manolito, Susanita, Guille, Filipe e Libertad. Em 1973, após quase 2 mil tirinhas, Quino decidiu que não desenharia mais Mafalda. O cartunista Joaquin Salvador Lavado, também conhecido como Quino, posa ao lado de uma escultura de sua personagem Mafalda, em Oviedo, na Espanha. Foto de outubro de 2014 Miguel Riopa/AFP/Arquivo Em uma entrevista em 2014, questionado se a personagem manteria seu olhar crítico ao mundo tantos anos depois, Quino disse que sim. "E tem mais argumentos ainda. Se você ver os jornais, não precisa nem perguntar o porquê." Depois de abandonar a personagem, Quino continuou a criar histórias com tom político, muitas vezes sobre opressão e desigualdade social, para jornais de vários países.
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Quino: Famosos lamentam morte do cartunista argentino
Joaquín Salvador Lavado, criador de Mafalda, morreu aos 88 anos. O quadrinista Quino e uma escultura de sua personagem Mafalda, em 2009, em Buenos Aires, na Argentina Alejandro Pagni/AFP Famosos usaram as redes sociais para lamentar a morte do cartunista argentino Quino. Joaquín Salvador Lavado, criador da personagem Mafalda, morreu aos 88 anos. A informação foi confirmada por seu editor, Daniel Divinsky, pelo Twitter, nesta quarta-feira (30). Édgar Vivar, ator "Sua linda Mafalda será eterna. Boa viagem" Initial plugin text Mauricio de Sousa, quadrinista "O amigo Quino está agora desenhando pelo universo com aqueles traços lindos e com um humor certeiro como sempre fez. Criou sua Mafalda, hoje de todos nós, no mesmo ano em que eu criei a Mônica, em 1963. Por isso, nos tornamos irmãos latino-americanos para desbravar o mundo dos quadrinhos. Estive com ele em 2015, em Buenos Aires, no Centro Cultural Brasil-Argentina, onde o presenteei com uma Mônica ao lado da Mafalda na comemoração dos 50 anos das duas personagens. Uma pessoa dócil e um dos maiores desenhistas de humor de todos os tempos. Quino vive agora mais forte dentro de nós." Mauricio de Sousa e Quino, em 2015 Sidney Gusman/Divulgação Thedy Corrêa, cantor "Mais que uma HQ, sua criação ajudou a moldar o pensamento político de muitas pessoas. Eu me incluo nessa categoria. Descanse em Paz, mestre." Initial plugin text Alexandre Nero, ator Initial plugin text Emicida, cantor Initial plugin text Paulo Coelho, escritor Initial plugin text Bruno Gouveia, cantor "Mafalda foi sempre contestadora, amava o mundo, os animais, enfim, uma criança!! Um símbolo da Argentina que se vai mas que estará pra sempre em nossos corações." Initial plugin text Laerte, cartunista Initial plugin text Matzorama, humorista argentino "Me recordo o dia e lugar em que vi essa tirinha. Desde então, me apaixonei pelo humor e pelo o que fazia Quino. Se tem uma tirinha favorita, compartilhe. E em vez de lamentar, festejemos o legado que nos deixou em vida." Initial plugin text Gregorio Duvivier, ator Initial plugin text Luciana Salazar, modelo e atriz argentina "Poucas pessoas marcaram tantas gerações com sua arte. Uma vez disse: Mafalda não me abandona porque aqueles dramas sociais seguem atuais'. Que sua obra nos faça refletir e nos perguntar por que continuamos enfrentando os mesmos problemas." Initial plugin text Carlos Latuff, cartunista "Quino nos deixou hoje, mas sua filha Mafalda segue com a luta." Initial plugin text Adão Iturrusgarai, cartunista Initial plugin text Fernando Aramburu, escritor espanhol "Eles ficaram órfãos" Initial plugin text Quino: veja vídeos sobre o cartunista e criador de Mafalda
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Mac Davis, compositor de hits de Elvis Presley, morre aos 78 anos
Músico escreveu 'A Little Less Conversation', 'In The Ghetto' e 'Don't Cry Daddy' e teve carreira de destaque no country. Ele morreu após complicações de uma cirurgia no coração. O músico Mac Davis durante apresentação no Texas Film Awards, em Austin, Texas, em março de 2014 Jack Plunkett/Invision/AP/Arquivo Mac Davis, músico e compositor americano, morreu aos 78 anos na terça-feira (29). Ele teve complicações depois de uma cirurgia no coração, segundo o empresário Jim Morley. "A Little Less Conversation", "Don't Cry Daddy", "In The Ghetto" são músicas que Davis escreveu e foram sucesso na voz de Elvis Presley. Moris Mac Davis nasceu no Texas em 1942 e começou a tocar em bandas ainda adolescente. Na carreira solo, ele ganhou destaque na cena americana com o álbum "Baby Don't Get Hooked on Me" em 1972. "Stop and Smell the Roses" e "One Hell of a Woman" são outros hits de Davis, que recebeu uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 1998. Ele também teve um programa de TV na década de 1970 e apareceu nas séries "Fargo" e "Murder, She Wrote". "Ele era uma lenda da música, mas seu trabalho mais importante foi como marido, pai, avô e amigo amoroso. Vou sentir falta de rir de nossas desventuras na estrada e de seu senso de humor perspicaz", afirmou Morey em comunicado. "Quando havia uma decisão difícil a ser tomada, ele sempre me dizia: 'Você decide .. Eu vou para o campo de golfe!'", lembra o empresário.
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