‘Por favor, produzam mais níquel’, pede Musk enquanto Tesla acelera produção
Para ele, o crescimento da empresa tem como limitador a produção de baterias a preços acessíveis. A Tesla de Elon Musk realmente vai mais de 170 bilhões de dólares? Getty Images/BBC O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, defendeu maior produção de níquel, usado em baterias que alimentam seus carros elétricos, alertando que o custo atual do componente ainda segue grande obstáculo para o crescimento da empresa. Tesla cresce pelo 4º trimestre consecutivo, e Musk ganha 'bônus' "A Tesla lhes dará um contrato gigante por um longo período se vocês produzirem níquel de maneira eficiente e ambientalmente correta", disse Musk em teleconferência de resultados. O níquel torna as baterias mais densas, capazes de armazenar mais energia, e a Tesla precisa do metal mais do que nunca, uma vez que está buscando aumentar a produção de picapes e projetos de energia solar que usam muito níquel. O pedido de Musk por mais níquel ocorre em um momento em que os preços de materiais usados em baterias despencou. "O limitador real do crescimento da Tesla é produção das células de baterias a preços acessíveis", disse Musk. Entretanto, operadores e analistas do setor afirmam que os volumes que a Tesla vai precisar provavelmente não vão ser suficientes para convencer as mineradoras a investir em aumento de produção. Atualmente, a Tesla compra baterias de níquel-cobalto-manganês (NCM) da sul-coreana LG Chem e baterias de níquel-cobalto-alumínio (NCA) da japonesa Panasonic. Estas fabricantes, por sua vez, compram níquel indiretamente de mineradoras em uma longa cadeia de fornecimento. Há três grandes fornecedores: a Vale, no Canadá, a russa Norilsk Nickel e a australiana BHP. O níquel atingiu uma mínima de 14 meses em março, a US$ 10.865 a tonelada e desde então subiu para US$ 13.180, ainda 30% menos do que o pico dos últimos cinco anos atingido em setembro. A Tesla deve revelar avanços tecnológicos no evento "Dia da Bateria", marcado para ocorrer em setembro. Relembre a falha na apresentação da CyberTruck: Tesla Cybertruck promete robustez, mas falha em teste ao vivo
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Intel diz que nova tecnologia de chips está 6 meses atrasada
Os novos atrasos são um golpe para a fabricante, que enfrentou anos de estouros de cronograma dos atuais chips de 10 nanômetros. Intel REUTERS/Mike Blake A Intel disse nesta quinta-feira (23) que a sua nova tecnologia de chips de 7 nanômetros está com seis meses de atraso. Isso fez com que as ações da companhia recuassem 6% no after-market. A empresa estimou uma receita no 3º trimestre de cerca de US$ 18,2 bilhões sobre lucro ajustado de US$ 1,10 por ação, em comparação com a previsão média dos analistas de US$ 17,9 bilhões e US$ 1,14 por ação, segundo dados da Refinitiv. A Intel atualizou projeção de receita para 2020 para US$ 75 bilhões, um pouco acima da estimativa média de analistas de US$ 73,86 bilhões, segundo dados da Refinitiv. Os novos atrasos são um golpe para a fabricante, que enfrentou anos de estouros de cronograma dos atuais chips de 10 nanômetros. A Intel é a principal fornecedora de processadores para PCs e data centers, mas rivais como Nvidia e Taiwan Semiconductor Manufacturing estão desafiando a lógica do modelo de negócios da Intel como projetista e fabricante de seus próprios chips. Nos últimos anos, a Intel contou com o crescimento de data centers voltados a computação em nuvem enquanto as vendas de PCs recuavam. Porém, a pandemia está fazendo ambos os segmentos crescerem diante da alta da demanda por trabalho e estudo remoto. Para o 2º trimestre, a Intel disse que a receita total e o lucro ajustado foram de US$ 19,73 bilhões e US$ 1,23 por ação, em comparação com as estimativas dos analistas de US$ 18,55 bilhões e US$ 1,11 por ação, segundo a Refinitiv. A receita para o segmento de data center foi de US$ 7,1 bilhões, em comparação com as estimativas de US$ 6,61 bilhões, segundo dados da FactSet. As vendas de chips para PCs somaram US$ 9,5 bilhões, um pouco acima de estimativas de analistas de US$ 9,10 bilhões, segundo dados da FactSet.
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Bovespa passa a oscilar nesta sexta
Na véspera, o Ibovespa teve baixa de 1,91%, a 102.293 pontos. O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, oscila nesta sexta-feira (24), após um início de negócios em queda, em dia de maior cautela nos mercados internacionais em meio a tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a China. Às 14h37, o Ibovespa recuava 0,60%, a 101.677 pontos. Veja mais cotações. Na véspera, o Ibovespa terminou o pregão em queda de 1,91%, a 102.293 pontos. Com o resultado, a bolsa paulista acumula alta de 7,61% no mês – mas ainda tem perda de 11,55% no ano. c Cenário Investidores repercutem a intensificação das tensões entre Estados Unidos e China. As ações mundiais eram pressionadas depois que a China ordenou aos EUA que fechem seu consulado na cidade de Chengdu, respondendo à exigência dos EUA nesta semana de que a China feche seu consulado em Houston. China anuncia retaliação após fechamento de consulado no Texas "Pode haver mais impacto sobre as ações, pense nas empresas de tecnologia, especialmente se a Casa Branca parar de dar às empresas norte-americanas um passe livre em suas negociações com a China", disse Stephen Innes, estrategista-chefe de mercados globais da AxiCorp. Variação do Ibovespa em 2020 G1 Economia
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TikTok terá fundo de US$ 200 milhões para remunerar criadores de conteúdo
Empresa não deu detalhes sobre como será feito o pagamento. Serviço para compartilhar vídeos curtos quer fortalecer laços com seus astros, divididos entre redes sociais. Logo do aplicativo TikTok Dado Ruvic/Reuters O TikTok irá lançar um fundo de US$ 200 milhões para remunerar diretamente alguns dos criadores que publicam conteúdo na plataforma, anunciou a empresa. O serviço para criar e compartilhar vídeos curtos viu sua popularidade explodir durante o confinamento causado pela pandemia de coronavírus. Como estética do TikTok está mudando a forma de fazer música Webcrentes do TikTok: Os jovens cristãos do app Conheça Mario Jr., o 'galã' do TikTok A empresa não detalhou quando o dinheiro será distribuído entre os usuários. Poderão se candidatar a receber a verba criadores com mais de 18 anos, com um número mínimo de seguidores, que publicam com frequência vídeos dentro das regras da plataforma. "Nossos criadores poderão se beneficiar de ganhos adicionais, que ajudem a recompensar o cuidado e a dedicação que empregam para se conectarem de forma criativa com uma audiência que se inspira em suas ideias", diz o comunicado do TikTok. Atenção em disputa Adquirir e manter criadores que atraem um grande número de seguidores tornou-se um desafio para as redes sociais, que disputam a atenção dos usuários. Com a decisão, o TikTok pretende fortalecer seus laços com alguns dos criadores que se tornaram conhecidos em sua plataforma, mas cuja fama acabou superando os limites do aplicativo. Muitos deles conseguiram contratos publicitários e apareceram na imprensa. O YouTube, um de seus concorrentes, por exemplo, permite aos criadores que ultrapassam algumas metas, como número de assinantes e horas de visualizações, adicionar anúncios ao seu conteúdo, para lucrarem a partir de seus vídeos. Até agora, o TikTok seguia o modelo do Instagram, em que os criadores podem publicar vídeos patrocinados, mas sem um programa de remuneração direta deste porte. A plataforma de vídeos não especificou quantas pessoas poderão receber o dinheiro, tampouco a quantia que será destinada a cada usuário. O TikTok pertence ao grupo chinês ByteDance e tem cerca de 1 bilhão de usuários.
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Economia mexicana encolhe 2,6% em maio ante abril
Resultado mostra desaceleração do ritmo de devastação econômica após uma contração recorde em abril provocada pela pandemia de coronavírus. A economia do México encolheu 2,6% em maio, mostraram dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (24), desacelerando o ritmo de devastação econômica após uma contração recorde em abril provocada pela pandemia de coronavírus.
Economistas projetam que a segunda maior economia da América Latina sofrerá a maior recessão desde a década de 1930, com alguns prevendo uma contração superior a 10% este ano.
Depois de paralisar a economia a fim de retardar a propagação de vírus no final de março, as autoridades mexicanas começaram gradualmente em maio a permitir que setores como automotivo, mineração e construção retomassem as atividades.
Ajustada pelas oscilações sazonais, a economia teve contração de 2,6% em maio em relação ao mês anterior, segundo dados da agência nacional de estatística INEGI. Comparado com o mesmo mês do ano passado, encolheu 22,7%, afirmou.
Quatro países das Américas concentram quase metade dos casos de Covid-19 no mundo
Detalhes dos dados mostrara, que as atividades primárias, como agricultura, pesca e mineração, subiram 1,6% em comparação a abril. Mas as atividades secundárias, que incluem manufatura, caíram 1,8% e as atividades terciárias, que cobrem o setor de serviços, tombaram 3,2%.
O declínio econômico recorde de 17,3% do México em abril ante março ocorreu quando a quarentena por coronavírus paralisou a atividade econômica, levando ao fechamento de fábricas, lojas e resorts turísticos.
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Ministério da Justiça volta a suspender regra de tempo máximo para atendimento em SAC
Medida já havia sido determinada em abril pelo então ministro Sergio Moro. O Ministério da Justiça voltou a suspender, nesta sexta-feira (24), a regra que determina tempo máximo para que o consumidor consiga contato direto com um atendente por meio do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) das empresas.
Uma portaria de 2008 do próprio ministério estabelece que o tempo máximo de espera deverá ser de 60 segundos, com algumas exceções para serviços financeiros e serviços de energia elétrica.
A regra já havia sido suspensa em abril, por uma portaria publicada pelo então ministro Sergio Moro, em virtude da pandemia de coronavírus. A medida, no entanto, tinha validade de 60 dias, e expirou no início de junho. A nova portaria, por sua vez, estabelece a suspensão da regra por 120 dias.
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American Express tem lucro menor no trimestre pressionada por isolamento social
Empresa foi afetada principalmente por cortes nos gastos das grandes empresas em viagens e entretenimento após as quarentenas. A American Express reportou nesta sexta-feira (24) queda de 85% no lucro trimestral, reflexo da redução de gastos com cartão de crédito gerada pelas medidas de isolamento social. O resultado, porém, contrariou expectativas do mercado que apontavam prejuízo para o período.
A empresa, uma das maiores emissoras de cartões de crédito corporativos nos Estados Unidos, foi afetada principalmente por cortes nos gastos das grandes empresas em viagens e entretenimento após as quarentenas.
O grupo global de serviços comerciais, que emite cartões corporativos e para pequenos negócios, sofreu um prejuízo de US$ 60 milhões no segundo trimestre, que se compara com um lucro líquido de US$ 561 milhões no ano anterior.
Ao todo, consumidores e empresas cortaram seus gastos com viagens e entretenimento em 87% no trimestre, com os gastos gerais em mais de um terço.
"Os volumes de gastos, que caíram para o ponto mais baixo em abril, melhoraram gradualmente em maio e junho, com as pequenas empresas sendo as mais resilientes", afirmou o presidente-executivo, Stephen Squeri.
A receita total, excluindo as despesas com juros, caiu 29,2%, para US$ 7,67 bilhões, uma queda mais acentuada do que o declínio de 24,8% previsto pelos analistas.
A AmEx disse que suas provisões consolidadas para perdas eram de US$ 1,6 bilhão, acima dos US$ 861 milhões do ano anterior, principalmente por causa de 628 milhões de dólares reservados em antecipação a um aumento da inadimplência como resultado de uma onda de demissões causada pelo isolamento social.
Isso deixou o grupo com um lucro líquido de 0,29 dólar por ação, abaixo dos 2,07 dólares por papel do ano anterior, mas à frente do prejuízo de 0,11 dólar por ação esperado por analistas, de acordo com a média das estimativas recolhidas pela Refinitiv.
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OAB enviará à Câmara contraproposta para reforma tributária do governo
OAB envia contraproposta para reforma tributária do governo
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai enviar nesta sexta-feira (24) à Câmara uma contraproposta ao projeto de lei do governo que unifica dois tributos federais, o PIS e a Cofins, e que faz parte da reforma tributária.
A OAB viu na proposta de alta para 12% da alíquota única do CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), o novo tributo federal sugerido pela equipe econômica, "não uma reforma tributária, mas aumento de imposto para quem já paga demais", nas palavras do seu presidente, Felipe Santa Cruz, que fez chegar a líderes do Congresso que irá se opor fortemente à proposta.
Nos próximos dias, representantes da OAB irão se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O ponto principal da proposta da OAB, a qual o blog teve acesso, é garantir que o setor de serviços ( profissionais liberais e prestadores de serviços em especial) possam aproveitar créditos do tributo, mesmo em contratos anteriores à vigência da lei, e consigam reduzir o impacto da alta de tributação de 3,65% para 12%.
A equipe econômica tem dito que o aproveitamento será automático, mas a OAB cobra que o texto da lei deixe esse ponto explícito. Como exemplo, tributaristas lembram que, em 2002, quando houve alteração no PIS e Cofins, a lei não deixou clara a possibilidade de repasse e houve aumento na judicialização.
"A alíquota geral de 12%, sem qualquer tipo de diferenciação, acarretará uma desproporcional elevação da carga tributária para os profissionais liberais. Como se sabe, os profissionais liberais, ainda que reunidos em uma pessoa jurídica, não exercem atividade econômica com organização dos fatores de produção, mas unicamente com o próprio esforço intelectual. Diante disso, tem-se que os profissionais liberais não adquirem insumos tributados para fazer face a um aumento da alíquota na forma proposta, de 3,65% para 12%", justifica o texto da entidade.
A OAB vê com bons olhos uma proposta de emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Congresso que permite a mudança na tributação ao longo de 10 anos e que reorganiza todo o sistema tributário, incluindo outros tributos, como o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).
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Indicador de atividade da construção civil mostra melhora em junho
Abaixo de 50 pontos, nível de atividade ainda registrou queda, mas melhorou em relação a maio. CNI: confiança de empresários do setor de construção melhora para próximos meses
Os indicadores do nível de atividade e do emprego na construção civil melhoraram em junho, na comparação com o mês anterior. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (24). A pesquisa ouviu 453 empresas, de 1 a 13 de julho.
O índice de evolução do nível de atividade passou de 37,1 pontos, em maio, para 44,3 pontos em junho. No mesmo período, o indicador de evolução do número de empregados subiu de 37,5 pontos para 43,4 pontos.
Valores abaixo de 50 pontos indicam queda do nível de atividade ou do número de empregados, e acima desse patamar sinalizam alta.
"Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, os índices de nível de atividade e de número de empregados cresceram, mostrando queda menos intensa e menos disseminada pelas empresas do setor", informou a CNI.
O nível de utilização da capacidade de produção apresentou um aumento de dois pontos percentuais em junho, para 55%, contra 53% no mês anterior.
"Apesar da melhora, a ociosidade do setor permanece elevada e segue abaixo de sua média, de 61%", informou a entidade, explicando que o setor ainda opera com ociosidade.
Expectativas melhoram
Diante da evolução positiva dos indicadores, apesar de ainda mostrarem queda da produção e do emprego, a confiança e as expectativas dos empresários também melhoraram.
O índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) aumentou 3,7 pontos e registrou 46,3 pontos em julho. É a terceira alta consecutiva do índice, após as forte quedas de março e abril.
Os indicadores de expectativas de compras de insumos e matérias-primas e do número de empregados registraram, 49,5 e 49,4 pontos, com altas de 5,3 e 5,7 pontos, respectivamente.
O indicador de expectativa em relação à atividade registrou 50,1 pontos, com alta de 4,4 pontos em julho. Assim, a expectativa para os próximos meses passou de negativa para neutra.
O índice de expectativa em relação a novos empreendimentos e serviços registrou 48 pontos, ou seja, o empresário ainda espera queda no número de novos empreendimentos e serviços nos próximos seis meses.
Intenção de investimentos
De acordo com a CNI, apesar das consequências negativas da pandemia sobre as atividades e condições financeiras do setor, o indicador de intenção de investimento demonstra maior disposição por parte dos empresários.
A intenção de investimento aumentou 3,8 pontos em julho, registrando 34,8 pontos e supera sua média histórica de 34,1 pontos, informou a entidade. Porém, o índice ainda segue distante do patamar do período pré-crise, quando registrava valores acima de 40 pontos.
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Banco Mundial: América Latina perderá 25 milhões de empregos em 2020
Entidade também prevê que 50 milhões de latino-americanos ficarão abaixo da linha da pobreza neste ano. Pandemia deixar 25 milhões de pessoas sem emprego na América Latina, diz Banco Mundial Divulgação/ Reprodução A crise da pandemia de coronavírus deixará 25 milhões de pessoas sem emprego na América Latina e no Caribe em 2020, afirmou o vice-presidente do Banco Mundial para a região, Carlos Felipe Jaramillo, em entrevista à AFP. "Já estamos prevendo uma perda de pelo menos 25 milhões de empregos para este ano de 2020, e esse número pode ser pior, dependendo de como a situação evoluir nos próximos cinco, ou seis, meses", estimou o economista, que acaba de assumir o cargo após duas décadas no banco. Para Jaramillo, a América Latina nunca passou por uma crise dessa magnitude. "Nenhuma outra crise gerou uma queda nos dados de produção e desemprego tão preocupantes quanto esses", disse ele em uma entrevista virtual de Nairóbi, para onde foi destinado como diretor para Quênia, Ruanda, Somália e Uganda e teve de permanecer devido às restrições de viagem. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o coronavírus levou a um recorde de 41 milhões de desempregados na América Latina e no Caribe, em comparação com o nível de 25 milhões em janeiro passado. OIT: "crise sem precedentes" por causa da pandemia de Covid-19 A região continua sofrendo o ataque da pandemia de COVID-19 e ultrapassou 4 milhões de infecções, forçando muitos países, na tentativa de conter a disseminação da doença, a estabelecerem um confinamento que leva a uma contração na economia e à perda de emprego. Para este ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma contração de 9,4% do PIB da América Latina, com uma recuperação de 3,7% em 2021. Com impacto do coronavírus, FMI prevê queda de 9,1% para o PIB do Brasil neste ano A região – altamente dependente das exportações de petróleo e de matérias-primas agrícolas – chegou a esta crise com baixas taxas de crescimento de cerca de 0,1% em 2019, em comparação com o avanço do PIB mundial de quase 3%. Com relação à contração econômica, Jaramillo lamentou que essa crise esteja devastando muitas pequenas e médias empresas, que são um importante motor de emprego na região. "Muitos vão desaparecer e estão desaparecendo, temos notícias. É muito dramático, porque é gente que não tem muitos recursos", lamenta. 50 milhões de pessoas cairão na pobreza Jaramillo ressaltou que o Banco Mundial estima que, este ano, 50 milhões de latino-americanos ficarão abaixo da linha da pobreza, jogando por terra todo o progresso feito desde 2002. "Estamos estimando que 50 milhões de latino-americanos cairão abaixo da linha da pobreza este ano. É um grande revés", disse o economista. Além disso, "ainda estamos em uma fase inicial desta crise", estimou. "Nunca pensamos que isso se estenderia por vários meses e agora, embora tenhamos a esperança da vacina, elas não ficarão prontas (em breve). Essa crise vai durar por mais um bom tempo", completou. O chefe do Banco Mundial considera "justificáveis" as atuais políticas de endividamento dos países da região, no momento em que a entidade emprestou cerca de US$ 2 bilhões para responder à crise. "O endividamento que estamos vendo hoje é sustentar as despesas em programas sociais que amortecem o impacto nas famílias e no emprego. É para que o impacto dessa crise seja menor", explicou. Para o especialista, a saída da crise envolve considerar um crescimento "diferente", mais ambientalmente sustentável e com maior inclusão de jovens, depois que a região registrou números muito baixos de expansão econômica nos últimos dez anos. "Faço um apelo a todos os países a que, além de tentarem proteger populações vulneráveis, comecem a pensar a médio e longo prazo. É importante que a região reflita sobre seu modelo de desenvolvimento, que vem produzindo resultados muito ruins mesmo antes desta crise", concluiu.
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