Paris Hilton diz que inventou influenciadoras: ‘Não existe ninguém como a original’
Em entrevista ao G1, socialite fala que 'não precisa mais se provar' para o público. Ela conta como superou trauma de abusos físicos e psicológicos em colégio interno aos 17 anos. As 5 verdades de Paris Hilton As 5 verdades de Paris Hilton Paris Hilton decidiu, aos 39 anos, que era hora de mudar sua imagem construída ao longo dos últimos 20 anos: a voz fina e juvenil era uma farsa, a "loira burra" era apenas uma personagem e ela escondia um passado de agressões e abuso. "This is Paris", documentário lançado neste mês no YouTube, mostra uma rotina de viagens exaustivas, brigas familiares e momentos de vulnerabilidade. Nele, ela conta pela primeira vez sobre uma rotina de abusos psicológicos e violência física que sofreu no internato para bom comportamento quando tinha 17 anos. Em uma semana, o documentário teve mais de sete milhões de visualizações. Apesar de dizer que está mais sincera e de que não existem assuntos tabus em sua vida, a socialite americana não quis responder quatro perguntas do G1. Paris se recusou a falar sobre os seguintes temas: Donald Trump e política em geral; Erros do passado; Kim Kardashian; Baixo número de seguidores no Instagram (considerando outras celebridades). Ela ganhou mais de dois milhões seguidores na rede social depois do lançamento do documentário. Para influenciadores digitais, essa é a métrica que importa. Hoje, ela tem quase 13 milhões de fãs. Por que se abrir agora? Paris Hilton releva que sofreu violência psicológica, física e emocional durante colégio interno Reprodução/Youtube/Paris Hilton Paris Whitney Hilton guardou segredo por 22 anos sobre a violência que sofreu na Provo Canyon School, que prometia tratar filhos “problemáticos” de milionários. Herdeira da rede de hotéis Hilton e com um mundo de oportunidades à disposição, Paris fugia de casa para frequentar festas e clubes. Por isso, seus pais, Rick e Kathy Hilton, decidiram enviá-la para o colégio interno. Ali, ela conta que sofria agressões verbais, psicológicas e físicas e chegou a ficar em uma espécie de solitária quando não seguia as regras. Sua vontade, ela diz ao G1, era nunca falar sobre o assunto, mas a proximidade com a diretora do documentário, Alexandra Haggiag Dean, a fez mudar de ideia. "A premissa original desse filme era mostrar ao mundo a minha verdadeira vida e minha carreira como mulher de negócios, o quão duro eu trabalho. Queria mostrar quem eu sou de verdade", conta. Paris Hilton no lançamento do filme 'The Death and Life of John F. Donovan', em Toronto, no Canadá, em 2018 Geoff Robins/AFP "Mas foi como um peso tirado dos meus ombros, ter que segurar tudo isso por tanto tempo. Então eu sinto que finalmente estou livre disso e estou orgulhosa de ter contado minha história porque, agora, outras pessoas que passaram pelo mesmo também estão contando as suas." Paris diz que não tem mais pesadelos – ela costumava tê-los todas as noites – e finalmente conseguiu ter um relacionamento feliz e saudável. No documentário, a empresária conta para a irmã um de seus maiores receios: não conseguir ter filhos e formar uma família. "Estou tão feliz com meu namorado, tão animada para ter minha família, apenas ser uma adulta, avançar para a próxima fase e ter uma vida real. Adoraria ter gêmeos primeiro, um menino e uma menina ano que vem." Socialite em tempos de Instagram Paris Hilton faz questão de ressaltar, no documentário, que se considera a inventora das influenciadoras digitais. Ser famosa apenas por ser famosa já era uma coisa dela, nos anos 2000. Ironicamente, ela parece não estar completamente bem-sucedida conforme as métricas do Instagram, rede social dos influenciadores desta década. Hilton tem 12,8 milhões de seguidores. Kim Kardashian, ex-melhor amiga e uma das socialites mais famosas do mundo hoje, tem 189 milhões. A socialite Paris Hilton desfila no São Paulo Fashion Week em 2011 Raul Zito/G1 Kim e a mãe, Kris Jenner, até aparecem por poucos minutos no documentário, mas Hilton não comenta sobre a ex-melhor amiga. Para ela, não há e nem pode surgir uma sucessora como modelo de socialite: "Eu disse que não existe ninguém como a original". Seja qual for o tamanho do fã-clube nas redes sociais, para ela, influenciadores precisam ter cuidado com o que dizem e fazem, principalmente durante a pandemia. Como foi o caso de Gabriela Pugliesi, que fez uma festa durante a quarentena e teve contratos cancelados com patrocinadores, além de outras celebridades da internet que também mostraram desrespeito às regras de distanciamento social. Paris diz pessoas como essas precisam ser responsabilizadas. “Quando você é um influenciador e tem pessoas te observando, é importante ser um exemplo certo, especialmente durante esta pandemia e tempos tão assustadores e perigosos." "Não é bom falar coisas assim, é importante tentar impedir o avanço disso para que todos possamos voltar a viver nossas vidas de uma maneira normal.” 'Não preciso mais me provar' Na sexta-feira (22), um dia antes do show, a socialite aspirante a cantora e DJ postou em seu Twitter: "Muito empolgada! Mal posso esperar! Eu amo o Brasil" Caio Kenji/G1 Depois de ter desistido da carreira na televisão e nos reality shows, Paris Hilton se apresentou como DJ em São Paulo, em 2012. A estreia foi traumatizante: uma foto flagrou o momento em que um homem ajustava um botão na mesa de som e bastou para que o público desacreditasse das habilidades dela. Depois disso, Paris se dedicou à função, tocou em festas, festivais e bateu cartão em baladas de Ibiza, litoral da Espanha, mas garante que agora só se apresenta se valer muito a pena. "É minha coisa favorita, eu amo. Farei se for um festival incrível ou se for uma oferta muito grande, mas não vou fazer isso só porque quero me provar. Já me provei como DJ, sou respeitada nesse mundo, então, de agora em diante, só farei se valer a pena." VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Sindicatos de Hollywood chegam a acordo com estúdios para volta ao trabalho
Embora ainda restem obstáculos, acordo é considerado uma oportunidade para a reativação da indústria do entretenimento, parada há meses devido à pandemia. Pessoa caminha em frente ao letreiro de Hollywood durante pandemia do novo coronavírus Patrick T. Fallon/Reuters Os principais sindicatos de Hollywood anunciaram nesta segunda-feira (21) um acordo com os estúdios sobre as normas de segurança contra a covid-19 necessárias na indústria do entretenimento para a volta ao trabalho. As negociações, que se estenderam por meses, sobre testes, equipes e licenças para doentes eram vistas como a última barreira para a volta aos sets de filmagem, onde os sindicatos têm que aprovar individualmente cada projeto de cinema e televisão. O acordo é considerado uma oportunidade para a reativação desta indústria em dificuldades, parada por meses devido à pandemia, embora ainda restem obstáculos, como a falta de seguro contra o coronavírus, as restrições locais e as altas taxas de infecção nas regiões de filmagem. "Confio que estes protocolos, rígidos e pensados como os de qualquer outra indústria nos Estados Unidos, manterão seguros as equipes de produção e os atores, assim como as comunidades nas quais vivem e trabalham", declarou Thomas O'Donnell, diretor do sindicato dos caminhoneiros de Hollywood, em declaração à AFP. O acordo foi negociado de maneira conjunta por cinco dos maiores sindicatos -incluindo os dos atores e diretores, com mais de 350 mil associados- com a organização AMPTP, que representa os grandes estúdios como Disney, Universal, Paramount e Warner Brothers, assim como as principais emissoras de televisão. "Este acordo estabelece protocolos sensatos e baseados na ciência que permitem aos membros voltar a fazer o que amam", declarou Gabrielle Carteris, presidente do sindicato de atores de Hollywood. As filmagens em Los Angeles cessaram em meados de março devido à pandemia do coronavírus, e foram retomadas em níveis baixos em final de junho. Outras regiões dos Estados Unidos e no exterior se beneficiaram das dificuldades de se filmar em Hollywood. Academia de Hollywood cria cotas e critérios de inclusão para Oscar de Melhor Filme
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Jackie Stallone, mãe de Sylvester Stallone, morre aos 98 anos
Segundo o cantor Frank Stallone, a astróloga 'morreu enquanto dormia'. Causa não foi divulgada. Jackie Stallone, mãe de Sylvester Stallone, morre aos 98 anos Reprodução/Instagram Jackie Stallone, mãe do ator Sylvester Stallone e do cantor Frank Stallone, morreu aos 98 anos. A causa da morte da astróloga não foi anunciada, mas segundo Frank, "ela morreu enquanto dormia, como desejava". O cantor fez uma homenagem para a mãe nas redes sociais. "Esta manhã, eu e meus irmãos perdemos nossa mãe, Jackie Stallone. Ela foi mãe de quatro filhos, Tommy, Sylvester, Frankie e Toni Ann. Ela foi uma mulher extraordinária que trabalhava todos os dias cheia de coragem e destemor. Ela morreu enquanto dormia, como desejava. Era difícil não gostar dela, ela era uma pessoa muito excêntrica e extravagante", escreveu o cantor. "Sua mente estava afiada como uma navalha até o dia de sua morte." "Nunca mais poderei ligar para minha mãe de novo ou fazê-la gritar comigo porque eu nunca me casei", lamentou o cantor, que ainda afirmou que o irmão, Sylvester, cuidou da mãe "como uma rainha por toda a vida". Além do trabalho como astróloga, Jackie também foi promoter de luta livre feminina, além de participar do "Celebrity Big Brother", no Reino Unido. Initial plugin text Aos 73 anos, Sylvester Stallone volta a viver Rambo em filme que pode ser o último
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Alok e Romana Novais anunciam nome da filha
'Lindo, marcante, forte, diferente, com significado', afirma Romana ao revelar nome de Raika em um vídeo produzido com o casal. Alok e Romana Novais anunciam nome da filha Reprodução/Instagram Alok e Romana Novais produziram um vídeo da família para anunciar o nome da filha. O DJ e a mulher anunciaram em julho que seriam pais pela segunda vez. "Esse é o resultado da nossa quarentena", comentou o DJ, dias após realizar uma live em sua casa. "O amor não se divide, ele se multiplica", escreveu Alok ao divulgar o clipe e o nome de Raika. "Apaixonada por esse nome! Lindo, marcante, forte, diferente, com significado! Raika mil vezes. Nossa menina", comentou Romana na publicação do DJ. Em sua página nas redes sociais, Romana também compartilhou o vídeo e explicou mais sobre a escolha do nome. "Bonita (de origem espanhola) e deusa do vento (sânscrito). Filha, você já chegou me permitindo sentir as melhores emoções." Raika é a segunda filha de Alok e Romana, que já são pais de Ravi. O bebê também aparece no vídeo de divulgação do nome da irmã. Em agosto, o casal realizou um chá revelação com direito a fogos de artifício durante a descoberta do sexo do bebê. Initial plugin text ‘Alok Em Casa’ agitou o Brasil no sábado (2)
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Poder matriarcal de Alcione alavanca fluente documentário sobre a cantora
Atração do 48º Festival de Cinema de Gramado, o filme 'O samba é primo do jazz' enfatiza a forte relação fraternal da artista com as irmãs. Alcione em imagem do documentário 'O samba é primo do jazz', de Angela Zoé Reprodução / Vídeo Resenha de documentário musical Título: O samba é primo do jazz Direção: Angela Zoé Roteiro: Angela Zoé e Luís Abramo Cotação: * * * * ♪ Filme exibido no 48º Festival de Cinema de Gramado e com estreia prevista para 2021. ♪ “Ela é a mãe de todos nós”, entrega Ivone Dias Nazaré, irmã de Alcione em um dos depoimentos fundamentais para o entendimento da personalidade da artista, assunto de O samba é primo do jazz, documentário sobre a excepcional cantora e instrumentista nascida em 21 de novembro de 1947 em São Luís (MA). Exibido em primeira mão pelo Canal Brasil na noite de segunda-feira, 21 de setembro, dentro da programação da 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado, o filme de Angela Zoé segue roteiro e formato convencionais, com mix de entrevistas inéditas e imagens de arquivo, mas consegue tirar boa parte da maquiagem que cobre – aos olhos do público – a figura já folclórica de Alcione, uma das maiores cantoras do Brasil e do mundo. O poder matriarcal de Alcione é o motor que alavanca o fluente documentário sobre a artista carinhosamente chamada de Marrom no meio musical. Ao evidenciar o caráter maternal da artista, extensivo aos amigos e à comunidade em que está sediada a escola de samba Mangueira, raiz carioca fincada no coração da cantora maranhense, a cineasta ajuda o espectador a entender as ações de Alcione enquanto, paralelamente, o filme expõe a musicalidade aguçada dessa artista que toca três instrumentos de sopro e que ficou assombrada ao ouvir pela primeira vez o canto de Ella Fitzgerald (1917 – 1996), diva norte-americana do jazz. A propósito, o título O samba é primo do jazz vem da música Primo do jazz (Magnu Souza e Nei Lopes, 2004), apresentada pela cantora há 16 anos no álbum Faz uma loucura por mim (2004). Se a musicalidade sempre esteve clara para quem escuta Alcione com ouvidos atentos, pela tarimba dessa cantora filha de pai músico e diplomada na noite carioca nos primeiros anos da década de 1970, a personalidade se desvenda ao longo dos fluentes 70 minutos do filme de Angela Zoé. Fica clara a real fraternidade que rege a relação de Alcione com as irmãs Ivone, Maria Helena (também cantora e vocalista da banda de Alcione) e Solange Dias Nazareth (empresária). Nessa irmandade, Alcione – quarto dos nove filhos do casal João Carlos e Felipa – é a mãe que pode virar, não uma loba, mas uma leoa para defender as filhas-irmãs. “Mexeu com uma, mexeu com todas” é o lema da irmandade, explicitado no documentário. Uma fala antiga da já falecida mãe da artista, Felipa, ajuda a decifrar a cantora quando caracteriza a “agressividade” desenvolvida pela filha após a fama como arma para se defender na machista indústria da música. Mesmo contido diante das câmeras, o temperamento forte da Marrom é visto nas entrelinhas nas cenas que reproduzem takes de ensaio da cantora com a banda orquestrada pelo diretor musical Alexandre Menezes, único a ser entrevistado pela cineasta fora do círculo familiar da artista enfocada por Angela Zoé. E que família grande! O filme revela que o pai da cantora, João Carlos Dias Nazareth, contabilizou 35 filhos dentro e fora do casamento, pelo temperamento caracterizado como “sociável” por Maria Helena Dias Nazaré. Alguns dos filhos extraconjugais foram criados por Felipa ao lado dos filhos do casal, em prova tanto da generosidade da matriarca da família quanto da estrutura patriarcal da sociedade brasileira. Mesmo dando a necessária ênfase à organização familiar de Alcione para perfilar a artista fora dos holofotes, a música jamais sai do foco no roteiro de O samba é primo do jazz (O2 Play, Canal Brasil e Globo Filmes). Alcione em cena do documentário 'O samba é primo do jazz', de Angela Zoé Reprodução / Vídeo Cantora que entrou em cena pela primeira vez para substituir músico ausente na orquestra do pai, e desde então permaneceu em cena, Alcione reforça a influência que o Bumba-Meu-Boi e o Tambor de Crioula – manifestações folclórico-musicais do Maranhão – exerceu na musicalidade dessa cantora, transformada em sambista nos anos 1970 por Roberto Menescal, então no cargo de diretor artístico da gravadora Philips. Em depoimento antigo, reproduzido no filme, Menescal explica que precisava ter uma sambista no elenco da companhia para fazer frente ao reinado de Beth Carvalho (1946 – 2019) e Clara Nunes (1942 – 1983) em gravadoras concorrentes. Indicada por Jair Rodrigues (1939 – 2014), Alcione ocupou essa vaga, mesmo sendo até então uma cantora que dava voz a todos os gêneros musicais. Algumas imagens de arquivo – como o take em que Alcione e Caetano Veloso cantam samba de roda, diante de Dorival Caymmi (1914 – 2018), e como o registro de ensaio com Maria Bethânia no canto do Samba da benção (Baden Powell e Vinicius de Moraes 1966) – valorizam o documentário de Angela Zoé. A cineasta também enfoca a religiosidade da cantora e se vale eventualmente do silêncio – como o da cena que mostra Alcione quieta e contemplativa, no carro em movimento, enquanto se ouve o coro do público em A loba (Juninho Penalva e Paulinho Rezende, 2001) – para dizer mais com imagens do que com palavras. Até porque nem tudo que é dito necessariamente pode corresponder à realidade dos fatos. A alardeada total insubmissão de Alcione às vontades de executivos fonográficos, por exemplo, jamais encontra eco em quem conhece os meandros da indústria da música. Dentro da intimidade consentida, Angela Zoé consegue moldar retrato convincente e até certo ponto surpreendente da personalidade agregadora de Alcione Dias Nazareth.
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Voz de Gonzaguinha, que faria 75 anos, ecoa através de obra inoxidável
Gonzaguinha faria 75 anos nesta quarta-feira, 22 de setembro Arte de Elifas Andreato ♪ Nem sempre Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (22 de setembro de 1945 – 29 de abril de 1991) foi visto com um sorriso nos lábios, como na ilustração acima, criada pelo artista visual Elifas Andreato. Muitas vezes Gonzaguinha – como ficou popularmente conhecido nos anos 1970 e 1980 esse cantor e compositor carioca – fechou a cara como forma de contestação. De natureza indomada, o artista fechou a cara na vida – o que lhe rendeu desafetos e injustiças – e na obra que ainda pulsa, relevante, quase 30 anos após a precoce saída de cena do artista. A morte impediu Gonzaguinha de chegar aos 75 anos, que poderiam estar sendo festejados nesta quarta-feira, 22 de setembro de 2020. Se vivo fosse, talvez o artista fizesse hoje uma live com as presenças de algumas das muitas cantoras que lhe deram voz. Maria Bethânia, Simone, Joanna, Nana Caymmi, Ângela Maria (1929 – 2018), Gal Costa, Marisa Gata Mansa (1938 – 2003)… É difícil apontar uma cantora da MPB que nunca tenha gravado música de Gonzaguinha entre 1978 e 1986. Algumas, como Leila Pinheiro e Selma Reis (1958 – 2015), dedicaram posteriormente álbuns ao cancioneiro de Gonzaguinha, assim como Emilio Santiago (1946 – 2013). Foram discos que se tornaram homenagens póstumas. Como a que Teresa Cristina prestará ao compositor na live desta quarta-feira, dia do 75º aniversário de Gonzaguinha, filho de um rei do baião que, sem jamais renegar a origem nobre, fundou a própria dinastia musical, perpetuada em dezenas de grandes canções. A obra de Gonzaguinha vem atravessando gerações. Sambas como Comportamento geral (1972) e É (1988) são de impressionante atualidade. Antes de entregar o romantismo que tentou conter, Gonzaguinha fez músicas que, por entre as frestas do sombrio Brasil dos anos 1970, afirmavam que a gente não tem cara de panaca. O cantor soube dar voz ao desenredo dessa escola Unidos do Pau Brasil que vem atravessando o samba. Voz que se levantou contra a opressão. Voz que jamais se calou ou foi calada. Contudo, sempre acreditando na rapaziada que segue em frente, Gonzaguinha foi enternecendo a obra sem perder a dureza necessária para encarar o Brasil. Há quem prefira o romantismo derramado em Lindo lago do amor (1984) e em Mamão com mel (1985). Ou as exaltações da vida que se faz feliz nas odes da canção Maravida (1981) e do samba O que é o que é (1982). Há quem prefira as canções políticas. Umas e outras são inoxidáveis. Impregnada do suor dos corpos, a obra de Gonzaguinha inclui muitas grandes composições que resistem esplendidamente ao passar dos anos sem perda do viço poético, validando o clichê de que, se a vida é breve, e a da Gonzaguinha foi curta demais, a arte é longa e desafia o tempo. A voz de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior ainda ecoa no Brasil de 2020.
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Superávit comercial supera US$ 41 bilhões na parcial do ano
Só em setembro, saldo positivo já alcança os US$ 4,79 bilhões. Números são do Ministério da Economia. A balança comercial registrou superávit de US$ 41,075 bilhão no acumulado deste ano, até este domingo (20), informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (21).
O superávit acontece quando as exportações superam as importações. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
O resultado é 20,5% maior que o saldo de US$ 34,097 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
A melhora no saldo comercial deste ano está relacionado com uma queda das importações, que recuaram mais do que as vendas externas no período.
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De acordo com o governo, no acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 150,717 bilhões (queda de 6,2% na comparação com o mesmo período do ano passado).
As importações, por sua vez, somaram US$ 109,642 bilhões na parcial deste ano, com recuo de 13,7% em relação ao mesmo período de 2019.
Acumulado de setembro
Somente no acumulado de setembro, ainda segundo dados oficiais, foi registrado superávit de US$ 4,794 bilhões, até este domingo (20).
Na parcial deste mês, as exportações somaram US$ 12,396 bilhões, valor 1,3% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Já as importações totalizaram US$ 7,602 bilhões, recuo de 25,6% na mesma comparação.
Na parcial de setembro, de acordo com dados oficiais, houve crescimento 8,4% nas exportações de produtos agropecuários e de 28% nas vendas externas da indústria extrativa. Por outro lado, caíram as vendas na indústria de transformação (-14,3%).
Já no caso das importações, foi registrado aumento de 0,1% nas compras externas de produtos agropecuários, e queda de 37,4% da indústria extrativa e de 25,6% em aquisições produtos da indústria de transformação.
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Brasil recebe cota adicional para vender 80 mil toneladas de açúcar aos EUA, diz Bolsonaro
Ampliação foi divulgada pelo presidente em rede social e beneficia produtores do Nordeste; cota gera redução de impostos. Há uma semana, Brasil renovou taxa zero para trazer etanol dos EUA. O presidente Jair Bolsonaro anunciou em rede social, nesta segunda-feira (21), que o Brasil vai receber uma cota adicional para exportar, com imposto reduzido, 80 mil toneladas de açúcar para os Estados Unidos.
Segundo Bolsonaro, a cota foi informada pelo representante comercial dos EUA ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
O acordo não é inédito mas, de acordo com o governo, faz parte das negociações abertas no início do mês entre os países. Essas negociações também resultaram em uma cota de isenção para o etanol que os Estados Unidos exportam para o Brasil (veja detalhes abaixo).
"A quota para o açúcar brasileiro nos EUA passa de 230 para 310 mil toneladas e, por lei, beneficiará exclusivamente os produtores do Nordeste", escreveu Bolsonaro. O G1 pediu informações adicionais ao Palácio do Planalto e ao Itamaraty, e aguarda retorno.
Produção de açúcar do Brasil deve avançar 32% na safra 2020/21, diz Conab, e etanol deve recuar 14,3%
Um acordo comercial entre Brasil e EUA prevê que o açúcar brasileiro exportado dentro da cota está sujeito a uma carga tributária menor. Com isso, o produto chega mais competitivo às prateleiras norte-americanas.
Governo brasileiro prorroga a importação de etanol americano sem imposto
Setor produtivo não vê avanços
Em nota divulgada nesta segunda (veja íntegra abaixo), a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e o Fórum Nacional Sucroenergético (FNS) ressaltam que o anúncio feito por Bolsonaro é um "procedimento normal" e que não representa "qualquer avanço estrutural" para facilitar o acesso do açúcar ao mercado dos EUA.
"Além da cota tradicional que o Brasil possui, de 152 mil ton/ano, tem sido praxe a abertura de novas cotas para suprir os volumes dos países que não conseguem vender a quantidade prevista ou para complementar a demanda anual dos Estados Unidos. Nesses casos, o Brasil acaba sendo beneficiado não por concessão americana, mas por ser o país com o maior volume de açúcar para exportação no mundo", dizem as entidades.
"O segundo ponto é que essa cota adicional de açúcar, que representa apenas 0,3% da média das exportações brasileiras de açúcar dos últimos anos, é consideravelmente inferior à cota mensal de etanol que o Brasil ofereceu novamente aos EUA em setembro", prosseguem.
Como funciona
As cotas de importação do açúcar são definidas anualmente pelos Estados Unidos e distribuídas entre diversos países. Em geral, o Brasil fica com a maior cota, seguido pela Austrália.
A ampliação dessa cota de produção não é novidade, embora o montante aprovado em 2020 seja maior que o de anos anteriores. Em abril, por exemplo, os Estados Unidos já tinham autorizado a importação de 64 mil toneladas, numa cota que perderia validade agora em setembro.
Em julho de 2019, os EUA autorizaram a importação de outras 23,7 mil toneladas de açúcar brasileiro.
Uma lei de 1996 define que todas as cotas de exportação de derivados da cana-de-açúcar negociadas pelo Brasil devem ser atribuídas aos produtores do Norte e do Nordeste, "tendo em conta o seu estágio sócio-econômico".
Disputa da cana-de-açúcar
O aumento da cota de importação do açúcar brasileiro pelos Estados Unidos beneficia o setor da cana–de-açúcar, afetado negativamente pela escolha do Brasil de ampliar a importação de etanol norte-americano com "taxa zero".
No Brasil, tanto o etanol quanto o açúcar são produzidos quase exclusivamente a partir da cana-de-açúcar. Por isso, ao trazer etanol barato de fora e garantir a exportação de açúcar, o governo sinaliza às indústrias sucroalcooleiras que é mais vantajoso produzir o alimento, e não o combustível.
Já nos EUA, os produtos estão associados a lavouras diferentes. A maior parte do etanol é produzida a partir do milho, com forte subsídio do governo, e a produção do açúcar é dividida, de modo quase igual, entre a cana e a beterraba.
Com o subsídio local e a tarifa zero de importação, o etanol norte-americano chega ao Brasil mais barato que o próprio biocombustível nacional. A cota de isenção tributária para importação de etanol pelo Brasil chegou a expirar, no início do mês, antes de ser renovada em acordo exclusivo com os EUA.
Setor da cana sofreu em 2020 com queda na demanda por combustíveis, por causa do coronavírus
Antes de a cota ser renovada, o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Evandro Gussi, questionou a ausência de contrapartidas dos Estados Unidos às facilitações concedidas pelo Brasil.
"Os americanos não aceitaram oferecer qualquer contrapartida como, por exemplo, uma isenção pra tarifa de importação lá do nosso açúcar, que hoje é de 140%", declarou.
Em abril, setor da cana sofreu com safra recorde e queda na demanda por combustíveis
Trump e Bolsonaro
Em nota conjunta divulgada no último dia 11, os governos de Jair Bolsonaro e Donald Trump dizem que decidiram "realizar discussões orientadas a obter resultados acerca de um arranjo para aumentar o acesso ao mercado de etanol e açúcar no Brasil e nos Estados Unidos".
As discussões devem se estender até dezembro, mesmo prazo para o qual voltou a valer a isenção tributária para até 187,5 milhões de litros de etanol que os EUA enviarem para o Brasil.
Bolsonaro se encontrou com Trump nos Estados Unidos em março
"Os dois países também discutirão maneiras de garantir que haja um acesso justo ao mercado paralelamente a qualquer aumento no consumo de etanol, bem como de coordenar-se e garantir que as indústrias de etanol em ambos os países sejam tratadas de maneira justa e se beneficiem de mudanças regulatórias futuras em produtos de biocombustíveis no Brasil e nos Estados Unidos", diz a nota conjunta dos dois países.
"As discussões devem buscar alcançar resultados recíprocos e proporcionais que gerem comércio e abram mercados para o benefício de ambos os países", prossegue.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu declarações no início do mês sobre a necessidade da isenção para a importação de etanol pelo Brasil. Em franca campanha de reeleição, Trump chegou a apontar possibilidade de "retaliação" caso a taxação voltasse.
Mais que a simples renovação da cota, Trump defende a eliminação de todas as taxas sobre o etanol que os EUA vendem para o Brasil.
No fim de agosto, o governo Trump também alterou acordos em outro produto com forte peso na pauta de exportação brasileira. Os EUA reduziram a quantidade de aço brasileiro importado sob tarifa diferenciada – na prática, dificultando a entrada do produto brasileiro por lá.
Íntegra
Confira abaixo a íntegra da nota divulgada pelo setor produtivo nesta segunda:
Acerca do anúncio feito hoje pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) de que o Brasil seria beneficiário de uma cota adicional de açúcar de 80 mil toneladas para o ano fiscal de 2020, devemos esclarecer que se trata de um procedimento normal adotado pelos EUA nos últimos anos, sem representar qualquer avanço estrutural para um maior acesso do açúcar brasileiro àquele país.
Além da cota tradicional que o Brasil possui, de 152 mil ton/ano, tem sido praxe a abertura de novas cotas para suprir os volumes dos países que não conseguem vender a quantidade prevista ou para complementar a demanda anual dos Estados Unidos. Nesses casos, o Brasil acaba sendo beneficiado não por concessão americana, mas por ser o país com o maior volume de açúcar para exportação no mundo.
O segundo ponto é que essa cota adicional de açúcar, que representa apenas 0,3% da média das exportações brasileiras de açúcar dos últimos anos, é consideravelmente inferior à cota mensal de etanol que o Brasil ofereceu novamente aos EUA em setembro.
É fundamental, portanto, que as discussões entre os dois países avancem em direção à ampliação significativa das nossas exportações de açúcar, a partir de resultados permanentes e concretos, condizentes com a concessão feita pelo Brasil nos últimos anos para o etanol americano.
União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e Fórum Nacional Sucroenergético (FNS)
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Movimento negro defende programa de trainee do Magazine Luiza
Empresa anunciou na sexta (18) que processo seletivo aceitará somente candidatos negros em 2021. Escritores, personalidades e instituições elogiaram iniciativa. Nota de apoio do Movimento Ar ao programa da Magazine Luiza Reprodução/Instagram Escritores, personalidades e instituições ligadas ao movimento negro manifestaram apoio ao Magazine Luiza após a empresa anunciar, na última sexta-feira (18), que o programa de trainees de 2021 aceitará apenas candidatos negros. Segundo empresa, o objetivo é levar mais diversidade racial aos cargos de liderança. O Movimento Ar, mobilização contra o racismo criada pela Universidade Zumbi dos Palmares e pela ONG Afrobras, divulgou nota nesta segunda-feira (21) elogiando a ação. "A fantástica e transformadora ação da Magalu ao criar um grupo de trainees contemplando especialmente jovens negros, capitaneada pela visionária Luiza Helena Trajano, é uma manifestação de coragem e compromisso com o alcance da igualdade racial", afirma o comunicado. No texto, o movimento ainda considera a proposta "um esforço republicano de fortalecimento da democracia, combate às desigualdades e, sobretudo, valorização da dignidade humana". Especialista comenta sobre programa de trainee para negros de gigante do varejo Sueli Carneiro, filósofa, escritora, diretora do Geledés, Instituto da Mulher Negra, e uma das principais articulistas da luta contra o racismo, usou seu perfil nas redes sociais para comentar o assunto. Em postagem no Twitter, Sueli afirmou que a empresa "colocou o dedo na ferida. O pus vai jorrar de todos os lados". O anúncio também foi alvo de ataques no campo político. No sábado (19), o deputado federal e vice-líder do governo na Câmara, Carlos Jordy (PSL-RJ), acusou o trainee do Magazine Luiza de "crime de racismo" e disse que acionaria o Ministério Público. A empresa se manifestou e respondeu às declarações do deputado. "Estamos absolutamente tranquilos quanto à legalidade do nosso Programa de Trainees 2021. Inclusive, ações afirmativas e de inclusão no mercado profissional, de pessoas discriminadas há gerações, fazem parte de uma nota técnica de 2018 do Ministério Público do Trabalho", respondeu o Magazine Luiza em post no Twitter. Também nas redes sociais, a escritora e filósofa Djamila Ribeiro relembrou um texto que escreveu para o jornal Folha de S. Paulo e destacou que "falar em racismo reverso é como acreditar em unicórnios". "Deixem de preguiça cognitiva. Ninguém é obrigado a saber, mas tem obrigação de buscar saber se pretende falar sobre. Para pessoas privilegiadas, a ignorância não é uma benção, a ignorância é desculpa para a manutenção do status quo. Como já disse Jurema Werneck, 'a era da inocência já acabou, já foi tarde'", escreveu Djamila em sua conta no Instagram neste domingo (20). Outras empresas Além da Magalu, Bayer, Gerdau, P&G e Banco BV estão com vagas de trainee e estágio abertas direcionadas para negros. VÍDEOS: Tudo sobre São Paulo e região metropolitana
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Alemanha confirma mais 7 casos de peste suína em javalis
Com isso, total de ocorrências subiu para 20 no estado alemão de Brandenburg. Doença não é perigosa para os humanos, mas é fatal para porcos TVCA/Reprodução Sete novos casos de peste suína africana (PSA) foram confirmados em javalis no leste da Alemanha, no Estado de Brandenburg, disse o Ministério da Agricultura do país nesta segunda-feira (21). As novas descobertas somam 20 casos confirmados desde o primeiro em 10 de setembro. Todos foram encontrados próximos ao inicial e envolvem javalis, sem demais animais de fazenda afetados. O instituto científico alemão Friedrich-Loeffler confirmou que os últimos sete animais tinham PSA, disse o ministério. A China e uma série de outros compradores de carne suína proibiram as importações da proteína alemã nos últimos dias, após a confirmação do primeiro caso. A doença não é perigosa para os humanos, mas é fatal para porcos e um grande surto na China, o maior produtor mundial da carne, fez com que centenas de milhões de suínos fossem abatidos. O ministério alemão alertou na última quinta-feira que mais casos em javalis eram esperados, pois os animais se movem em grupos e a doença é facilmente transmissível. Os preços dos leitões reprodutores (desmamados) na Alemanha caíram acentuadamente nas últimas semanas após a descoberta da PSA no país, disseram traders nesta segunda-feira. Vídeos: tudo sobre agronegócios
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