‘BBB21’ começa nesta segunda-feira (25) e terá 100 dias; veja participantes
Nova edição do reality show vai contar com dez competidores anônimos e dez famosos. Semana Pop conta fofocas e tudo o que você precisa saber sobre os VIPs do 'BBB 21' O "BBB21" começa nesta segunda-feira (25). O reality vai contar com dez participantes do grupo Pipoca, composto por anônimos, e outros dez do grupo Camarote, com famosos. O programa vai ao ar depois da novela "Força do Querer". Casa do 'BBB21': Sala traz grafites e quarto homenageia literatura de cordel nordestina; veja FOTOS Seis participantes vão entrar no 'BBB21' com imunidade; veja quem são Veja a lista dos participantes abaixo: Karol Conká, 35 anos, cantora e apresentadora de Curitiba (PR) Karol Conká é participante do 'BBB21' TV Globo Nome conhecido do rap, Karol lançou seu primeiro álbum, “Batuk freak”, em 2013, No ano seguinte, estourou nacionalmente com o hit “Tombei”, em parceria com os DJs do Tropkillaz. Seu repertório tem discurso sobre empoderamento feminino e diversidade. Na TV, já participou de programas como “Mister Brau” (TV Globo) e “Superbonita” (GNT). Arthur, 26 anos, instrutor de crossfit de Conduru (ES) Arthur é participante do 'BBB21' TV Globo Eleito Mister Espírito Santo em 2016, Arthur ficou em sétimo lugar no concurso nacional. Também já jogou nas categorias de base do Atlético Goianiense e na Ponte Preta, mas largou o futebol por conta de lesões. Atualmente, trabalha como personal trainer e instrutor de crossfit no Rio de Janeiro. Carla Diaz, 30 anos, atriz de São Paulo (SP) Carla Diaz é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Conhecida do público desde criança, Carla começou a atuar aos sete anos, em “Chiquititas”, novela infantil de sucesso nos anos 90. Depois, participou de tramas como “Laços de família”, “O clone” e “A força do querer”. Saiba mais. Caio, 32 anos, fazendeiro de Anápolis (GO) Caio é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Caio é um homem do campo. Mora na cidade de Anápolis e vai todos os dias para a fazenda, onde tem plantação de soja e de milho. Desde criança, acompanhou o pai e o avô no trabalho e sempre quis também seguir esse caminho. Ele vive com a noiva e tem duas filhas: Alice, de 6 anos, de um relacionamento anterior, e Manuella, de 10 meses, com a atual. Camilla de Lucas, influenciadora de Nova Iguaçu (RJ) Camilla de Lucas é participante do 'BBB21' Divulgaço/Globo Camilla começou a criar conteúdos no YouTube fazendo vídeos sobre beleza, com dicas de cabelo e maquiagem, há quatro anos. Hoje tem mais de 7,5 milhões de seguidores nas suas contas nas redes sociais. Mora com o namorado e diz "blogueirinha real" por falar do cotidiano em seus vídeos. Chegou a cursar Contabilidade. Em 2020, entrou para uma lista da revista "Forbes" como uma das jovens mais promissoras do Brasil. Saiba mais. João Luiz, professor de Geografia de Santos Dumont (MG) João Luiz é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo João Luiz nasceu em Santos Dumont, mas mora há um ano com o namorado em Extrema, no sul de Minas. Gosta de ouvir funk e de dançar, e se considera comunicativo. Durante o mestrado em Geografia, abriu uma loja virtual para vender cadernos e quadros pintados por ele e uma amiga. Pocah, cantora do Rio de Janeiro (RJ) Pocah é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Seu nome artístico é baseado na personagem Pocahontas. Sua mãe era empregada doméstica e ela já trabalhou como manicure aos 16 anos. Era fã de rock, mas estourou como cantora de funk em 2012, com a música “Mulher do Poder". Depois, emplacou outros hits como "Não sou obrigada", "Quer mais", com MC Mirella, e "Oh quem voltou", com Dani Russo e Naiara Azevedo. Tem uma filha de 4 anos, Vitória. Saiba mais. Arcrebiano, modelo e educador físico de Vila Velha (ES) Arcrebiano é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Ele é capixaba, mas mora em Goiânia desde os 16 anos. Também já morou em Portugal por dois anos, onde trabalhou como professor de crossfit. É solteiro e divide seu dia em três atividades: investimentos no mercado financeiro, trabalhos com moda e como personal trainer. Tem o apelido de Bil. Seus pais pretendiam chamá-lo de Clebiano, mas o cartório errou o registro. Nego Di, comediante de Porto Alegre (RS) Nego Di é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Virou "influenciador de WhatsApp" após viralizar com um áudio em que narra um assalto. Curte samba e pagode e é pai de Tyler, 5 anos. Trabalha desde cedo, já serviu o Exército e foi taxista, garçom, cozinheiro e barbeiro. Diz que aprendeu a ser humorista fazendo graça para se defender do bullying na escola. Saiba mais. Juliette, advogada e maquiadora de Campina Grande (PB) Juliette é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Ela já estudou Letras, se formou em Direito e está estudando para ser delegada. O trabalho de maquiadora ajuda a bancar os estudos. Diz ser bem humorada e comunicativa, mas afirma que também pode ser autoritária. Conta que tem origem humilde e diz que aos seis anos ajudava a lavar cabelos no salão de sua mãe. Lucas Penteado, ator de São Paulo (SP) Lucas Penteado é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo É tataraneto de um dos fundadores da escola de samba paulista Vai Vai e já foi ritmista, passista e produtor de desfiles. Também participou de batalhas de rap e poesia. Participou dos movimentos em prol da educação que ocuparam as escolas de SP em 2018. Estreou na TV em "Malhação – Viva a Diferença", em 2017, como o personagem Fio. Saiba mais. Kerline, modelo e influenciadora de Fortaleza (CE) Kerline é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Estuda Design e Moda. Além de criar seus conteúdos, criou há alguns anos uma empresa que gerencia a carreira de influenciadores digitais. Mas sofreu um golpe e teve que fechar o negócio. Trabalha desde os 14 anos e diz que, durante a pandemia, a renda de suas redes sociais está sustentando a família numerosa. Gosta de surfe, corrida e musculação. Rodolffo, cantor de Uruaçu (GO) Rodolffo é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Ele faz parte da dupla Israel & Rodolffo há 25 anos – desde os seus 7 anos de idade. Entre os seus maiores sucessos estão "Casa mobiliada" e "Coraçãod e quatro". Além da música, também gosta de cozinhar, praticar esportes e fazer trilhas. É ex-marido e amigo da vice-campeã da edição passada, Rafa Kalimann. Saiba mais. Lumena, psicóloga e DJ de Salvador (BA) Lumena é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Além de Salvador, ela já morou no Rio e em São Paulo e fez intercâmbio na África durante seus estudos. É psicóloga e pesquisadora, mas também DJ de pagodão baiano. Namora há um ano e tem planos de ser mãe em breve. Considera-se diplomática, mas também impulsiva. Viih Tube, youtuber (SP) Viih Tube, participante do BBB Divulgação A atriz e youtuber de 20 anos tem mais de dez milhões de inscritos em seu canal, criado por ela aos 12 anos, quando passava por uma turbulência na família. Seus pais estavam se separando e ela conta que a interação com o público ajudou bastante na época. Saiba mais. Gilberto, doutorando em Economia (PE) Gilberto, participante do BBB DIvulgação Com 29 anos, é nascido e criado em Jaboatão dos Guararapes (PE). De origem humilde, sempre estudou muito para mudar essa realidade e ser inspiração para todos os familiares. Já foi vendedor de seguros, cantor de coral erudito e missionário mórmon e, graças às missões, conheceu diferentes lugares e realidades sociais em todo o mundo. Projota, rapper (SP) Projota é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Veterano no BBB como atração, ele já se apresentou três vezes no programa, inclusive na final da 18ª edição. Agora com 34 anos estará do outro lado, o de participante. O início de sua carreira se deu nas batalhas de rimas e os primeiros shows foram na frente da própria casa. Largou a faculdade faltando um semestre para terminar, pois teria que parar de cantar para trabalhar e estudar. Uma conversa com o pai o incentivou a continuar na música e, hoje, tem nove discos e dois DVDs lançados. É casado e tem uma filha de 11 meses. Saiba mais. Thaís, cirurgiã-dentista (GO) Thaís é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo Natural de Luziânia (GO), cidade do interior de Goiás, a jovem de 27 anos atende em clínica. Ela se considera uma pessoa intensa, que se entrega muito ao momento e que não consegue ficar parada. A última ideia que teve para ocupar o tempo foi a de fazer um curso de DJ. Fiuk, cantor e ator (SP) Fiuk é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo O filho do cantor Fábio Jr., decidiu também seguir o caminho da arte, na música, no teatro, na TV e no cinema. Foi vocalista das bandas No Name e Hori e trabalhou em carreira solo. Na televisão, seu primeiro trabalho foi como protagonista em 'Malhação ID', no ano de 2009. Desde então, atuou em 'Aquele Beijo', 'Geração Brasil' e agora está de volta ao ar como Ruy na reprise de 'A Força do Querer'. Saiba mais. Sarah, consultora de marketing (DF) Sarah é participante do 'BBB21' Divulgação/Globo A consultora de marketing digital é formada em Publicidade e tem mestrado em Business. Aos 19 anos, morou durante um ano em Los Angeles para aprender a falar inglês. Com 24, já formada, voltou aos Estados Unidos para cursar um MBA. Ela conta que, nesta época, "viveu um sonho no verdadeiro estilo Hollywood", conhecendo famosos e frequentando as festas mais badaladas do país norte-americano. 100 dias O "BBB21" estreia em 25 de janeiro e, pela primeira vez, terá 100 dias de duração. Tiago Leifert comanda o programa novamente. Repetindo a bem-sucedida fórmula da temporada de 2020, o jogo terá integrantes anônimos e famosos, divididos entre os times Pipoca e Camarote. Provas bate-e-volta e de resistência, além do big fone, da divisão da casa entre vip e xepa e o líder com o poder do "não", seguem como parte da atração. Nesta edição, os confinados contarão com o aplicativo de paquera "Flecha". Além do flerte ao vivo, os participantes do "BBB21" poderão contar com uma ajudinha virtual para demonstrar interesse entre eles. Nele, eles poderão declarar o interesse uns nos outros e, caso o interesse seja mútuo, os confinados ficam sabendo do "match" e têm a chance de levar a história afetiva adiante. O aplicativo será uma das ferramentas do #FeedBBB, que é a rede social dos participantes. A plataforma contará também com o "Podcast do Líder", no qual o participante com poder da semana gravará conteúdos exclusivos em áudio na plataforma. O podcast ficará disponível somente para o público. Os planos do top 5 do 'BBB20' para depois do programa
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Dayane Mello concorre a vaga na final do ‘Big Brother’ italiano nesta segunda
Brasileira foi alvo de comentários misóginos e xenofóbicos, mas também passou a receber apoio de torcedores do Brasil e do resto do mundo na versão do reality da TV italiana. Dayane Mello no 'Grande Fratello VIP' Reprodução/Instagram/dayanemelloreal A brasileira Dayane Mello concorre nesta segunda-feira (25) a uma vaga antecipada na final do "Gran Fratello VIP", a versão italiana do reality show "Big Brother". O programa está agendado para terminar no dia 26 de fevereiro, mas nesta semana ja será definida uma das vagas na final entre quatro concorrentes, incluindo a brasileira. Ela foi alvo de ataques xenofóbicos e machistas durante o programa. "Ela tem que voltar para casa… Sair da Itália", escreveu um internauta. Mas o apoio também cresceu. "São mensagem de gente do Brasil, de Portugal, da Argentina, do mundo todo. Pessoas que se identificaram com o que passamos, que viveram a mesma situação'", disse ao G1 o irmão dela, Juliano Mello. Ele define a irmã como franca. "Nós brasileiros temos uma cultura distinta. Às vezes incomoda esse nosso calor. Os italianos são muito rígidos, brutos", ele descreve. Exército da Dayane Dayane tem recebido apoio da torcida brasileira, que organiza mutirões de votos pela internet para mantê-la na casa. Initial plugin text Ela foi alvo de ataques xenofóbicos e machistas durante o programa Em reportagem no dia 10 de janeiro, o "Fantástico" mostrou que a brasileira tem sido alvo de ataques nas redes sociais. Veja abaixo: Brasileira no Big Brother Itália mobiliza torcidas após se tornar alvo de ataques e ameaças
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São Paulo faz 467 anos com trilha sonora tão diversificada e interessante quanto a cidade
Compositores como Adoniran Barbosa, Clemente Nascimento, Criolo, Itamar Assumpção, Rita Lee e Tom Zé são autores de músicas que mapeiam a metrópole muito além do cruzamento da Ipiranga com a avenida São João. ♪ MEMÓRIA – Fundada em 1554, a cidade de São Paulo (SP) faz 467 anos nesta segunda-feira, 25 de janeiro de 2021, com trilha sonora diversificada que mapeia a alma da metrópole muito além do cruzamento da Ipiranga com a avenida São João. Ecoando o percurso emocional seguido na letra do samba-canção Ronda (Paulo Vanzolini, 1953), música referencial na trilha da cidade, essa esquina foi poetizada pelo baiano Caetano Veloso em verso de canção, Sampa (1978), que se impôs no imaginário nacional como uma das mais perfeitas traduções da alma da cidade ao lado do cancioneiro de Adoniran Barbosa (1910 – 1982), compositor paulistano que retratou São Paulo em sambas como o Samba do Arnesto (1953) e, claro, Trem das onze (1964). O afetivo recorte social de São Paulo na obra de Adoniran Barbosa também vem de imediato às mentes quando o assunto é a trilha sonora da cidade. Contudo, outros sons e ritmos compõem essa trilha, cuja variedade está afinada com as agudas diferenças comportamentais de população estimada em 12, 3 milhões de habitantes. Cidade que parece ter a dimensão social de um país, São Paulo também é a cidade que aglutina as comunidades pobres da zona sul em Fim de semana no parque (Mano Brown e Edi Rock, 1993), que abrange a Cohab City (Netinho de Paula, 1995) – sucesso do grupo de pagode Negritude Jr. – e que abriga As mina de Sampa perfiladas com acidez e admiração por Rita Lee em música feita com Roberto de Carvalho e gravada no álbum Balacobaco (2003). Perfeita tradutora musical da alma paulistana, Rita já expusera angústias dos paulistanos nos versos de E lá vou eu (1975), música que compôs para a trilha sonora da novela O grito (TV Globo, 1975 / 1976). Esses cidadãos angustiados que vivem em São Paulo na medida do impossível também frequentam “os bares cheios de almas vazias” denunciados por Criolo em Não existe amor em SP (2011), clássico instantâneo do álbum Nó na orelha (2011), marco na trajetória deste rapper criado no Grajaú, bairro periférico que inspirou Grajauex (2011), outra música desse disco que consagrou o artista. Na geografia social da cidade, o Grajaú está distante da Paulista, a avenida cheia de faróis prestes a abrir que parece conter um mundo inteiro – cenário da melancolia entranhada na letra de Paulista (1990), composição de Eduardo Gudin e J.C. Costa Neto lançada na voz límpida de Vânia Bastos. E, quando dá blackout na Paulista, é hora de ouvir o som underground de Itamar Assumpção (1949 – 2003), compositor de Sampa midnight (1983), um dos muitos destaques de obra retratou São Paulo por viés noturno e vanguardista. Itamar Assumpção (1949 – 2003) deixou obra autoral que retrata São Paulo com traços modernistas Vania Toledo / Divulgação Dentro desse universo modernista, cabe mencionar o flash cinzento de Ladeira da memória (Zécarlos Ribeiro, 1983) – hit alternativo do Grupo Rumo, contemporâneo de Itamar – e São Paulo, São Paulo (Oswaldo Luís, Mário Biafra, Claus Petersen, Wandi Doratiotto e Marcelo Galbetti, 1983), música do grupo Premeditando o Breque. “O clima engana, a vida é grana em São Paulo”, avisou, sério, o Premê, grupo associado ao humor. Baiano que se aclimatou em São Paulo, o compositor Tom Zé também sempre fez pulsar a veia crítica ao cantar a cidade. Basta ouvir São São Paulo, meu amor – música com a qual venceu festival de 1968 – e o samba Augusta, Angélica, Consolação (1973), endereço de aflições expostas pelo autor de Correio da Estação do Brás (1978). Se o também baiano Gilberto Gil fez em Punk da periferia (1983) há 38 anos o que se poderia chamar hoje de apropriação cultural, os legítimos punks mostraram que a chapa paulistana sempre esteve quente, sobretudo nas periferias. Clássico do cancioneiro do movimento punk que explodiu em Sampa no alvorecer dos anos 1980, Pânico em SP (Clemente Nascimento, 1982), petardo do grupo Inocentes, retrata bem a aflição provocada nas periferias pelo barulho de sirenes. São as sirenes tão fatais que a cidade tem demais, como alertaram os compositores Carlos Takaoka, Cláudio Carina e Sérgio P. Lopes em Documentário (1992), saborosa e pouco conhecida música que mapeia grande parte de São Paulo na voz de Rosa Marya Colin em gravação feita pela cantora com o guitarrista André Christovam no álbum Via paulista (1992). Clemente Nascimento é autor de 'Pânico em SP', clássico do punk paulistano dos anos 1980 Matheus Evandro / Divulgação Os sentimentos despertados pelas sirenes são bem diferentes da vibração criativa exposta por Marina Lima em #SPfeelings (2014) – música de álbum, Clímax (2014), pautado pela mudança da artista para a cidade de São Paulo (SP) após anos de vivência no Rio de Janeiro (RJ) – e da confiança juvenil de Mallu Magalhães na letra de São Paulo (2014). E por falar em juventude, Rua Augusta (Hervé Cordovil, 1964) – rock lançado há 57 anos pelo cantor Ronnie Cord (1943 – 1986) nos primórdios do universo pop brasileiro – permanece como retrato perene da adrenalina que guia os manos paulistanos de posse um carro. A Rua Augusta de Ronnie Cord exclui as paisagens mais escuras retratadas por Criolo e Emicida no rap Rua Augusta (Emicida e Casp, 2013), com versos sobre prostitutas cheias de hematomas na alma. Do rap ao samba, passando pelo punk e pelos traços vanguardistas da turma que deu novo rumo à música da cidade a partir de 1980, a trilha sonora de São Paulo é tão diversificada e interessante quanto a metrópole que hoje completa 467 anos de intensa vida urbana.
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Thaynara OG se emociona ao falar sobre período em UTI após lipo: ‘Poderia ter partido por uma besteira’
Influenciadora e empresária fez relato após morte de Liliane Amorim, no Ceará. A jovem de 26 anos foi hospitalizada em estado gravíssimo de saúde após sofrer complicações de uma cirurgia de lipoaspiração. Thaynara OG se emociona ao fazer relato sobre período em UTI após lipospiração Thaynara OG usou as redes sociais para fazer um desabafo e relatar sua experiência após fazer uma lipoaspiração em março de 2020. A influenciadora e empresária passou uma semana internada após o procedimento. "Eu poderia ter partido por uma besteira", contou Thaynara, bastante emocionada, durante um vídeo de quase dez minutos. Thaynara decidiu por fazer o relato após a morte da influenciadora Liliane Amorim. A jovem de 26 anos estava internada em um hospital particular desde 15 de janeiro, seis dias após sofrer complicações de uma lipoaspiração. "Isso mexeu muito comigo, me deixou muito mal e tornou ainda maior a necessidade de vir aqui e compartilhar com vocês. Eu sempre tive vontade de falar, conversar sobre, mas não tinha a coragem, tinha um pouco de receio e vergonha", afirmou Thaynara. "Sei que eu, apesar de atender a muitos padrões de beleza também sinto uma pressão estética muito grande sobre mim. Tenho dificuldade de aceitar algumas coisas, tenho minhas inseguranças, minhas insatisfações com o corpo. E ano passado, março de 2020, decidi fazer uma lipoaspiração." "A gente sabe que um procedimento como uma lipo é extremamente invasivo, muita gente deve procurar um profissional que a gente conhece o trabalho, que passe segurança pra gente, que a gente confie. Só que eu não fui por esse caminho. Acho que de tanto ver no Instagram, decidi fazer aquela técnica famosa, que várias influenciadoras, blogueiras, estavam fazendo. Na época, por eu conhecer uma pessoa que tinha feito e tinha dado tudo ok para ela, falei que daria tudo ok para mim também. Então em vez de fazer com alguém que eu conheço, mas não faz essa técnica, vou fazer com alguém que eu não conheço, mas vai me entregar essa técnica aí." Thaynara conta que, na época, ofereceram uma permuta para o procedimento, mas ela negou a parceria. "Não aceitei. Decidi fazer pagando, porque sei que a internet amplia essa pressão estética nas pessoas, tanto é que eu estava ali, e percebi o efeito que poderia causar nas pessoas que me seguem. Sabe quanto você vê muita gente fazendo a mesma coisa e você começa a achar: 'nossa, por que não faço em mim? Nossa, acho que eu preciso disso também, olha esse antes e depois, é muito fácil, como arrancar um dente'?." "Então preferi fazer pagando, que eu não me sentiria confortável divulgando algo tão invasivo e também queria me colocar numa posição de cliente que pode exigir, pode e reclamar. Me senti mais segura dessa forma." "Na época fiz questão de pagar o melhor hospital que essa pessoa atendia pra eu me sentir segura com essa decisão de estar ali com o profissional que não era o que eu conhecia, mas que tinha a técnica que me seduziu, que eu queria ficar igual." Período na UTI "Em março do ano passa fiz a cirurgia, nesse dia subi para o quarto. Quem passou pra conversar comigo foi o anestesista da equipe, não foi o cirurgião", contou Thaynara, que ficou sem o retorno do cirurgião sobre o procedimento. "No primeiro dia, a equipe do hospital fazia umas perguntas que eu não sabia responder porque eu não tinha os detalhes do cirurgião. No dia seguinte ele apareceu e ele viu que no dreno estava saindo muito sangue vermelho vivo e ele falou: 'não vou te dar alta hoje, mas estou feliz que estou te vendo corada, você esta bem'. Sendo que eu não estava bem. Tanto é que quando ele falou isso, todo mundo ficou olhando assim, as enfermeiras que estavam presentes, meus pais que estavam comigo, todo mundo ficou sem entender nada. Aí ele foi embora." Thaynara conta que a mãe foi atrás de outro médico do hospital ao perceber que a filha não estava bem. "'Minha filha não está bem, ela está pálida, está desfalecida'. E de fato eu estava com uma cor tão branca, que eu tinha perdido esse delineado da boca. Eu estava muito amarela. E o sangue do dreno, as enfermeiras tiravam e quando a gente via já estava cheio de novo. Aquilo não estava normal." "Minha mãe inquieta foi lá falar com algum outro médico do hospital, levou até o quarto e ali eles viram: gente, ela tem que ir pra UTI agora. Aí já bateu aquele medo: o que está acontecendo?" "Corre pra UTI, fiz os exames pra saber o motivo desse sangramento interno, corre pra fazer transfusão de sangue. Recebi duas bolsas. E tudo isso muito rápido, muito urgente, a gente sem entender nada. Esses dias na UTI eu me senti muito mal. Eram dias que eu não saia da cama nem pra fazer xixi, nem pra fazer as necessidades, fazia tudo na cama. Não podia andar, não conseguia dormir de tanta dor", contou Thaynara, sem segurar o choro. Emocionada, ela conta que se sentia muito mal ao ver os familiares naquele momento. "Eu me coloquei [naquela situação] e coloquei minha família também, porque meu pai passou mal. Tanto é que o dia que subi para o quarto, que levei alta da UTI, ele desceu pra emergência, minha irmã começou a ter os gatilhos de ansiedade, minha mãe passou mal também. Foi uma situação que eu não quero nunca mais voltar para aquilo." "Sei que intercorrências acontecem, mas o que mais me deixou extremamente mal foi no dia que eu mais senti dor e não consegui dormir mesmo com muito remédio, eu não conseguia entrar em contato com meu cirurgião. Sabe quando a pessoa maca muitas cirurgias atrás da outra? Não acho isso correto. Eu não conseguia, a equipe do hospital também não conseguia. Fiquei muito mal, me sentindo culpada. E me vendo ali presa na cama: 'meu Deus, por que eu fiz isso comigo?'. E meus pais preocupados." "Eu falava: gente, eu boazinha, uma mulher adulta, informada, me coloquei nessa situação, família aqui toda vulnerável e tensa por minha culpa. E se minha mãe não estivesse comigo? Se não tivesse tido a iniciativa de puxar alguém? E se eu não tivesse ido a tempo para a UTI? Eu poderia ter partido por uma besteira." "Isso mexeu muito com minha cabeça, foram meses horríveis. A recuperação, que já era difícil, foi mais lenta que o normal, já que minha barriga ficou bem pontuda para o lado esquerdo. As pessoas fazem dez drenagens, eu fiz mais de 50. Minha recuperação coincidiu com o período de isolamento social, então tudo isso foi mexendo com minha cabeça. Fui me sentindo mal, culpada, arrependida, foi horrível." Thaynara contou que teve crises de ansiedade nesse período e que acordava todos os dias chorando. "Mexeu muito com minha cabeça e só fui melhorar mentalmente em agosto." "Depois de todo o processo de recuperação, se viu a necessidade de fazer um reparo. Então eu teria que fazer depois de um ano e não tenho essa coragem. Pelo menos com essa equipe, não tenho mais", conta. "Hoje eu tive essa vontade de compartilhar com vocês, porque cirurgia plástica é um assunto muito sério, não pode ser demonizado, mas também não pode ser tratado como algo que é pouco invasivo e simples." Após o desabafo, Thaynara recebeu o apoio de diversos famosos, incluindo Tatá Werneck e Maisa. "Querida, que bom que está bem e que desabafou tão verdadeiramente. Isso pode salvar muitas pessoas", escreveu Tatá. "Você é muito forte, Thay. Obrigada pelo relato", agradeceu Maisa. Thaynara Og no Rock in Rio Graça Paes/G1
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Arícia Mess encara ‘Noite de temporal’, de Dorival Caymmi, em single agendado para fevereiro
Gravação é a primeira amostra do terceiro álbum da artista, 'Versos do mundo', previsto para abril. ♪ Compositor modernista que mergulhou fundo no cancioneiro praieiro, Dorival Caymmi (1914 – 2008) armou tempestade no clima sombrio de Noite de temporal, música lançada em 1940. Cantora fluminense projetada na década de 1990, Arícia Mess encara Noite de temporal, 81 anos após o registro original da composição, em gravação inédita que será lançada em single programado para 26 de fevereiro. Com quatro minutos, a gravação foi feita para o terceiro álbum da artista, Versos do mundo, previsto para ser lançado em abril pelo selo Koro Koro Music. Intitulado Wandering verses na edição internacional, o álbum Versos do mundo tem repertório composto e gravado entre São Paulo (SP), Lisboa (Portugal) e Londres (Inglaterra), cidades onde a artista viveu ao longo dos últimos anos. Uma das músicas desse repertório é o samba Batuque é reza forte, composto e gravado por Arícia Mess em Londres com Dona Onete, cantora e compositora paraense associada ao universo do carimbó.
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Em tempos difíceis para a indústria do cinema, ‘Na Mira do Perigo’ lidera bilheterias nos EUA com US$2 mi
Desempenho permite que filme mantenha posto de campeão de bilheteria, mas cinemas seguem fechados de maneira indefinida em grandes mercados como Nova York e Los Angeles. 'Na Mira do Perigo' lidera bilheterias nos EUA com US$2 milhões Divulgação "Na Mira do Perigo" ("The Marksman"), um filme de suspense com Liam Neeson e lançado pela Open Road, manteve o primeiro lugar pelo segundo fim de semana consecutivo nas bilheterias dos EUA e Canadá, arrecadando pouco mais de US$ 2 milhões. O filme acumulou US$ 61 milhões em 10 dias em cartaz. O desempenho permite que o filme mantenha o posto de campeão de bilheteria, mas esse tipo de distinção não é a mesma coisa que em tempos pré-pandêmicos, uma vez que os cinemas seguem fechados de maneira indefinida em grandes mercados como Nova York e Los Angeles. Na verdade, a situação da indústria de cinema é um terreno infértil e incerto e com a campanha de vacinação sendo dificultada pela falta de vacinas, o setor não tem um horizonte positivo à vista. Há pouca coisa que prenuncie uma rápida recuperação para um segmento da economia que foi dizimado pela crise de saúde pública. Na semana passada, a MGM cedeu ao inevitável e empurrou o lançamento de sua sequência de James Bond, "Sem Tempo Para Morrer", de abril para 8 de outubro. O filme era inicialmente pensado para estrear na primavera de 2020 (outono no Hemisfério Sul), antes que a Covid-19 mudasse tudo. O adiamento do filme de Bond gerou uma enxurrada de outros adiamentos, com filmes como "Morbius", "Ghostbusters: Mais Além", "Cinderella" e "Um Lugar Silencioso: Parte II" sendo empurrados para o final do ano na esperança de superar uma pandemia que continua matando pessoas em um ritmo alarmante. Ao mesmo tempo, Adam Aron, CEO da AMC, empresário do ramo que beirou a ruína financeira em grande parte por conta do coronavírus, foi objeto de uma longa reportagem no New York Times, no qual ele procurou tranquilizar Wall Street dizendo que a rede de cinemas renegociará sua dívida e se recapitalizará (novamente) a fim de se recuperar da crise. Veja como os concorrentes da AMC se saíram: "Os Croods 2: Uma Nova Era", da DreamWorks Animation, arrecadou US$ 1,8 milhão em sua nona semana em cartaz, elevando o faturamento doméstico para US$ 41,8 milhões. Internacionalmente, o filme arrecadou US$ 1,6 milhão em 17 países, elevando o total arrecadado global para US$ 139,8 milhões. "Mulher-Maravilha 1984", da Warner, abocanhou US$ 1,6 milhão no mercado interno. O filme de super-heróis também estreou no HBO Max em uma tentativa de atrair assinantes para o serviço de streaming da Warner. Internacionalmente, "Mulher-Maravilha 1984" arrecadou US$ 2,1 milhões. O total global que o filme amealhou é de US$ 148 milhões. "Monster Hunter", da Sony Pictures, uma adaptação cinematográfica de um jogo popular de videogame, arrecadou US$ 820 mil neste fim de semana, com um faturamento interno total de US$ 10,2 milhões. "News of the World", da Universal, um faroeste com Tom Hanks que também está disponível no streaming, abocanhou US$ 810 mil. O filme arrecadou ao todo US$ 9,6 milhões no mercado interno após cinco semanas em cartaz. VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop:
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Coronavírus: moradores lançam ‘banco da favela’ para enfrentar queda em doações e fome na pandemia
Em Paraisópolis, distribuição de marmitas caiu de 10 mil para 500 por dia e filas são maiores que oferta de refeições. 'Nossa vontade é criar o primeiro 'unicórnio' da favela', diz Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis Divulgação G10 Favelas via BBC Ao longo dos dez meses de pandemia, a favela de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, contou com doações de cerca de 8 mil pessoas para manter um sistema de distribuição de marmitas, cestas básicas, kits de higiene e acompanhamento comunitário de saúde para sua população de mais de 100 mil habitantes — maior que 94% dos municípios brasileiros. Nos últimos meses, no entanto, as doações praticamente pararam. "Em dezembro, mês de Natal, tivemos 24 pessoas que doaram pequenos valores, enquanto temos um custo de R$ 59 mil por mês somente para manter ambulância e equipe médica", conta Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis. "Fazíamos 10 mil marmitas por dia. Depois tivemos que diminuir para manter. Até dezembro, fazíamos 5 mil por dia. Agora, começamos o ano entregando 500 marmitas por dia. Tem dia que a comida acaba, e a fila continua. E eu sei que essa fila vai aumentar, porque o desemprego está crescendo e a fome, aumentando", diz o líder comunitário. Diante desse cenário, que se repete em outras comunidades do país, o G10 Favelas — grupo formado por Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF) — decidiu retomar um projeto antigo. O grupo das dez maiores favelas do Brasil planeja lançar no próximo mês o G10 Bank, um banco comunitário que terá entre suas funções oferecer microcrédito aos empreendedores de favela, com parte de sua captação de recursos e geração de lucro revertida para a manutenção financeira da estrutura de assistência social criada nas comunidades em resposta à pandemia. Paraisópolis começou a pandemia distribuindo 10 mil marmitas por dia, com queda nas doações, agora em janeiro a distribuição foi reduzida a 500 refeições prontas por dia DIVULGAÇÃO G10 FAVELAS via BBC 'O primeiro unicórnio da favela' "Nossa vontade é criar o primeiro 'unicórnio' da favela", diz Rodrigues, mencionando a expressão usada no mercado financeiro para se referir a startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,26 bilhões). "Já há algum tempo, nós temos percebido que a favela tem crescido pelas mãos dos seus próprios moradores, principalmente aqueles que sonharam empreender", afirma o líder comunitário, citando pesquisa realizada em 2015 que mostrou de 40% dos moradores de comunidades têm o desejo de ter o próprio negócio. Desde o início da pandemia, mais de 700 mil cestas básicas já foram distribuídas em 300 comunidades de 14 estados brasileiros DIVULGAÇÃO G10 FAVELAS via BBC Um estudo realizado pela empresa Outdoor Social, divulgado em 2019, apontou que, somente em Paraisópolis, o consumo movimenta R$ 706 milhões, valor que chega a R$ 7 bilhões considerando os montantes movimentados nas dez maiores favelas do país. "As pessoas estão acostumadas a ver uma favela carente, violenta, cheia de problemas. Nós queremos mostrar com o G10 uma favela potente, organizada, mobilizada, agente da sua própria transformação." Mas aí veio a pandemia Com a chegada da pandemia do coronavírus no ano passado, alguns dos planos do grupo tiveram que ser deixados de lado. Mas as lideranças das dez favelas conseguiram elaborar um modelo de ação, replicado em 300 comunidades de 14 Estados, diz o presidente da união de moradores. Com o nome de "Comitês das Favelas — Presidentes de Rua", o plano envolve um morador voluntário responsável por acompanhar cada 50 casas de uma comunidade. "Com essa rede, conseguimos distribuir em todo o Brasil mais de 700 mil cestas básicas, quase 1,5 milhão de máscaras produzidas por mulheres costureiras dentro das favelas, mais de 1 milhão de marmitas e criamos casas de acolhimento, transformando escolas em espaços para isolar pessoas testadas positivas", conta Rodrigues. Formação de 'presidentes de rua' e brigadistas em Paraisópolis: plano é que os presidentes de rua acompanhem também os empreendedores que tomarem crédito no novo banco DIVULGAÇÃO G10 FAVELAS via BBC A partir de setembro, no entanto, com o discurso de retomada da economia e de um "novo normal", as doações para manter essa estrutura começaram a minguar. "Começamos então a pensar em iniciativas que possam ser sustentáveis, para manter essa estrutura em uma segunda fase da crise, já que a perspectiva é de que a emergência sanitária vá se estender por mais tempo, até que efetivamente chegue a vacina, o que nós acreditamos que deve demorar mais para o nosso público, já que tradicionalmente somos excluídos e marginalizados", afirma. Retomando um projeto antigo Diante desse cenário, o presidente da associação de moradores decidiu retomar um projeto antigo, de criar um banco comunitário. Em 2018, a BBC News Brasil já havia noticiado que Paraisópolis tinha planos de criar um banco e uma moeda própria administrados por seus moradores. "Tentativas anteriores não foram para frente porque nos conectamos com parceiros da área financeira que não queriam que tivéssemos um banco próprio. Queriam apenas explorar o mercado, oferecendo muito pouco retorno para a comunidade e sem um propósito social", avalia Rodrigues. "Nossa ideia então é tirar os 'atravessadores', porque as grandes transformações que vão acontecer na favela vão partir dos próprios favelados. Por isso decidimos criar o G10 Bank, que não será um banco só de Paraisópolis, mas um banco da favela." Segundo o líder comunitário, já foi aberta uma empresa de crédito e a ideia é oferecer aos empreendedores, além de financiamento, mentoria e apoio na formação, com acompanhamento desses pequenos empresários pela rede de "presidentes de rua". Parceiros investidores e conselho de notáveis O presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, durante formatura da primeira brigada de Paraisópolis: já foram formadas 248 pessoas aptas a prestar primeiros socorros na favela DIVULGAÇÃO G10 FAVELAS via BBC O plano é oferecer ainda serviço de maquininha de cartão, cartão de débito e serviços como seguros, através de parcerias com outras empresas. A associação de moradores também está conversando com companhias de cartão-benefício para que doações de cestas básicas possam ser feitas através de cartões, numa divisão que deve se chamar G10 Bank Benefícios. "Isso dá autonomia para que as pessoas possam comprar direto no mercado local, fazendo girar a economia", diz Rodrigues. A captação de recursos para a oferta de crédito deverá vir de parceiros investidores, que, segundo o líder comunitário, preferem manter o anonimato. O banco também contará com um conselho de "notáveis" formado por empresários, economistas e profissionais do mercado financeiro. Pelo desenho do projeto, 33% dos lucros da nova instituição financeira serão devolvidos para programas sociais das favelas. E os investidores que se comprometerem a apoiar a iniciativa também doarão 33% dos recursos aportados para os trabalhos do Instituto G10 Favelas. Segundo o líder comunitário, uma rodada inicial de captação já garantiu R$ 1,8 milhão para dar o pontapé inicial ao projeto e, quando o banco for oficialmente lançado, a ideia é abrir para que novos investidores possam participar. Garantia solidária Antes executivo da área de microcrédito do banco Santander e atualmente consultor da Avante Microfinanças, Jerônimo Ramos está assessorando o G10 na criação do novo banco. Conforme o especialista em microcrédito, a iniciativa mira os cerca de 45 milhões de brasileiros hoje desbancarizados. "Sem acesso a crédito, milhões de empreendedores brasileiros vivem atualmente à margem, sendo explorados por um sistema financeiro informal, que são os agiotas", diz Ramos. Segundo ele, a ideia é que os empréstimos tenham um teto de cerca de R$ 10 mil a R$ 15 mil, para que os recursos possam chegar a uma base ampla de pessoas. A expectativa é oferecer a taxa de juros mais baixa possível, mas que permita à operação ser sustentável. Quase 1,5 milhão de máscaras costuradas nas próprias favelas já foram distribuídas DIVULGAÇÃO G10 FAVELAS via BBC "O projeto não é dar dinheiro, é investir com algum retorno, para que essa operação do G10 Bank seja sustentável", afirma o executivo. Quanto ao sistema de garantias, Ramos explica que haverá uma linha de crédito individual, voltada para empreendedores com alguma robustez na sua atividade econômica, e outra linha direcionada para grupos de empreendedores que prestarão uns aos outros um "aval solidário". "Num grupo de três ou quatro pessoas, se uma delas se tornar inadimplente, os demais membros do grupo garantem esse aval", explica Ramos, acrescentando que o sistema é inspirado no modelo criado pelo economista e vencedor do prêmio Nobel Muhammad Yunus, considerado o "pai do microcrédito", pelo projeto desenvolvido por ele em Bangladesh. Inspiração do G10 Bank, Banco Palmas completa 23 anos Segundo Joaquim Melo, fundador do Banco Palmas e presidente da Rede Brasileira de Bancos Comunitários, o país conta atualmente com 118 bancos comunitários, com 140 mil usuários cadastrados e 8,5 mil comércios credenciados. Iniciativa pioneira no Brasil e fonte de inspiração para o novo G10 Bank, o Banco Palmas foi criado em janeiro de 1998 no Conjunto Palmeiras, bairro da periferia de Fortaleza, no Ceará. "O bairro surge em 1973, a partir de vítimas de despejo na época da ditadura militar. A prefeitura foi urbanizar a praia de Iracema, na beira-mar de Fortaleza, nós éramos pescadores e fomos trazidos todos para cá, um espaço em que não tinha nada, só mato e lama." Melo conta que, ao longo de 20 anos, o bairro foi sendo urbanizado através de mutirões comunitários. Com isso, em meados da década de 1990, as pessoas mais pobres começaram a vender suas casas e partir para outras favelas mais distantes. "Avaliamos então que, se começássemos a produzir e consumir de nós mesmos, conseguiríamos gerar trabalho e renda. Aí surgiu a ideia de criar o banco e um dinheiro próprio, para estimular as pessoas a comprarem localmente. Assim surgiu a moeda Palmas e formamos um fundo de crédito a partir de doações, que emprestava para quem quisesse produzir e consumir na própria comunidade. Com isso, foram surgindo diversas empresas locais." Conforme Melo, a pandemia tem sido muito difícil para esses pequenos negócios, com muitos deles indo à falência. "Hoje estamos digitalizados e nosso desafio é aumentar a oferta de crédito, temos R$ 3 milhões em carteira, o que é muito pouco. No passado, já chegamos a operar R$ 15 milhões ao ano", lembra. O fundador do Banco Palmas vê com entusiasmo a criação do G10 Bank. "Acho maravilho, quanto mais modalidades surgirem, melhor. É isso que chamamos de 'ecologia monetária'", diz Melo. "Precisamos democratizar o sistema financeiro brasileiro. Quanto mais bancos comunitários, quanto mais fintechs locais existirem, melhor será." Vídeos: Últimas notícias de economia
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Em NY, Nasdaq anota terceiro recorde seguido; Dow Jones e S&P 500 recuam
O Nasdaq fechou em alta de 0,09%, a 13.543,06 pontos, acumulando ganhos de 4,19% na semana. O Nasdaq renovou a sua máxima histórica pela terceira sessão consecutiva, revertendo as perdas vistas mais cedo e virando para terreno positivo nos minutos finais da sessão. O Dow Jones e o S&P 500, por outro lado, fecharam em queda, com os investidores realizando lucros após os recordes nos últimos dias. O Nasdaq fechou em alta de 0,09%, a 13.543,06 pontos, acumulando ganhos de 4,19% na semana. O S&P 500 interrompeu uma sequência de duas sessões de ganhos, recuando 0,30% na sessão, mas subindo 1,94% na semana, a 3.841,47 pontos, enquanto o Dow Jones cedeu 0,57% na sessão, a 30.996,98 pontos, mas avançou 0,59% na semana. As ações em Nova York anotaram fortes ganhos nesta semana, impulsionadas em grande parte pelos balanços trimestrais, que têm, na sua maioria, superado as expectativas dos investidores. De acordo com dados da FactSet, 13% das companhias que compõem o S&P 500 divulgaram seus balanços até o momento, e 86% delas superaram as expectativas de consenso. Parte do motivo por trás da quantidade de surpresas positivas é o fato de que as expectativas para o quarto trimestre do ano passado estão bastante reduzidas. Considerando os resultados que já foram divulgados, a expectativa de consenso levantada pela FactSet é de uma queda de 4,7% nos lucros trimestrais, o que, se confirmado, representaria o quarto trimestre consecutivo de queda, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Placa de Wall Street perto da bolsa de Nova York REUTERS/Shannon Stapleton Todos os grandes bancos americanos já divulgaram os seus resultados trimestrais, e todos eles superaram a expectativa de consenso. De acordo com os dados, os balanços do setor superaram as expectativas em 30%, enquanto os resultados do resto das companhias ficaram 15% acima das expectativas. Destaques Entre as companhias que divulgaram seus balanços mais recentemente, a ação da IBM fechou em queda de 9,91%, depois que a companhia reportou uma queda de 4,6% nas receitas em 2020, enquanto a ação da Intel caiu 9,29%, depois que a empresa reportou um lucro de US$ 20,9 bilhões em 2020, abaixo da expectativa de US$ 21,1 bilhões. Os impactos econômicos das medidas restritivas para conter a pandemia também voltam a preocupar os investidores, após a divulgação de dados fracos na Europa. O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro caiu em janeiro para uma baixa de dois meses de 47,5, de 49,1 em dezembro. O Banco Central Europeu alertou que a zona do euro pode estar caminhando para uma recessão dupla, caso os lockdowns se tornem mais duradouros. Além dos dados fracos, pressionaram os ativos de risco também os temores em torno do avanço da pandemia na China. Pequim pediu aos trabalhadores urbanos que não viajem às suas províncias no longo feriado do Ano Novo Lunar em fevereiro, para evitar a propagação veloz das infecções, ao mesmo tempo em que Xangai testará milhões de pessoas novamente. O gigante asiático é o maior importador de petróleo do mundo. Vídeos: Últimas notícias de economia
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UE convida presidentes de Amazon, Apple, Facebook e Google para audiência
Comissão Europeia tem discutido regras para diminuir o poder das 'big techs' e determinar como devem agir diante de notícias falsas e conteúdo prejudicial, sob pena de enfrentarem multas pesadas. Mark Zuckerberg, do Facebook, em audiência virtual no Senado dos EUA, em 2020 Bill Clark/AFP Parlamentares da União Europeia convidaram os presidentes de Amazon, Apple, Facebook e Alphabet – dona do Google – para uma audiência no próximo dia 1º, em Bruxelas, na Bélgica. Nos próximos meses, o Parlamento Europeu dará informações sobre propostas da Comissão Europeia para fazer essas empresas agirem de forma justa com rivais e lidarem com notícias falsas e conteúdo prejudicial, sob pena de enfrentarem multas pesadas. UE quer restringir poder das gigantes da tecnologia "O objetivo da audiência é fazer um intercâmbio com os diretores executivos das quatro empresas para aprender sobre seus modelos de negócios atuais e conceitos futuros enquanto enfrentam os desafios de alterar as condições de mercado", diz um convite. "O evento contribuirá para preparar os membros do Parlamento Europeu para as próximas discussões sobre uma potencial nova regulamentação para o setor digital. Por todas estas razões, queremos esclarecer que este convite é apenas para presidentes." O texto diz ainda que os legisladores estão dispostos a mudar a data para outro dia até março, mas pessoas familiarizadas com as empresas duvidam que elas aceitem o convite. Gigantes participaram de audiência no Congresso dos EUA O presidente-executivo da Alphabet, Sundar Pichai, terá uma videoconferência com a chefe antitruste da UE, Margrethe Vestager, na próxima segunda (25), de acordo com a programação da Comissão Europeia. Vestager, que está pressionando por novas regras mais rígidas contra as gigantes da internet, discutirá questões digitais e de concorrência com Pichai, disse uma porta-voz da Comissão. Veja VÍDEOS de tecnologia:
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Comércio entre Brasil e EUA cai acima da média durante a pandemia
Em meio à crise, boa relação entre Jair Bolsonaro e Donald Trump não impediu efeitos de barreiras tarifárias e redução de vendas de produtos brasileiros, enquanto dólar alto prejudicou as compras; repactuação com Joe Biden será fundamental para retorno aos níveis pré-pandemia. Donald Trump e Jair Bolsonaro: americano deixou o cargo sem cumprir promessa de apoiar o Brasil para entrada na OCDE. REUTERS/Tom Brenner o Nem aproximação do governo de Jair Bolsonaro com o ex-presidente americano Donald Trump impediu uma queda expressiva do comércio entre Brasil e Estados Unidos em 2020, em meio à pandemia do coronavírus. Levantamento da Amcham Brasil com base nos dados do Ministério da Economia dá conta de que o intercâmbio comercial entre os países teve o pior resultado em 11 anos, desde o desenrolar da crise do subprime. Além de uma pauta comercial baseada em produtos mais trabalhados, as barreiras tarifárias impostas por Trump, que não puderam ser revertidas, prejudicaram a indústria brasileira, segundo a entidade. Especialistas dizem como o novo governo Biden pode impactar o agronegócio brasileiro De acordo com dados oficiais, a corrente de comércio em 2020 — soma entre exportações e importações — foi de US$ 45,6 bilhões, redução de 23,8% em relação a 2019. Foram vendidos US$ 21,5 bilhões (-27,8%), enquanto as compras somaram US$ 24,1 bilhões (-19,8%). Houve, portanto, déficit de US$ 2,6 bilhões. O resultado destoa da média da balança comercial brasileira. A somatória das movimentações foi de US$ 368,847 bilhões em 2020 contra US$ 401,4 bilhões em 2019, uma redução de 9%. O Brasil exportou US$ 209,9 bilhões e importou US$ 158,9 bilhões, quedas de 6,1% e 9,7%, respectivamente. No agregado, houve superávit de US$ 50,9 bilhões. "O setor siderúrgico foi muito afetado. Há restrições em vigor desde 2018, que tiveram efeito nos dois anos passados, mas foram ainda mais negativas em 2020", afirma Abrão Neto, vice-presidente executivo da Amcham Brasil. Neto afirma ainda que produtos importantes da pauta, como petróleo e derivados, sofreram com quedas de preço durante a pandemia. São produtos de "maior valor agregado", que tiveram curso diferente da aceleração de comércio de insumos básicos, como alimentos exportados para a China. "Acreditamos que os níveis voltarão ao patamar pré-crise em 2021", diz Neto. O Brasil registrou aumento de exportações para os asiáticos, principais parceiros comerciais. Foram US$ 67,6 bilhões, contra US$ 63,3 bilhões em 2019. Dentre os 10 principais parceiros, as exportações caíram em sete. Apenas a Holanda (-31%) reduziu mais as compras do Brasil que os EUA. Chile e Japão tiveram reduções semelhantes. Exportações: 10 principais parceiros comerciais do Brasil G1 Economia Natuza sobre carta de Bolsonaro a Biden: 'Não sei por quanto tempo o juízo vai continuar' Governo Biden A projeção da Amcham sobre a retomada passa por um realinhamento de agenda depois do desgaste entre Bolsonaro e o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Entusiasta de Donald Trump, o presidente brasileiro enviou nesta quarta-feira (20) uma carta ao americano, colocando panos quentes na relação. Em novembro, pegou mal a declaração de que "quando acaba a saliva, tem que ter pólvora" para lidar com eventuais barreiras comerciais contra o Brasil por conta de incêndios na Amazônia, como Biden indicou que faria. No novo contato, o presidente brasileiro disse ser “grande admirador dos Estados Unidos” e que, desde de que assumiu o poder no Brasil, passou a “corrigir” o que chamou de “equívocos de governos brasileiros anteriores”, que, segundo o presidente, “afastaram o Brasil dos EUA”. "Com o novo governo, a relação passa por uma reconstrução. É uma agenda diferente, com novas prioridades e novos interlocutores. Mas há espaço para buscar entendimentos. Depende de engajamento e boa vontade dos dois lados", diz Neto, da Amcham. Como mostrou o G1 nesta semana, o fortalecimento da agenda climática e ambiental americana pode significar uma pressão maior para que o agronegócio brasileiro, um dos maiores exportadores do mundo, reforce medidas de combate ao desmatamento. O mesmo vale para os demais setores. "A nova administração já afirmou com clareza que a área de preservação ambiental e sustentabilidade é prioridade doméstica e internacional. Tínhamos a área como um dos assuntos do diálogo bilateral, mas, neste ano, deve ter impacto transversal na pauta comercial", afirma Neto. Bolsonaro diz que o Brasil tem interesse em fechar acordo de livre comércio com EUA Prioridades O Brasil é apenas o 19º maior importador dos Estados Unidos, mas os americanos são os vice-líderes em compras daqui, atrás apenas da China. A aproximação de Bolsonaro e Trump não trouxe, até o momento, grandes louros ao Brasil. Mas especialistas alertam que parte dos acordos fechados terão algum efeito de médio a longo prazo. "A facilitação de comércio e boas práticas são avanços positivos, significam que as agências reguladoras vão conversar mais, as barreiras não tarifárias e burocracias podem ser menores, mas não há resultados imediatos", afirma Verônica Prates, gerente de relações institucionais da consultoria BMJ. De fato, o primeiro ano de mandato do presidente brasileiro não registrou melhora expressiva no comércio entre os países. A corrente de comércio em 2019 foi de US$ 59,8 bilhões, um aumento de apenas 3,6% em relação a 2018. Na balança comercial Brasil-EUA, houve déficit de cerca de US$ 360 milhões. Para Neto, da Amcham, iniciativas como o acordo de salvaguardas tecnológicas (AST) para permitir o uso comercial do centro de lançamento de Alcântara, no Maranhão, podem render frutos. O acordo prevê que os Estados Unidos poderão lançar satélites e foguetes da base maranhense. Ana Flor sobre carta de Bolsonaro a Biden: ‘Mudança de tom chama atenção’ Ao mesmo tempo, Trump exigiu que Bolsonaro abandonasse o tratamento especial que o Brasil recebia na Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca de apoio à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o "clube dos países ricos". Trump deixou o cargo e não alterou a recomendação. "A relação com os EUA é desigual. Não somos parceiros prioritários, do ponto de vista comercial ou político. Somos como irmãos menores que têm que fazer mais concessões para se manter na agenda", diz Verônica, da BMJ. Para ela, a sensação de negociação fracassada se atenua porque o status de economia em desenvolvimento que o Brasil detinha na OMC seria contestado em algum momento. Mas, neste caso, houve erro de cálculo de quando (e para quem) entregar essa regalia. "A questão é que, com o governo Biden, tudo recomeça. Muito provavelmente serão exigidas novas concessões, desta vez sobre preservação do meio ambiente", afirma a analista. VÍDEOS: Últimas notícias de Economia o
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