Aeronave desenha mapa do Brasil em rota aérea no céu da região de Campinas
Avião levou cerca de duas horas para realizar percurso. Aeronave faz desenho do mapa do Brasil em céu de Campinas (SP) Reprodução/ Flight Radar Uma aeronave fez um desenho do mapa do Brasil, no início da tarde desta segunda-feira (27), saindo de Campinas (SP) e percorrendo cidades do entorno, passando pelas regiões de Piracicaba (SP) e Botucatu (SP). O avião, um modelo ATR da Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A., levou cerca de duas horas para realizar o percurso. O trajeto teve início às 12h18, no Aeroporto Internacional de Viracopos, e terminou por volta das 14h50, retornando ao aeroporto em Campinas. Desenhos desta natureza já são comuns em países do exterior. Em nota, a Azul afirmou que o ocorrido se trata de uma ação que será anunciada nesta terça-feira (28). Entenda algumas das expressões mais usadas na pandemia do covid-19 Infográfico mostra quais são os erros e acertos ao usar a máscara G1 Veja mais notícias da região no G1 Campinas
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Justiça alemã dá vitória a Google sobre ‘direito de ser esquecido’
Segundo decisão da mais alta corte alemã, direito à informação suplanta o dos indivíduos que queiram proteger dados pessoais. Justiça deve analisar cada caso sobre aplicabilidade do "direito de esquecer". Foto de arquivo de fevereiro de 2020 mostra o logotipo do Google em Bruxelas, na Bélgica Kenzo Tribouillard/AFP A decisão foi difícil e se estendeu por três instâncias, mas o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha (BGH) (equivalente ao Superior Tribunal de Justiça do Brasil) decidiu: o direito do público à informação se superpõe ao direito de indivíduos que desejem proteger seus dados pessoais na internet. O BGH julgou improcedente a ação judicial movida pelo ex-diretor de uma instituição de caridade do estado alemão de Hessen contra a gigante Google. Assim, o mecanismo de busca pode continuar exibindo em seus resultados os artigos publicados pela imprensa na época sobre um déficit financeiro da associação e o pedido de afastamento por doença do autor da ação. De acordo com o BGH, não existe na internet um "direito de ser esquecido" quando se trata de mecanismos de busca como o Google, e a Justiça terá que analisar cada caso individualmente para decidir se links de textos contendo críticas devem ser removidos da lista de resultados. O BGH apresentou um segundo caso sobre o "direito de ser esquecido" ao Tribunal de Justiça da União Europeia (EuGH), com sede em Luxemburgo. Na ação, é contestada a veracidade dos resultados mostrados pelo mecanismo de busca. A decisão dos juízes era aguardada com grande interesse por ser a primeira sentença da suprema corte da Alemanha desde a entrada em vigor, em 2018, do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), aplicado em toda a União Europeia. Ele concede aos cidadãos amplos direitos sobre as empresas de dados. O Artigo 17 é crucial, explica Christian Solmecke, especialista em direito da internet baseado em Colônia, no oeste do país: "Qualquer pessoa pode pedir ao responsável pelo processamento de dados que as informações pessoais sejam deletadas imediatamente." O caminho para esse direito fundamental de ser esquecido foi pavimentado por uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, em 2014. O ponto de partida foi um caso típico: um espanhol havia processado a Google, pois, quando digitava seu nome no mecanismo de busca, era levado a um artigo do jornal La Vanguardia que informava sobre um leilão compulsório de um apartamento, em que seu nome é citado como proprietário do imóvel. Google estende trabalho remoto até julho de 2021 como opcional Google conecta mais ferramentas de trabalho ao Gmail Entretanto uma década se passara, e há muito o homem estava livre de dívidas. Por causa dos resultados da busca no Google, ele temia ter desvantagens econômicas, e entrou na Justiça. Os juízes do Tribunal de Justiça da União Europeia lhe deram razão e, desde então, os cidadãos podem exigir que mecanismos de busca excluam informações pessoais sensíveis. Os cidadãos da União Europeia exercem ativamente esse direito, como mostra o Relatório de Transparência da Google. Desde 2014, quase 1 milhão pediram à gigante da internet para excluir 4 milhões de links de suas listas de resultados. Em quase a metade dos casos, os operadores dos sistemas de busca cumpriram as exigências. A solicitação mais comum era remover os links direcionados para o Facebook. Cerca de um em cada seis endereços foi excluído por reclamações vindas da Alemanha. Um professor, por exemplo, foi bem-sucedido com seu pedido: o link para um artigo relatando sua condenação por um crime há mais de uma década não aparece mais nos resultados quando se busca por seu nome. Uma vítima de estupro também conseguiu a remoção do link de um artigo de um jornal sobre o crime sofrido. Por outro lado, um padre não conseguiu excluir das buscas duas notícias tratando de acusações de abuso sexual contra ele. A justificativa é que o Google classifica as informações como relevantes para a vida pública do padre. Além disso, a Igreja ainda não havia concluído a investigação do caso. "Data de validade digital" "Esquecer é uma característica, não um erro", afirmou Viktor Mayer-Schönberger em entrevista à DW. O pesquisador do Instituto da Internet, da Universidade de Oxford, é um dos pioneiros do "direito de ser esquecido". Em seu livro "Delete. A virtude do esquecimento na era digital" (em tradução livre), Mayer-Schönberger já havia descrito em 2010 os perigos associados ao armazenamento ilimitado de dados e o fato de que eles podem ser encontrados pelos mecanismos de busca, pois, com um clique de mouse, eventos podem ser trazidos ao presente que uma sociedade analógica teria esquecido ou nunca teria encontrado. Mas a internet documenta tudo de forma indiscriminada e sem fornecer contexto. O esquecimento pode ser tão importante, por exemplo, para um recomeço frutífero. Os diplomatas que negociaram a Paz de Vestfália na cidade de Münster, selando assim o fim da Guerra dos Trinta Anos, sabiam disso há mais de três séculos e meio. A Paz de Vestfália estipula nada menos que "um perpétuo esquecimento, anistia ou perdão de tudo o que foi cometido desde o início do conflito". Na medicina, há uma analogia para a incapacidade da internet de administrar memórias de forma mais significativa: a "síndrome hipertimésica" é usada para descrever o sofrimento de pessoas que não conseguem esquecer nada, nem mesmo os mínimos detalhes e estão permanentemente sobrecarregadas por suas memórias. Assim, elas precisam reviver constantemente o passado e não conseguem controlar suas memórias. Essa doença acomete raramente os humanos. No entanto, devido à internet e aos mecanismos de busca, sociedades inteiras estão agora sofrendo com isso: o relevante não pode mais ser distinguido do sem importância, do desatualizado e do ultrapassado. O especialista em internet Mayer-Schönberger está satisfeito com a atenção que o julgamento no Tribunal Constitucional Federal da Alemanha deu à importância do esquecimento nos tempos digitais: as soluções legais são apenas uma solução provisória, porque "somente aqueles que podem pagar podem exigir e fazer valer esse direito". O advogado Solmecke concorda, acrescentando que quem quiser que o Google apague um link da lista de resultados da busca deve ter muita paciência. "Não é raro o Google não reagir a um pedido de exclusão ou se opor completamente a ele", afirma o especialista em direito na internet. Portanto, Viktor Mayer-Schönberger defende uma "prática de esquecimento" promovida por processos e ferramentas técnicas – ou seja, uma "data de validade digital". Ele usa como exemplo o aplicativo de mensagens Snapchat, que elimina automaticamente o conteúdo compartilhado após um curto período de tempo. E é, portanto, um exemplo de uma forma de comunicação transitória e que também "esquece". Na era da big data e do aprendizado de máquinas, a pesquisa moderna está caminhando também nessa direção. "Os melhores algoritmos para o aprendizado de máquinas são aqueles que levam menos em conta os dados antigos – ou que os esquecem completamente", acrescentou. Talvez, mais cedo ou mais tarde, processos como os que estão no Tribunal Constitucional Federal da Alemanha sejam resolvidos por si só.
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Jessica Chastain mostra rotina de testes para coronavírus durante filmagens
Atriz mostrou rotina de coleta de material com swab, instrumento parecido com cotonete. Com ajuda do pai, médico, ela faz testes para 'garantir segurança de todos no set'. Jessica Chastain mostra teste para coronavírus Reprodução / Instagram Jessica Chastain mostrou em um vídeo no seu perfil no Instagram a rotina de testes para coronavírus que ela tem feito para poder voltar às filmagens. A atriz de "A grande jogada", "Interestelar" e "A hora mais escura" mostrou testes do tipo PT-PCR, coletado um material da garganta e do nariz do paciente através de um swab – instrumento parecido com um cotonete. Ela tem ajuda do seu pai, que é médico, mas nos últimos vídeos ela mesma coloca o swab no nariz. A atriz de 43 anos descreve o uso do swab como incômodo, mas necessário para as filmagens – ela não revelou o nome do filme em que está trabalhando. "Feliz em voltar a trabalhar! Eu vou enfiar um cotonete no meu nariz até meu cérebro sempre que precisar para garantir a segurança de todo mundo no set. Eu odeio os cotonetes, mas os amo mais", ela escreveu. Veja o vídeo: Initial plugin text Saiba mais: Coronavírus: entenda as diferenças entre o teste rápido e o PT-PCR
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Rincon Sapiência ‘mete dança’ com afrobeats do single ‘Malícia’
Na inédita música autoral, rapper alerta para a necessidade de o povo negro continuar atento e forte para enfrentar o racismo estrutural. ♪ “Vem jogando com malícia / Faz a cara de malícia / Desce e sobe com malícia / Mete dança com malícia”, receita Rincon Sapiência nos versos que compõem o refrão de Malícia, single inédito apresentado pelo rapper paulistano nesta sexta-feira, 24 de julho, através do selo MGoma com distribuição digital da Altafonte. Música composta pelo próprio artista, Malícia foi gravada com produção orquestrada por Sapiência com afrobeats que evocam sons de Angola, Congo, Gana e Nigéria. Já em rotação, o clipe de Malícia – dirigido por Beto Macedo – se ambienta no mesmo universo africano, perceptível sobretudo na estética e nas cores do figurino usado pelo artista no vídeo. Em cenas do clipe, Rincon usa máscara criada pelo artista plástico Daniel Normal, vista também na capa do single, idealizada pelo rapper. No clima dançante do single Malícia, Rincon Sapiência alerta o povo negro para a necessidade de continuar atento e forte para combater o racismo entranhado na sociedade do Brasil, país que tem a maior população negra do mundo, fora do continente africano. Capa do single 'Malícia', do rapper Rincon Sapiência Arte de Rincon Sapiência
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‘Patrulha canina’ rebate a Casa Branca e nega cancelamento
Desenho animado com cachorros policiais virou alvo de polêmica após porta-voz do presidente Trump fazer discurso na Casa Branca dizendo que ele tinha sido cancelado por rejeição à polícia. Cena de 'Patrulha Canina: Super Filhotes' Reprodução A produção do desenho animado infantil "Patrulha canina", com cães policiais, teve que fazer uma declaração oficial nesta sexta-feira (24) para dizer que o show não tinha sido cancelado e continua no ar. A informação errada sobre o cancelamento foi dada pela porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, em um discurso que citava reações contra policiais durante a onda de protestos contra o racismo nos EUA. Kayleigh McEnany disse que a "cultura do cancelamento" contra os policiais fez com que fossem cancelados programas como "Patrulha canina" e "Cops". O segundo, um reality show que mostrava ações policiais violentas, realmente saiu do ar. Mas o desenho animado segue sendo produzido e exibido, por isso o assunto foi parar entre os mais comentados no Twitter logo após o discurso da porta-voz de Trump. Initial plugin text Em seguida, o perfil oficial do desenho animado publicou no Twitter: "Não se preocupem, 'Patrulha canina' não foi cancelada". Initial plugin text Semana Pop lembra de famosos que se arriscaram na carreira política nos Estados Unidos
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‘The Walking Dead’ adia final de temporada para outubro de 2021 por causa do coronavírus
Episódio final será estendido em especial com seis programas; veja trailer. Cena do seriado 'The Walking Dead' Divulgação O final da temporada 10 da série pós-apocalíptica "The Walking Dead" foi adiado para outubro de 2021. Para compensar a espera, o fim foi estendido para seis episódios. O último episódio vai ser exibido no dia 4 de outubro, com os outros cinco exibidos antes, em datas ainda não anunciadas. A 11ª temporada, que começaria em 2020, vai começar, portanto, só a partir do final de 2021. Os produtores divulgaram um trecho do final da décima temporada nesta sexta-feira (24) na Comic-Con. Veja abaixo: "The Walking Dead", baseado em uma HQ ambientada em um mundo pós-apocalíptico, mostra um grupo de sobreviventes de um vírus que transformou boa parte da população em zumbis. É um dos programas de maior sucesso da história da TV americana e bateu vários recordes de audiência. Com o adiamento, muitos fãs expressaram frustração e também destacaram a ironia do momento gerado pela pandemia do novo coronavírus. O programa "está se tornando um documentário, em vista da situação atual do planeta", manifestou-se um fã nas redes sociais. Streaming ganha ainda mais força, após eventos serem cancelados devido ao coronavírus Relembre filmes, séries e livros que falam sobre epidemias de vírus na ficção Semana Pop #95: Lembre de tragédias que envolveram atores de 'Glee', como Naya Rivera
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obcecada com ‘normal people’
Eu sei que deveria estar vendo “Dark”, coisa e tal (verei algum dia. Ou já vi no futuro mas ainda não cheguei lá), mas eu passei os últimos dias obcecada com a desconhecidinha “Normal People” (Starzplay). Tipo obcecada mesmo, parei de ver qualquer coisa para ficar assistindo a dois adolescentes problemáticos que se apaixonam mas não conseguem se assumir propriamente. Pois é. Baseada no romance de mesmo nome da irlandesa Salley Rooney, que consegue captar a, digamos, essência da geração millenial – e que, como é fácil notar para quem já leu alguma coisa dela, participou da adaptação do livro -, a série é uma coisa linda de se ver. É uma história difícil, complicada, sobre adolescência, paixões, descoberta do amor, do sexo, depressão, abusos… E mesmo assim é daquelas séries em que, em boa parte do tempo, nada acontece. A gente fica lá, vendo a vida deles passar, entre o colégio em uma cidadezinha irlandesa e a faculdade, em Dublin (sim, a série é filmada na Irlanda, o que torna tudo mais chique) . Fica vendo os dois transando – em cenas de sexo belíssimas e nada gratuitas. Fica vendo os dois se tornarem íntimos e se afastarem. Assiste ao amadurecimento de Marianne e Connell, à inversão de status dos dois quando passam do colégio à faculdade. E tudo soa verdadeiro, genuíno, dolorido. "Normal People” é filmada de um jeito tão íntimo que a gente quase consegue ouvir o pensamento dos personagens. Tem uma trilha sonora maravilhosa. E, como falei, é muitíssimo bem escrita e ainda conta com atuações nada menos que perfeitas da dupla de protagonistas (Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal). Juro que não é exagero dizer que dá vontade de ficar vendo aquilo pra sempre. Tipo uma temporada por ano, só para a gente ver como está a vida de Marianne e Connel. Eu veria fácil. * Parte dos 12 episódios (curtinhos, meia hora) foi dirigida por Lenny Abrahamson, indicado ao Oscar por "O Quarto de Jack", a outra parte por Hettie Macdonald. * “Conversas entre amigos”, o outro best-seller de Sally Rooney, também está na fila para virar série em breve. Eba. * Fazia tempo que eu não via uma indicação deste blog fazer tanto sucesso quanto a do meu último post, “Kidding” (Globoplay). O tanto de gente que veio pra mim dizendo que amou, que é a melhor série ever, que Jim Carrey está maravilhoso e não sei o quê. Eu não costumo dar conselho ruim, mas adoro quando há uma unanimidade assim.
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Discos para descobrir em casa – ‘Show’, Ná Ozzetti, 2001
Capa do álbum 'Show', de Ná Ozzetti Marcos Hermes ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Show, Ná Ozzetti, 2001 ♪ Maria Cristina Ozzetti já vinha trilhando bem-sucedido caminho independente na música brasileira há mais de 20 anos quando esboçou novo rumo para a carreira fonográfica com o quinto álbum solo, Show, lançado em 2001 pela gravadora Som Livre. Ponto fora da curva na discografia dessa cantora e compositora paulistana conhecida como Ná Ozzetti, o álbum Show foi consequência direta da participação da artista no Festival da Música Brasileira, promovido e exibido pela TV Globo no ano anterior. Nesse festival de 2000, Ná ganhara o prêmio de melhor intérprete pela defesa da música intitulada Show, composta por Fábio Tagliaferri com Luiz Tatit e alocada como a 14ª e última faixa do disco produzido pela própria Ná Ozzetti – com o irmão, Dante Ozzetti, e com Renato Leite – sob a direção artística de Hélio Costa Manso. Produtor e guitarrista projetado nos anos 1970 como cantor de músicas em inglês, batizado como Steve Maclean, Costa Manso foi o idealizador do conceito do disco, pensado como moderno tributo ao samba-canção. Com repertório dominado por famosos exemplares do gênero, quase todos lançados originalmente entre os anos 1940 e 1950, décadas áureas do samba-canção, o álbum Show foi tentativa de reapresentar ao grande público a voz de Ná – fina estilista já aclamada em nichos paulistanos desde a década de 1980 como a principal vocalista do Rumo, grupo formado em 1974 na cidade de São Paulo (SP). Ná entrara no Rumo em 1979 e, seis anos depois, em 1985, começara a fazer shows individuais em trajetória paralela que gerou carreira solo iniciada em 1988 com a edição do álbum Ná Ozzetti. Também compositora, Ná sempre alternou na discografia solo – em álbuns como Ná (1994) e Estopim (1999) – abordagens inventivas de composições alheias com registros de canções autorais. Mas também gravou discos de intérprete como o já citado álbum de estreia Ná Ozzetti (1988), o adorável tributo a Rita Lee – Love Lee Rita, de 1996 – e Balangandãs (2009), incursão pelo repertório da seminal estrela tropical Carmen Miranda (1909 – 1955), primeira cantora do Brasil a se tornar popstar trinta anos antes da invenção do termo. Gravado em fevereiro de 2001, em estúdio da cidade de São Paulo (SP), o álbum Show se inseriu nessa linha de disco de intérprete – como sinalizou a presença destacada do microfone na estilosa foto vintage feita por Marcos Hermes para a capa do disco. Para chegar aos 13 sambas-canção do repertório fechado com a metalinguística música-título Show, ode à vozes límpidas como a da cantora, Ná ouviu cerca de 200 músicas em gravações originais selecionadas por Renato Leite e Ricardo Taciolli e também em fonogramas pesquisados pela própria cantora entre amigos colecionadores de discos. Garimpado sem as ousadias e as surpresas de álbuns do Rumo e de outros títulos da discografia solo de Ná, o repertório do álbum Show ganhou registros de elegância sublinhada tanto pelo fraseado refinado da intérprete quanto pelos arranjos criados por Dante Ozzetti a partir das cordas de aço do violão tocado no disco pelo músico Kiko Moura. Esse violão de aço foi harmonizado com o toque do violão de sete cordas, manuseadas por Swami Jr., músico que já tinha bom domínio da sintaxe vocal da cantora. Confortável na cama harmônica armada por Dante Ozzetti, Ná deu voz a sambas-canção melodramáticos como Meu mundo caiu (Maysa, 1958) e Mensagem (Cícero Nunes e Aldo Cabral, 1946), mas filtrando esse melodrama – típico do gênero e moldado para intérpretes de registros mais inflamados como Maysa (1936 – 1977) e Isaura Garcia (1923 – 1993), por exemplo – pela estética da obra da artista. Com o requinte dos arranjos de Dante Ozzetti, criados com generosas passagens instrumentais, Ná fez cair Chuvas de verão (Fernando Lobo, 1949), interiorizou a súplica de Não me culpe (Dolores Duran, 1958) – em gravação de melancolia sublinhada pelo toque do violoncelo de Dimos Goudarolis, músico recorrente na ficha técnica do disco – e seguiu com reverência o belo trilho melódico de Caminhemos (Herivelto Martins, 1947), em registro que acentuou a marcação da percussão de Caíto Marcondes, outro músico presente em várias faixas do álbum. Por mais que a seleção do repertório do álbum Show tenha acenado em tese para um público mais massivo e nada habituado às experimentações do grupo Rumo, o canto de Ná Ozzetti soou extremamente sofisticado, como exemplificou a gravação de As praias desertas (Antonio Carlos Jobim, 1958). A emoção estava toda lá, mas concentrada e jamais explicitada em tons sentimentais. A elegância de João Valentão (Dorival Caymmi, 1953) resultou em outro exemplo do refinamento do macio registro vocal dessa cantora que sempre esteve as grandes do Brasil. Do repertório de Carmen Miranda, Ná refez Na batucada da vida (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1934) – com o sopro manemolente do clarinete de Jota Gê Alves, músico convidado da gravação – e Adeus batucada (Synval Silva, 1935). Essas duas faixas de certa forma representaram o embrião do disco e show Balangandãs (2009), idealizado por Ná oito anos depois para celebrar o centenário de nascimento da bombshell brasileira de origem portuguesa. Dos anos 1930, o álbum Show também rebobinou Último desejo (Noel Rosa, 1937). Samba-canção que inaugurou o gênero, Linda flor (Ai, yoyô) (Henrique Vogeler, Luiz Peixoto e Marques Porto, 1929) ganhou luxuoso registro de voz e violão. No caso, o de Ulisses Rocha, violonista que acompanhara no festival de 2000 e que, por isso mesmo, foi convidado a produzir duas faixas do álbum Show, a citada Linda flor e Segredo (Herivelto Martins e Marino Pinto, 1947), gravação de menor imponência no disco. Feita com o toque do acordeom Toninho Ferragutti, ouvido também na já citada abordagem de Mensagem, a gravação de Canção de amor (Elano de Paula e Chocolate, 1950) reiterou a limpidez da emissão de Ná Ozzetti, cantora extremamente afinada. Enfim, Ná Ozzetti sempre foi show! Fora das plataformas de áudio, mas disponibilizado no YouTube, esse álbum de 2001 foi amostra lapidar do canto exemplar de Maria Cristina Ozzetti, intérprete que sempre teve na voz um show.
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Lives de hoje: Wesley Safadão, Bruno & Marrone, Matheus & Kauan, Elza Soares e mais shows
Neste sábado (25), Jorge & Mateus, Maria Rita, Bell Marques, Luccas Carlos, Ego Kill Talent, Sorriso Maroto e Flavio Venturini também fazem transmissões. Wesley Safadão, Bruno & Marrone, Matheus & Kauan e Elza Soares fazem lives neste sábado (25) Divulgação Wesley Safadão e Bell Marques, Bruno & Marrone, Mateus & Kauan e Elza Soares fazem transmissões neste sábado (25). O festival Tomorrowland vai acontecer em versão virtual com sets de Dimitri Vegas, Armin Van Buuren, Nghtmr, Steve Aoki e outros artistas. O evento on-line continua no domingo (26). Veja a lista completa com horários das lives abaixo. O G1 já fez um intensivão no começo da onda de lives, constatou o renascimento do pagode nas transmissões on-line, mostrou também a queda de audiência do fenômeno e a polêmica na cobrança de direito autoral nas lives. Tomorroland Around the World com Dimitri Vegas, Armin Van Buuren, Nghtmr, Steve Aoki e outros artistas – a partir de 13h – Link Flavio Venturini – 16h – Link Ego Kill Talent – 17h – Link Jorge e Mateus – 17h – Link Dubdogz, Samhara, Rooftime e Ella De Vuono (Todxs Music Festival) – 17h – Link Maria Rita (Em Casa com Sesc) – 19h – Link Wesley Safadão e Bell Marques – 19h – Link Sorriso Maroto – 20h – Link Braza – 20h – Link Matheus e Kauan – 20h – Link Elza Soares – 21h – Link Bruno e Marrone – 21h30 – Link Luccas Carlos – 22h – Link Teresa Cristina – 22h – Link Semana Pop #95: Lembre de tragédias que envolveram atores de 'Glee', como Naya Rivera
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Covid-19 nos hospitais da TV: Séries médicas retratam a pandemia e fazem doações na vida real
Semana Pop deste sábado (25) fala sobre como o novo coronavírus tem impactado produções como 'Grey's Anatomy', 'Sob pressão' e 'The good doctor'. Semana Pop: como a pandemia afetou as produções de seriados médicos
Com a pandemia do novo coronavírus, as séries médicas da TV têm reagido na frente das câmeras, com histórias contadas sobre o período nos próximos meses, e atrás, com doações feitas a profissionais na linha de frente. O Semana Pop deste sábado (25) fala sobre o impacto da Covid-19 em produções como "Grey's Anatomy", "Sob pressão" e "The good doctor". Assista ao vídeo acima.
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