É normal receber mensagens SMS que alertam que sua conta bancária será bloqueada?
Tira-dúvidas também comenta vazamentos de dados com senha em e-mail e recomendações de segurança para Android. Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados etc.), envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com. A coluna responde perguntas deixadas por leitores às quintas-feiras. Golpes por SMS, chamados de 'Smishing', tentam direcionar a vítima para uma página falsa ou outro contato fraudulento. Elas podem até vir com informações pessoais, como seu nome. Reprodução Golpe por SMS é indício de app vulnerável? Fiz meu licenciamento baixei o aplicativo "CDT" do Denatran. Passados uns dez dias, abri o app no celular pela primeira vez e, no momento que dei o clique, ouvi um som de mensagem recebida no celular. Após certificar que estava normal a CNH digital e fechar o app da CDT, vi que a mensagem recebida dizia mais ou menos: "você precisa ligar neste telefone urgente ao Banco do Brasil para atualizar seu cadastro ou sua conta será bloqueada". Havia um número de telefone na mensagem. Além disso, foi no BB que paguei o licenciamento e onde tenho conta. Recebi a mesma mensagem durante três dias, umas seis a oito vezes, com o mesmo teor. Achei que um hacker tinha invadido o aplicativo CDT para enviar as mensagens. – Benedito Souza Felizmente, não – isso não significa que houve qualquer ataque ao sistema do CDT ou ao do banco. Deve ter sido apenas uma coincidência. Torpedos SMS fraudulentos são enviados rotineiramente para muitas pessoas – como diz o seu relato, em poucos dias você recebeu o golpe quase uma dezena de vezes. Quando uma fraude é frequente e usa iscas genéricas, coincidências acabam acontecendo. Na maioria dos casos, esses comunicados não são direcionados para correntistas das respectivas instituições. Ou seja, você pode ser cliente do banco A, mas receber um golpe destinado a clientes do banco B. Eu mesmo já recebi muitas mensagens parecidas envolvendo bancos nos quais não tenho conta. No entanto, é claro que algumas das pessoas que recebem as mensagens serão, sim, correntistas da instituição ou clientes da empresa mencionada na mensagem. Também é possível, em alguns casos, que o contexto do recebimento do SMS levante suspeitas, como aconteceu com você, Benedito. Porém, se realmente tivesse acontecido um roubo de dados, a mensagem deveria ter mais informações, como o seu nome e, talvez, até o número da sua conta e agência. Mas, mesmo que esses dados estivessem presentes, não seria correto concluir que as informações foram roubadas do aplicativo que você estava usando quando a mensagem foi recebida – os criminosos podem usar informações de qualquer fonte. O importante é que você identificou corretamente a fraude e não seguiu a orientação da mensagem. Vazamentos de dados podem revelar suas senhas para os criminosos. Evitar a repetição de senhas diminui os prejuízos com senhas vazadas. linusb4/Freeimages.com Senha vazada em e-mail Recebi um e-mail com a minha senha no campo do assunto, alegando que eu tinha sido hackeado. Pesquisei e achei a matéria do G1 relatando vários acontecimentos parecidos. Minhas dúvidas seriam: Podem fazer algo com meus dados? Se por culpa ou dolo das empresas que manipulavam e tinha o dever de proteger os dados, deixaram vazar os mesmos, posso processar os mesmos? Como sei que foi vazamento e não algum tipo de vírus ou outro programa que consegue os dados pelo próprio computador do usuário remotamente e a distância? – Rodrigo Rodrigo, vamos responder cada uma de suas perguntas. 1. Se o e-mail chegou a você com uma senha sua, é fato que os hackers possuem essa informação e podem usá-la. O que você deve fazer é trocar imediatamente essa senha em todos os serviços e nunca mais utilizá-la. É possível, claro, que essa senha nem esteja mais sendo usada por você. Os criminosos muitas vezes enviam e-mails com dados antigos, apostando que você ainda utiliza essa senha e ficará receoso com a mensagem. Normalmente, a mensagem faz alguma ameaça e pede dinheiro. A ameaça deve ser ignorada. 2. No Brasil, o mero vazamento de informações não tende a ser suficiente para justificar alguma indenização. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) define algumas multas em caso de erro ou negligência no tratamento de dados. A legislação ainda será complementada por um regulamento elaborado pela pela Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Advogados que já comentaram esta questão com o blog afirmaram que só há direito à indenização caso fique comprovada uma ligação entre o vazamento e algum prejuízo sofrido. No entanto, é extremamente difícil estabelecer esse vínculo: seus dados pessoais, por exemplo, estão disponíveis em vários locais e simplesmente não há como saber exatamente onde os criminosos obtiveram a informação. Quanto aos novos aspectos da LGPD, o Judiciário ainda terá de se manifestar em casos concretos para entendermos como a lei valerá na prática. 3. Infelizmente, é muito difícil de determinar a origem de informações obtidas pelos hackers. No entanto, um ataque direto aos seus dispositivos pessoais, como smartphone e notebook, tende a ser muito mais comprometedor. É improvável que os invasores teriam uma única senha sua depois de conseguir acesso ao seu computador. Eles podem facilmente conseguir todas as suas senhas, informações pessoais, dados bancários, histórico de navegação e muitas outras informações semelhantes. Sendo assim, se os criminosos apresentaram apenas uma ou duas senhas para comprovar a "suposta" invasão, é quase certo que esses dados não foram obtidos diretamente do seu computador. Quando hackers conseguem acesso direto ao seu computador ou celular, fraudes financeiras (cartão de crédito ou banco) são mais comuns do que ameaças. Afinal, se o hacker já pode invadir sua conta bancária ou usar seu cartão, ele não precisa ameaçá-lo para conseguir dinheiro. Logo, se o hacker está pedindo dinheiro para você, é muito provável que as informações que ele tem sejam muito restritas. Antivírus para Android Obrigado pelo seu conteúdo, é único na internet brasileira. Gostaria de saber se no geral, este texto sobre antivírus no Android [de 2017] permanece válido. – Henrique Chote Domingues Henrique, obrigado pelo elogio. Sim, o texto permanece válido, mas sugiro também que você consulte algumas informações e recomendações mais recentes: Android: muitos antivírus não protegem o celular e detectam até a si próprios como vírus, revela teste Entenda por que os 'vírus de celular' são diferentes dos vírus de computador Como saber se você está baixando um aplicativo legítimo ou oficial Saiba como aumentar a segurança do celular e dos aplicativos de mensagens E assista ao vídeo: Altieres Rohr explica se Android precisa de antivírus Dúvidas sobre segurança digital? Envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com. Veja mais vídeos sobre segurança digital
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Não é só o arroz: os preços de alimentos vão continuar subindo nos próximos meses?
Os produtos que compramos no supermercado têm ficado mais caros graças a uma combinação de fatores gerados pela pandemia de covid-19. Arroz ficou 20% mais caro desde o início do ano – e deve continuar subindo no curto prazo Thinkstock via BBC As estatísticas de inflação não têm feito muito sentido para o brasileiro que vai ao supermercado. Os índices de preços vêm se mantendo em patamares historicamente baixos desde 2017, mas a sensação é de que a gente deixa cada vez mais no caixa quando faz compras. Entenda por que a inflação dos alimentos disparou no país E não é só impressão: enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, avançou 2,44% nos acumulado em 12 meses até agosto, a alimentação no domicílio, subitem que compõe o grupo alimentos e bebidas, subiu 11,4%: Os dados divulgados na quarta (09/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que o arroz ficou quase 20% mais caro desde o início do ano, que o preço do feijão mulatinho subiu 32,6%, da abobrinha, 46,8%, e da cebola, 50,4%. Prato feito mais caro: arroz lidera a alta dos alimentos no ano Amanda Paes/G1 As razões para esse comportamento estão ligadas, de forma direta e indireta, à pandemia — o que significa que o impacto pode se estender pelos próximos meses, mas não sinaliza um aumento persistente dos preços. Aumento da demanda interna Dois fatores aumentaram a demanda por alimentos no mercado doméstico e pressionaram os preços para cima. De um lado, as quarentenas e o isolamento social deixaram os brasileiros mais tempo em casa. Muita gente passou a fazer home office e a cozinhar em casa ou deixou de ir a restaurantes com a família no fim de semana. De outro, o auxílio emergencial de R$ 600 fornecido pelo governo permitiu que as pessoas continuassem consumindo apesar da crise — algumas até com um patamar de renda superior àquele que tinham antes da pandemia. Entre abril e agosto, o governo injetou cerca de R$ 173 bilhões na economia através do auxílio. "Boa parte desses recursos foi usado para pagar contas e comprar mantimentos", destaca o professor da Fipecafi George Sales. Nos 12 meses até agosto, alimentação no domicílio teve aumento de 11,4% nos preços Getty Images via BBC Assim, ressalta a economista do Itaú Julia Passabom, é possível ver nos índices de inflação um grupo positivamente afetado pela pandemia, como alimentos, itens de higiene pessoal e produtos para a casa, que têm experimentado aumento de preços, e outro negativamente afetado, como alimentação fora do domicílio, vestuário e turismo, que tiveram a demanda reprimida pelas medidas de isolamento social e pelo aumento do desemprego. E isso não apenas no Brasil. O mesmo fenômeno se repete nas estatísticas dos Estados Unidos e da Zona do Euro. O aumento do poder de compra proporcionado ao consumidor pelo grupo negativamente afetado, onde os preços subiram menos ou até caíram, é menos perceptível para a maioria justamente porque a pandemia mudou a cesta de consumo do brasileiro. O grupo de vestuário, por exemplo, entrou no quarto mês consecutivo de deflação, mas são poucos os que estão indo ao shopping para renovar o guarda-roupa. Como estamos, de maneira geral, frequentando mais o supermercado, fica a sensação de que tudo está mais caro. "A gente tem um comportamento super atípico da inflação brasileira (pressionada para baixo por causa do efeito da recessão e da recuperação lenta da economia), mas inflação não sai do noticiário. Está batendo em alimentos, e todo mundo vai ao mercado, fica escandalizado com os preços", comenta a economista do Itaú. Exportações mais lucrativas Outra razão para o aumento dos preços vem do câmbio. O dólar mais caro estimula as exportações, já que os produtores conseguem rentabilidade maior no mercado externo. Ao mesmo tempo, a demanda está aquecida em países que viram parte da cadeia de alimentos ser afetada pelas condições climáticas ou pela própria pandemia, empurrando as cotações de commodities para cima. A China, por exemplo, vem recompondo seus estoques — e pressionando os preços de commodities como a soja. As exportações do grão cresceram em volume quase 25% em agosto, em relação ao mesmo período de 2019, conforme os dados da balança comercial divulgados pelo Ministério da Economia. "O grão mais caro vira ração mais cara, que vira carne mais cara. Tudo vai na mesma direção e sinaliza mais inflação à frente", pondera Passabom. Cotações de commodities como a soja têm subido nos últimos meses Enrique Marcarian/Reuters No caso do arroz, o preço da saca de 50 kg deu um salto no mês, passando de R$ 73 no dia 11 a R$ 94 no fim de agosto, de acordo com o boletim mais recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). As exportações somaram 212 mil toneladas, 98% mais do que em agosto de 2019. Com o produto mais competitivo lá fora, o país está entrando inclusive em novos mercados. Desde maio, passou a exportar arroz também para o México, após um acordo que retirou barreiras sanitárias que há anos dificultavam as vendas. Isso aconteceu depois que os Estados Unidos, principal fornecedor do grão para o país, elevaram os preços do produto diante da entressafra e da redução dos estoques. O Brasil também vendeu mais açúcar por conta da seca na Tailândia, o segundo maior exportador do mundo, que passa por um período de seca. Como resultado, os embarques da commodity cresceram 118% em volume em agosto, quando se compara com igual período de 2019. O dólar apreciado tem impacto ainda sobre os preços de combustíveis, que seguem as cotações internacionais, diz Sales, da Fipecafi. Reajustes na gasolina e no diesel acabam tendo impacto indireto em diversos setores, entre eles o agronegócio, já que encarece o custo de frete. Nos dados de agosto divulgados pelo IBGE, o grupo transporte teve a maior alta entre os 9 grupos acompanhados pelo instituto, de 0,82%. Após as recentes reduções de preço nas refinarias anunciadas pela Petrobras, contudo, a expectativa é que os combustíveis deem alívio à inflação em setembro, conforme análise do economista Fabio Romão, da LCA Consultores. Julia Passabom, do Itaú, espera deflação nos planos de saúde no mês, após a suspensão anunciada pela Agência Nacional de Saúde (ANS) nos reajustes por 120 dias. Os preços de alimentos, entretanto, devem se manter pressionados nos próximos meses, diz ela, levando o subitem alimentação no domicílio ao pico de 14% no acumulado em 12 meses em outubro, para fechar o ano em algo entre 9% e 10%. A projeção da LCA também é de aceleração no grupo alimentação no domicílio, de 1,15% registrado em agosto para 1,65% em setembro, puxado principalmente por alta nos preços do arroz, da batata inglesa, do tomate, de leites e derivados e de carne. A expectativa de aumento nos preços do grupo alimentação levou a consultoria a revisar para cima a estimativa do IPCA para o ano, de 1,6% para 1,7%. A XP Investimentos também calculou a projeção, de 1,4% para 1,7% no fim de 2020. Em relatório, a equipe da corretora destacou entre as razões "as diversas fontes de estímulos atualmente vigentes na economia", referindo-se ao cenário de juros baixos, disponibilidade de crédito e os programas de transferência de renda para amortecer o impacto da pandemia. Ainda assim, segue o texto, o cenário para a inflação, de maneira geral, segue benigno, e parte da alta de alimentos observada neste ano deve ser "devolvida" em 2021, o que motivou uma redução da projeção para o IPCA do próximo ano, de 2,7% para 2,6%. Governo decide zerar imposto de importação sobre o arroz para tentar reduzir o preço A projeção do Itaú para o IPCA de 2021 é de 2,8%, acima dos 2% esperados para este ano, mas abaixo da meta estipulada pelo Banco Central, de 3,25% (e ainda distante dos 10,3% registrados em fevereiro de 2016, a última vez em que a inflação passou de dois dígitos no país). Uma das razões para a manutenção dos preços mais comportados é a própria recessão e o desemprego, que dificultam a recuperação da demanda interna e uma retomada mais rápida da economia: muitos donos de negócios preferem reduzir sua margem de lucro antes de aumentar os preços e correr o risco de perder vendas. O câmbio também deve ajudar: conforme as projeções do Itaú, o dólar sai do patamar de R$ 5,25 esperado para o fim deste ano para R$ 4,5 no fim de 2021.
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Cota de importação de arroz garante menos de um mês de consumo, mas pode segurar preços, dizem especialistas
Governo zerou a tarifa de importação de 400 mil toneladas do alimento para países de fora do Mercosul. Queda nos valores, porém, só deve vir no início de 2021, com auge da safra do grão. Consumidores reclamam do aumento nos preços do arroz e feijão na região de Sorocaba Reprodução/TV TEM A cota de importação de 400 mil toneladas de arroz deve assegurar menos de um mês de abastecimento, mas pode conter um avanço maior do preço do produto, avaliam especialistas. Uma queda maior do valor do alimento, porém, é esperada somente para o início de 2021. Entenda por que a inflação dos alimentos disparou no país Na quarta-feira (9), o governo reduziu a zero a alíquota do imposto de importação dessa cota, a pedido do Ministério da Agricultura. A medida vale até 31 de dezembro de 2020 e tem o objetivo de impedir um aumento maior de custos para a população. No ano, a inflação do arroz já acumula alta de 19,2%. "A população brasileira consome em torno de 10,5 milhões de toneladas de arroz por ano. Se nós vamos importar 400 mil toneladas, estamos falando de arroz para meio mês (15 dias)”, diz Lucilio Alves, professor da Esalq-USP e pesquisador do Cepea. Apesar de ser uma cota pequena, o analista da Safras & Mercado, Gabriel Viana, avalia que a entrada do produto no país pode, ao menos, estabilizar um pouco os preços, ainda que em patamares elevados. Segundo ele, os agricultores nacionais, que estão segurando os seus estoques de arroz, à espera de preços mais altos, podem começar a liberar parte deles ao ver algum crescimento da oferta no país. “Essa ação do governo vai ter um efeito ‘psicológico’ nos produtores que ainda contam com estoques”, diz. Atualmente, a alíquota de importação do produto adquirido de países fora do Mercosul é de 10% para arroz em casca e de 12% para o arroz beneficiado. Para países que integram o Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai), a tarifa já é zero, segundo informações do Ministério da Economia. Importação vai continuar cara Porém, Viana afirma que não deve haver uma queda muito significativa do preço do arroz. Se, de um lado, a cotação do arroz no mercado internacional continua alta, de outro, o dólar tem rodado próximo de R$ 5,30. Esses dois fatores dificultam um barateamento da importação, mesmo com alíquota zero para a importação. Por conta disso, ele avalia que a saca do arroz não vai chegar no Brasil muito abaixo de R$ 100, que é o valor que já vem sendo praticado no país, por produtores nacionais. Governo decide zerar imposto de importação sobre o arroz para tentar reduzir o preço Na quarta (9), por exemplo, a saca de 50 kg do arroz em casca no Rio Grande do Sul, principal produtor nacional, fechou a R$ 104,39, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Para Lucílio, pesquisador da Esalq, o preço do arroz só deve começar a cair a partir de março ou abril de 2021, meses em que a safra do grão no país está em seu auge. Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a colheita do próximo ano será maior. “A próxima safra começa a ser plantada hoje e esse arroz começa a ser colhido em meados de janeiro. Teremos uma safra bem maior, pois o agricultor vai plantar mais arroz porque teve um preço que remunerou a atividade. Então, ano que vem teremos um estoque bem maior do arroz”, disse ela, na quarta (9). Por que o preço do arroz está em alta? Segundo especialistas, a elevação do preço do arroz se explica por uma combinação da valorização do dólar em relação ao real e do crescimento do consumo no Brasil. A taxa de câmbio elevada incentivou, por um lado, os produtores nacionais a venderem mais produtos ao mercado externo e, por outro, desencorajou as empresas a importar, diz o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz), Mário Pegorer. Isso acabou resultando em uma diminuição da oferta no mercado interno. De janeiro a junho, as exportações brasileiras de arroz cresceram 67,3%, a 982,9 mil toneladas, enquanto as importações recuaram 11,6%, a 373,5 mil toneladas, segundo a Abiarroz. "No primeiro semestre, nós deixamos de importar arroz dos nossos principais parceiros, que são Paraguai, Uruguai e Argentina. Nós temos tarifa zero com eles, mas o câmbio estava mais elevado do que agora. E, como a gente tinha arroz no mercado interno – era auge da safra – acabamos não trazendo arroz de lá", explica Perorer. No dia 13 de maio, por exemplo, o dólar chegou a bater a sua maior cotação do ano em relação ao real, ao alcançar patamar recorde de R$ 5,90. O crescimento do consumo no Brasil também estimula o aumento de preço não só do arroz, como também de outros itens da cesta básica, como óleo de soja, feijão e carnes. Os recursos injetados via auxílio emergencial, por exemplo, foram direcionados, em grande parte, para a população mais pobre do país, que tem uma cesta de compras formada, em sua maioria, por produtos básicos, como alimentos. "Além disso, a pandemia fez crescer o consumo de arroz em casa a partir do momento em que as pessoas voltarem para as atividades fora do lar, é esperado que haja uma diminuição desse consumo", diz Lucilio. Veja vídeos sobre economia
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Metade dos microempreendedores está recebendo Auxílio Emergencial, diz Sebrae
5,2 milhões de trabalhadores da categoria MEI tiveram acesso ao benefício e outros 1,3 milhão tentaram, mas o pedido foi negado. Já entre os que buscaram empréstimos, apenas 12% conseguiram. Fila em agência da Caixa em Cametá para saque do auxílio emergencial, em imagem de maio. Bruno Veiga Arquivo Pessoal Do total de brasileiros aprovados para receber o Auxílio Emergencial, 5,2 milhões são microempreendedores individuais (MEIs), segundo levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Esse número corresponde a quase metade dos 10,7 milhões de trabalhadores registrados no país atualmente nesta categoria. O número superou a estimativa inicial do Sebrae, que em abril avaliava que 3,6 milhões de MEIs deveriam se enquadrar nos critérios para receber a ajuda de ao menos R$ 600 do governo, e revela também o impacto da pandemia na renda dos trabalhadores que atuam como autônomos ou no chamado "empreendedorismo por necessidade". Segundo o Sebrae, além dos 5,2 milhões que tiveram acesso ao Auxílio Emergencial, outros 1,3 milhão tentaram, mas tiveram o pedido negado por não atender alguma das regras fixadas pelo governo, como por exemplo ter renda familiar superior ao limite legal, algum vínculo empregatício ou estar recebendo algum outro benefício. Pesquisa realizada pelo Sebrae no início da pandemia mostrou que 63,8% dos MEIs interromperam as atividades temporariamente em razão da pandemia, o maior percentual entre as empresas de pequeno porte. Para o Sebrae, o aumento do desemprego e o crescimento do número de novos registros de MEI também ajudam a explicar o número elevado de microempreendedores no Auxílio Emergencial. "A busca de alguma alternativa formalizada é uma boa coisa, mas é uma opção também muito por necessidade. Provavelmente, mais por necessidade do que perspectiva de ter logo um trabalho a ser feito", avaliou ao G1 o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Na semana passada, o governo federal anunciou que o Auxílio Emergencial será prorrogado até dezembro, porém com valor de R$ 300. Não há previsão, no entanto, de reabertura de novas inscrições para o programa. Quem não estava no programa, não pode mais entrar. O governo também restringiu quem poderá receber novas parcelas. Confira aqui as novas regras. SAIBA TUDO SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL Brasil tem mais de dez milhões de empreendedores formalizados como MEI Mesmo com pandemia, país ganha mais de 800 mil novos MEIs Nos últimos cinco meses houve um crescimento expressivo do número de brasileiros que buscaram formalizar os negócios e virar MEI. Entre 31 de março e 5 de setembro, foram feitos 815,9 mil novos registros de microempreendedores no país, segundo os dados oficiais. No final de 2019, eram 9,4 milhões de MEIs registrados no país. O MEI é um regime tributário simplificado criado para incentivar e facilitar a formalização de pequenos negócios e de trabalhadores autônomos, como vendedores, manicures, cabeleireiros e prestadores de serviços autônomos. O programa completou 11 anos em 2020. Segundo o Sebrae, o MEI é uma boa alternativa para quem está conseguindo manter exercer alguma atividade profissional neste período de pandemia, pois além da formalização do negócio e da possibilidade de ter CNPJ, permite emitir nota fiscal, obter empréstimos com taxas menores, além de acesso a direitos e benefícios previdenciários. O presidente do Sebrae reconhece, entretanto, que as pessoas que entram no MEI em razão do desemprego correm mais risco de atravessar problemas na administração do negócio no futuro em razão da falta de planejamento, e lembra que o Sebrae disponibiliza uma página totalmente dedicada aos microempreendedores individuais, com e-books, vídeos, cursos e dicas de gestão. MEIs têm encontrado mais dificuldade para obter crédito Apesar da ajuda proporcionada pelo Auxílio Emergencial, os MEIs tem encontrado mais dificuldade do que micro e pequenas empresas para obter empréstimo bancário. Pesquisa realizada em agosto pelo Sebrae aponta que entre os microempreendedores que pediram crédito em banco, apenas 12% afirmaram ter conseguido, enquanto que na média dos pequenos negócios a taxa de sucesso foi de 21%. Entre as principais razões para negativa, foi informado o CPF negativado e a falta de garantias ou avalistas. Como os MEIs não estão elegíveis até o momento para solicitar crédito no Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), a principal opção disponível atualmente para a categoria é linha disponibilizada em parceria com o Sebrae, operacionalizada por meio do Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas (Fampe). Segundo o Sebrae, do total de 36.653 operações realizadas no ano com garantias pelo Fampe, 18% foram direcionadas aos MEIs, o que representa um universo de menos de 7 mil microempreendedores. O principal agente operador é a Caixa Econômica, responsável pela liberação de mais de R$ 89 milhões em empréstimos para a categoria. "O Pronampe alcançar o MEI é uma situação um pouco mais delicada e complexa dado o volume de recursos", afirma o presidente do Sebrae, destacando que o reforço adicional de R$ 12 bilhões liberado pelo governo já praticamente esgotou nos bancos. Regras do MEI Podem aderir ao programa os negócios que faturam até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) e têm, no máximo, um funcionário. Ao se cadastrar como MEI, o empresário é enquadrado no Simples Nacional – com tributação simplificada e menor do que as médias e grandes companhias – e fica isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Atualmente, o custo mensal do registro é de R$ 49,90, que pode ser acrescido de R$ 1 se o ramo exercido for comércio ou indústria (ICMS), ou de R$ 5, em ISS, se for do ramo de serviços – totalizando R$ 54,90. Se o negócio envolver essas três atividades (comércio, indústria e serviços), o valor mensal é de R$ 55,90.
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As lições da Finlândia, que virou paraíso do trabalho flexível
País nórdico adota um estilo de trabalho alinhado à profunda cultura de confiança, igualdade e pragmatismo do país. Mais de 160 start-ups estão localizadas no Maria 01, um antigo hospital reformado no Centro de Helsinque Maria 01 Miika Härkönen não aguentava mais a escuridão dos longos invernos de Helsinque, capital da Finlândia, e perguntou ao chefe se poderia trabalhar remotamente na Espanha por seis meses. Como sua esposa havia acabado de ter bebê e estava de licença maternidade, a ideia era fazer “home office” em um apartamento alugado em Málaga, onde continuaria trabalhando como gerente sênior de uma empresa de TI, além de poder passar mais tempo com a família. O chefe se mostrou aberto à ideia depois que Härkönen escreveu uma lista com suas principais tarefas — incluindo gerenciar 20 funcionários — e respectivas soluções para executá-las do seu escritório improvisado. "Na verdade, funcionou de maneira brilhante, até um pouco melhor do que eu pensava", diz Härkönen, que agora está de volta ao escritório de Helsinque. Ele conta que manteve contato com os colegas enquanto estava ausente por meio do Slack, plataforma online para comunicação corporativa, videoconferências e viagens esporádicas para Finlândia. Ele trabalhava em horário flexível, se certificando de que poderia participar por telefone de reuniões importantes em Helsinque, uma hora à frente de Málaga, enquanto aproveitava ao máximo o clima espanhol, algo que acredita ter ajudado a aumentar sua produtividade. "Estávamos fazendo caminhadas, trilhas e nadando", relembra. "Se distanciar um pouco e ver as coisas sob uma perspectiva diferente… acho que é um ótimo bônus para qualquer pessoa que precisa ou deseja." Embora Härkönen tenha sido o primeiro funcionário da empresa a sugerir uma modalidade tão extrema de trabalho remoto e flexível — ele diz que não ficou surpreso quando o chefe concordou. A Ambientia, empresa de TI em que ele trabalha, tem cerca de 200 funcionários e começou a abrir escritórios regionais menores há mais de 15 anos, como uma resposta à demanda da equipe para reduzir o tempo de deslocamento até Helsinque. Também incentiva ativamente os funcionários a realizarem alguns trabalhos remotamente, como parte de um esforço para promover a eficiência e criatividade. De acordo com Jenni Fredriksson-Bass, gerente de RH da empresa, a oferta de modalidades flexíveis de trabalho está se tornando cada vez mais importante para atrair novos talentos. Miika Härkönen (ao centro) diz que trabalhar na cidade espanhola de Málaga, a mais de 3.000 km de Helsinque, o tornou mais produtivo Maddy Savage A Finlândia é um país pequeno repleto de florestas com uma população de apenas 5,5 milhões de habitantes, mas também é um importante centro tecnológico europeu que, embora seja mais conhecido por ser sede da Nokia, atrai empresas de TI de sucesso, start-ups de games e serviços financeiros digitais. "Mas nem todo mundo quer viver na agitação de uma cidade grande, onde tradicionalmente as empresas de tecnologia estão localizadas", diz Fredriksson-Bass. "É um desperdício não utilizar o talento que você pode ter a cinco horas de distância. Talvez a pessoa possa morar perto de um lago ou de uma floresta, ser acessível e ainda ser capaz de fazer seu trabalho." O direito de ajustar o horário Poucas empresas na Finlândia vão tão longe quanto a Ambientia quando se trata de acolher os funcionários. Mas a flexibilização do trabalho — ainda vista como um privilégio, e não um direito em alguns países — está incorporada à cultura de trabalho da Finlândia há mais de duas décadas. Isso se deve em grande parte a uma lei, aprovada em 1996, que dá à maioria dos funcionários o direito de ajustar o horário do seu turno, começando ou terminando até três horas mais cedo ou mais tarde do que o estipulado inicialmente. Em 2011, a Finlândia oferecia os horários de trabalho mais flexíveis do planeta, de acordo com um estudo da consultoria Grant Thornton — 92% das empresas permitiam que os trabalhadores ajustassem seus horários, em comparação com 76% no Reino Unido e nos EUA; 50 % na Rússia; e apenas 18% no Japão. Desde então, as discussões sobre os benefícios da flexibilização do trabalho se intensificaram em todo o mundo, com um boom de grandes empresas adotando o conceito — como Virgin, PwC e Dixons Carphone —, em paralelo à criação de leis para promover um trabalho mais ágil em países como Austrália e Reino Unido. Mas a Finlândia parece se manter um ponto fora da curva, graças a uma nova lei relativa aos horários de trabalho. Prevista para entrar em vigor ainda em 2020, oferecerá à maioria dos funcionários em período integral o direito de decidir quando e onde eles trabalham durante pelo menos metade do expediente. "Trata-se de se adaptar ao mundo moderno", diz Tarja Kröger, funcionária pública e consultora do Ministério do Emprego e Economia da Finlândia, que ajudou a redigir a lei. Ela explica que, de acordo com a nova legislação, é esperado que os funcionários trabalhem uma média de 40 horas por semana. Mas isso pode incluir uma infinidade de arranjos diferentes, desde a escolha de dias fixos para ficar baseado “em sua casa de campo ou no seu café favorito” até começar ou terminar o expediente mais cedo, a fim de gerenciar os horários da creche ou conseguir se exercitar ao ar livre enquanto ainda está claro. É provável que alguns funcionários mais jovens, diz ela, peçam para trabalhar mais horas durante um período fixo para "acumular" dias de folga para viajar. Seja como for, os empregados e seus respectivos gestores deverão discutir suas expectativas previamente e elaborar um contrato para quaisquer novos arranjos. O argumento óbvio para a mudança na lei, explica Kröger, é que a ampla disponibilidade de tecnologias baseadas em Wi-Fi e na nuvem "permite que você trabalhe [remotamente] da mesma maneira que no escritório" em muitas profissões, o que significa que os funcionários podem assumir mais controle sobre seus horários. E, segundo ela, o trabalho flexível também apresenta grandes benefícios para os empregadores, que com frequência observam maior eficiência e produtividade da equipe. “As pessoas são mais produtivas quando o horário de trabalho permite lidar tanto com a vida profissional, quanto pessoal, conciliando as diferentes demandas”, afirma. Este argumento é reforçado por pesquisas realizadas em diferentes mercados de trabalho em todo o mundo. Um relatório recente do HSBC sobre a indústria de tecnologia do Reino Unido constatou que 89% dos entrevistados citaram o trabalho flexível como motivação para aumentar sua produtividade. Nicholas Bloom, professor de economia da Universidade de Stanford, nos EUA, encontrou resultados semelhantes em um estudo realizado com mais de 16 mil funcionários de um call center chinês — as pessoas autorizadas a trabalhar de maneira flexível de casa aumentaram sua produtividade em 13% e se ausentaram menos por licença médica. Enquanto isso, uma pesquisa da empresa americana TINYpulse, de 2016, constatou que os trabalhadores remotos também se sentiam mais felizes e mais valorizados do que funcionários de escritórios tradicionais. As pessoas são mais produtivas quando o horário de trabalho é compatível com as diferentes demandas da vida pessoal, diz Tarja Kröger Maddy Savage Cultura de confiança Muitos finlandeses acreditam que o trabalho flexível é tão bem-sucedido no país devido, em grande parte, a uma cultura de confiança profundamente enraizada. Um estudo recente do Eurobarometer mostrou que a confiança dos finlandeses nos conterrâneos é maior do que em qualquer outro lugar da Europa. Segundo Eero Vaara, professor de organização e gerenciamento na Aalto University, na Finlândia, isso pode ser parcialmente explicado por um modelo de bem-estar social baseado na igualdade e na segurança financeira, juntamente com uma cultura de tomada de decisão consensual que promove a confiança nas instituições. "Isso tem raízes na história, é algo com o qual as pessoas estão acostumadas — não é algo que surgiu na última década, junto dessas mudanças no nosso padrão de trabalho", explica. No ambiente de trabalho, ele acrescenta, essa confiança se traduz em uma expectativa de que a equipe que escolhe trabalhar remotamente ou em diferentes momentos do dia não vai acabar relaxando ou enrolando. "As pessoas desfrutam de muita segurança… se você fizer as coisas bem, provavelmente será bem tratado, e há processos e procedimentos para lidar com qualquer problema", afirma. "Na Finlândia e em outros países nórdicos, temos organizações relativamente planas, pouca hierarquia e pragmatismo, e esses também são ingredientes que tornaram possível a introdução de novos elementos como o trabalho flexível." Vida equilibrada Outro motivo pelo qual muitas empresas já estão dispostas a adotar o trabalho flexível é que os finlandeses há muito tempo buscam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Apenas 4% dos funcionários trabalham regularmente 50 horas por semana ou mais, bem abaixo da média no mundo ocidental, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Pauliina Alanen (à direita) experimentou o estilo de trabalho do Vale do Silício e da Finlândia – 'Os finlandeses tiram seu horário de almoço', diz ela Maddy Savage Vaara sugere que essa abordagem esteja ligada a uma ampla variedade de fatores, desde uma forte cultura sindical que protege as jornadas de trabalho curtas até a tradição de dedicar tempo para aproveitar os lagos e florestas. Dados da União Europeia sugerem que os finlandeses são os que mais se exercitam entre os europeus — e são mais propensos a praticar exercícios ao ar livre do que outras nacionalidades, apesar do clima geralmente severo. "As coisas estão começando a mudar um pouco — eu sei que muita gente trabalha mais do que deveria —, mas a busca por equilíbrio ainda está no cerne da cultura de trabalho finlandesa", argumenta Vaara. No centro de Helsinque, esse pensamento é evidente no maior campus de start-ups da cidade, o Maria 01, um hospital abandonado que foi reformado e abriga hoje mais de 160 pequenas empresas e scale-ups. Andando de um lado para o outro de short, em um dia de verão excepcionalmente quente, o CEO do centro, Voitto Kangas, conta que, embora algumas empresas inevitavelmente peçam às equipes para fazer hora extra antes de grandes lançamentos, os funcionários são sempre incentivados a aproveitar o tempo livre e tirar férias. "A maioria de nós acredita firmemente que o tempo gasto no trabalho não é de onde vem todo o esforço e resultado", argumenta. "Você deve ter tempo para manter sua saúde em dia, sua saúde mental em dia… Por isso, buscamos esse equilíbrio." “Os finlandeses são bastante rigorosos cerca de 40 horas por semana e temos uma hora de almoço. Não é como nos EUA, onde a maioria das pessoas apenas come um sanduíche a caminho da próxima reunião”, concorda Pauliina Alanen, gerente de comunicação de uma empresa de inteligência artificial do Maria 01, que anteriormente trabalhava no Vale do Silício. "E a maioria das pessoas sai de férias em julho", acrescenta. “Nada acontece aqui em julho na [sua] vida profissional. Todo mundo está na sua casa de campo!” Colaboração e comunicação O famoso foco da Escandinávia na colaboração e na tomada de decisões consensual também desempenha um papel no desenvolvimento do trabalho flexível na Finlândia. As organizações empresariais, os sindicatos de trabalhadores e os políticos ajudaram a redigir a nova legislação, que foi aprovada no Parlamento em março de 2019. Como resultado, houve pouca resistência à proposta, embora alguns representantes sindicais tenham manifestado preocupação em relação à transição para o trabalho remoto, que pode obscurecer os limites entre a vida profissional e privada. “Há riscos. O empregador pode dar muito trabalho ao empregado, que fica com receio de dizer que não dá tempo de fazer. O funcionário tem que cuidar de si mesmo”, argumenta Anu-Tuija Lehto, advogada da Organização Central dos Sindicatos Finlandeses (SAK). Ela acredita que, mesmo que os trabalhadores e as empresas tenham acordos por escrito, um horário de trabalho mais fluido ainda pode fazer com que alguns funcionários sintam que precisam “checar e-mails, atender telefonemas e estar sempre disponível”, o que poderia resultar em horas extras não remuneradas. De fato, pesquisas sobre várias modalidades de trabalho flexível no mundo sugerem essa tendência — pessoas que trabalham em horários irregulares acabam dedicando mais horas ao trabalho do que aquelas que trabalham dentro de um horário fixo padrão. Eero Vaara argumenta que “a comunicação será o segredo” para as empresas finlandesas se adaptarem à nova legislação, que impõe novas demandas aos gestores para garantir que a equipe esteja cumprindo as tarefas necessárias e se sinta conectada à empresa. "As pessoas podem não ficar cientes do que está acontecendo com seus colegas, projetos ou iniciativas, ou podem ter a sensação de não serem informadas ou fazer parte daquilo", diz ele. E, “na pior das hipóteses”, isso poderia acabar minando os fortes níveis de confiança que permitiram o trabalho flexível prosperar na Finlândia, segundo Vaara. Pausas para café solitárias? Outra preocupação importante é em relação ao impacto da perda do contato social proporcionado pelos escritórios, das áreas de convivência para tomar café à oportunidade de compartilhar recursos e equipamentos. "Pessoalmente, eu prefiro trabalhar no escritório porque gosto de ficar perto da equipe", argumenta Tiia Paananen, gerente de vendas, enquanto almoça com três colegas em um café ao lado do Maria 01. Ela tem receio de que os espaços de trabalho se tornem "um pouco solitários" se muita gente fizer uso da nova lei de trabalho flexível. “Por outro lado, há espaços de coworking surgindo por toda a cidade, e [o trabalho flexível] talvez possa dar mais oportunidades para a indústria de lanchonetes e restaurantes. É apenas uma maneira diferente de trabalhar, suponho." O boom de espaços de coworking na Finlândia nos últimos anos pode, no entanto, oferecer desafios futuros para políticos e líderes empresariais, na opinião de Vaara. Segundo ele, a crescente popularidade desses espaços destaca o fato de que a Finlândia está, como muitos países, começando a mudar de uma cultura de empregos permanentes para a chamada gig economy, caracterizada por freelancers, contratos temporários e empreendedorismo. “Cada vez mais pessoas não terão empregos do tipo que as leis atuais e os contratos com as associações empresariais e sindicatos se baseiam", explica. Segundo ele, isso significa que um número cada vez maior de trabalhadores não estará protegido pela legislação vigente — e podem se ver trabalhando com menos flexibilidade do que empregados com contratos permanentes, a fim de agradar seus clientes. "Podemos estar vendo o surgimento de novos grupos de trabalhadores que estão menos protegidos ou menos conscientes de seus direitos", avalia. "Igualmente, os gestores de empresas podem não ter total conhecimento sobre o que é certo e o que não é." Apesar dos desafios, Vaara acredita que a Finlândia deve continuar sendo um símbolo do trabalho flexível, com o qual o resto do mundo tem muito a aprender. "Na melhor das hipóteses, esses arranjos realmente funcionam porque você ainda oferece segurança para os funcionários, mas ao mesmo tempo pode criar condições de trabalho que sejam benéficas para a empresa e que se adaptem à situação de cada indivíduo", afirma. “Acho que o que acontece na Finlândia e nos países nórdicos, em geral, é que não são apenas as grandes empresas que oferecem trabalho flexível, você encontra bons exemplos por toda parte. E isso pode melhorar as coisas para todo mundo.” Assista a mais notícias de Economia:
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Na reabertura de agências, INSS só vai atender segurados que agendarem atendimento
Reabertura do atendimento presencial está previsto para 14 de setembro; marcação de horário deve ser feita pelo Meu INSS e telefone 135. Agências do INSS reabrem dia 14
Com a proximidade do retorno gradual do atendimento presencial, previsto para o dia 14 de setembro, o INSS alerta que, para ser atendido em uma das agências, o segurado deverá realizar agendamento. Para isso, é imprescindível marcar hora pelo Meu INSS (gov.br/meuinss e aplicativo) ou telefone 135.
Segundo o INSS, estarão disponíveis para atendimento presencial os serviços de perícia médica, avaliação social, cumprimento de exigência, justificação administrativa e reabilitação profissional.
Segurados sem agendamento não serão atendidos. O objetivo é evitar aglomerações dentro e fora das agências.
O governo adiou a reabertura gradual das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), fechadas por conta da pandemia do coronavírus, para 14 de setembro.
A reabertura estava prevista inicialmente para 13 de julho, e uma primeira prorrogação determinava a retomada gradual do atendimento presencial a partir de 3 de agosto. Depois, o governo passou para 24 de agosto.
Com isso, fica prorrogado o atendimento por meio dos canais remotos até 11 de setembro.
Agências fechadas do INSS dificultam vida do segurado; veja que situações dependem de avaliação presencial
Atendimento será parcial
O INSS suspendeu o atendimento presencial no final de março como medida de enfrentamento da epidemia do coronavírus.
Mesmo após a reabertura, o tempo de funcionamento das agências será parcial, com seis horas contínuas, e o atendimento presencial será restrito exclusivamente:
aos segurados e beneficiários com prévio agendamento pelos canais remotos (Meu INSS e Central 135);
e a serviços que não possam ser realizados por meio dos canais de atendimento remotos, a exemplo da perícia médica, avaliação social, reabilitação profissional, justificação administrativa e cumprimento de exigências.
No país, existem 1.525 agências da Previdência Social. Segundo o INSS, antes da reabertura, cada unidade irá avaliar o perfil do quadro de servidores e contratados, o volume de atendimentos realizados, a organização do espaço físico, as medidas de limpeza e os equipamentos de proteção individual e coletiva.
Segundo o INSS, as unidades que não reunirem as condições necessárias para atender ao cidadão de forma segura continuarão em regime de plantão reduzido e será disponibilizado um painel eletrônico contendo informações sobre o funcionamento das agências da Previdência Social, os serviços oferecidos e o horário de funcionamento.
Prova de vida segue suspensa
Segue suspensa, até 30 de setembro, a exigência de recadastramento anual de aposentados e pensionistas, a chamada prova de vida, de acordo com instrução normativa do Ministério da Economia. A partir de 1º de outubro, os segurados deverão buscar a agência onde recebem o benefício para atender à exigência. Veja mais no vídeo abaixo:
Prova de vida do INSS volta a ser presencial nas agências bancárias a partir de outubro
Central de atendimento
O INSS esclarece que os serviços que não estarão disponíveis de forma presencial neste primeiro momento, continuam pelos canais remotos, o Meu INSS (pelo site e aplicativo) e telefone 135.
O INSS disponibiliza em seu site um guia para ajudar aqueles que têm alguma dúvida de como acessar o Meu INSS. Para saber como gerar sua senha, além de aprender a solicitar serviços e benefícios, acesse https://www.inss.gov.br/servicos-do-inss/meu-inss/.
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Preços no atacado têm maior alta desde 1994 e ‘inflação do aluguel’ vai a 4,41% na 1ª prévia de setembro, diz FGV
Principal fonte de pressão no índice ao produtor partiu dos preços das matérias-primas brutas, de acordo com o coordenador das pesquisas. Os preços no atacado dispararam para o maior nível em 26 anos e o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou a alta a 4,41% na primeira prévia de setembro, depois de subir 1,46% no mesmo período do mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (10).
Inflação fica em 0,24% em agosto, maior taxa para o mês desde 2016, aponta IBGE
Veja as maiores altas e as maiores baixas no acumulado no ano
Alta no preço dos alimentos é 'choque transitório e localizado', diz secretário
Os dados mostraram que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-M, teve no período alta de 6,14%, maior salto desde julho de 1994, quando o índice subiu. 17,95%. Na primeira prévia de agosto o IPA havia avançado 1,85%.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, "a principal fonte de pressão no índice ao produtor partiu dos preços das matérias-primas brutas, que avançaram 11,37% sob influência das altas captadas para o minério de ferro (20,08%) e para a soja (11,48%)". Em agosto, o grupo havia subido 2,32%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, acelerou ligeiramente seus ganhos a 0,35% na primeira prévia de setembro, contra 0,32% no mês anterior. O destaque para essa leitura foi o grupo Educação, Leitura e Recreação, que passou de queda de 0,93% em agosto para alta de 0,40% na primeira prévia de setembro.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve alta de 0,88% na primeira prévia de setembro depois de subir 1,26% no mesmo período de agosto.
O IGP-M é utilizado como referência para a correção de valores de contratos, como os de aluguel de imóveis.
Arroz, feijão e soja ficam mais caros
Dados da véspera mostraram que a inflação oficial do Brasil, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) voltou a enfraquecer em agosto diante da pressão da queda nos preços de Educação, mas ainda registrou o maior nível para o mês em quatro anos diante da forte pressão da gasolina e dos alimentos.
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Governo confirma safra recorde de 257,8 milhões de toneladas de grãos; produção de arroz cresce, mas não evita disparada de preços
Mesmo com tarifa zerada para importação do alimento, exportações de arroz serão maiores. Conab divulgou último levantamento da temporada 2019/2020, iniciada em setembro do ano passado. Colheita de Arroz em Forquilhinha, Santa Catarina Aires Mariga/Divulgação A safra brasileira de grãos iniciada em setembro de 2019 e finalizada neste mês alcançou o número recorde de 257,8 milhões de toneladas, crescimento de 4,5% ou 11 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior. Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (10), no último levantamento da temporada 2019/2020. A partir do próximo mês, os técnicos da Conab começam a avaliar o desenvolvimento da safra 2020/2021. Apontado como um dos “vilões” da inflação, com alta de 19,2% no ano, o arroz teve bom desempenho nesta temporada, com produção de 11,2 milhões de toneladas, aumento de 6,7% em relação ao ciclo anterior. Apesar do resultado, as exportações aquecidas do grão e a forte demanda do mercado brasileiro por conta da pandemia do novo coronavírus fizeram os preços dispararem. Com isso, o governo precisou zerar as taxas de importação para 400 mil toneladas do alimento para países de fora do Mercosul até o fim do ano. Cota do arroz garante menos de um mês de abastecimento, mas pode frear disparada Outro fator que ajuda neste movimento de alta é a recorrente diminuição da área plantada de arroz no país. Da safra 2011/2012 até a safra 2019/2020, houve uma queda de mais de 30%. “Apesar da redução da área cultivada nos últimos anos, a proporção do plantio de arroz irrigado gera uma maior produtividade, o que vem permitindo a manutenção da produção ajustada ao consumo nacional”, diz a Conab. Governo decide zerar imposto de importação sobre o arroz para tentar reduzir o preço Depois de anos de retração, o bom cenário de preços deve fazer com que a área plantada de cresça 12,1% na próxima safra, que deverá ser colhida no começo de 2021, alcançando uma produção 7,2% maior. Com referência à oferta e demanda de arroz, a Conab projeta crescimento de 5,1% no consumo, puxado pelas refeições mais frequentes dentro de casa neste período de pandemia. Ainda para a safra 2019/20, de março de 2020 até fevereiro de 2021, projeta-se exportação de 1,5 milhão de toneladas e importação de 1,1 milhão de toneladas, com a perspectiva forte de demanda internacional e preços nacionais competitivos no mercado externo. Safra recorde Segundo a Conab, soja, milho e algodão foram os principais responsáveis pelo resultado histórico no campo. A soja, que situa o país no patamar de maior produtor mundial, conseguiu um novo recorde com a produção estimada em 124,8 milhões de toneladas e ganho de 4,3% em relação à safra 2018/2019. Também o milho total caminha para situação semelhante, chegando a mais de 102 milhões de toneladas. A primeira safra já foi colhida e a segunda está em finalização. Outro que encerra com destaque é o algodão em pluma, que está para alcançar a marca recorde de 2,93 milhões de toneladas, com crescimento de 4,2% acima do período anterior. No caso do feijão, a estimativa de produção total é de 3,23 milhões de toneladas, com aumento de 6,4%. A primeira e a segunda safras já estão encerradas, enquanto os produtores se preparam para colher o terceiro ciclo do alimento. Um dos fatores que explica a safra recorde, de acordo com a Conab, é o aumento de 4,2% na área plantada, aliado ao ganho de 0,3% na produtividade. Veja vídeos do Globo Rural
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Vendas do varejo crescem pelo 3º mês seguido, mas comércio ainda acumula perdas no ano
Apesar da alta de 5,2% em julho, varejo acumula queda de 1,8% no ano. Apenas supermercados não têm alta em julho. As vendas do comércio varejista cresceram 5,2% em julho, na comparação com junho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da terceira alta seguida. Apesar de continuar em trajetória de recuperação, o setor ainda acumula queda de 1,8% no ano, contra variação de -3,1% de janeiro a junho. No acumulado dos últimos 12 meses, passou de 0,1% em junho para um avanço de 0,2% em julho. "Este é o maior resultado para o mês de julho da série histórica, iniciada em 2000, e a terceira alta seguida no ano, com algumas categorias apresentando resultados acima dos registrados no período pré-pandemia de Covid-19, como móveis e eletrodomésticos e hiper e supermercados", destacou o IBGE. Apesar da taxa recorde para o mês, o avanço de 5,2% representou uma desaceleração frente a alta recorde de 13,3% em maio e de 8,5% em junho. Vendas do comércio mês a mês Economia G1 Na série sem ajuste sazonal, em relação a julho de 2019, o comércio varejista cresceu 5,5%. O resultado veio acima do esperado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 1,20% na comparação mensal e de avanço de 2,20% sobre um ano antes. No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas cresceu 7,2% em relação a junho e 1,6% ante julho do ano passado, interrompendo uma sequência de quatro meses em queda. Perdas com a pandemia já tinham sido eliminadas em junho Com o resultado, o comércio superou em 5,3% o patamar de vendas registrado antes da pandemia do coronavírus. "Em junho já houve uma recuperação total em relação ao patamar de fevereiro. Agora, toda essa variação de julho contra junho está excedente", afirmou Cristiano Santos, gerente da pesquisa. Segundo o pesquisador, o setor está conseguindo agora recuperar as perdas registradas e acumuladas no período pré-pandemia. Apenas supermercados não têm alta em julho Sete das 8 atividades pesquisadas pelo IBGE tiveram alta na passagem de junho para julho. Apenas a atividade de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo não registrou alta, ficando estável em relação a junho (variação zero). “Eu diria que o comportamento da atividade de hiper e supermercados nos últimos dois meses é mais ou menos natural da série. Ela teve um ganho grande no início da pandemia e depois se estabilizou. Se a gente fizer a comparação com o ano passado, a gente vê que continua crescendo”, afirmou Santos, ressaltando que foi essa atividade que puxou o patamar do comércio para o período pré-pandemia. Nos demais setores, os maiores avanços foram em livros, jornais, revistas e papelaria (26,1%), tecidos, vestuário e calçados (25,2%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (11,4%), e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,1%). Na comparação anual, a maior alta foi nas vendas de móveis e eletrodomésticos (26,4%), seguida por artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,4%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,9%). Por outro lado, tecidos, vestuário e calçados (-31,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-25,1%) e combustíveis e lubrificantes (-10,8%) continuaram a mostrar queda. Varejo cresce em 21 das 27 unidades da federação Na análise por estados, houve avanço em 21 das 27 unidades da federação, com destaque para: Amapá (34,0%), Paraíba (19,6%) e Pernambuco (18,9%). Já as maiores quedas foram verificadas no varejo de Tocantins (-5,6%), Paraná e Mato Grosso (ambos com -1,6%). Perspectivas Após o tombo recorde da economia no 1º semestre, a expectativa é de recuperação gradual no 3º trimestre, apesar das incertezas sobre a dinâmica da pandemia de coronavírus e rumo das contas públicas. "Mesmo quem pode fazer previsões tem que tomar cuidado. Mas, de fato, a gente abre o segundo semestre em um contexto de aquecimento, mas que não é homogêneo. Se você imaginar que alguns setores estão acima do patamar de fevereiro e próximo a recordes históricos, alguns como tecido, vestuário e calçados ainda está muito abaixo", destacou o pesquisador. No segundo trimestre, o comércio foi fortemente abalado, com recuo de 13% sobre os três primeiros meses do ano, de acordo com os dados do PIB (Produto Interno Bruto). O Índice de Confiança do Comércio avançou 10,5 pontos em agosto, passando para 96,6 pontos, registrando a quarta alta consecutiva, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas. Com uma recuperação mais lenta, a indústria também cresceu 8% em julho, na 3ª alta consecutiva, segundo dados divulgados na semana passada pelo IBGE. O setor permanece 6% abaixo do patamar pré-pandemia e ainda acumula perda de 9,6% no ano. A estimativa atual do mercado é de um tombo de 5,31% do PIB em 2020 e de 3,50% em 2021, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Raio X do PIB: a pior recessão em 40 anos Vendas on-line crescem durante a pandemia
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Dólar abre em alta e volta a passar dos R$ 5,30
Moeda norte-americana fechou em queda de 1,20%, a R$ 5,2992, devolvendo parte dos ganhos da véspera. Notas de dólar REUTERS/Dado Ruvic O dólar abriu alta em nesta quinta-feira (10). Às 9h02, a moeda norte-americana subia 0,10%, cotada a R$ 5,3047. Veja mais cotações. Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 1,20%, a R$ 5,2992. Na parcial do mês, acumula baixa de 3,32%. No ano, tem valorização de 32,16%. Inflação registra em agosto a maior taxa para o mês em quatro anos Cenários No exterior, os investidores aguardam nesta quinta novos dados sobre o mercado e trabalho nos EUA. A expectativa é de que o número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego deve cair pela terceira semana seguida mas permanecer bem acima dos níveis pré-pandemia. Na cena doméstica, o IBGE divulga o resultado do comércio em julho, com o mercado de olho também no alta dos preços dos alimentos e as perspectivas para o comportamento da inflação nos próximos meses. Veja vídeo: como o câmbio influencia a sua vida Variação do dólar em 2020 G1
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