Após tombo recorde com pandemia, vendas do comércio crescem 13,9% em maio, diz IBGE
Na comparação com maio de 2019, houve queda de 7,2%. No acumulado no ano, setor ainda registra perda de 3,9%. Na avaliação do IBGE, 'pior já passou'. Reabertura do comércio de rua em São Paulo; vendas do comércio crescem 13,9% em maio, segundo IBGE Fábio Tito/G1 Após tombo recorde em abril, as vendas do comércio varejista cresceram 13,9% em maio, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior alta da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2000. Apesar do forte avanço, o resultado de maio foi insuficiente para o setor se recuperar da perda de 19,1% no acumulado em março (-2,8%) e abril (-16,3%), diante dos impactos da pandemia de coronavírus e das medidas de isolamento social. Na comparação com maio de 2019, o varejo brasileiro teve queda de 7,2%, terceira taxa negativa consecutiva, evidenciando o nível ainda bem baixo da atividade do setor. O IBGE revisou o resultado de abril. A queda foi de 16,3%, e não de 16,8% como divulgado anteriormente. Já o recuo de março foi atualizado para uma queda de 2,8%, acima da leitura inicial de recuo de 2,5%. Veja gráfico abaixo: Vendas do comércio mês a mês Economia G1 O resultado veio acima do esperado pelo mercado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 6% na comparação mensal e de queda de 12,1% sobre um ano antes. “Foi um crescimento grande percentualmente, mas temos que ver que a base de comparação foi muito baixa. Se observamos apenas o indicador mensal, temos um cenário de crescimento, mas ao olhar para os outros indicadores, como a comparação com o mesmo mês do ano anterior, vemos que o cenário é de queda”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. No acumulado do ano, o varejo registra queda de 3,9%. Já em 12 meses, o setor mostrou perda ainda maior de ritmo, ao passar de uma alta de 0,6% em abril para variação zero em maio. Com o resultado de maio, o patamar atual de vendas está 12,3% abaixo do recorde alcançado em outubro 2014. Já a receita nominal do varejo brasileiro cresceu 9,9% em maio, em relação a abril, mas caiu 5,2% ante maio de 2019. Miriam Leitão: ‘Recuperação do varejo foi mais forte do que o imaginado’ Alta em todas as atividades e em todas as regiões Todas as oito atividades observadas no comércio varejista registraram taxas positivas na passagem de abril para maio, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (100,6%). Apesar do salto, essa atividade segue muito distante do patamar pré-pandemia e continua entre as mais afetadas pelas medidas de isolamento e menor consumo das famílias. Em fevereiro, o índice de base fixa para a categoria era de 89,3%. Em março, caiu para 51,6%, chegando a 16% em abril. Em maio, subiu para 32,1%. Outras altas expressivas em maio foram registradas nas vendas de móveis e eletrodomésticos (47,5%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (45,2%), categoria que inclui as lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos e brinquedos. Já o setor de supermercados, que tinha recuado em abril, cresceu 7,1% em maio. O comércio varejista ampliado, que inclui também as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material e construção, cresceu 19,6% em relação a abril e caiu 14,9% na comparação interanual. No acumulado no ano, a queda é de 8,6% e, em 12 meses, o recuo é de 1%. Veja o desempenho de cada atividade do varejo em maio: Combustíveis e lubrificantes: 5,9% Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 7,1% Tecidos, vestuário e calçados: 100,6% Móveis e eletrodomésticos: 47,5% Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -10,3% Livros, jornais, revistas e papelaria: 18,5% Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 16,6% Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 45,2% Veículos, motos, partes e peças: 51,7% (varejo ampliado) Material de construção: 22,2% (varejo ampliado) A pesquisa mostra também que houve crescimento das vendas nas 27 unidades da federação. Entre os maiores destaques estão Rondônia (36,8%), Paraná (20,0%) e Goiás (19,4%). O varejo de São Paulo mostrou crescimento de 9,2%, enquanto no Rio de Janeiro a alta foi de 8,5%. Apenas três estados, porém, alcançaram níveis de venda do varejo superiores ao de fevereiro, período da pré-pandemia no país: Santa Catarina, Mato Grosso e Paraná. 'Pior já passou' O resultado reforça a leitura de que o pior da crise pode já ter ficado para trás. Na semana passada, o IBGE mostrou que a produção industrial cresceu 7% em maio, após 2 meses de queda e de um tombo recorde em abril (-18,8%). "O mês de abril foi o mais difícil para as empresas. Olhando até maio, o pior já passou", avaliou o gerente da pesquisa. De acordo com o pesquisador, em março, 43,4% das empresas do varejo que tiveram queda na receita justificaram que o impacto negativo partiu do isolamento social. Em abril, esse percentual subiu para 63,1%, uma alta de 19,7 pontos percentuais. Já em maio, caiu para 44,5% – uma redução de 18,6 p.p. "Todas as grandes categorias do setor varejista (bens de consumo duráveis, semi-duráveis e não duráveis) apresentaram expansão na comparação mensal de maio, mas o que mais chamou a atenção foram as vendas de supermercados (7,1%) e veículos, motos e peças (51,7%), que juntos respondem por cerca de 54,7% da pesquisa", avaliou a equipe da XP Investimentos. Impactos da pandemia e perspectivas Apesar os sinais de reação da economia, economistas destacam que a recuperação das perdas com a pandemia de coronavírus deverá se dar de maneira muito gradual em meio a um cenário ainda repleto de incertezas, elevado desemprego e risco de novas quarentenas. Desemprego diante da pandemia tem alta pela 5ª semana seguida, aponta IBGE Comércio, construção, serviços domésticos, alimentação e alojamento são setores mais afetados pelo desemprego O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia que o Brasil entrou em recessão já no 1º trimestre, sem ter recuperado todas as perdas da recessão de 2014-2016. A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de retração de 6,50% para a economia brasileira este ano, indo a um crescimento de 3,50% em 2021. Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos. Nos três primeiros meses de 2020, foi registrada uma retração de 1,5% na economia brasileira. Indicadores de maio de junho apontam reação da economia brasileira
- Publicado em Negócios
Produção de veículos contribuiu, e indústria cresce em 12 de 15 locais pesquisados em maio, aponta IBGE
Alta foi na comparação com abril. Frente a maio de 2019, apenas Goiás teve alta no resultado da indústria. A produção industrial registou alta, na passagem de abril para maio, em 12 das 15 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme dados divulgados nesta quarta-feira (8). Os maiores avanços foram no Paraná (24,1%), em Pernambuco (20,5%) e no Amazonas (17,3%). Já as quedas foram registradas no Espírito Santo (-7,8%), Ceará (-0,8%) e Pará (-0,8%). No resultado geral do país, a produção industrial cresceu 7% em maio na comparação com o mês anterior, mostrando recuperação após dois meses seguidos de queda e de um tombo recorde em abril, de 18,8%. Produção industrial mensal Economia G1 Veja o resultado em cada um dos locais: Amazonas: 17,3% Pará: -0,8% Região Nordeste: 12,7% Ceará: -0,8% Pernambuco: 20,5% Bahia: 7,6% Minas Gerais: 6,3% Espírito Santo: -7,8% Rio de Janeiro: 5,2% São Paulo: 10,6% Paraná: 24,1% Santa Catarina: 5,4% Rio Grande do Sul: 13,3% Mato Grosso: 4,4% Goiás: 3,0% Média Brasil: 7% Produção de veículos influenciou Segundo o IBGE, a alta de 10,6% registrada em São Paulo levantou a média nacional, que também foi influenciada pelas altas expressivas no Paraná (24,1%) e Rio Grande do Sul (13,3%). Nos dois primeiros estados, a produção automotiva serviu como alavanca. O setor de veículos, muito forte em São Paulo e no Paraná, teve atuação importante neste aumento de maio”, aponta em nota Bernardo Almeida, analista da pesquisa. Segundo ele, os setores de alimentos e de derivados do petróleo também exerceram influências positivas no índice. Comparação com maio de 2019 Se os resultados de maio mostram uma recuperação após as fortes perdas dos meses anteriores, apontam também que a produção industrial segue muito abaixo da registrada no ano passado. Na comparação com maio de 2019, a indústria teve queda de 21,9% – com todos os locais pesquisados, exceto Goiás, apresentando contração na produção. “Em São Paulo, mesmo com a taxa positiva perante abril, maio apresentou o segundo pior patamar da indústria na série histórica, perdendo exatamente para o mês anterior, abril de 2020", aponta o analista da pesquisa. O início da série histórica da pesquisa foi em janeiro de 2002. Produção industrial maio, ante maio de 2019 Economia G1 De acordo com o IBGE, além dos efeitos da pandemia e do isolamento social para conter a propagação do vírus, houve também efeito calendário nesse resultado, já que maio de 2020 teve dois dias úteis a menos que o mesmo mês do ano passado. Já o resultado de Goiás, com avanço de 1,5%, foi impulsionado em grande parte pelo ramo de produtos alimentícios (açúcar VHP e cristal, óleo de soja refinado e em bruto, extrato, purês e polpas de tomate, leite condensado e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja). Produção industrial: ‘A boa notícia é que não continuou caindo em maio’, diz Miriam Leitão
- Publicado em Negócios
Dólar opera em queda com exterior e dados de varejo, mas instabilidade persiste
Na terça-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,60%, a R$ 5,3833. Notas de dólar Reuters O dólar opera em queda nesta quarta-feira (8), após surpresa positiva nas vendas do comércio varejista em maio, com investidores elevando as apostas de que a recuperação da economia brasileira pode ser mais acelerada do que o esperado, apesar das incertezas globais e persistente volatilidade nos mercados. Às 16h02, a moeda norte-americana caía 0,71%, cotada a R$ 5,3450, em sessão instável. Na mínima da sessão até o momento chegou a R$ 5,3192, enquanto que na máxima foi a R$ 5,3937. Veja mais cotações. Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,60%, cotada a R$ 5,3833. Na parcial do mês, ainda acumula baixa de 1,04%. No ano, porém, tem alta de 34,25%. s Países da zona do euro se mobilizam para superar fase ruim da economia Cenário local O IBGE divulgou nesta quarta o resultado das vendas do comércio em maio, que apontou uma alta de 13,9% em relação ao mês anterior, bem acima do esperado pelo mercado. O BTG Pactual digital classificou os resultados como "muito acima da expectativa" e avaliou que, apesar do cenário "ainda repleto de incertezas, o forte crescimento deve animar investidores, na medida em que indica uma recuperação da atividade econômica". Indicadores econômicos de maio e junho indicam uma reação da economia brasileira e sinalizam que o pior da crise pode ter ficado para trás, apesar das incertezas ainda elevadas. A perspectiva ainda sombria para a economia foi exposta pela pesquisa Focus do Banco Central, cuja mais recente atualização divulgada na véspera mostrou estimativa de contração de 6,50% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Contudo, houve ligeira melhora em relação à taxa de queda 6,54% da semana passada. O mercado espera dólar de R$ 5,20 ao fim de 2020, pela mediana das projeções. Cautela no exterior Já no exterior, o sentimento seguia fragilizado pelo ressurgimento de casos de Covid-19 no mundo e pelos riscos de seus potenciais efeitos econômicos. O aumento de casos de coronavírus nos Estados Unidos e as previsões de recessão mais profunda do que era esperado na zona do euro reduziam as esperanças em torno de uma rápida recuperação da economia. O número de casos confirmados nos EUA ultrapassou 3 milhões, afetando quase um em cada 100 norte-americanos. Christopher Lewis, analista do DailyForex, avalia que a marca de R$ 5,50 tem oferecido resistência nas últimas semanas, mas que é "apenas questão de tempo" antes de a moeda superá-la. Esse movimento abriria caminho para a região de R$ 5,60 e, eventualmente, para máximas próximas de 6 reais. "Acho que o nível de R$ 5,0 será uma barreira significativa que deveria atrair muita pressão compradora. No fim, acho que neste momento é muito mais fácil comprar o par dólar/real do que vendê-lo, devido a todos os riscos associados com o Brasil e a América Latina", disse. Variação do dólar em 2020 Economia G1
- Publicado em Negócios
Bovespa sobe mais de 1% e volta a se aproximar de 100 mil pontos
Na terça, Ibovespa teve queda de 1,19%, a 97.761 pontos. Painel da B3 – Bovespa Nelson Almeida/ AFP O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, retomava o viés positivo nesta quarta-feira (8), voltando a se aproximar dos 100 mil pontos, após realização de lucros na véspera, tendo de pano de fundo alta de commodities no exterior e dados que mostraram forte crescimento nas vendas do comércio no país em maio ante abril. Às 16h03, o Ibovespa tinha alta de 2,5%, a 99.764 pontos. Na máxima da sessão até o momento chegou a 99.789 pontos. Veja mais cotações. A última vez que a Bolsa superou 100 mil pontos foi em 6 de março. Entre as maiores altas, Cyrela e Via Varejo avançavam acima de 3%. Já Bradesco e Itaú subiam a redor de 2%. Já o dólar opera em queda, ao redor de R$ 5,35. Na terça, a bolsa fechou em queda de 1,19%, a 97.761 pontos. Com o resultado, a alta no mês é de 2,85%. No ano, a bolsa ainda registra saldo negativo, com queda de 15,46%. Miriam Leitão: ‘Recuperação do varejo foi mais forte do que o imaginado’ Análise Da agenda local, as vendas no varejo brasileiro avançaram 13,9% em maio na comparação com o mês anterior, alta recorde e melhor do que as expectativas, embora ainda insuficiente para zerar perdas dos dois meses anteriores por causa da pandemia. O BTG Pactual digital classificou os resultados como "muito acima da expectativa" e avaliou que, apesar do cenário "ainda repleto de incertezas, o forte crescimento deve animar investidores, na medida em que indica uma recuperação da atividade econômica". Indicadores econômicos de maio e junho indicam uma reação da economia brasileira e sinalizam que o pior da crise pode ter ficado para trás, apesar das incertezas ainda elevadas. No exterior, Wall Street abriu no azul, com investidores voltando as atenções aos sinais da recuperação econômica, enquanto permanecem receios de novo confinamento diante do aumento de casos de coronavírus naquele país. Variação do Ibovespa em 2020 G1 Economia
- Publicado em Negócios
Conab mantém previsão de safra de grãos recorde e eleva projeção de exportação de soja do Brasil
Principal produto do agronegócio brasileiro, a safra de soja deverá ser de 120,4 milhões de toneladas, sendo que 80 milhões devem ir para o exterior. Soja: principal produto do agronegócio brasileiro deverá ter exportações aquecidas até o fim do ano Cotrijal/Divulgação A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) elevou nesta quarta-feira (8) a estimativa para a produção de grãos no Brasil na safra 2019/2020: 251,4 milhões de toneladas, mantendo a previsão de recorde no país. Principal produto do agronegócio brasileiros, a safra de soja foi estimada em 120,8 milhões de toneladas, contra 120,4 milhões em junho. Já as vendas externas foram previstas em mais de 80 milhões de toneladas, contra 77 milhões no levantamento anterior. "As exportações deverão continuar fortes nos próximos meses, e para julho é esperada (line-up) uma exportação de mais de 7 milhões de toneladas", disse a Conab. O levantamento desta quarta segue em linha com o divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A diferença é que o levantamento da Conab leva em conta o calendário de safra, que começa em julho e termina junho do ano seguinte, já o IBGE considera o que é produzido nos 12 meses do ano. Milho, trigo e algodão A produção total de milho em 2019/20 foi estimada em 100,55 milhões de toneladas, levemente abaixo das 100,9 milhões no mês anterior, em meio a um corte na previsão para a segunda safra. A chamada "safrinha" de milho deve atingir 73,5 milhões de toneladas, contra 74,2 milhões na projeção de junho, disse a Conab. A previsão para as exportações de milho ficou estável, em 34,5 milhões de toneladas. A estatal ainda aumentou a projeção para a produção de trigo no Brasil em 2020, para 6,3 milhões de toneladas, contra quase 5,7 milhões em junho. A safra de algodão (pluma) foi vista em 2,89 milhões de toneladas, praticamente estável frente ao mês anterior, segundo a Conab.
- Publicado em Negócios
IBGE projeta safra recorde de grãos em 2020 e eleva estimativa de safra brasileira de café
Expectativa é que sejam produzidas 59 milhões de toneladas de café neste ano, aumento de 18,2% em relação a 2019. Sacas de café: colheita neste ano deverá ser farta Reprodução EPTV A safra nacional de grãos deverá bater novo recorde e chegar a 247,4 milhões de toneladas em 2020, segundo a estimativa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (8). Se confirmado, serão produzidas 6 milhões de toneladas a mais que em 2019. O levantamento desta quarta segue em linha com o divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A diferença é que o levantamento da Conab leva em conta o calendário de safra, que começa em julho e termina junho do ano seguinte, já o IBGE considera o que é produzido nos 12 meses do ano. Café A produção de café do Brasil em 2020 foi estimada nesta quarta-feira em 59 milhões de sacas de 60 kg. O volume projetado para safra que está sendo colhida, se confirmado, deverá representar um crescimento de 18,2% na comparação com a temporada passada. Além das condições favoráveis para a colheita, que deverão resultar também em uma safra de qualidade, a temporada atual é a de alta no ciclo bianual do arábica, que alterna anos de maiores e menores produtividades. A safra de café arábica foi estimada pelo IBGE em 44,5 milhões de sacas, crescimento de 4,8% em relação ao mês anterior e 28,9% frente ao ano passado. Minas Gerais, principal produtor brasileiro de café e também da variedade arábica, deve responder por 72,3% da produção desses grãos mais apreciados pelo mercado, com 32,2 milhões de sacas, alta de 30,2% na comparação anual. Para o café robusta, ou conilon, o IBGE estimou uma safra de 14,5 milhões de sacas, declínios de 1,9% em relação ao mês anterior e de 5,8% ante o ano anterior. "A produção capixaba, que representa 65,8% do total nacional (de conilon), encontra-se 4,2% menor em decorrência do declínio de 4,3% no rendimento médio", disse o IBGE. Em relação ao ano anterior, houve declínio de 10,3%. Em videoconferência na semana passada, produtores de café do Brasil, maior produtor e exportador global da commodity, sinalizaram que a safra nacional será volumosa e terá boa qualidade, com as condições climáticas favorecendo os trabalhos de colheita até o momento. Nesta quarta-feira, a Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, que atua em Minas Gerais e São Paulo, informou que 36,74% da área de café dos cooperados já foi colhida.
- Publicado em Negócios
Usuários do PicPay e Nubank reclamam de ‘sumiço’ de dinheiro do Auxílio Emergencial
De acordo com o Nubank, o problema teria ocorrido por conta de uma falha no sistema da Caixa. Usuários do PicPay e do Nubank têm reclamado nas redes sociais que recursos transferidos do Auxílio Emergencial teriam 'sumido' de suas contas nessas fintechs. De acordo com o Nubank, o problema teria ocorrido por conta de uma falha no sistema da Caixa Econômica Federal (CEF). Já o PicPay creditou a falha a instabilidades do aplicativo Caixa TEM.
Beneficiários do Auxílio Emergencial têm usado esses serviços para 'driblar' a restrição imposta pela Caixa para realizar saques e transferências usando o aplicativo Caixa TEM. Para evitar a formação de filas nas agências, a Caixa limitou, em um primeiro momento, o uso dos recursos a pagamento de boletos e compras usando o cartão de débito virtual. As fintechs oferecem um serviço que permite emitir um boleto no nome do próprio usuário e realizar a transferência de forma imediata.
De acordo com o Nubank, parte dos clientes que realizou o pagamento de boletos por meio da Caixa Econômica Federal teria recebido em sua conta digital uma quantia superior ao valor correto. Informado pela CEF sobre o erro, o Nubank afirma que comunicou os clientes e estornou os valores de volta à própria Caixa.
Diante das reclamações, a fintech suspendeu a devolução à Caixa, e reverteu os valores de volta aos seus clientes, que já teriam recebido os valores em suas contas. A empresa informou que aguarda esclarecimentos adicionais do banco estatal.
O PicPay deu explicação diferente: de acordo com a fintech, por instabilidade do sistema do Caixa TEM, um pequeno percentual das transações entre o aplicativos e o PicPay não é concluído. "Nesses casos, o usuário deve fazer nova tentativa. Se a Caixa tiver debitado o valor utilizado para a transferência, o estorno deverá ser realizado pelo próprio banco", disse a empresa em nota.
Initial plugin text
Procurada pelo G1, Caixa Econômica Federal não respondeu até a última atualização desta reportagem.
Beneficiários do auxílio emergencial dizem que dinheiro sumiu da conta
- Publicado em Negócios
PIX é parte do sistema financeiro do futuro que culmina com moeda digital, diz Campos Neto
Segundo o presidente do BC, sistema de pagamentos instantâneos vai se encontrar, no futuro, com um outro projeto da instituição, o 'open banking'. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que o sistema de pagamentos instantâneos PIX é parte do que a instituição vê como sistema financeiro do futuro, culminado com uma moeda digital.
“O Pix é um pilar fundamental”, disse, em um vídeo gravado há dois dias e que foi apresentado nesta quarta-feira (8) no evento Conexão PIX. “A gente imagina que o sistema financeiro no mundo é [no futuro] quase todo digital. E culminando com o que a gente chama de moeda digital, que a gente vê lá na frente.”
PIX vai permitir pagamentos instantâneos; entenda
Banco Central divulga detalhes de novo sistema imediato de pagamentos
Campos Neto reafirmou os cinco princípios que considera essenciais para o sistema de pagamentos instantâneos (ser seguro, aberto, barato, transparente e rápido) e disse que, mais adiante, o PIX vai se encontrar com um outro projeto do BC, o 'open banking'.
“No fim das contas, o PIX se encontra com o 'open banking' em algum momento. A gente tem outros projetos paralelos que vão melhorar essa função da intermediação financeira no futuro”, disse ele.
Banco Central inicia regulamentação do 'open banking'
Saques em lojas a partir de PIX
Campos Neto defendeu também que a possibilidade de consumidores fazerem saques em lojas a partir do PIX vai baixar o custo operacional da negociação no varejo. Segundo ele, essa será uma solução considerando a realidade de muitas cidades, especialmente no interior do Norte e Nordeste, onde há dificuldade para transporte de numerários.
Ele pontuou que há cidades que não têm caixas eletrônicos, com bancos retirando a operação de ATMs por questões de segurança. Por outro lado, os lojistas lidam com custos altos para transporte de dinheiro.
"Ideia é fazer com que qualquer estabelecimento comercial seja um lugar onde as pessoas possam sacar dinheiro. Isso vai ser bom para as pessoas, porque elas vão precisar ter menos dinheiro na carteira. Vai ser bom para os estabelecimentos porque vão otimizar o volume de dinheiro que vão manter em estoque", disse.
- Publicado em Negócios
Governo recria Conselho Nacional de Defesa do Consumidor
O órgão, criado em 1985 e extinto em 1990, terá a finalidade de assessorar o ministro da Justiça e Segurança Pública na formulação e na condução da política para a área. O governo federal recriou, via decreto publicado nesta quarta-feira (8) no Diário Oficial da União, o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor (CNDC). O órgão foi criado em 1985 e extinto em 1990.
O novo CNDC terá a finalidade de assessorar o ministro da Justiça e Segurança Pública na formulação e na condução da Política Nacional de Defesa do Consumidor. Ele também deverá implementar e propor recomendações aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor para adequação das políticas públicas nesta área.
Ela também terá que impor a adequação das políticas públicas de defesa do consumidor às práticas defendidas por organismos internacionais, tais como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.
O CNDC também deverá promover programas de apoio aos consumidores menos favorecidos e vai propor medidas de educação do consumidor sobre seus direitos e suas obrigações decorrentes da legislação consumerista.
Ele será presidido pelo Secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas vai contar com integrantes do Ministério da Economia, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Banco Central (BC), com quatro representantes de agências reguladoras, como a de Energia Elétrica, de Petróleo, de Aviação Civil e de Telecomunicações.
- Publicado em Negócios
Auditoria de direitos civis critica Facebook por não ter removido publicações de Donald Trump
Análise independente contratada pela rede social durou 2 anos e conclui que a empresa ainda falha na forma como lida com discursos de ódio. Relatório sai no momento em que a companhia é alvo de boicote de anunciantes, que pedem medidas mais rígidas contra esses conteúdos. Sede do Facebook, na Califórnia Thiago Lavado/G1 O Facebook divulgou nesta quarta-feira (8) a última parte de uma auditoria de direitos civis independente feita sobre a empresa. O relatório conclui que a rede social ainda precisa melhorar na maneira como lida com posts que contêm discursos de ódio. E critica, especificamente, o fato de o Facebook não ter derrubado posts polêmicos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A análise, feita por advogadas especializadas em direitos civis, durou dois anos e levou em consideração as políticas internas e práticas da rede social quanto a questões nessa área. A divulgação do resultado da auditoria coincide com o momento em que o Facebook é alvo de críticas de entidades civis e de um boicote de anunciantes, que demandam que a plataforma seja mais vocal em lidar com discurso de ódio. Veja os principais pontos do relatório e o que disse o Facebook: Analistas criticaram o Facebook por não remover publicações do presidente Donald Trump que violaram regras da plataforma; Também foi questionada a decisão de não verificar publicações e anúncios de políticos; para as auditoras, isso pode causar outro tipo de interferência no processo democrático; Elas dizem que a rede social precisa evitar que a tecnologia e os algoritmos criem "câmeras de eco de extremismo", para evitar consequências; Algumas atitudes do Facebook, como iniciativas para coibir interferência em eleições e eliminar nacionalismo branco, foram elogiadas; O Facebook reconheceu alguns dos erros, e disse que vai adotar medidas sugeridas pela auditoria, mas não todas. Posts de Trump Uma das principais críticas foi em relação à decisão da plataforma de não remover publicações do presidente Donald Trump em maio deste ano — outras redes sociais, como Twitter, foram mais expressivas contra posts do mandatário que violavam suas políticas. Para os analistas, essa decisão foi motivo de alarme, com uma das publicações "propagando discurso de ódio e violência" e outras duas "facilitando a supressão de votos". Twitter marca mensagem de Trump por glorificar a violência "Em todos os casos o Facebook afirmou que as publicações não violaram os padrões da comunidade. Os auditores vigorosamente deixaram claro seu desacordo, conforme acreditamos que essas publicações claramente violaram as políticas do Facebook", disse o relatório. "A ênfase que colocamos na liberdade de expressão não foi adequadamente equilibrada pelo valor essencial da não discriminação", disse Sheryl Sanderg, diretora de operações do Facebook, no blog da empresa. Segundo ela, os auditores deixaram claro que o Facebook agiu de maneira estrita ao interpretar suas políticas. Auditoria de direitos civis critica Facebook por não ter removido publicações de Trump Algoritmo Houve também uma crítica sobre uso de algoritmos e tecnologias pelo Facebook. Segundo os auditores, a plataforma "deveria usar tudo que tem em seu poder para prevenir que ferramentas e algoritmos direcionem as pessoas a reforçar câmaras de eco de extremismo e que a companhia deve reconhecer que falhar com isso terá perigosas consequências". A auditoria elogiou algumas das decisões do Facebook ao lidar com problemas políticos, como a instituição de diretrizes contra a supressão de voto e contra o nacionalismo branco na rede. Apesar disso, houve críticas também sobre essas decisões, que foram muito estreitas em sua aplicação. "Embora o processo de auditoria tenha sido importante, e levou a melhoras significativas na plataforma, nós vimos e assistimos à companhia tomar decisões dolorosas nos últimos 9 meses com consequências no mundo real que são reveses sérios para os direitos civis", afirma o relatório. Zuckerberg afirma que vai intensificar combate a posts no Facebook com informações falsas sobre eleições Pela análise, o Facebook precisa melhorar na forma como lida com nacionalismo branco, expandindo proibições para apreço, suporte e representação, mesmo que os termos usados para banir esse tipo de conteúdo não estejam explícitos. Segundo os auditores, é preciso que o Facebook também aplique mais recursos para estudar e lidar com problemas de ódio organizado na rede social contra muçulmanos, judeus e outros grupos. Crítica a não verificar discursos de políticos Os auditores também criticaram o Facebook pela decisão de não verificar discurso político e disseram que essa atitude tem como resultado garantir mais voz para quem está em posições de poder. "Temos graves preocupações que a combinação entre a decisão da companhia de eximir políticos de checagem e os precedentes criados pelas decisões sobre as publicações do presidente Trump deixa a porta aberta para que a plataforma seja usada por outros políticos para interferir em votações", afirma o relatório. Em 2019, Mark Zuckerberg, presidente executivo do Facebook, realizou um discurso na Universidade Georgetown, em Washington, onde defendeu que a rede social não deveria remover conteúdo publicado por políticos, argumentando que a sociedade tinha direito de ver o que eles estavam falando, mesmo que estivessem mentindo. A decisão de não fazer a checagem de fatos de anúncios políticos gerou muita polêmica nos EUA. Zuckerberg defendeu a atitude afirmando que "não é certo que uma companhia privada censure políticos ou notícias em uma democracia". "Embora eu me preocupe com a erosão da verdade, eu não acredito que a maioria das pessoas quer viver em um mundo onde você só possa publicar coisas que as empresas de tecnologia julguem ser 100% verdade", disse no ano passado. Para os auditores, o Facebook construiu um mecanismo eficiente, que impede a interferência de agentes estrangeiros nos processos democráticos, mas criou processos que facilitaram interferências internas. "O Facebook criou políticas e tomou decisões que deixaram nossas eleições expostas à interferência do presidente [Donald Trump] e de outros que buscam usar desinformação para semear confusão e suprimir votos", disseram os auditores. O que diz o Facebook Os auditores apontaram ainda uma série de problemas que o Facebook precisa melhorar em relação a suas políticas, como melhorar o processo de decisão dentro da empresa, que precisa ser mais consistentemente priorizado por direitos civis. Sandberg afirmou que o Facebook não irá fazer todas as mudanças solicitadas pela auditoria, mas que vai colocar mais propostas em prática, e elencou algumas das medidas que a empresa já tomou, como expansão na política de supressão de voto e mudanças na política de anúncios. "Estamos iniciando o processo de trazer para dentro da empresa a experiência necessária em direitos civis, começando com o compromisso de contratar um líder para a área de direitos civis, que continuamente nos estimulará internamente a fazer progresso nestas questões", disse a executiva.
- Publicado em Negócios