Ministério da Economia se diz favorável ao fim da meia-entrada
Manifestação foi feita como contribuição a consulta pública feita pela Ancine sobre o assunto. O Ministério da Economia se posicionou pela extinção das regras que determinam a meia-entrada em cinemas do país. A manifestação, da Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade do ministério, é uma resposta a uma consulta pública da Agência Nacional do Cinema (Ancine) sobre o assunto.
Segundo análise da Ancine, 80% dos ingressos comercializados em 2019 tiveram algum tipo de meia-entrada, e o contingente de pessoas que possui algum benefício para acesso ao cinema é superior à metade da população brasileira. A estimativa é que 96,6 milhões de pessoas sejam atingidas pela lei federal da meia-entrada.
A lei da meia-entrada foi sancionada em dezembro de 2013, e regulamentada em 2015. O benefício prevê a reserva para idosos, estudantes, jovens de baixa renda e deficientes de pelo menos 40% dos ingressos de meia-entrada em espetáculos artísticos, culturais e esportivos. Estados e municípios também possuem legislações em vigor sobre o assunto.
De acordo com a Ancine, essa política não atende a parcela da população que não se enquadra nas hipóteses de direito a meia-entrada e que não possui condições econômicas de frequentar salas de cinema, uma vez que os critérios de acesso à meia-entrada não são majoritariamente baseados na renda.
"Indicadores sociais também apontam que membros de famílias com menor renda, em média, frequentam a escola por menos tempo que pessoas de famílias com maior renda, ficando, assim, desassistidos da política de desconto legal", aponta a agência.
Segundo o parecer do ministério, a meia-entrada apenas distorce os preços, e faz aumentar os custos para o consumidor. “Como consequência, os grupos que dela fazem uso (da meia entrada) são iludidos, pois praticamente não usufruem de benefício algum", diz o texto.
Lei que garante meia entrada a estudantes muitas vezes é desrespeitada
Entre os benefícios apontados com a extinção da meia-entrada, o ministério aponta:
o aumento da liberdade de ação do exibidor quanto aos preços
redução de custos da parcela da população que paga o ingresso inteiro
'sob determinadas condições' a ação provada pode atingir em algum grau o objetivo da política pública – isto é, permitir o acesso da população de menor renda
O Ministério aponta, no entanto, que a população que necessita da política para acessar cinemas ficaria desassistida.
"O controle de preços representado pela meia-entrada é um mecanismo que, além de não atingir seu objetivo, interfere diretamente na liberdade de iniciativa dos exibidores cinematográficos, representando um claro ônus à atividade do exibidor num momento em que a mudança tecnológica do setor abre uma oportunidade única de expansão das alternativas de programação das salas de cinema", diz o relatório do ministério.
"Esta Secretaria defende, em suma, a extinção das regras sobre meia-entrada", conclui o texto.
A consulta pública ficou aberta até 13 de julho. Segundo a Ancine, o objetivo é discutir alternativas e apresentar proposta voltada ao aperfeiçoamento e correção de eventuais falhas nessa política pública, exclusivamente para o mercado de salas de cinema.
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OMC vê retração do comércio mais próxima de cenário otimista, diz Azevêdo
Ainda assim, queda deve ficar próxima aos 13%. No cenário pessimista, estimativa é de queda de 32% no comércio global. O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, afirmou nesta terça-feira que a entidade vê hoje uma retração do comércio em 2020 mais próxima de seu cenário otimista, com queda de 13%, que havia sido traçado em abril.
OMC projeta tombo de 18,5% no comércio mundial no 2º trimestre, mas vê cenário menos pessimista para o ano
Diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, anuncia que deixará cargo em 31 de agosto
No cenário pessimista, a OMC havia previsto uma queda de cerca de 32%. De qualquer forma, Azevêdo pontuou que as medidas para conter o coronavírus provocaram choques dramáticos tanto de oferta quanto de demanda, o que vai impor ao comércio um "grande baque" neste ano.
Em evento online promovido pela ICC Brasil e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Azevêdo, que está de saída do cargo, afirmou que neste momento há certa preocupação da OMC com os mais recentes discursos em favor de busca de autossuficiência como resposta às vulnerabilidades expostas pela pandemia.
Diretor-geral da OMC, brasileiro Roberto Azevedo, anuncia que vai deixar o cargo em agosto
Ele argumentou que a concentração da produção num país o expõe "a todos os tipos de choques" e defendeu que a melhor solução seria pulverização e diversificação de fontes de suprimento.
Segundo Azevêdo, seguramente haverá uma reconfiguração das cadeias globais de valor, já que a pandemia expôs riscos da concentração da produção.
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Cade aprova compra de marcas de margarina e maionese da Bunge pela JBS
Pelo acordo, serão adquiridas fábricas e diversos rótulos, entre eles Delícia, Primor e Gradina. Margarina Delícia: marca foi comprada pela Seara, do grupo JBS Reprodução/Bunge A Seara, do grupo JBS, recebeu aval do órgão brasileiro de defesa da concorrência para sua aquisição do negócio local de maionese e margarinas da norte-americana Bunge. A operação, anunciada pelas empresas em dezembro de 2019, foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), segundo publicação no Diário Oficial da União desta terça-feira (4). A JBS disse no final do ano passado que a transação, no valor de R$ 700 milhões, envolveria três unidades fabris em São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, além de um portfólio de marcas dos produtos. O negócio chegou a ser alvo de questionamentos da BRF, que apontou preocupações concorrenciais ao Cade e foi aceita como terceira interessada no processo que avaliava a aquisição. O órgão estatal, no entanto, entendeu que a operação não levará a um arrefecimento da concorrência no mercado de margarinas, ao apontar que "a Seara seguirá enfrentando a concorrência da BRF- líder com mais de 50% de mercado- e ainda pressão de competidores regionalmente relevantes". A transação envolve a aquisição pela Seara das marcas de margarina Cremosy-Soya, Cukin, Delícia, Primor, Suprema, Predileta, Ricca e Gradina, além das maioneses Soya e Salada, informações do parecer do Cade.
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Bolsas da Europa fecham sem direção única, próximas da estabilidade
O índice Stoxx 600 Europe encerrou o dia em ligeira desvalorização de 0,07%, a 363,39 pontos, e, em Londres, o FTSE 100 avançou 0,05%, a 6.036,00 pontos. Os investidores adotaram uma pausa nesta terça-feira (4), após os ganhos fortes da sessão da véspera, e os principais índices das bolsas europeias encerraram o dia próximos da estabilidade.
O índice Stoxx 600 Europe encerrou o dia em ligeira desvalorização de 0,07%, a 363,39 pontos. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,05%, a 6.036,00 pontos, enquanto, em Frankfurt, o DAX 30 recuou 0,36%, a 12.600,87 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve alta de 0,28%, a 4.889,52 pontos. Em Milão e Madrid, as referências subiram 1,21% e 0,67%, respectivamente.
"O forte desempenho da segunda-feira não foi replicado no início do pregão de hoje, com as ações europeias lutando para dar sequência ao rali impulsionado pelos relatórios do PMI", afirmou o analista sênior de mercados da Oanda na Europa, Craig Erlam.
"A aceleração no número de casos de covid-19 da semana passada pode ter abalado a confiança dos investidores. É claro que, na Europa, também não temos o poder das ações de tecnologia dos Estados Unidos, e é por isso que continuamos a ver distorções entre os índices dos dois lados do oceano", completou.
O recente rali do euro, que apresentou valorização significativa sobre o dólar nas últimas semanas, não foi sustentado pela rotação dos investidores para ações europeias, mas isso pode mudar, segundo o ING. "Se essa mudança acontecer, para o euro/dólar poderá ser uma história de US$ 1,25, afinal", afirma Chris Turner, analista do ING. Segundo ele, os investidores permanecem "fortemente expostos" às ações dos EUA, especialmente de tecnologia, e estão cogitando uma mudança para a Europa, diz.
Trump em queda e a recuperação da Europa pós-pandemia
Lucros das empresas
Segundo dados da Refinitiv, os lucros das empresas do Stoxx 600 no segundo trimestre deverão diminuir 67,5% em relação ao segundo trimestre de 2019. Excluindo o setor de energia, os lucros deverão diminuir 58,3%.
A Refinitiv aponta que 198 empresas do índice pan-europeu registraram ganhos até o momento e, destas, 61,1% relataram resultados que superaram as estimativas dos analistas. Em um trimestre típico, 50% superam as estimativas de lucro por ação dos analistas.
Destaques do dia
No noticiário corporativo desta terça, as ações da fabricante de bebidas Diageo, proprietária do uísque Johnnie Walker e da vodka Smirnoff, recuaram 5,55% depois de a companhia ter relatado que o lucro operacional caiu, devido à pandemia do novo coronavírus. As vendas na América do Norte, no entanto, foram fortes, uma vez que os consumidores transferiram a compra de álcool de bares para supermercados, mas o crescimento não compensou os déficits em outros mercados.
Já as ações da Bayer caíram 2,43% depois que a empresa de produtos químicos e farmacêuticos informou que sofreu um prejuízo líquido de 9,55 bilhões de euros (11,23 bilhões de dólares) no segundo trimestre.
As ações da IWG, concorrente da WeWork, caíram 1,33% depois que a empresa de espaço de trabalho flexível disse que sofreu uma perda no primeiro semestre e reduziu seus dividendos.
As ações da petroleira BP subiram 6,48%, com os investidores passando por cima da perda da empresa de US$ 16,8 bilhões no segundo trimestre e da decisão de cortar seu dividendo pela metade. A BP esboçou um novo plano para reduzir a exploração de petróleo e gás em 40% ao longo de uma década, aumentando os gastos em atividades de baixo carbono.
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Onça do ouro supera pela primeira vez os US$ 2.000
Preço vem subindo desde o início do ano, graças ao seu status de porto seguro em um mercado dominado pela incerteza devido à pandemia de coronavírus. A onça do ouro atingiu um novo recorde nesta terça-feira, superando pela primeira vez os US$ 2.000 por volta das 16h15 GMT (13h15 de Brasília), antes de recuar um pouco.
O preço do ouro não parou de subir desde o início do ano, com um aumento de mais de 30%, graças ao seu status de porto seguro em um mercado dominado pela incerteza devido à pandemia de coronavírus, destaca a France Presse.
A alta vem depois que, nos Estados Unidos, os democratas e a Casa Branca mostraram estar mais próximos de um acordo em torno de novos estímulos para auxiliar a economia atingida pelo coronavírus, enquanto de Wall Street subia à medida que os investidores aguardavam mais ajuda de Washington.
Os preços do petróleo também avançavam com a perspectiva de um novo pacote, mas os rendimentos dos Treasuries caíram para o menor nível desde março em razão da demanda por ativos seguros e preocupações com o custo final de um projeto de estímulo.
O ouro avançou para o nível psicologicamente importante de US$ 2.000 a onça depois que o principal democrata do Senado dos EUA disse que uma nova rodada de alívio ao coronavírus está se movendo na direção certa, embora os dois lados permaneçam distantes.
O mercado de títulos, que está em desacordo com os mercados acionários devido aos estímulos e seu papel na economia, é cético quanto às perspectivas de uma recuperação do crescimento econômico no terceiro trimestre.
"Há uma preocupação sobre quanto o pacote de estímulo ajudará a economia e o seu custo ao longo do tempo", disse à Reuters Kevin Giddis, estrategista-chefe de renda fixa da Raymond James.
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Pressão para ampliar gasto gera desconforto na equipe de Guedes e temor de perda da credibilidade
A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, está desconfortável diante do aumento da pressão por gastos – que vem tanto de dentro do governo, como do Congresso Nacional – e já teme uma perda de credibilidade da política econômica, caso o presidente Jair Bolsonaro ceda a esses movimentos.
Em episódios recentes, diante do ritmo fraco da economia, a ala política do governo e integrantes da base de apoio de Bolsonaro no Congresso aumentaram as pressões para elevar investimentos públicos no próximo ano e prorrogar o auxílio emergencial até dezembro.
Segundo assessores de Guedes, as duas propostas são justas e defensáveis, mas precisariam vir acompanhadas de contrapartidas como a identificação de fontes de receitas, os cortes de despesas para financiá-las e o respeito ao teto de gastos.
O risco, na avaliação da equipe do Ministério da Economia, é que as duas medidas sejam adotadas com um simples aumento do endividamento público.
Ou seja, que a direção adotada como algo extraordinário e excepcional em 2020, para combater o novo coronavírus, seja mantida em 2021.
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Se isso ocorrer, o Ministério da Economia avalia que haverá perda de credibilidade da política econômica, afetando, aí sim, a retomada do crescimento econômico do país. Nas palavras de um assessor de Paulo Guedes, o momento é delicado e decisivo para o governo em termos de futuro da economia brasileira.
Em relação ao auxílio emergencial, por exemplo, a proposta da equipe do Ministério da Economia é criar o Renda Brasil para substituir, de uma vez, o auxílio emergencial e o Bolsa Família. O projeto teria fontes permanentes de recursos, sem recorrer nem mesmo a um endividamento temporário.
No caso dos investimentos públicos em infraestrutura, a avaliação é que esse caminho já foi adotado no passado e não surtiu o efeito esperado. Só faz sentido, segundo técnicos da Economia, caso o Congresso aceite aprovar cortes em outras despesas, abrindo espaço no Orçamento da União para ampliar os investimentos públicos novamente.
"Estão, de novo, trabalhando pelo caminho mais fácil politicamente. Aprovar mais gastos, sem corte de despesas, de olho nos efeitos políticos de curto prazo. Só que, com o tamanho da crise fiscal e a retração econômica, os efeitos negativos virão praticamente ao mesmo tempo", alerta reservadamente um assessor de Paulo Guedes.
‘Temos que cobrar do governo e parlamentos a melhor qualidade do gasto público’, diz Maia
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Pandemia fez crescer em quase 32% reclamações contra banda larga fixa, informa Anatel
Segundo agência, alta no 1º semestre está relacionada às medidas de isolamento social que aumentaram o uso de internet residencial. Em relação ao 2º semestre de 2019 alta foi de 39,8%. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) registrou um aumento de 31,8% no número de reclamações em relação ao serviço de banda larga fixa no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. Na comparação com o segundo semestre de 2019, as reclamações aumentaram 39,8%.
Segundo a agência, o aumento deve-se, principalmente, ao aumento da demanda por internet fixa em razão das medidas de isolamento social durante a pandemia da Covid-19.
“Em geral, na banda larga fixa, cresceram as reclamações quanto à qualidade, o que pôde ser percebido a partir de março, quando as medidas de isolamento social em decorrência da pandemia da Covid-19 entraram em vigor e o uso da internet nas residências teve aumento considerável”, informou a agência.
O serviço foi o segundo mais reclamado, com 393.893 registros. O mais reclamado foi o de telefonia celular pós-paga, com 497.174 registros pela Anatel.
No primeiro semestre a Anatel registou 1,52 milhão de reclamações relacionadas aos serviços de telecomunicações, uma queda de 2% em relação ao primeiro semestre do ano passado e um aumento de 6,6% em relação ao segundo semestre de 2019.
Outros serviços
Além da banda larga, houve aumento nas reclamações de consumidores de telefonia celular pré-paga, com alta de 21,6% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Na comparação com o mesmo período, as reclamações contra o serviço de telefonia fixa caíram 26,8%, de TV por assinatura caíram 21,3% e de telefonia celular pós-paga caríam 6,7%.
Anatel diz que reclamações sobre a qualidade da internet aumentaram 120% em Campinas
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A pedido do governo, Câmara deixa MP do saque do FGTS caducar
Medida provisória autoriza saque de R$ 1.045 do FGTS durante a pandemia. Decisão do governo se deve a impacto financeiro de mudanças feitas pelo Congresso no texto original da MP. A pedido do governo federal, a Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (4) deixar que a medida provisória que autoriza o saque de R$ 1.045 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) durante a pandemia perca a validade.
Para garantir que todos os trabalhadores consigam fazer os saques, ficou decidido que o Congresso irá votar um projeto recuperando as regras.
Segundo o relator da MP, deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), enquanto o novo projeto não aprovado por Câmara e Senado e sancionado, quem tem direito ao saque pelo calendário vigente terá de aguardar.
O Ministério da Economia afirmou ao G1 que caberá ao Congresso definir os efeitos do fim da validade da MP, mas não disse se pretende alterar o calendário de pagamentos. O cronograma em vigor prevê saques até o fim de dezembro, com base na data de nascimento do trabalhador.
O motivo alegado pelo governo para deixar a MP caducar foi o impacto econômico das mudanças aprovadas pelo Congresso em relação ao texto original, que poderia chegar a R$ 120 bilhões.
Caixa libera nova linha de crédito para quem quiser antecipar o saque-aniversário do FGTS
Segundo o Executivo, a ampliação das possibilidades de saque iria desidratar o fundo, que financia programas de moradia popular no país.
O líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), então, apresentou um requerimento de retirada de pauta da MP, que acabou aprovado por 294 votos a favor e 148 contrários. Houve uma abstenção.
"É um impacto muito grande e que o governo federal não pode correr esse risco neste momento e muito menos as pessoas mais carentes, que poderiam ter acesso ao financiamento da habitação prejudicado", afirmou.
A medida provisória já tinha sido aprovada pelos deputados na semana passada, quando ficaram até de madrugada para concluir a sua votação. Ao passar pelo Senado, sofreu nova mudança e, por isso, voltou à Câmara.
Na primeira votação, os deputados tinham ampliado as situações em que poderia ser feito o saque do FGTS, incluindo, por exemplo, saques adicionais para os trabalhadores com redução de jornada ou de salário.
Ao passar pelo Senado, foi aprovada mais uma emenda, que permitia que o trabalhador optante do saque-aniversário pudesse sacar o saldo em caso de ser demitido ou pedir demissão. Hoje, ele não tem esse direito.
Nesta terça, Vitor Hugo explicou que, após a aprovação nas duas casas legislativas, o governo refez as contas e se deu conta do impacto que essas mudanças teriam no fundo.
"O governo tem intenção de retirar de pauta essa MP em vista não só do impacto do texto da Câmara, que pode chegar a R$ 29 bilhões, como também o texto aprovado do Senado, cujo impacto, com contas diferentes a depender da fonte, pode chegar, segundo o Ministério de Desenvolvimento Regional, a mais de R$ 120 bilhões e, em uma conta mais conservadora, poderia reduzir para algo próximo de R$ 60 ou 70 bilhões", disse Vitor Hugo.
Projeto substituto
Para contornar a situação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que irá pautar na semana que vem um projeto de lei com os pontos que haviam sido propostos pela Câmara e pelo Senado como inclusões na medida provisória.
Regimentalmente, deveria ser votado um projeto de decreto legislativo para regulamentar os atos ocorridos durante a vigência da MP. Porém, pelo acordo, decidiu-se por um projeto de lei para poder incluir outros pontos.
Por se tratar de um projeto de lei, a tramitação é diferente e não há prazo limite para a aprovação, como na MP. No entanto, o acordo é para que a votação seja em caráter de urgência.
Diante desse acordo, a retirada de pauta acabou recebendo o apoio de quase todos os partidos, incluindo os do chamado Centrão, que integram a base aliada do Executivo. A exceção veio das legendas de esquerda (PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede) e do Novo, que votaram contra a retirada.
Relator da MP, o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) demonstrou contrariedade com a articulação do governo e ponderou que o Executivo havia participado o tempo todo das discussões do parecer.
O líder do Novo, Paulo Ganime (RJ), classificou a retirada de pauta de desrespeito com o Congresso, que havia aprovado a MP na semana passada. "Se eram contra, por que não foram contra na semana passada? É um desrespeito com os trabalhadores, com essa casa [Câmara], com o Senado", afirmou.
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País ‘perdeu’ 27% de crescimento desde 2014, estima MB Associados
Cálculos comparam expansão real com hipótese baseada na média verificada entre 1997 a 2013. PIB do país poderia seria R$ 1,8 trilhão maior. Produto Interno Bruto (PIB) R$ 1,8 trilhão maior agora Marília Marques/G1 Se, nos últimos sete anos, a economia brasileira tivesse continuado a crescer no ritmo anterior a 2014, o país teria um Produto Interno Bruto (PIB) R$ 1,8 trilhão maior agora, ou 27% acima do nível atual. Os cálculos são da MB Associados, que comparou a expansão real do PIB acumulada de 2014 a 2020 com a trajetória que teria sido observada se o país tivesse crescido na mesma velocidade média anual registrada entre 1997 a 2013. Em sete anos, PIB per capita cai e brasileiro fica 11% mais pobre Mercado melhora novamente estimativa para o PIB em 2020 e projeta tombo de 5,66% O exercício hipotético mostra o que se perdeu em termos de crescimento econômico nos últimos anos, mas também o desafio da recuperação à frente, especialmente em setores importantes como investimentos e construção civil, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB. "Desde 2013, o Brasil tem sofrido solavancos de diversas formas que levaram a uma queda importante e histórica do PIB e do PIB per capita no período." A análise por componentes do PIB evidencia que mesmo o agronegócio, que tem dinâmica mais favorável que outros segmentos, poderia ter mostrado desempenho melhor no período sem os “desajustes” na economia, aponta Vale. Em suas estimativas, o PIB efetivo da agropecuária estaria 8% aquém do potencial, ou R$ 24,2 bilhões abaixo. E este é o resultado mais favorável entre os setores. Na ponta mais negativa, a indústria teria "perdido" 31% de crescimento desde 2014, ou R$ 411,8 bilhões de PIB. Dentro do PIB industrial, a construção "perdeu" 49%, o equivalente a R$ 181,5 bilhões a menos. Por fim, nos serviços, o crescimento registrado desde 2014 ficou 26% inferior ao ritmo verificado de 1997 a 2013. Se o setor tivesse continuado crescendo no ritmo anterior, seu PIB real estaria R$ 1 trilhão mais alto. Do lado da demanda, chama atenção o comportamento do investimento, que avançou 52% abaixo de seu PIB potencial de 2014 para cá, destaca o economista. "Se tivesse mantido o ritmo, a taxa de investimento estaria em 22% do PIB hoje, e não nos 14% em que se encontra", estimou. No consumo das famílias, a diferença é de 25%, e nas exportações, de 32,3%. Já as importações teriam crescido 52% a mais se tivessem seguido no padrão de 1997 a 2013. Todos os cálculos consideram como base o PIB de 2013 e aplicam o crescimento real desde então até o ano atual. "Não se deve considerar o período entre 1997 e 2013 especialmente forte em crescimento na média, o que coloca o resultado em situação ainda pior", destaca Vale. “No final, todos os setores têm sido impactados negativamente pelas crises recorrentes desde 2014”, resume o economista-chefe da MB. Analisando a série histórica do PIB brasileiro, é possível identificar três momentos diferentes, observa ele: o que vai até 1980, com forte crescimento; o da década de 80 até 2013, marcado por desaceleração significativa, e o iniciado em 2014. “O período atual é uma incógnita. Ele pode ser a continuidade de anos medíocres vistos nas décadas anteriores, ou um novo período de piora econômica mais profunda”, alerta Vale. “Mudar isso certamente depende da continuidade das reformas que têm sido feitas, mas também de uma estabilidade política que nos falta há alguns anos”, avaliou. Paulo Guedes entrega primeira parte da reforma tributária ao Congresso
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Economia teve queda de 11,2% no 2º trimestre, aponta prévia de Indicador de Atividade da FGV
Segundo a fundação, a forte retração registrada em abril foi determinante para o desempenho negativo no trimestre. O Indicador de Atividade Econômica (IAE), da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta retração recorde de 11,2% no 2º trimestre deste ano, em comparação ao 1º trimestre, segundo a primeira prévia, divulgada nesta terça-feira (4). Indicador de atividade econômica da FGV – junho/2020 Economia G1 Embora a atividade econômica tenha crescido em junho 0,7%, sendo o segundo crescimento consecutivo do indicador, a forte retração registrada em abril foi determinante para o desempenho negativo no trimestre, diz a FGV. Na comparação interanual, também foi registrado recorde de retração da atividade no segundo trimestre, com queda de 11,7%. Crise econômica obriga empresários a demitir funcionários e fechar as portas Em junho, o recuo da atividade foi de 9,4%, na mesma base de comparação, resultado melhor do que o observado em maio (queda de 12,7%). Com esses resultados, a taxa acumulada em 12 meses até junho chega a uma baixa de 2,2% e o acumulado no 1º semestre do ano a um tombo de 5,8%. O IAE-FGV é um indicador que tem como objetivo antecipar a tendência da economia brasileira com base na divulgação das principais pesquisas mensais de atividade divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), cujos números relativos a junho foram divulgados na manhã desta terça; Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), após a qual sairá a nova prévia; e Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que dará insumos para o dado final do IAE-FGV de junho e, portanto, do segundo trimestre.
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