Bovespa opera em alta nesta quinta-feira
Na quarta-feira, bolsa caiu 0,06% e fechou a 102.117 pontos. O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta nesta quinta-feira (13), em meio a um ambiente externo desfavorável e com vários resultados corporativos para repercutir. Às 10h04, o Ibovespa tinha alta de 0,13%, a 102.251 pontos. Veja mais cotações. Na quarta-feira, a bolsa fechou em queda de 0,06%, a 102.117 pontos. O acumulado do mês é de queda de 0,77%. No ano, o Ibovespa também cai 11,70%. Cenário No exterior, os investidores observam as disputas políticas sobre medidas de estímulo à economia dos Estados Unidos no radar, enquanto o petróleo mostra comportamento tímido após a Agência Internacional de Energia (IEA) reduzir sua projeção de demanda por petróleo em 2020. No Brasil, a temporada de balanço traz números de empresas como BRF, Eletrobras e Via Varejo, entre outros, e reserva para o final do dia uma bateria de resultados, incluindo JBS e B3. A equipe da Guide Investimentos também afirmou que o mercado deve repercutir nesta sessão declarações do presidente Jair Bolsonaro na noite da véspera, em defesa da manutenção do teto de gastos. "Nós respeitamos o teto dos gastos, queremos a responsabilidade fiscal e o Brasil tem como realmente ser um daqueles países que melhor reagirá à questão da crise", afirmou Bolsonaro após reunião com os presidentes da Câmara e do Senado. Tensões entre Estados Unidos e China têm se tornado mais frequentes: entenda as disputas Variação do Ibovespa em 2020 G1 Economia
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Morcego invade live e persegue cantor no Sudão; veja vídeo
Imagens do cantor sudanês Hassan Qari tentando fugir de morcego enquanto canta viralizaram. Morcego invade live e persegue cantor no Sudão As emergências em lives não assombram só cantores brasileiros. No Sudão, um morcego invadiu uma transmissão musical e voou várias vezes no rosto do cantor. Agora, as imagens viralizam pelo mundo. O cantor Hassan Qari tenta continuar cantando, mas desiste após várias investidas do morcego. Veja no vídeo acima. A transmissão aconteceu no canal Draso Music, no YouTube, no dia 25 de julho. Depois, o próprio cantor publicou o vídeo em seu perfil no TikTok, e o vídeo se espalhou por outras redes sociais. Morcego invade live no Sudão Reprodução
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Alice Passos honra Ary Barroso em álbum derivado de show
A abordagem do samba 'Na Baixa do Sapateiro' é o ponto mais alto do disco lançado pela cantora com os violonistas André Pinto Siqueira e Maurício Massunaga. Capa do álbum 'Ary', de Alice Passos com André Pinto Siqueira e Maurício Massunaga Helena Cooper Resenha de álbum Título: Ary Artistas: Alice Passos, André Pinto Siqueira e Maurício Massunaga Gravadora: Fina Flor Cotação: * * * * ♪ Para qualquer cantora do Brasil, pode ser arriscado abrir álbum dedicado à obra do compositor mineiro Ary Barroso (7 de novembro de 1903 – 9 de fevereiro de 1964) com o samba-canção Na batucada da vida (1945). O risco se deve ao fato de essa parceria de Ary com o letrista fluminense Luiz Peixoto (1889 – 1973) ter atingido tamanho grau de interiorização e grandeza na voz de Elis Regina (1945 – 1982) que essa referência máxima – para quem a tem, evidentemente – torna injusta e cruel qualquer inevitável comparação da gravação de Elis com o registro de outra cantora. Pois a carioca Alice Passos corre esse risco com o álbum Ary, lançado neste mês de agosto de 2020 pela gravadora Fina Flor. O samba-canção Na batucada da vida está lá, sem arranhões, em abordagem que já sinaliza o acerto do disco gravado e assinado pela cantora com os violonistas André Pinto Siqueira e Maurício Massunaga. Pelo formato, o disco Ary dialoga diretamente com o primeiro álbum de Alice Passos, Voz e violões (2017). Neste disco de estreia, lançado há três anos, a cantora deu voz a músicas de 13 violonistas compositores, acompanhada pelos respectivos autores em cada uma das 13 faixas. Em Ary, os violonistas são “somente” dois e o compositor é “apenas” um, o multimídia Ary Barroso, dono de obra de dimensão superlativa na história da música do Brasil. E o fato é que o trio virtuoso faz jus ao compositor em Ary, disco que apresenta o registro, feito no estúdio carioca Boca do Mato, de dez músicas do roteiro do show também intitulado Ary e idealizado em 2017 a partir de papo da cantora com os violonistas no bar carioca Bip-Bip. Apresentado pelo circuito do Rio de Janeiro desde 2018, o show Ary chega ao disco sem aparentes pretensões de “reler” ou “atualizar” o cancioneiro do compositor. Ary é o álbum de uma cantora que canta bem com dois violonistas que tocam bem. Quem ouvir Ary com atenção, contudo, talvez perceba no toque dos violões em Faixa de cetim (1942), por exemplo, o dengo que abrilhanta esse samba que exalta a Bahia com as cores vivas da aquarela do compositor. E por falar em cor, o samba Camisa amarela (1939) cai bem no tom buliçoso do canto de Alice em arranjo que evidencia os sons percussivos inseridos em algumas faixas, diluindo a linearidade recorrente em (alguns) álbuns de formato voz & violão. O samba Morena boca de ouro (1941) também cai nesse terreno sestroso. Já o registro do samba-canção Inquietação (1935) indica que, à técnica apurada do canto, Alice Passos precisa por vezes atentar mais para o sentido dos versos a que dá voz – como faz, por exemplo, ao interpretar Por causa desta cabocla (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1935) no tom lírico-seresteiro do arranjo. Choro-canção lançado em disco em 1951, em gravação do próprio Ary Barroso, Chorando é tema instrumental que dá o devido protagonismo a André Pinto Siqueira e Maurício Massunaga no roteiro do disco originado do show, confirmando a excelência dos toques do violonistas. Com arranjo de Siqueira, Chorando é a boa surpresa do repertório de Ary ao lado da Canção em tom maior (1960), revivida pelo trio em clima de seresta de câmara. É nesse clima que também foi ambientado o samba-canção Pra machucar meu coração (Ary Barroso, 1943), instante de beleza, resultante tanto do canto virtuoso (mas sem timbre diferenciado) de Alice Passos quanto dos bordados dos violonistas. No arremate do disco, os músicos se elevam (ainda mais) na trama de violões que sustenta nas alturas, durante seis minutos e meio, o samba Na Baixa do Sapateiro (1938), pico de sedução deste virtuoso e honroso Ary.
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Trini Lopez, cantor e ator de ‘Os doze condenados’, morre de coronavírus aos 83 anos
Conhecido pela canção 'If I Had a Hammer' e pelo filme de guerra, americano estava na Califórnia. Trini Lopez em cena de 'Os doze condenados' Divulgação O cantor e ator Trini Lopez morreu nesta terça-feira (11) aos 83 anos. De acordo com o diretor P. David Ebersole, que acabou de gravar um documentário sobre o americano, ele morreu por complicações causadas pelo novo coronavírus em um hospital na Califórnia, Estados Unidos. Conhecido pelas canções "If I had a hammer" e "Lemmon tree", ele já tinha carreira bem-sucedida na música quando foi escalado para o filme "Os doze condenados" (1967). Na história sobre um grupo de soldados na Segunda Guerra Mundial, Lopez contracenou com Lee Marvin, Charles Bronson e Donald Sutherland. Lopez também esteve em "Vamos casar outra vez" (1965), com Frank Sinatra e Dean Martin, além de outras produções de Hollywood. Filho de pais mexicanos, ele nasceu em Dallas, e começou a carreira como cantor graças a Sinatra, que o contratou através de sua gravadora, a Reprise Records. O grande sucesso veio com a música "If I had a hammer", de Pete Seeger e Lee Hays, que passou três semanas na terceira colocação da lista da "Billboard" em 1963. A fama gerou até uma imitação brasileira. Em 1964, o cantor José Gagliari Jr., até então conhecido como Galli Jr, adotou o nome artístico de Prini Lorez, passando a imitar o americano.
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Martin Scorsese entra para a lista de astros de Hollywood que farão projetos para Apple
Cineasta produzirá conteúdo para plataforma de vídeos da fabricante. Diretor Martin Scorsese chega ao Festival de Cannes em 2018 Jean-Paul Pelissier/Reuters O cineasta vencedor do Oscar Martin Scorsese produzirá projetos de cinema e de TV para a plataforma de vídeos da Apple sob um acordo de vários anos. O anúncio foi feito nesta terça-feira (11), no momento em que plataformas digitais disputam talentos de Hollywood. Scorsese, diretor de "Os Bons Companheiros" (1990), "Taxi Driver" (1976) e outros clássicos do cinema, fará os projetos por meio de sua empresa, a Sikelia Productions. Ele se junta a Oprah Winfrey, Ridley Scott ("Gladiador"), Alfonso Cuarón ("Roma"), Julia Louis-Dreyfus ("Veep") e outros que chegaram a acordos para fazer programação para a Apple TV+, o serviço de streaming por assinatura de 5 dólares por mês da fabricante do iPhone. A Apple havia anunciado anteriormente que produziria o próximo drama de Scorsese, "Killers of the Flower Moon", estrelado por Leonardo DiCaprio e Robert De Niro. O filme aparecerá na Apple TV+ depois de ser distribuído nos cinemas pela Paramount Pictures, uma unidade da ViacomCBS. O filme mais recente de Scorsese, "O Irlandês" (2019), foi lançado pela Netflix.
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‘Um Maluco no Pedaço’ vai ganhar versão dramática produzida por Will Smith
Ator está vendendo projeto, criado a partir de um trailer falso produzido por cineasta em 2019. Will Smith em 'Um Maluco no Pedaço' Divulgação A série "Um Maluco no Pedaço" vai voltar, porém, agora reimaginada como um drama. De acordo com a mídia americana especializada, Will Smith será produtor executivo do nova versão. A ideia de fazer uma modernização sombria da comédia de sucesso dos anos 1990, que lançou a carreira de Smith, veio do superfã Morgan Cooper, que produziu e postou seu próprio trailer de quatro minutos, que viralizou na internet em 2019. Duas versões do vídeo receberam mais de sete milhões de visualizações e conquistaram o próprio Will Smith, que encontrou Cooper em 2019 e elogiou sua "brilhante" ideia. "Morgan fez um trailer absurdo de 'Bel-Air' – uma ideia brilhante, a versão dramática de 'The Fresh Prince' para a próxima geração", disse Smith em seu canal do YouTube na época, se referindo ao título original, "The Fresh Prince of Bel-Air". Segundo a revista "Hollywood Reporter" e o site Deadline, o projeto está agora em desenvolvimento pela Westbrook Studios, de Smith, e a Universal TV, e vem sendo oferecida para várias plataformas de vídeos. A série será um drama com episódios de uma hora e incluirá a história de como o personagem de Smith se envolveu em uma briga com membros de uma gangue da Filadélfia antes de ser enviado para morar com seus parentes ricos no afluente subúrbio de Bel-Air, em Los Angeles. O trailer de Cooper mostra o primeiro encontro de um jovem Will com personagens populares da série original, como Jazz, em uma loja de discos de Los Angeles. Cooper será roteirista, diretor e co-produtor executivo, trabalhando ao lado de vários integrantes da equipe criativa do programa original e do showrunner Chris Collins ("The Wire"), segundo relatos. Os representantes de Smith e Cooper não responderam ainda ao pedido de comentários da agência de notícias France Presse. "Um Maluco no Pedaço" foi exibido nos EUA por seis temporadas, entre 1990 e 1996, tornando-se um sucesso global. No Brasil, foi exibido pelo SBT a partir do ano 2000. O clássico revelou os talentos cômicos e de atuação de Smith, um jovem rapper que viria a se tornar um dos maiores astros do cinema de Hollywood.
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Mumuzinho canta sucesso de Simone nos anos 1980 em EP gravado em live
Mumuzinho na capa do EP 'Live vol. 01', disco em que revive a balada 'Separação' Reprodução ♪ Balada de autoria dos compositores José Augusto e Paulo Sérgio Valle, lançada em 1988 na voz de Simone, Separação se transformou em um dos maiores sucessos da fase mais popular da discografia da cantora assim que foi apresentada como primeiro single promocional do álbum Sedução (1988). Vinte anos depois, Separação ganhou o toque diluído do grupo de pagode Exaltasamba – com a voz de Péricles – em gravação feita em dezembro de 2008 para o CD e DVD Ao vivo na Ilha da Magia (2009). Agora é a vez de Separação reaparecer em registro fonográfico oficial de Mumuzinho no EP Live vol. 01, lançado na sexta-feira, 7 de agosto, com 15 músicas alocadas em nove faixas extraídas da gravação ao vivo de show feito pelo cantor de pagode para transmissão virtual. Mumuzinho – cabe lembrar – já tinha cantado Separação há dois anos como convidado de gravação do grupo de pagode Vou pro Sereno em medley incluído no DVD A força do nosso som (2018). A diferença é que, no registro do EP Live vol. 01, Mumuzinho canta Separação sem o grupo. Coincidentemente, o cantor Péricles também incluiu a canção de José Augusto e Paulo Sérgio Valle no recente EP Pericão retrô (2020), editado em junho. De toda forma, o single escolhido pela gravadora Universal Music para promover o EP Live vol. 01 de Mumuzinho é Guerra de almofada (Príncipe, Brunno Gabryel e Rodrigo Oliveira), uma das músicas inéditas apresentadas pelo cantor carioca no EP Mantra, lançado em fevereiro deste ano de 2020.
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Dwayne Johnson mantém topo de ranking da ‘Forbes’ de atores mais bem pagos do mundo
'The Rock' ganhou US$ 87,5 milhões entre 1º de junho de 2019 e 1º de junho de 2020. Ryan Reynolds e Mark Wahlberg completam top 3. Dwayne Johnson em cena de 'Rampage: A fúria dos monstros' Divulgação O lutador que se tornou astro de Hollywood Dwayne Johnson manteve o topo da lista dos atores mais bem pagos do mundo pelo segundo ano consecutivo, de acordo com uma lista anual publicada pela revista "Forbes", nesta terça-feira (11). Johnson, também conhecido por seu nome nos ringues "The Rock", ganhou US$ 87,5 milhões entre 1º de junho de 2019 e 1º de junho de 2020, segundo a "Forbes", incluindo US$ 23,5 milhões para estrelar o thriller "Red Notice" (2020). Ele também lucrou com sua linha de vestuário fitness "Project Rock", para a empresa Under Armour. O ator Ryan Reynolds, que co-estrela "Red Notice" ao lado de Johnson, aparece em segundo no ranking de astros masculinos da revista. Ele ganhou US$ 20 milhões de dólares pelo filme, mais outros US$ 20 milhões da Netflix por "Esquadrão 6" (2019), afirmou a revista, dentro de um total de US$ 71,5 milhões pelo período de um ano. Ryan Reynolds quer trazer sequência de ‘Esquadrão 6’ para o Brasil O ator e produtor Mark Wahlberg, que estrela a comédia de ação "Troco em Dobro" (2020), terminou em terceiro com US$ 58 milhões. Os próximos da lista foram os atores Ben Affleck, com US$ 55 milhões, e Vin Diesel, com US$ 54 milhões. Akshay Kumar, o único astro de Bollywood entre os 10 primeiros da lista, ficou em sexto lugar, com US$ 48,5 milhões. A maior parte de sua renda veio de contratos de patrocínio, disse a "Forbes". Fechando a lista estão o criador do musical "Hamilton", Lin-Manuel Miranda, os atores Will Smith e Adam Sandler, e o astro das artes marciais Jackie Chan.
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Discos para descobrir em casa – ‘Sinceramente’, Sérgio Sampaio, 1982
Capa do álbum “Sinceramente”, de Sérgio Sampaio Paulo Breitschat ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – “Sinceramente”, Sérgio Sampaio, 1982 ♪ É tristemente inacreditável que, em 1982, ano em que apresentou o LP “Sinceramente”, último dos três álbuns que lançou em vida, Sérgio Moraes Sampaio (13 de abril de 1947 – 15 de maio de 1994) já estivesse esquecido no universo pop nacional. Afinal, fazia então somente dez anos que Sampaio – cantor e compositor capixaba nascido na mesma cidade de Cachoeiro de Itapemirim (ES) que, seis anos antes, em 1941, tinha gerado Roberto Carlos – se tornara uma das sensações da música brasileira ao defender em escala nacional marcha de autoria própria, Eu quero é botar meu bloco na rua, na sétima e última edição do Festival Internacional da Canção, exibido em 1972 pela TV Globo. Mesmo sem vencer o derradeiro FIC, a marcha projetou Sampaio que, contratado pela gravadora Philips, editou single best-seller daquele ano com a composição do festival e, no embalo, lançou em 1973 o primeiro álbum, também intitulado Eu quero é botar meu bloco na rua. Tudo fazia supor que Sampaio – desde 1967 na cidade do Rio de Janeiro (RJ) – ia enfim decolar na carreira de cantor, iniciada em 1971 na gravadora CBS com edição de single autoral com as músicas Ana Juan – parceria com o compositor baiano Odibar Moreira da Silva – e Coco verde. Até porque a marcha Eu quero é botar meu bloco na rua se comunicara facilmente com o público do Brasil, ao contrário do anárquico álbum coletivo Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10, gravado por Sampaio com Edy Star, Miriam Batucada (1946 – 1994) e Raul Seixas (1945 – 1989), mentor desse LP editado pela mesma CBS naquele ano de 1971. Só que, de repente, tudo desandou com o fracasso comercial do álbum solo de 1973. Artista de temperamento forte, do tipo que jamais se deixava domar por vontades de diretores artísticos de gravadoras, Sérgio Sampaio logo foi carimbado com o rótulo de “maldito”, posto também em outros cantores e compositores contemporâneos tão ou mais geniais e geniosos do que ele, casos de Jards Macalé e Luiz Melodia (1951 – 2017). Melodia permaneceu fiel até o fim da vida do amigo e, mesmo após a morte de Sampaio, aos breves 47 anos, sempre fez questão de reavivar a obra do compositor em discos e shows. Não por acaso, Melodia foi o único convidado do álbum “Sinceramente”, gravado em janeiro de 1982 nos estúdios Transamérica, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com arranjos criados pelo próprio Sérgio Sampaio com o pianista Zezinho Moura, um dos músicos arregimentados para o disco. O Negro gato cantou com Sampaio o agitado samba Doce melodia, composto pelo anfitrião em tributo ao próprio Luiz, cúmplice das dores e delícias de serem artistas indomados. Produzido por Sérgio Sampaio, o álbum “Sinceramente” apresentou no repertório onze músicas inéditas da lavra do compositor, na época já celebrado no meio musical pela habilidade de criar sambas, boleros, blues e sambas-canção, entre outros gêneros musicais, com assinatura original. Dez músicas eram frutos da criação solitária do autor. A exceção foi a balada Cabra cega, parceria com o poeta e letrista Sérgio Natureza, autor do texto escrito para o encarte do LP e reproduzido na edição em CD do álbum “Sinceramente”, lançada em 2008 pelo mesmo selo Saravá Discos (de Zeca Baleiro) pelo qual seria finalizado e apresentado em 2006 o álbum Cruel, deixado inacabado por Sampaio. Quando entrou em estúdio no versão de 1982 para dar forma ao LP “Sinceramente”, na companhia de músicos como o guitarrista Renato Piau e o saxofonista Oberdan Magalhães (1945 – 1984), Sampaio estava ansioso para escoar e registrar safra autoral que vinha (se) acumulando porque o segundo e então último álbum do artista, Tem que acontecer (1976), havia sido lançado já há seis anos. Após esse segundo álbum, Sampaio somente havia gravado um single em 1977 com as músicas Ninguém vive por mim e História de boêmio (Um abraço em Nelson Gonçalves). E então o artista amargou ostracismo que tentou interromper com “Sinceramente”, álbum fechado ironicamente com música intitulada Faixa seis. “Eu tenho andado sem turma / Mas solitário eu sei que não dá pé”, ponderou Sampaio ao fim dos versos da autobiográfica Homem de trinta, música com o qual o cantor abriu o disco em clima de inventário emocional. Na sequência, composições como Na captura, o belo bolero Tolo fui eu, Só para o seu coração e Essa tal de mentira corroboraram o tom confessional do repertório deste compositor que fizera Meu pobre blues para o conterrâneo Roberto Carlos e, sem ser jamais gravado pelo Rei, registrou ele próprio a música em single de 1974. “Não há nada mais bonito / Do que ser independente”, celebrou Sampaio na música-título Sinceramente, em versos de sentido amplificado pelo fato de o álbum ter sido inteiramente gravado e posto no mercado de forma independente, com a produção custeada pelo pai da mulher do artista, Angela Breitschat, e com a foto da capa tirada pelo cunhado Paulo Breitschat. As músicas Nem assim e Meu filho, minha filha completaram o balaio de Sérgio Sampaio neste disco de 1982 – reeditado em 2019 no formato original de LP – que escancarou a franqueza de artista que sempre foi sincero, você sabe muito bem. E, se não sabe, procure saber…
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Pornô para cegos e surdos: Sexy Hot lança filmes com ‘narração’ e ‘legenda’; diretora do canal diz: ‘Todo mundo tem desejo’
Canal a cabo de filmes adultos lançou duas produções com opções de audiodescrição e de legendas descritivas. Em entrevista ao G1, diretora cita 'responsabilidade social' e afirma: 'É uma parcela da população muito importante, e a gente quer atender'. Gravação de audiodescrição (voltada a cegos) de filme pornô do Sexy Hot Divulgação "Eles estão frente a frente. E tocam as mãos. Antônio aproxima o rosto, e Tereza fecha os olhos." A narração (voz de mulher) conta um trecho de "Desejo proibido" – e não vem ao caso descrever as interações futuras do casal: o filme é uma das duas primeiras produções do Sexy Hot, maior canal adulto do Brasil, a oferecer recurso de audiodescrição (para cegos) e legendas descritivas (para surdos), em iniciativa alegadamente pioneira no mercado nacional do segmento. As versões adaptadas de "Desejo proibido" (vendido como "o primeiro filme de época da Sexy Hot Produções") e de "Sugar daddy" estrearam em 6 de agosto. O plano do canal é tornar "o conteúdo mais acessível". A locução que abre este texto, por exemplo, é audiodescrição – trata-se da tradução das imagens em palavras. Já a legenda descritiva sinaliza – em texto – ruídos, sons, música, falas (ou sussurros e gemidos). Erra quem pensa que a escassez de diálogos e a abundância de gemidos e onomatopeias facilitam as coisas. E é preciso este cuidado elementar: a narradora não pode se animar demais, a ponto de – pecado talvez mais grave aqui – queimar a largada cometendo spoilers (ver detalhes mais abaixo). Palavrão é do jogo. Mas, às vezes, escapa um sinônimo encabulado, tipo "membro". "O mais importante é a responsabilidade social – nossa marca quer ser inclusiva. É uma parcela da população muito importante, e a gente quer atender. Todo mundo tem desejo, libido. E vimos que teria um mercado", afirma ao G1 Cinthia Fajardo, diretora geral do grupo Playboy do Brasil, que controla o Sexy Hot e outros canais do segmento. "Temos trabalhado muito a questão da diversidade. Queremos sair do lugar comum, dos filmes com enredo clichê. Então, dentro desse cenário, vamos também trazer os deficientes auditivos e visuais para também serem nossos consumidores." Antes das estreias, a audiodescrição de "Sugar daddy" foi mostrada a um grupo de 15 pessoas cegas. "Para saber o que achavam, se o tom de voz estava bom, se a velocidade da narração estava boa", justifica Cinthia. "Todas gostaram muito e ficaram muito satisfeitas de ver que vai ter esse tipo de conteúdo. Falaram que, antes, não tinham acesso a isso. Aí, a gente percebeu que pode ter uma demanda reprimida." Cinthia Fajardo é a primeira mulher a dirigir a Playboy do Brasil. Ela acha que isso faz diferença: "Dá uma satisfação poder trazer o olhar feminino a essa indústria e atrair um público de mulheres, ajuda a quebrar o tabu. É uma indústria que, durante tantos anos, teve muito o olhar masculino." Para este ano, a Sexy Hot Produções prevê outros seis filmes – e todos devem ganhar audiodescrição e legendas descritivas. A atriz Mia Linz e Oscar Luz, que estrelam o filme pornô de época 'Desejo proibido' Divulgação Adaptação sem spoiler Diretora da Conecta Acessibilidade, que produz e adapta conteúdos audiovisuais e que trabalhou no projeto do Sexy Hot , Joana Peregrino conta que nunca tinha feito audiodescrição ou legenda descritiva na indústria pornô. No catálogo da empresa, estão produções convencionais, como os filmes "Chacrinha: O Velho Guerreiro" (2018), "De pernas pro ar 3" (2019) e "Minha mãe é uma peça 3" (2019). "Filme pornô tem menos diálogos que filme de qualquer outro gênero. É muito mais visual. Mas, na audiodescrição, tomamos cuidado para não descrever demais e deixa o som das cenas. A audição do cego é muito mais potente, isso é comprovado pela neurociência", conta Joana. "Essa audiodescrição vai introduzindo o conteúdo sem ficar dando spoiler." Ela explica que um consultor cego acompanha o processo de adaptação do roteiro à gravação. "E, nesse caso, foi um consultor cego que tinha feito um trabalho de conclusão de curso sobre audiodescrição em filmes eróticos." Com relação à legenda descritiva, a precaução foi outra. "Filme pornô tem, digamos, muito mais onomatopeias. Mas não dá para colocar demais, senão fica chato. Surdo tem muita acuidade visual, o que também é comprovado cientificamente, então não ficamos o tempo todo inserindo legenda, para não atrapalhar a visualidade da cena." Mas houve algum constrangimento? "Não pode fazer juízo de valor, tem de dizer o que tá acontecendo. Se você tem vergonha de falar P., B., não pode fazer esse tipo de trabalho. Às vezes, alguém ri olhando aquelas cenas. Mas, se você está constrangido ou não, tem de guardar para você", diz Joana. "Estamos promovendo acessibilidade. O que fazemos é 'acessibilizar' os conteúdos. Não importa se é pornô, documentário, ficção, animação…" Initial plugin text
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