Exportações de soja crescem 39% em julho; vendas de açúcar e carnes disparam
Porém, indústrias locais estão precisando importar o grão de países vizinhos para compensar a falta de soja em algumas regiões do país. Exportação de soja Divulgação/ Governo do Paraná As exportações de soja alcançaram 10,37 milhões de toneladas em julho, contra 7,44 milhões do mesmo período de 2019, um crescimento de 39% em um ano, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia nesta segunda-feira (3). Porém, após embarques recordes neste ano, uma oferta mais enxuta já tem resultado em um aumento de importações do grão para atender as indústrias locais. Desta forma, as importações de soja saltaram de 12,75 mil toneladas em julho de 2019 para 126,2 mil toneladas no mês passado. Balança comercial tem maior saldo mensal desde 1989 Na ponta negativa, as exportações brasileiras de milho recuaram para 4,14 milhões de toneladas em julho, ante 5,92 milhões de toneladas um ano antes, em meio a um cenário de menor oferta disponível para embarque. No café, a queda foi para 167,8 mil toneladas (2,796 milhões de sacas de 60 kg) em julho, ante 174 mil toneladas no mesmo período de 2019. Açúcar As exportações brasileiras de açúcar aumentaram 91,5% em julho em relação ao mesmo período do ano anterior, para 3,487 milhões de toneladas, e se aproximaram de um nível recorde de embarques mensais. Até o momento, o maior volume já embarcado pelo país foi de 3,5 milhões de toneladas, em setembro de 2017, de acordo com a Secex. As usinas de cana têm contado com o apoio do câmbio e ampla disponibilidade de oferta para exportar, além de terem fechado grande volume de negócios antecipadamente. Na última semana, esta conjuntura já indicava que o embarque do mês chegaria perto de um recorde. Com a moeda norte-americana negociada em torno de R$ 5,30, o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, afirmou nesta segunda-feira que a tendência é que o câmbio continue favorável às exportações brasileiras, sobretudo as do agronegócio. Ele também destacou, em coletiva de imprensa pela internet, que não há preocupação por parte do governo com aumento da representatividade da China como importador dos produtos brasileiros. O mercado chinês tem sido um dos principais destinos de exportação de açúcar do Brasil e lidera as aquisições de outras commodities como soja, carne bovina, suína e minério de ferro. Carnes Na área de proteína animal (in natura), o destaque vai para o segmento de suínos, cujos embarques da carne cresceram 46,7% em julho, para 90,2 mil toneladas, na esteira da demanda da China. O país segue com o rebanho afetado pela peste suína africana e mantém firmes as compras no mercado internacional. O volume exportado pelo Brasil ficou próximo do patamar mensal recorde, de 90,7 mil toneladas registrado em maio. A doença que dizimou mais da metade do rebanho de suínos chinês e ainda atinge outros países na Ásia também contribui para as exportações brasileiras de carne bovina. Em julho, as vendas externas da proteína bovina subiram 27% no comparativo anual, para 169,24 mil toneladas, informou a Secex. Na contramão, os embarques de carne de aves caíram 9,23%, para 337,48 mil toneladas. As apostas de alguns países árabes e asiáticos em produção própria de frango ajuda a limitar as exportações do setor. VÍDEO: Balança comercial brasileira tem em julho o maior superávit mensal em 31 anos Balança comercial brasileira tem em julho o maior superávit mensal em 31 anos
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Veja as vagas de emprego do Sine Macapá para 4 de agosto; inscrições são pela web
Há oportunidades para funções, como montador de móveis, almoxarife, empregada doméstica, mecânico, mestre de obras, entre outros. Montador de móveis está entre as vagas ofertadas através do Sine Macapá Youtube/Reprodução O Sistema Nacional de Emprego no Amapá (Sine-AP) oferta vagas de emprego em Macapá para esta terça-feira (4). O atendimento ao público está suspenso na sede do órgão e os candidatos interessados devem encaminhar e-mail com currículo anexado. As inscrições e cadastros devem ser feitos pela internet, no e-mail sinetrabalhador@sete.ap.gov.br. As vagas estão disponíveis apenas para o dia divulgado. O atendimento do Sine por e-mail já era feito para as empresas que ofertam as vagas e agora o órgão estendeu para os interessados em enviar currículos. A alternativa, que visa compensar o tempo em que o Sine ficou fechado, deve durar até o fim do decreto de isolamento. Veja as vagas disponíveis de acordo com as solicitações das empresas, para terça-feira: almoxarife ajudante geral conferente caseiro técnico em edificações empregada doméstica eletricista automotivo eletricista pedreiro ferreiro orçamentista mecânico florestal mestre de obra operador de transpalete promotor de vendas pintor representante comercial autônomo serralheiro técnico em refrigeração automotiva técnico instrutor pleno vidraceiro vendedor externo montador de móveis Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá
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Dólar opera em alta nesta terça-feira, de olho em tensões entre EUA e China
Na segunda-feira, moeda norte-americana fechou em alta de 1,92%, a R$ 5,3171. Notas de dólar Reuters/Dado Ruvic O dólar opera em alta nesta terça-feira (3), com os investidores de olho nas tensões entre EUA e China e aguardando a decisão do Banco Central do Brasil sobre eventual novo corte na taxa básica de juros do país na reunião do Copom de quarta-feira. Às 10h46, a moeda norte-americana subia 0,51%, vendida a R$ 5,3444. Veja mais cotações. Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 1,92%, a R$ 5,3171, após ter acumulado queda de 4,09% em julho. No ano, tem alta acumulada de 32,60%. Expectativa para anúncio do presidente do Banco do Brasil e da nova CPMF Cenário externo e local Na cena externa, as preocupações com uma escalada das tensões entre China e EUA voltavam ao radar, diante das medidas do presidente norte-americano, Donald Trump, para forçar a empresa chinesa TikTok a vender suas operações nos Estados Unidos e das reações de Pequim. O atrito entre as duas principais economias do mundo ficou em segundo plano no primeiro semestre de 2020, com a pandemia de Covid-19 minando o crescimento global, e uma escalada agora dificultaria a recuperação de alguns exportadores e importadores, aprofundando temores sobre uma crise econômica mais profunda, destaca a Reuters. Com a Microsoft buscando comprar as operações norte-americanas do TikTok, Trump disse na segunda-feira que o governo dos EUA deve obter uma "porção substancial" de qualquer preço. Nesta terça-feira, o jornal estatal China Daily disse que o país asiático não aceitará o "roubo" da empresa de tecnologia. No Brasil, os investidores apostam em um novo corte na taxa básica de juros nesta quarta-feira. Atualmente, a Selic está em 2,25% ao ano. A previsão dos analistas é de que a taxa recue para 2% nesta semana e que assim permaneça até o fim deste ano. Muitos analistas citam o ambiente de juros baixos como um dos principais fatores para a disparada do dólar em 2020, uma vez que reduz rendimentos locais atrelados à Selic, prejudicando o investimento estrangeiro e, consequentemente, o fluxo cambial. Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 segue em R$ 5,20, de acordo com a última pesquisa Focus do Banco Central. Variação do dólar em 2020 Economia G1
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Produção industrial cresce em junho pelo 2º mês seguido, mas não reverte perdas com pandemia
Em 2 meses, setor acumula expansão de 17,9%, mas ainda insuficiente para eliminar queda acumulada de 26,6% nos meses de março e abril. Produção de veículos saltou 70% em junho. IBGE divulga índice da produção industrial de junho com alta de 8,9% A produção industrial brasileira avançou 8,9% em junho, na comparação com maio, segundo divulgou nesta terça-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a segunda alta seguida da indústria, mas ainda insuficiente para eliminar a perda de 26,6% acumulada pelo setor nos meses de março e abril, quando o setor atingiu o nível mais baixo já registrado no país. O resultado mensal foi o mais elevado desde junho de 2018 (12,9%), quando o setor retomou a produção logo após a greve dos caminhoneiros, de acordo com o IBGE, reforçando a leitura de que o pior do impacto econômico da pandemia de coronavírus pode ter ficado para trás. Já em relação a junho de 2019, houve recuo de 9%, no oitavo resultado negativo seguido nessa base de comparação. “Embora tenha crescido numa magnitude importante, acumulando expansão de 17,9% nos meses de maio e junho, a produção industrial ainda está longe de eliminar a perda concentrada nos meses de março e de abril. O saldo negativo desses quatro meses é bastante relevante (-13,5%)”, destacou o gerente da pesquisa, André Macedo. Produção industrial mensal Economia G1 O resultado veio um pouco melhor do que o esperado. As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 7,7% na variação mensal e de queda de 10,2% na base anual. Mesmo com o desempenho positivo em junho, a indústria ainda está 27,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011 e acumula uma perda de 13,5% na pandemia. O resultado de maio foi revisado pelo IBGE para uma alta de 8,2%, ante leitura inicial de crescimento de 7%. Já o tombo recorde de abril foi revisado para uma queda ainda mais profunda, de 19,2%. Produção de veículos cresce 70% e puxa alta Dos 26 ramos industriais pesquisados pelo IBGE, 24 registraram avanço em junho. O destaque foi a produção de veículos, que avançou 70% ante maio, puxado, principalmente, por carros e caminhões, impulsionada pelo retorno à produção de unidades paralisadas por causa da pandemia. Com o salto, a categoria acumulou alta de 495,2% em dois meses consecutivos de crescimento, mas ainda se encontra 53,7% abaixo do patamar de fevereiro último. Também contribuíram para o resultado do mês os segmentos de bebidas (19,3%), de indústrias extrativas (5,5%), de produtos de borracha e de material plástico (17,3%), de outros equipamentos de transporte (141,9%), de produtos de minerais não-metálicos (16,6%), e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (24,4%). Por outro lado, as indústrias de alimentos e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis recuaram ambos 1,8% em junho. Destaques da produção industrial em junho Economia G1 Maior queda trimestral da série histórica Com o resultado de junho, o setor industrial tombou 19,4% no segundo trimestre e registrou a queda mais intensa desde o início da série histórica, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. No 1º trimestre, a queda tinha sido de 1,6%. Na comparação com os 3 primeiros meses do ano, a indústria teve queda de 17,5% no 2º trimestre. No primeiro trimestre, o recuo havia sido de 2,7% sobre os três meses anteriores. Já na média móvel trimestral, a indústria teve queda de 1,8% em junho frente ao nível de maio, mantendo a trajetória predominantemente descendente iniciada no final de 2019. No acumulado do primeiro semestre, caiu 10,9%, e em 12 meses, recuou 5,6%, queda mais elevada desde dezembro de 2016 (-6,4%). Resultado por grandes categorias Entre as 4 grandes categorias econômicas, também houve crescimento pelo segundo mês seguido, com destaque para bens de consumo duráveis. Veja abaixo: bens de consumo duráveis: 82,2% bens de capital: 13,1% bens de consumo semi e não-duráveis: 6,4% bens intermediários: 4,9% No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior, as quatro grandes categorias econômicas acumulam perdas. Os resultados do primeiro semestre mostraram menor ritmo para bens de consumo duráveis (-36,8%) e bens de capital (-21,2%), pressionadas pela redução na fabricação de automóveis (-51,4%) e eletrodomésticos (-13,5%), na primeira; e de bens de capital para equipamentos de transporte (-36,2%) e para fins industriais (-16,3%), na segunda. Já os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-10,3%) e de bens intermediários (-6,6%) também assinalaram taxas negativas no acumulado no ano, mas ambos com quedas menos acentuadas do que a observada na média nacional (-10,9%). Pandemia e perspectivas Depois do forte tombo em março e abril, em meio às medidas de isolamento social, a economia tem mostrado sinais de recuperação, mas a incerteza permanece elevada diante do número ainda elevado de casos de coronavírus e elevado desemprego. A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de retração de 5,66% para a economia brasileira este ano. Essa foi a quinta semana seguida de melhora do indicador. Já a projeção para o tombo da produção industrial em 2020 foi piorada para uma queda de 7,92%. A confiança da indústria brasileira voltou a subir em julho, segundo o indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), mas ainda segue longe do patamar pré-pandemia. A alta, de 12,2 pontos, foi a segunda maior variação positiva da série histórica do indicador, que atingiu 89,8 pontos – ainda abaixo do pico, de 101,4 pontos. Incerteza provocada pelo coronavírus deve travar investimentos no país Confiança dos empresários da indústria melhora em julho
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WhatsApp ganha recurso de pesquisa para que usuários possam checar mensagens encaminhadas
Ferramenta já está disponível para os usuários do Brasil e mais 6 países que usam a versão mais recente do app. Novo recurso do WhatsApp permite checar se informação encaminhada é verdadeira WhatsApp/Divulgação O WhatsApp anunciou nesta segunda-feira (3) que começou a testar um novo recurso para que os usuários possam verificar na internet o conteúdo das mensagens encaminhadas. Ao receber uma mensagem ou link encaminhado, uma lupa irá aparecer ao lado. Ao clicar no botão, o aplicativo abre uma janela de busca do Google sobre o tema (veja a imagem acima). A ideia é que os usuários possam checar se a informação é verdadeira ou falsa. O recurso de pesquisa já está disponível para os usuários do Brasil e mais 6 países (Espanha, Estados Unidos, Irlanda, Itália, México e Reino Unido) que usam a versão mais recente do WhatsApp para Android e iOS, e do WhatsApp Web/Computador. “Ao fornecer uma maneira simples de pesquisar na internet sobre o conteúdo desse tipo de mensagem, podemos ajudar nossos usuários a encontrar notícias ou outras fontes de informação sobre o conteúdo recebido”, disse a empresa em seu blog oficial. VÍDEO: Como usar figurinhas animadas no WhatsApp Como usar figurinhas animadas no WhatsApp
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Bovespa opera em queda nesta terça-feira
Na segunda-feira, bolsa teve queda de 0,08% e fechou a102.830 pontos. O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em queda nesta terça-feira (4), diante de um dia negativo nos mercados externos e da queda dos preços do petróleo, com a temporada de balanços no país destacando a queda de 40% no lucro do Itaú Unibanco no segundo trimestre. Às 10h44, o Ibovespa tinha queda de 0,71%, a 102.104 pontos. Veja mais cotações. As ações do Itau eram destaque de baixa, recuando mais de 3% após o banco registrar queda de quase 50% no lucro no segundo trimestre. Na segunda-feira, a bolsa fechou em queda de 0,08%, a 102.830 pontos. A queda anual do índice ainda é de 11,08%. e Cenário Nos Estados Unidos, o dia é negativo em meio ao aumento da tensão nas relações entre Washington e Pequim, com as negociações envolvendo uma eventual venda das operações nos EUA do aplicativo TikTok o fator mais recente de atrito. O mercado segue prevendo nova queda da taxa básica de juros da economia brasileira na próxima quarta-feira (5). Atualmente, a Selic está em 2,25% ao ano. A previsão dos analistas é de que a taxa recue para 2% nesta semana e que assim permaneça até o fim deste ano. Já para o dólar, a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 continuou em R$ 5,20. Também por aqui, os mercados avaliam os dados da produção industrial de junho, divulgados mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (UBGE). Os números mostraram expansão de 8,9%, a segunda alta mensal seguida – ainda insuficiente para reverter a perda de 26,6% dos meses de março e abril. Variação do Ibovespa em 2020 G1 Economia
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Autoridades da Argentina monitoram ao menos 6 nuvens de gafanhotos
Nuvem mais próxima ao Brasil foi praticamente eliminada e oferece poucos riscos às lavouras. Outras 5 nuvens se encontram no norte argentino e não devem chegar em território brasileiro nesta semana. Autoridades localizam nova nuvem de gafanhotos na Argentina
Técnicos do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina monitoram pelo menos 6 nuvens de gafanhotos espalhadas pelo país.
Segundo Hector Medina, responsável do Senasa pelo monitoramento dos insetos, das 6 nuvens, 1 já está controlada – que é a que está mais próxima do Brasil.
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A última nuvem a chegar em território argentino, assim como as outras, entrou pelo Paraguai neste fim de semana. A concentração está localizada no norte argentino, e os insetos continuam longe do Brasil, a uma distância de cerca de 900 km.
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Situação das nuvens
Das 6 nuvens, apenas uma – a primeira – está mais próxima do Brasil, a cerca de 90 km do Rio Grande do Sul, porém os argentinos já eliminaram mais de 80% dos insetos após a aplicação de agrotóxicos. Hoje, o potencial de estrago dela é baixo e o provável destino da nuvem é o Uruguai.
Nuvem de gafanhotos: saiba como argentinos estão exterminando essa ameaça às plantações
Agora, a que mais preocupa é uma de 20 km², que tem aproximadamente 800 milhões de gafanhotos, também localizada ao norte da Argentina.
Pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas fizeram projeções que indicam que essas outras 5 nuvens estão no norte da Argentina e não devem chegar ao Brasil nesta semana.
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Demanda por energia limpa impulsiona projetos no Brasil mesmo na pandemia
Geração eólica no Nordeste bateu recorde no último dia 2 de agosto. Nordeste tem recorde de geração eólica
O crescente interesse de empresas por abastecer suas operações com energia limpa deve ser o principal fator a guiar investimentos em geração no Brasil nos próximos anos, com a redução dos custos de construção de usinas eólicas e solares tornando esses negócios viáveis mesmo com a pandemia de coronavírus, disseram à Reuters diversos especialistas do setor.
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico, a geração eólica no Nordeste bateu recorde no último dia 2 de agosto: foram 8.780MW médios – energia suficiente para abastecer o equivalente a 99,7% da região. A energia eólica é hoje 9,1% da energia produzida no Brasil.
O mercado de "contratos verdes de energia" no maior país da América Latina tem atraído pesos pesados da indústria global de eletricidade, como a francesa Engie e a norte-americana AES, além de fundos como o britânico Actis e até petroleiras, como a Shell, sem contar desenvolvedores de projetos que incluem a local Casa dos Ventos.
A forte movimentação dessas e outras companhias pelos contratos fechados diretamente junto a consumidores vem em meio a baixas expectativas quanto aos leilões geralmente promovidos pelo governo no Brasil para viabilizar novas usinas de geração.
De outro lado, desde gigantes como as mineradoras Anglo American e Vale até empresas não consideradas eletrointensivas, como a Tivit, de tecnologia, estão entre as que têm aproveitado a onda para fechar compras de longo prazo de energia renovável.
"Temos visto uma aceleração forte dessas estruturações. É super tendência, está todo mundo olhando isso e buscando assinar esses contratos, tanto geradores quanto consumidores", disse à Reuters a diretora da consultoria Clean Energy Latin America, Camila Ramos.
Embora o Brasil caminhe para uma crise econômica devido aos impactos da pandemia, que obrigou diversas empresas a fecharem por meses devido a medidas de isolamento adotadas para conter o vírus, o apetite de investidores e empresas pelo mercado de contratos corporativos de energia parece seguir intenso.
Há uma expectativa, inclusive, de que o mercado ganhe um impulso por renovadas preocupações com sustentabilidade no mundo pós-coronavírus, depois que a União Europeia aprovou um plano de recuperação da crise que prevê incentivos às energias limpas.
"Esse mercado deu uma parada com a pandemia a princípio, todo mundo ficou preocupado. Mas já estamos vendo uma volta, estamos trabalhando com vários possíveis projetos e contratos", disse à Reuters o presidente da norte-americana AES para a América do Sul, Julian Nebreda.
"A pandemia também teve um efeito bastante grande sobre o conceito de sustentabilidade. As empresas estão hoje ainda mais preocupadas em ser sustentáveis do que antes", acrescentou.
A unidade de geração da AES no Brasil, AES Tietê, fechou acordos recentes para fornecer energia eólica por 15 anos à Anglo American e para erguer um parque eólico em joint venture com a empresa do setor químico Unipar Carbocloro, que comprará a produção da usina por 20 anos.
Também de olho nesse nicho, a geradora solar Atlas, da britânica Actis, fechou acordos recentes de 15 anos para fornecer energia à Anglo American e à Dow com usinas que implantará em Minas Gerais e na Bahia.
"A pandemia, obviamente, afetou o mundo todo. Mas tem sido surpreendente para nós ver que, nos mercados da América Latina, o primeiro em que começamos a ter um renovado interesse por contratos de energia foi no Brasil. Começamos a ver uma retomada de processos para contratar energia limpa, em busca de energia renovável", disse à Reuters o CEO da Atlas, Carlos Barreira.
As negociações são ajudadas pela queda de custo de usinas solares e eólicas e pelo cenário de preços no mercado de energia do Brasil, afetado pela menor demanda devido ao coronavírus.
Além disso, a maior parte das conversas é para contratos com fornecimento a partir de 2022 ou 2023, quando muitas empresas acreditam que terão superado o pior da crise da Covid-19.
"Só tivemos preços similares a esses, em termos reais, lá atrás em 2012 e depois da crise de 2016. É uma janela de oportunidade para o consumidor. Claro que o momento é de crise e incerteza, mas esses preços de longo prazo baixos podem ter um efeito positivo sobre a competitividade na indústria", disse o diretor da consultoria em preços Dcide, Henrique Leme.
Mercado em alta
A movimentação no mercado de "contratos verdes" contrasta com incertezas sobre os leilões do governo para novos projetos de energia, antes vistos como principal caminho para que um investidor conseguisse colocar uma nova usina em pé no Brasil.
Com impactos da crise do coronavírus sobre a demanda por energia, o Brasil decidiu em abril suspender por prazo indefinido todos leilões de 2020.
Com isso, investidores se viram ainda mais inclinados a buscar viabilizar empreendimentos no chamado mercado livre, onde grandes clientes como indústrias e empresas negociam diretamente com geradores e comercializadoras.
"O setor era muito pautado pelos leilões… como agora não tem o leilão, uma série de projetos que estão prontos tem como único caminho o mercado livre", disse o sócio da plataforma de inteligência de mercado ePowerBay, Andre Felber.
A francesa Engie, por exemplo, que já viabilizou uma eólica na Bahia só com contratos privados, incluindo com o grupo de telecom Claro, agora desenvolve uma terceira fase do parque eólico, para o qual já tem buscado novos contratos.
A petroleira Shell também mira clientes no mercado livre para tirar do papel seus primeiros projetos de geração solar no Brasil, que poderiam começar a operar em 2023. Entre brasileiras, a Casa dos Ventos tem construído usinas para atender clientes que vão desde a gigante Vale até empresas como a Tivit, de tecnologia, e o Grupo Moura, de baterias.
Também há movimentos de olho em consumidores ainda menores. A comercializadora de energia 2W avalia uma oferta pública de ações (IPO) para captar cerca de 1,5 bilhão de reais visando construir usinas eólicas e solares de olho na demanda de consumidores de pequeno e médio porte no mercado livre de energia.
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China acusa EUA de ‘intimidação’ pela venda do TikTok
Microsoft negocia aquisição do aplicativo de vídeo chinês. Trump ordenou venda do app até meados de setembro e ameaçou banimento. Logo do aplicativo TikTok Dado Ruvic/Reuters A China acusou o governo dos Estados Unidos, nesta terça-feira (4), de "intimidação pura e simples" depois que o presidente Donald Trump ordenou a venda até meados de setembro do popular aplicativo TikTok, que pertence à empresa chinesa ByteDance. O TikTok encerrará as atividades nos Estados Unidos em 15 de setembro "a menos que a Microsoft, ou alguém, possa comprá-lo e concluir um acordo", anunciou o presidente americano na segunda-feira (3) em referência ao aplicativo que tem quase um bilhão de usuários no mundo, principalmente adolescentes. Em um contexto de tensões políticas e comerciais com Pequim, Washington acusa a plataforma há vários meses de ser utilizada pelos serviços de Inteligência chineses para vigilância. TikTok proibido? O que está por trás do anúncio de Trump Ao ser questionado sobre o anúncio de Trump, o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, acusou o governo dos Estados Unidos de atacar de maneira frequente as empresas estrangeiras, abusando da noção de segurança nacional. "Isto vai contra os princípios da economia de mercado e os princípios de abertura, transparência e não discriminação da OMC", afirmou o porta-voz. "Trata-se de intimidação pura e simples. A China se opõe de maneira firme", completou. Sem mencionar medidas de represália, Wang considerou que Washington está abrindo "a caixa de Pandora". "Se todo mundo imitar os Estados Unidos, qualquer país poderá adotar medidas similares contra empresas americanas em nome da segurança nacional", advertiu. Trump anuncia que irá proibir TikTok nos EUA Proprietário chinês admite pressão Em uma carta envida nesta terça-feira aos funcionários da ByteDance, seu fundador Zhang Yiming sugeriu que a intenção do governo dos Estados Unidos era proibir o aplicativo, mais do que forçar a venda. Zhang afirma aos funcionários que devem estar preparados para "mais dificuldades no futuro" e destaca que o sentimento anti-China "cresceu de maneira significativa em muitos países". Embora a empresa negue que os dados dos usuários sejam repassados ao governo chinês, o fundador do ByteDance, reconheceu em outra carta interna, publicada na segunda-feira, que está sob pressão e destacou que o grupo trabalha "as 24 horas do dia para obter a melhor solução possível". "Sempre nos comprometemos a garantir a segurança dos dados do usuário, assim com a neutralidade e transparência da plataforma", afirmou Zhang aos funcionários em um comunicado interno, de acordo com a imprensa chinesa. Zhang Yiming, fundador e CEO da ByteDance, dona do TikTok Shannon Stapleton/Reuters A nota completa, no entanto, que o TikTok enfrenta "crescentes complexidades em todo panorama geopolítico e uma importante pressão externa" e que estuda transferir a sede central para outro grande mercado, fora dos Estados Unidos. De acordo com o jornal britânico The Sun, a ByteDance avalia transferir para o Reino Unido as operações globais do TikTok, hoje com sede em Los Angeles. Muito popular entre os jovens, o Tiktok permite aos usuários criar e compartilhar vídeos de até 60 segundos, a maioria divertidos, mas alguns sérios e inclusive artísticos. De acordo com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, empresas como TikTok podem estar obtendo informações dos cidadãos como seu "padrão de reconhecimento facial, residência, números de telefone, amigos e com quem entram em contato". Ao anunciar uma data-limite para a venda do aplicativo, Trump também apresentou uma nova condição surpresa, ao destacar que a operação representaria um pagamento significativo ao Tesouro dos Estados Unidos. A Microsoft não fez comentários na segunda-feira, mas em um comunicado divulgado no domingo afirmou que, em caso de concretização da compra, se comprometia a "proporcionar os lucros econômicos que correspondam aos Estados Unidos, incluindo o Tesouro".
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Dona do Google negocia US$ 5,7 bilhões em títulos para financiar combate à desigualdade social
Empresa planeja financiar empreendedores negros, pequenas e médias empresas impactadas pela crise do coronavírus, além da construção de moradias populares e causas ambientais. Acionistas sugerem dividir empresa mãe do Google, a Alphabet Arnd Wiegmann/Reuters A Alphabet, dona do Google, negociou US$ 5,75 bilhões em títulos corporativos para financiar o combate à desigualdade social e a ajuda em causas ambientais, de acordo com informações da Bloomberg. Com o fundo, a empresa planeja financiar empreendedores negros, pequenas e médias empresas impactadas pela crise do coronavírus, além da construção de moradias populares. Os empréstimos também podem ser usados para financiar projetos de energia limpa e edifícios verdes. No total, a Alphabet vendeu US$ 10 bilhões, com outras receitas para gerar fins corporativos. Na semana passada, a Alphabet registrou sua primeira queda trimestral de vendas em seus 16 anos como empresa pública. No entanto, seu preço das ações permaneceu praticamente inalterado, pois a perda nas vendas foi compensada por uma recuperação nos negócios de anúncios do Google. O CEO da empresa, Sundar Pichai, participou de um interrogatório no Congresso dos EUA juntamente com Mark Zuckerberg (Facebook), Jeff Bezos (Amazon) e Tim Cook (Apple). As gigantes da tecnologia são acusadas de praticas de monopólio e estão sendo investigadas. Guga Chacra: ‘Imagem das empresas de tecnologia está extremamente desgastada nos EUA’
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