Vendas do varejo encolhem 8,8% na semana do Dia dos Pais, aponta indicador; e-commerce cresce 22%
Dados são do Índice Cielo de Varejo Ampliado; vendas de chocolates, vinhos e outros alimentos cresceram em relação a 2019, enquanto que as de vestuário e acessórios encolheram 21%. Em meio à pandemia do novo coronavírus, as vendas do varejo encolheram 8,8% na semana do Dia dos Pais, na comparação com o mesmo período de 2019, segundo dados divulgados pela Cielo nesta terça-feira (11).
Os números da empresa de meio de pagamentos foram mensurados por meio do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que utiliza modelos matemáticos e estatísticos para calcular o desempenho do setor e não leva em conta apenas a base de clientes da companhia.
Apesar do recuo, o número é visto como um sinal de recuperação.
Resultado das vendas no Dia dos Pais é melhor que esperado pelo comércio em BH
“No começo do isolamento, por volta da terceira semana de março, o faturamento do varejo teve queda de cerca de 50%”, compara o gerente de Inteligência da Cielo, Pedro Lippi.
No Dia das Mães, celebrado no segundo domingo de maio, a queda foi de 26%. Ou seja, os resultados negativos do setor têm sido cada vez menos intensos.
Comércio eletrônico
O faturamento das lojas físicas encolheu 6,7% na semana do Dia dos Pais, enquanto que o do e-commerce saltou 22,2%.
“Mostra que os varejistas estão tendo de achar alternativas para continuar vendendo”, diz Lippi.
Nessa conta do comércio eletrônico, não são levados em conta os números do setor de turismo e transporte, um dos mais atingidos pela crise. Caso fossem considerados, o e-commerce amargaria uma queda de 34,2% na comparação com 2019.
Entre os setores típicos de presentes, o destaque ficou com o varejo alimentício especializado, que inclui as lojas de chocolate e vinho, por exemplo. O segmento aumentou as vendas mesmo em meio à pandemia: alta de 0,9% em relação a 2019.
Cosméticos e higiene pessoal (-16,4%), óticas e joalherias (-16,7%) e vestuários e acessórios (-21%) amargaram quedas de dois dígitos.
Pedro Lippi destaca que os segmentos classificados como essenciais, entre os quais os de supermercados, vêm tendo desempenho superior a 2019 durante a pandemia – comportamento que se repetiu no Dia dos Pais.
“Nesse contexto de crise, ter crescimento em relação ao ano passado já é bem destacável”, diz ele.
Empreendedores se reinventam com vendas na internet para sobreviver à pandemia
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14 horas na moto e medo de contágio: como é a rotina de entregadores na pandemia
Motoboys, motogirls e entregadores de bicicleta dizem que não estão ganhando mais com a alta demanda por delivery. Alguns relatam que, com mais concorrência, precisam trabalhar mais horas para manter renda. Motoboys e entregadores na pandemia: como é a rotina no delivery Motoboys e entregadores de bicicletas viram a demanda de serviço aumentar com a pandemia de coronavírus, mas não necessariamente estão ganhando mais com isso. Alguns relatam que, com mais concorrência, precisam trabalhar mais horas para ter a mesma renda de antes. E parte desses trabalhadores demonstrou essa insatisfação com as paralisações de julho. Com o isolamento social para prevenção da Covid-19, quem está em casa pode contar com o delivery, muitas vezes feito por aplicativo, apesar de muitos motoboys ainda sobreviverem por trabalhos particulares, com entregas de documentação, ou fixos em determinados restaurantes, como pizzarias. Em entrevistas ao G1, entregadores de vários pontos do país, como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Recife, relatam a rotina de seu trabalho e o que mudou com a chegada da doença ao Brasil. Apesar de sentirem mais respeitados por clientes, eles contam que a concorrência aumentou e convivem com medo do coronavírus. O melhor tratamento, no entanto, não é generalizado. Na semana passada, um vídeo que mostra um entregador sofrendo ofensas racistas em condomínio no interior de São Paulo viralizou na internet. Com base nas ofensas do morador, o advogado do motoboy Matheus Pires Barbosa apresentou uma representação criminal por injúria racial contra o homem; a família diz que o agressor sofre de esquizofrenia. Kleyton Campos, 32 anos, São Paulo Kleyton Campos, 32 anos, faz entrega na região de São Paulo Arquivo Pessoal “Todo mundo tá falando que o entregador tá ganhando muito dinheiro, mas não é verdade. A demanda aumentou bastante, mas muitos profissionais estão entrando na moto (nos aplicativos)”, afirma Kleyton Campos, de 32 anos, que trabalha como motoboy há mais de 12 anos em São Paulo. Ele teve que mudar sua rotina durante a pandemia de coronavírus: perdeu o trabalho que tinha fixo em uma empresa de entregas depois do início da crise pela baixa demanda no transporte de documentos. A solução foi mudar o foco totalmente para os aplicativos de delivery, que antes eram apenas um maneira de complementar a renda. A média de faturamento, segundo ele, é de R$ 1 por km rodado. “Tenho que trabalhar até 14 horas por dia para manter o que ganhava antes da pandemia”, relata Kleyton. Antes, segundo o motoboy, ele trabalhava cerca de 8 horas por dia. Entre uma encomenda e outra durante a pandemia, Kleyton tem notado uma mudança na maioria dos clientes: o jeito de tratar o motoboy. “Eu sentia que antes da pandemia o meu trabalho não era valorizado, era discriminado. Eu percebi que nesse tempo de pandemia as pessoas mudaram”, afirma Kleyton. “As pessoas estão com afinidade com o motoboy. Estão gratas”, disse. Em um episódio que o marcou, ele relata um presente inesperado quando fazia entregas. “Ela (a cliente) me deu um ovo de páscoa. Fiquei emocionado”, relembra. Anna Rafaella, 25 anos, Brasília Anna Rafaella, 25 anos, faz entregas de bicicleta em Brasília Arquivo Pessoal Além das motos, outro tipo de forma de delivery em expansão é por meio de bicicletas. Anna Rafaella, de 25 anos, de Brasília, trabalha há 1 ano e meio pedalando pela capital federal levando entregas. “No início, era só um complemento de renda, pois eu ainda estava na universidade e fazia estágio, de forma que sobravam apenas os fins de semana para ficar online nos aplicativos de entrega. Como gostei da experiência, resolvi continuar nessa profissão após me formar, e hoje a minha renda provém integralmente dela”, explica Anna. Com o início da pandemia, ela também notou a mudança no trato por parte dos clientes: “Foi possível notar a preocupação com nós entregadores. Recebi várias mensagens de agradecimento, e pessoas pedindo para eu não esquecer de me proteger. É legal ver esse cuidado comunitário em tempos de pandemia”. Ela relata também mudanças nos pagamentos feitos pelas empresas de aplicativos. “Antes mesmo da pandemia os valores já estavam diminuindo. Na verdade, as promoções, dinâmicas (tarifas mais altas quando a procura está alta) e taxas extras é que reduziram ou deixaram de existir”, conta. “O domingo sempre foi um dia bom: antes eu conseguia aproximadamente R$ 150 nesse dia da semana. Hoje, se eu mantivesse o mesmo número de horas trabalhadas, não conseguiria nem a metade do valor. Então, a solução é trabalhar mais”, explica a entregadora. Com a renda em baixa, ela está fazendo uso do auxílio emergencial do governo durante a pandemia. “Estou usando para pagar meu aluguel”, disse. Josinei Rodrigues, 32 anos, Campinas Josinei Rodrigues, 32 anos, de Campinas (SP) abandonou os aplicativos na pandemia Arquivo Pessoal Enquanto muitos estão chegando para os aplicativos de entrega, Josinei Rodrigues, de Campinas (SP), resolveu abandonar os apps e, durante a pandemia, está fazendo apenas serviços de entregas particulares. “O aplicativo é muito bom quando chega na sua região, a taxa é boa, ele paga bem. Mas, quando começa a agregar muitos entregadores, ele abaixa o preço”, relata Josinei Rodrigues. Outro motivo para largar o atendimento via app foi a violência em sua região. “Está acontecendo muito roubo de motoboy aqui”, afirma Josinei. Além do medo de assaltos, o entregador diz tomar todos os cuidados de prevenção contra a Covid-19. “Eu tenho 3 crianças em casa. Quando chego, já vou tirando as roupas em um local separado e tenho toda precaução”, relata. Alice Rebello, 30 anos, Rio de Janeiro Alice Rebello, de 30 anos, faz entregas há 5 anos no Rio de Janeiro Arquivo Pessoal Entregadora no Rio de Janeiro há 5 anos, Alice Rebello da Costa, de 30 anos, trabalha com a sua moto depois do expediente diário normal. Além de ser motogirl, ela atua na área de seguros. “É complemento da minha renda, aquele dinheiro que realiza os desejos da minha vida. Tinha o sonho de comprar uma moto antes de começar com as entregas”, relembra. “Como uso os aplicativos, eu posso ligar eles a hora que quiser”, pondera Alice. Ela relata que não é de hoje, porém, que os entregadores reclamam das condições de trabalho. “Essa paralisação não é só motivada por esse momento, isso já vem de tempo. Essa briga é por melhor remuneração, algo que nos dê respaldo. Sem entregador, como vão oferecer o serviço?”, questiona. Mesmo com as dificuldades, Alice se declara uma apaixonada pela profissão: “Se eu não tivesse outra carreira, eu efetuaria a profissão de motogirl 100% do tempo. Seria um grande prazer”, explica. Felipe Mateus, 23 anos, Recife (PE) Felipe Mateus, 23 anos, de Recife (PE), entrou para o serviço entregas após perder emprego Arquivo Pessoal Depois de perder o emprego em uma empresa, Felipe Mateus, de 23 anos, começou a fazer entregas no Recife (PE). Ele está trabalhando com os aplicativos há cerca de 5 meses, ou seja, um pouco antes da crise do coronavírus estourar no Brasil. Ele ressalta a flexibilidade da profissão como um dos pontos positivos. "Eu mesmo faço meu horário, meu trabalho", disse. Sua rotina é trabalhar das 11 da manhã às 21h, e notou o recente aumento da concorrência. "Antes da pandemia a gente não via tanto motoboy na rua como hoje", afirma. "Muita gente está trabalhando com isso para não ficar parada". Felipe também relata que gosta de "ver a expressão no rosto das pessoas" ao fazer as entregas: "Dizem que somos guerreiros, lutadores". Mas ele também vê o medo por parte dos clientes pelo contato com os entregadores. "Tem gente que não gosta que a gente entregue diretamente nas mãos", conta. Para o recifense, em alguns lugares os entregadores estão correndo riscos por falta de medidas preventivas. "Ficamos muito em aglomerações, esperando pedidos. E vai chegando mais e mais gente", afirma. David Lima, 20 anos, Soure (PA) David Lima, Soure (PA), trabalha como entregador de pizzaria Arquivo Pessoal Em Soure, na Ilha de Marajó (PA), David Lima, de 20 anos, faz entregas para uma pizzaria há 1 ano e meio. Ele relata que o que mudou foi o uso de máscaras e álcool gel, além do número de entregas. "Dobrou (o serviço). Por um lado, a gente trabalha mais; e, por outro, o medo aumentou", diz. "Ficamos com medo de levar a doença para casa". David aponta que algumas pessoas tratam os entregadores como se estes estivessem infectados pela Covid. Durante a pandemia, ele está trabalhando das 6 da tarde até meia-noite como entregador, mas concilia com o trabalho em uma autopeça. "Aí, no outro dia, tenho que acordar às 7h da manhã". Ewerton de Lima Pereira, 31 anos, Osasco (SP) Rizolito, motoboy há 11 anos, nunca trabalhou por aplicativo Arquivo Pessoal Trabalhando há 11 anos na profissão de motoboy, Ewerton de Lima Pereira, o Rizolito, é apaixonado pelo que faz. "É muito interessante você ser livre; é muito interessante você fazer o seu próprio salário", diz. Mas, para ter os rendimentos para sustentar a família durante a pandemia, ele praticamente está preparado para atender pedidos a qualquer hora. "Na nossa profissão é um dia pelo outro. Geralmente, eu saio de casa às 7h da manhã e volto após às 18h. Mas, se eu chegar em casa e o telefone tocar de novo, eu vou de novo. Não tem horário", diz. Ao contrário de muitos que estão entrando na profissão atualmente, ele se mantém por sua própria clientela. "Eu nunca precisei trabalhar por aplicativo porque trabalho no particular há anos. Eu tenho uma carteira de clientes muito grande, mas se precisar eu vou no maior barato (trabalhar com os apps)", afirma. Mas a pandemia afetou diretamente seus negócios. "Os trampos diminuíram, sim, na pandemia. Principalmente a quantidade de clientes que eu tinha. Agora, essa carteira que eu tinha caiu 90%, mas os 10% que sobraram estão me chamando descontroladamente. O faturamento caiu, mas estou administrando". Motoboy recebe ofensas racistas no interior de SP Motoboy é vítima de agressões verbais e racismo ao fazer entrega em condomínio de Valinhos
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No Brasil, 40% dos jovens com ensino superior não têm emprego qualificado
Levantamento da consultoria IDados aponta que 525 mil trabalhadores com diploma, entre 22 e 25 anos, são considerados sobre-educados – exercem ocupações que não exigem faculdade; pandemia deve agravar esse cenário. Camila, Bruna e Bruno têm ensino superior, mas não conseguem emprego na área de estudo Acervo pessoal Filha de empregada doméstica, Camila Striato Martinez, de 22 anos, foi a primeira pessoa da família a concluir uma faculdade. Bruna Klingspiegel, também de 22 anos, se formou em história e fez pós-graduação. Bruno Vinícius Moreira Rodrigues, de 27, se graduou em direito há três anos. Os diplomas dos três, no entanto, permanecem nas gavetas. Camila, Bruna e Bruno estão entre os milhares de jovens brasileiros com ensino superior que as sucessivas crises econômicas enfrentadas pelo Brasil nos últimos anos têm empurrado para ocupações de baixa qualidade. No primeiro trimestre de 2020, 40% dos brasileiros entre 22 e 25 anos com faculdade no currículo eram considerados sobre-educados, revela um levantamento realizado pela consultoria IDados. Ou seja, eram 525,2 mil jovens graduados que estavam em ocupações que não exigem ensino superior. Desde 2014, os jovens que entraram ou se formaram no ensino superior enfrentam um mercado de trabalho bastante fragilizado. Nesse período, entre 2015 e 2016, houve uma forte recessão provocada pelos vários desequilíbrios macroeconômicos e pela turbulência política do governo Dilma Rousseff. Os anos seguintes foram de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), insuficientes para recuperar todas as perdas da economia. Agora, a dura crise provocada pela pandemia do coronavírus deve agravar ainda mais esse cenário. "Houve uma formação muito grande de pessoas com ensino superior nos últimos 10 anos", afirma a pesquisadora do IDados e responsável pelo levantamento, Ana Tereza Pires. "As pessoas que se formaram a partir de 2015 enfrentaram um cenário de crise, em que elas não conseguiam mais encontrar uma vaga compatível com o nível de estudo." O levantamento realizado pelo IDados tem como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O principal motor (para esse elevado nível de sobre-educação) foi a desaceleração da economia", diz Ana Tereza. "A crise econômica fez com que as pessoas não conseguissem encontrar vagas em níveis compatíveis com a formação delas." E as perspectivas são de piora desse quadro atual, alerta o professor titular e coordenador da Cátedra Ruth Cardoso no Insper, Naercio Menezes Filho. “A pandemia está provocando o fechamento de negócios e queda generalizada de emprego e renda no país. Muitos desses jovens não estão conseguindo encontrar emprego nem no setor informal, então tudo o que eles aprenderem na faculdade e no ensino médio está sendo depreciado, eles não estão utilizando”, diz. "Isso vai fazer com que o salário deles, no futuro, seja ainda menor e a probabilidade de ficarem desempregados aumenta muito", destaca Naercio. Desemprego sobe para 13,3% em junho e país tem nova queda recorde no número de ocupados Fim dos auxílios federais pode aumentar taxa de desemprego Os jovens sobre-educados Pelo país, os jovens sobre-educados revelam a frustração por não exercer a profissão de estudo no ensino superior. Camila Striato Martinez Entrevista com Camila Striato Martinez Camila Striato Martinez, de 22 anos, foi a primeira pessoa da família a concluir uma faculdade. Filha de uma empregada doméstica e formada em história, está desempregada e sobrevive com trabalhos esporádicos, ajuda dos pais e auxílio emergencial. Seu sonho é dar aulas. "No começo do ano, eu participei de algumas entrevistas em escolas e cursinhos, mas nada foi muito para frente e aí veio a pandemia", diz Camila. "Agora, eu não estou trabalhando em nada, estou desempregada, ainda procuro vagas na área da educação, mas ainda está muito difícil." Para Camila, por ora, há pouca perspectiva de que as coisas possam melhorar nesse cenário de pandemia. "É frustrante fazer um curso durante quatro anos, numa universidade renomada, e não ter esse reconhecimento, esse retorno na área do trabalho, diz Camila. Bruna Klingspiegel Entrevista com Bruna Klingspiegel O mesmo cenário se repete com a também historiadora Bruna Klingspiegel, de 22 anos. Ela não consegue um trabalho fixo desde 2018. "Só existe vaga de estágio e, quando a gente se forma, parece que as oportunidades acabaram", afirma. Bruna também tem uma pós-graduação em dramaturgia, mas não viu suas chances no mercado de trabalho aumentarem. Decidiu, então, partir para uma segunda graduação, de jornalismo. "Eu vou sobrevivendo com esses trabalhos esporádicos e com a grana que ganho a cada dois meses, três meses", diz. "Na minha área não vou conseguir nada, então vou ter de começar a abrir mais, começar a procurar coisas que não estejam relacionadas ao que eu me formei mesmo." Bruno Vinícius Moreira Rodrigues Entrevista com Bruno Vinícius Moreira Rodrigues Bruno Vinícius Moreira Rodrigues se graduou em direito há três anos, mas só conseguiu entrar no mercado de trabalho formal como analista de crédito numa empresa do setor de agronegócio. "Terminei (a graduação) no fim de 2017, fiz o curso inteiro pelo ProUni", diz Bruno. "No início de 2018, eu passei no exame da OAB, mas, desde então, eu não atuei (na área). Fiz um estágio em um escritório de advocacia, mas fui demitido, porque o escritório perdeu um grande contrato." Bruno, que hoje está com 27 anos, ainda planeja retomar a carreira de advogado, mas, por ora, não consegue conciliar as duas atividades nem tem a segurança de abrir mão de um emprego fixo: "Eu não tenho tempo de ficar pegando causas. Eu cuido de duas filiais da empresa em que trabalho, então meu tempo é bem corrido." Faculdade ainda vale a pena? Embora o cenário do mercado de trabalho esteja fragilizado, um curso de ensino superior ainda faz muita diferença no país. A taxa de desocupação é menor entre aqueles trabalhadores com diploma universitário. "Ter ensino superior no Brasil continua sendo uma grande vantagem frente a outros trabalhadores", diz Ana Tereza. "Por mais que os jovens não estejam conseguindo encontrar vagas compatíveis com a formação deles, é importante lembrar a taxa de desemprego entre quem tem ensino superior é muito mais baixa do que, por exemplo, quem tem só ensino médio ou menos." A consequência para o país, no entanto, de ter jovens capacitados em ocupações que exigem baixa qualificação, é bastante perversa. Esses trabalhadores sobre-educados vão ter um salário mais baixo do que poderiam alcançar e uma produtividade menor, o que dificulta o enriquecimento do país. A economia brasileira lida com um problema crônico com a sua produtividade. Ela está estagnada há 40 anos. Em 2019, um trabalhador brasileiro produziu o mesmo do que em 1980. Produtividade estagnada PNAD e PNAD Contínua/IBGE; IBRE/FGV. Elaboração Cátedra Ruth Cardoso "Nós temos vários problemas que explicam essa baixa produtividade estrutural", diz Naercio. "Temos um problema de capital humano, de educação. Desde a primeira infância, as crianças têm baixo investimento para desenvolver suas habilidades, não só de raciocínio, de aprendizado em português e matemática, mas de habilidades socioemocionais." A melhora de produtividade brasileira passa por várias questões estruturais, segundo o economista do Insper, como melhorar a qualidade da educação, o ambiente de negócios do Brasil e aumentar a concorrência do país. "Ainda falta mais qualificação do jovem brasileiro, para que ele possa seguir carreiras de ponta”, diz Naercio. “Por outro lado, tem um problema estrutural do nosso ambiente de negócios totalmente deturpado, da falta de concorrência e infraestrutura. Se o país não fizer reformas estruturais para melhorar a concorrência internacional, simplificar a estrutura tributária e incentivar pesquisa e desenvolvimento, o Brasil não vai conseguir crescer.” *Colaborou João Paulo Machado, da GloboNews
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Shoppings do Alto Tietê estão com 11 oportunidades de emprego abertas nesta terça-feira
As vagas são para diversas funções como atendente, vendedor, pizzaiolo, cozinheiro, consultor óptico e gerente. Shopping de Itaquaquecetuba tem vagas de emprego abertas Jess Mariz / Cape Press Comunicação Os shoppings de Itaquaquecetuba e de Mogi das Cruzes estão com 11 oportunidades de emprego abertas nesta terça-feira (11). As vagas são para diversas funções, como atendente, vendedor, pizzaiolo, cozinheiro, consultor óptico e gerente. Mogi Shopping Em Mogi das Cruzes, os interessados devem deixar os currículos nas lojas contratantes. Para mais informações, o contato pode ser feito pelo telefone 4798-8800. O Mogi Shopping está localizado na Avenida Vereador Narciso Yague Guimarães, 1.001, e o horário de funcionamento é das 12h às 18h. Confiras as vagas disponíveis: Consultor óptico – Sr. Óculo: com disponibilidade de horário e experiência no ramo óptico; Vendedor – Adji Man: acima de 23 anos, com experiência mínima de 1 ano e disponibilidade de horário; Vendedora/ Auxiliar de Caixa – Rivoli: entre 18 e 40 anos; Vendedor – Hering: acima de 18 anos, com experiência mínima de 6 meses e disponibilidade de horário; Vendedora – Mix eletrônicos: entre 21 e 30 anos, com disponibilidade de horário e experiência; Vendedor ou consultor óptico – Zeiss Vision: acima de 18 anos, com disponibilidade de horário e experiência; Vendedor – Iplace Mobile: acima de 21 anos, com experiência em vendas e disponibilidade de horário. Itaqua Garden Shopping Já no shopping de Itaquaquecetuba há 4 oportunidades de emprego disponíveis. A unidade está localizada na Estrada Municipal do Mandi, 1205, Mandi. Veja as vagas e requisitos para se candidatar: Atendente – Patroni Pizzaria: Resumo: Irá atuar com atendimento ao cliente, recepcionar, apresentar os produtos, realizar a organização de prateleiras, estocagem e organização do local; Experiência anterior na área e ensino médio completo; Cv para: patronilojaitaqua@gmail.com. Pizzaiolo – Patroni Pizzaria: Resumo: Profissional responsável por preparação de massas, abertura de massas com as mãos (sem auxílio de rolo), preparação de materiais, experiência em fornear no forno a lenha, finalização e montagem de pizzas; Experiência anterior na área e ensino médio completo; Cv para: patronilojaitaqua@gmail.com. Cozinheiro – Patroni Pizzaria: Resumo: Experiência em armazenamento de alimentos e higiene. Preparo das refeições, executar preparações culinárias simples, fazer o cozimento de legumes, verduras, preparar carnes, aves, para cozimento, cortando-os, limpando-os, pesando-os, separando-os de acordo com porções solicitadas pelo Nutricionista; Ensino médio completo; Cv para: patronilojaitaqua@gmail.com. Gerente de Restaurante – Patroni Pizzaria: Resumo: Planejamento de estoque, liderar equipe e gestão de processos. Gerenciamento de unidade. Gestão de pessoas, motivação de equipe, estabelecimento de metas, treinamento. Pedido de compras para a matriz, recebimento de mercadorias, controle de estoque. Fiscalização de procedimentos e processos (etiquetagem, utilização de EPI, atendimento ao cliente). Redução de custo, Conhecimento em CMV, escala de colaboradores e inventários; Ensino médio completo e perfil de liderança; Cv para: patronilojaitaqua@gmail.com.
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Lucro do BTG Pactual recua 4% no 2º trimestre com aumento de despesas
Banco registra lucro líquido ajustado de R$ 987 milhões. O lucro líquido ajustado do Banco BTG Pactual no segundo trimestre caiu 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 987 milhões, com despesas operacionais mais elevadas.
Já o lucro líquido contábil somou R$ 977 milhões, alta de 0,6% quando comparado ao 2º trimestre do ano passado.
As receitas do BTG subiram 14%, para R$ 2,482 bilhões, impulsionadas pelo crescimento em empréstimos corporativos, gestão de fortunas e comissões do banco de investimento, divulgou a instituição financeira nesta terça-feira.
A carteira de crédito do banco cresceu 17% no trimestre, para 66,2 bilhões de reais, à medida que empresas da América Latina buscam liquidez em meio à crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus.
A entrada líquida de recursos de clientes de gestão de ativos e fortunas chegou a R$ 22,5 bilhões, mantendo a tendência de alta dos trimestres anteriores, conforme brasileiros migram para produtos mais sofisticados em razão da baixa taxa de juros básica do país.
Os ganhos das mesas de negociações também ajudaram o lucro líquido do banco, com alta 14,8% em relação ao ano anterior e atingiram R$ 1 bilhão.
Apesar do crescimento em quase todas as unidades de negócios, o aumento de 18% nas despesas operacionais prejudicou parcialmente o lucro do BTG Pactual, principalmente devido a bônus, salários e maiores pagamentos de impostos.
O retorno ajustado anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE Anualizado) foi de 17,5% no trimestre encerrado 30 em junho, de 20,6% um ano antes.
Ex-secretário do Tesouro, Mansueto será sócio e economista-chefe do BTG
Lucro dos grandes bancos cai 40% no 2º trimestre, para menor valor desde 2016
Brasil piora no número de mortes pela Covid-19 por milhão de habitantes
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Bolsas da China fecham em baixa por tensões com os EUA
Índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,91%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,15%. Os índices acionários da China fecharam em baixa nesta terça-feira (11), pressionados pelas empresas de tecnologia, conforme o aumento das tensões sino-americanas pesava sobre o sentimento do investidor.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,91%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 1,15%.
O índice de start-ups ChiNext perdeu 1,7%, enquanto o recém-lançado STAR50 recuou 2,9%.
A China adotou na segunda-feira sanções sobre 11 cidadãos dos Estados Unidos, incluindo parlamentares do Partido Republicano do presidente Donald Trump, em resposta à imposição dos EUA de sanções a autoridades da China e de Hong Kong acusadas de limitar as liberdades políticas na ex-colônia britânica.
Os investidores aguardam uma reunião entre autoridades comerciais de ambos os países no sábado para revisar os primeiros seis meses da Fase 1 do acordo comercial.
Governo da China apresenta sanções contra 11 cidadãos americanos
Veja as cotações de fechamento das principais bolsas da Ásia:
Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,88%, a 22.750 pontos.
Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 2,11%, a 24.890 pontos.
Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,15%, a 3.340 pontos.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,91%, a 4.681 pontos.
Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,35%, a 2.418 pontos.
Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,88%, a 12.780 pontos.
Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,05%, a 2.544 pontos.
Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,47%, a 6.138 pontos.
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Copom vê recuperação parcial da economia e indica cautela na análise de novos cortes de juros
BC divulgou nesta terça (11) ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, quando foi feito novo corte da taxa básica de juros, de 2,25% para 2% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) avaliou que dados recentes sugerem uma recuperação parcial da atividade econômica brasileira. É o que informa a ata da última reunião do colegiado divulgada nesta terça-feira (11).
Para o comitê, a imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia do novo coronavírus podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma "retomada ainda mais gradual (lenta) da economia".
"Os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e até do investimento. Contudo, várias atividades do setor de serviços, sobretudo aquelas mais diretamente afetadas pelo distanciamento social, permanecem bastante deprimidas", informou.
Na reunião da qual trata a ata, o Copom fez um novo corte da taxa básica de juros da economia brasileira, de 2,25% ao ano para a mínima histórica de 2% ao ano.
Copom reduz taxa básica de juros da economia brasileira para 2% ao ano
Os economistas do mercado financeiro estimam uma retração de 5,62% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, ao mesmo tempo em que o Ministério da Economia projeta um tombo de 4,7% para a economia em 2020.
"Com relação à economia internacional, os dados já disponíveis para o PIB do segundo trimestre não surpreenderam, mas evidenciaram que a profundidade da atual retração econômica só é comparável a da Grande Depressão [de 1929]", acrescentou a instituição.
De acordo com o BC, há "alguns sinais promissores de recuperação" que, porém, se mostra incompleta.
O BC reiterou que manter o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável do PIB.
"O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia", acrescentou.
Cautela sobre novos cortes nos juros
O Banco Central também informou que, em sua visão, o país já estaria próximo do nível a partir do qual reduções adicionais na taxa de juros poderiam gerar instabilidade nos preços de ativos (alta do dólar, por exemplo). Assim, a instituição indicou cautela sobre a possibilidade de novos cortes.
"O Comitê concluiu que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais. Para tal, se necessárias, novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas", informou a instituição.
O mercado financeiro estima que taxa básica de juros permaneça no atual patamar de 2% ao ano até setembro do ano que vem, quando voltaria a subir, terminando 2021 em 3% ao ano.
O Copom também considerou a utilização de uma chamada "prescrição futura" (forward guidance) como instrumento de política monetária adicional, ou seja, de definição da taxa de juros para controle da inflação – considerando as metas prefixadas.
O comitê avaliou que países emergentes são mais suscetíveis ao contágio de crises externas e que, por isso, o uso de tal instrumento torna-se "mais desafiador".
"Para adequar a prescrição futura ao dinamismo dos limites impostos por questões prudenciais, o Comitê ponderou que ele deveria ter uma intenção de política assimétrica, em que, satisfeitas as condições necessárias, o Copom não elevaria a taxa de juros, mas poderia reduzi-la", informou.
O colegiado diz ainda que um eventual novo corte de juros estaria condicionado às expectativas de inflação e à manutenção do regime fiscal (controle das contas públicas).
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‘Temos que ter equalização de tarifas’, diz Trump sobre etanol dos EUA no Brasil
Americanos, que possuem cota de exportação, querem tarifa zero para todo o combustível vendido. Presidente dos EUA afirmou que algo pode ser apresentado sobre o tema 'muito em breve'. Indústria brasileira diz que Trump tem "desconhecimento do assunto". Etanol em usina do interior de São Paulo Reprodução/EPTV O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu em coletiva de imprensa na Casa Branca na noite de segunda-feira (10) que poderá tomar medidas tarifárias em relação ao Brasil por conta do etanol norte-americano. Questionado sobre a pressão que estaria fazendo para que o Brasil elimine tarifas sobre a importação do produto dos EUA, Trump afirmou que "em algum momento" esse assunto será discutido. "Nós não queremos pessoas nos tarifando". Há pouco menos de um ano, o Brasil elevou de 600 milhões para 750 milhões de litros a cota de etanol importado sem tarifa. Acima desse volume, o imposto de importação é de 20%. Agora, os americanos pedem ao governo brasileiro a extinção da cota e a tarifa zero para a venda do produto. De janeiro a junho deste ano, o Brasil importou 301 milhões de litros de etanol dos EUA, movimentando US$ 584,2 milhões, segundo dados do Ministério da Agricultura. "Eu acho que, no que concerne o Brasil, se eles fizerem tarifas, nós temos que ter uma equalização de tarifas", disse o presidente dos EUA. As usinas brasileiras também vendem etanol aos americanos e, neste caso, a taxação é de 2,5% sobre o valor da mercadoria. No primeiro semestre do ano, o Brasil vendeu US$ 146 milhões, um total de 262,4 milhões de litros. "Vamos estar apresentando algo que tenha a ver com tarifas, e com justiça. Porque temos, muitos países, por muitos anos, têm nos cobrado tarifas para fazer negócios, e nós não cobramos deles. E isso se chama reciprocidade, se chama tarifas recíprocas, e talvez você veja algo sobre isso muito em breve", afirmou. Segundo fontes ouvidas pelo G1, a decisão será tomada pelo presidente Jair Bolsonaro e que, caso decida por derrubar as tarifas, a assinatura partirá do Ministério da Economia. 'Desconhecimento sobre o assunto' Em nota enviada à imprensa na tarde desta terça-feira, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) afirmou que o presidente dos Estados Unidos “demonstra desconhecimento total sobre assunto quando fala da tarifa de importação do etanol”. “Ao dizer que ‘Não queremos as pessoas impondo tarifa a nós’, simplesmente ignora que a tarifa já existe desde 1995 (como parte do acordo do Mercosul) e que os EUA, sem o menor pudor, tarifam o nosso açúcar em 140%. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço, seria um bom resumo dessa história.” A Unica afirma que os americanos não estão conseguindo cumprir metas para consumo de etanol no país e que, por brigas comerciais, ficaram ser mercado para vender o produto. “Não temos culpa, portanto, que os americanos não tenham para onde enviar o etanol que produzem, já que Trump fez a opção pela indústria do petróleo em seu país”, diz a nota assinada pelo presidente da Unica, Evandro Gussi. “Temos ainda menos responsabilidade pela situação eleitoral do presidente Trump junto aos eleitores do Meio-Oeste, que cobram dele o cumprimento das promessas eleitorais. A cultura americana estabelece, por princípio, que cada um é responsável por seus próprios atos: eis a hora de pôr isso em prática", encerra a nota da Unica. Coletiva de imprensa de Trump é interrompida após tiros do lado de fora da Casa Branca
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Para gastar mais, governo e Congresso discutem estender estado de calamidade em 2021
Na tentativa de resolver a falta de recursos para investimentos, integrantes de áreas políticas do governo e aliados no Congresso discutem a possibilidade de propor uma extensão em 2021 do estado de calamidade pública, decretado no país em razão da pandemia do novo coronavírus.
Na prática, no estado de calamidade, o governo não precisa cumprir a meta de déficit primário, a regra de ouro e o teto de gastos públicos, que impede o crescimento dos gastos além da inflação.
O debate surgiu na reunião da Junta de Execução Orçamentária, há cerca de três semanas. Na mesma reunião, debateu-se uma consulta ao Tribunal de Contas da União (TCU) para permitir recursos para obras a partir de gastos extraordinários, que não passariam pela regra do teto.
Ambas ideias tiveram oposição da área econômica.
Áreas técnicas do governo afirmam que estender o estado de calamidade tem entraves jurídicos, já que teria de ser feita por um ano, eliminando a obrigatoriedade de estabelecer a meta fiscal, uma das âncoras que indicam se o governo está ou não comprometido com o ajustes nas contas públicas.
A meta inicial para 2020 era de déficit de R$ 124 bilhões, mas deve ultrapassar R$ 800 bilhões em razão dos gastos com a pandemia, autorizados pelo Congresso, que aprovou o estado de calamidade.
O aumento de gastos elevou o endividamento do país, que até o final deste ano pode chegar perto de 100% do PIB.
O aumento de gastos e do endividamento mina a confiança de investidores de que o país terá condições de honrar suas contas. Nas últimas semanas, já se percebeu o aumento da curva de juros futuros, indicativo de que o país poderá gastar mais para rolar a dívida.
Uma fonte da equipe econômica diz que os debates para ampliar gastos apesar da regra do teto "amainaram" desde o fim da semana passada. Estuda-se, agora, destinar para gastos em infraestrutura as sobras do Orçamento deste ano, em especial de ministérios que reduziram gastos por conta da pandemia.
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Dólar opera em queda de olho na cena externa
Na segunda-feira, moeda norte-americana subiu 0,94%, a R$ 5,4643 – maior patamar de fechamento desde 22 de maio. Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira *4) REUTERS/Bruno Domingos O dólar opera em queda nesta terça-feira (11), com os investidores de olho na cena externa e avaliando a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o Banco Central indica cautela na análise de novos cortes de juros. Às 15h02, a moeda norte-americana caía 1,49%, a R$ 5,3830. Veja mais cotações. Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 0,94%, a R$ 5.4643 – maior patamar de fechamento desde 22 de maio (R$ 5,5842). Na parcial do mês, o dólar acumula avanço de 4,74%. No ano, tem alta de 36,27%. Quase cem mil crianças foram infectadas pela Covid-19, em duas semanas de julho, nos EUA Cenário externo e local No exterior, os mercados continuavam guiados por expectativas de que estímulos nos Estados Unidos possam impulsionar a economia, apesar da piora das relações EUA-China e das incertezas sobre a pandemia de coronavírus e as eleições presidenciais norte-americanas de 2020. No Brasil, além do fator internacional, também tem peso a questão fiscal. Os riscos fiscais apontados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central continuam no radar, no momento em que as discussões em torno do Orçamento de 2021 se aproximam. Nesta terça, o Copom divulgou a ata da última reunião na qual vê recuperação parcial da economia e indica cautela na análise de novos cortes de juros. Segundo o documento, "dados recentes sugerem uma recuperação parcial da atividade econômica brasileira, e acrescentou que a imprevisibilidade e os riscos associados à evolução da pandemia do novo coronavírus podem implicar um cenário doméstico caracterizado por uma "retomada ainda mais gradual (lenta) da economia". O mercado brasileiro melhorou a projeção para o tombo do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020, para uma retração 5,62%, ante estimativa anterior de queda de 5,66%, segundo pesquisa Focus divulgada na véspera pelo do Banco Central. Após a queda para a mínima histórica de 2% ao ano na semana passada, os analistas das instituições financeiras seguem prevendo manutenção da taxa básica de juros da economia, a Selic, neste patamar até o fim deste ano. A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 continuou em R$ 5,20. Para o fechamento de 2021, ficou estável em R$ 5 por dólar. Por que o dólar continua acima de R$ 5 mesmo quando se enfraquece no mundo? Variação do dólar em 2020 Economia G1
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