Fome pode aumentar 269% na América Latina com pandemia, diz ONU
Cerca de 270 milhões de pessoas em 79 países enfrentam crescente risco de passar fome. Presidente do Banco Mundial estima que 60 milhões de pessoas vão entrar na extrema pobreza
O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou nesta terça-feira (30) que o número de pessoas com “insegurança alimentar aguda”, ou seja, risco de sofrer por fome, aumentou 80% no mundo, no rastro da pandemia de Covid-19.
Cerca de 270 milhões de pessoas em 79 países enfrentam crescente risco de passar fome.
O maior impacto é na América Latina, com aumento de 269% no número de pessoas enfrentando “severa insegurança alimentar”, comparado à alta de 135% na África Central e 90% no sudoeste africano.
Crise do coronavírus deve provocar aumento da pobreza no Brasil
“O vírus está mudando a face da fome, afetando mais população urbana”, diz comunicado do PAM, agência humanitária ligada à ONU.
A agência da ONU pede à comunidade internacional um montante de US$ 4,9 bilhões para os próximos seis meses, a fim de socorrer milhares de pessoas contra a fome.
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Bolsas da Europa registram melhor trimestre desde março de 2015
O índice pan-europeu Stoxx 600 registrou salto de 12,6% no segundo trimestre. A Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, cujo índice acionário DAX é o mais importante da Europa continental Reuters As ações da Europa subiram nesta terça-feira (30) para encerrar seu melhor trimestre desde março de 2015, com os investidores apostando que as piores consequências econômicas da crise do coronavírus ficaram para trás. O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,05%, a 1.406 pontos, enquanto o índice pan-europeu Stoxx 600 ganhou 0,13%, a 360 pontos, depois de operar em território negativo. Ações de tecnologia, mineração e imobiliárias lideraram os ganhos na sessão. Bolsas da China fecham em alta após dados otimistas e esperanças de recuperação Uma recuperação em Wall Street também ajudou a elevar o sentimento, já que os investidores se concentraram em sinais de recuperação econômica, mesmo depois que vários Estados norte-americanos registraram um pico recorde de novas infecções por Covid-19. Mas o FTSE 100, do Reino Unido, teve perda acentuada depois que dados mostram que a economia britânica encolheu à maior taxa desde 1979 no início de 2020, refletindo a redução dos gastos das famílias. Autoridades da China isolam região perto de Pequim para evitar novo surto do coronavírus Os mercados financeiros nas últimas semanas ficaram divididos entre os temores sobre um ressurgimento dos casos de coronavírus em todo o mundo e dados econômicos positivos, já que muitos países estão saindo de longos bloqueios. O Stoxx 600 registrou salto de 12,6% no segundo trimestre – o melhor resultado desde março de 2015. Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,90%, a 6.169 pontos. Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,64%, a 12.310 pontos. Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,19%, a 4.935 pontos. Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,37%, a 19.375 pontos. Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,64%, a 7.231 pontos. Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,06%, a 4.390 pontos.
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Queda na receita da indústria de máquinas desacelera em maio, diz Abimaq
Comparação anual ainda registra retração de 13,7% em relação ao mesmo mês de 2019. Projeção é de queda de 10% neste ano. A queda na produção da indústria brasileira
O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos teve uma retração de 13,7% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2019, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A receita no mês foi de R$ 9,5 bilhões.
O resultado ainda é muito ruim, mas sinaliza uma desaceleração na queda do setor — em abril, a receita foi 27% menor que no ano anterior.
Com pandemia, produção industrial tem tombo recorde de 18,8% em abril, diz IBGE
No acumulado de janeiro a maio, a indústria teve redução de 7,7% em seu faturamento. A expectativa é que, até o fim de 2020, a taxa chegue a 10%.
As exportações do setor, que já vinham em queda desde o fim do ano passado, seguem em baixa. Em maio, a retração foi de 34,7% e, no acumulado do ano, de 23,6%.
As importações, que também diminuíram 30,6% em maio, seguem com saldo positivo no acumulado do ano, com uma alta de 14,6% de janeiro a maio. O setor de infraestrutura e indústria de base é o que mais ampliou suas compras de importados em 2020.
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Governo prorroga por 2 meses auxílio emergencial, mas quer dividir pagamento em 4 parcelas
Anúncio foi feito pelo ministro Paulo Guedes (Economia). Segundo ele, primeira parcela será de R$ 500; a segunda, de R$ 100; a terceira, de R$ 300; e a quarta, de R$ 300. Governo anuncia que vai pagar auxílio emergencial por mais dois meses
O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta terça-feira (30) a prorrogação do auxílio emergencial, destinado a trabalhadores informais e beneficiários do Bolsa Família.
Segundo Guedes, a proposta é que sejam pagas mais quatro parcelas em dois meses, que somarão R$ 600 por mês, totalizando R$ 1,2 mil.
O pagamento deverá ser feito da seguinte maneira, segundo o ministro:
R$ 500 no início do mês;
R$ 100 no fim do mês;
R$ 300 no início do mês;
R$ 300 no fim do mês.
O anúncio foi feito em uma cerimônia no Palácio do Planalto, da qual participaram o presidente Jair Bolsonaro, ministros do governo, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além de parlamentares e convidados (saiba mais abaixo como foram os discursos).
Na cerimônia, Bolsonaro assinou um decreto sobre a prorrogação do pagamento.
Após o evento, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse que o cronograma de pagamento das novas parcelas ainda será divulgado. Segundo ele, o calendário está pronto, mas falta autorização do ministro Paulo Guedes para anunciar.
Bolsonaro anuncia nesta terça-feira a prorrogação do auxílio emergencial
Auxílio emergencial
O auxílio emergencial foi criado em abril, por meio de uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Bolsonaro.
A previsão inicial era que o auxílio fosse pago por três meses, mas a lei deu a possibilidade de prorrogação do benefício.
O texto enviado pelo governo ao Congresso previa que o auxílio fosse de R$ 200, mas o texto aprovado pelo Congresso passou o valor da parcela para R$ 600.
Prorrogação
Na semana passada, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo na qual disse que a "ideia" do governo era pagar mais três parcelas do auxílio (R$ 500, R$ 400 e R$ 300). No Congresso, porém, parlamentares vinham defendendo manter o valor de R$ 600 e pagar mais duas parcelas.
Mais cedo, nesta terça, a colunista do G1 e da GloboNews Ana Flor informou que o governo havia decidido aceitar a proposta do Congresso e pagar mais duas parcelas, de R$ 600 cada (veja os detalhes no vídeo abaixo).
Segundo o Ministério da Economia, cada parcela do auxílio custa por mês cerca de R$ 50 bilhões. Conforme Paulo Guedes, o programa já beneficiou 60 milhões de pessoas.
Ana Flor: Governo vai aceitar mais duas parcelas de R$ 600 para o auxílio emergencial
Discursos
No discurso desta terça-feira, Paulo Guedes afirmou que o parcelamento foi pensado para fazer uma "aterrissagem inteligente" do auxílio e que o próximo passo do governo será o programa Renda Brasil, reestruturando os programas sociais já existentes.
"O Bolsa Família foi a junção de dois ou três programas. Vamos fazer o mesmo. Juntar dois ou três programas e criar o Renda Brasil, Renda Cidadania. Acima desse nível que está aí", disse.
Guedes afirmou ainda que os dados mostram que o "fundo do poço" da crise econômica provocada pela pandemia foi o mês de abril.
Ao assinar o decreto que prorroga o auxílio emergencial, Bolsonaro afirmou que sabe que o valor de R$ 600 é "pouco", mas pode ser "muito para quem não tem nada".
"Esse trabalho, esta maneira de buscar recursos no momento que a pátria necessitava é que faz com que nós nos orgulhemos de poder ajudar e dispender meios para atender a estes necessitados", disse.
O presidente afirmou ainda que espera que após esses dois meses de prorrogação a economia esteja reagindo e que o país volte à realidade. “Obviamente sempre tomando cuidado com o bem maior de todos, que é a nossa vida”, disse.
Análise
Ouça no podcast O Assunto a análise sobre o impacto do auxílio emergencial:
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Câmara conclui votação de MP que oferece crédito para pequenas e médias empresas
Matéria segue agora para o Senado. Dinheiro poderá ser usado para pagar salários de funcionários ou verbas trabalhistas em meio à crise do coronavírus. A Câmara dos Deputados concluiu nesta terça-feira (30) a votação da medida provisória que cria um programa emergencial de crédito para pequenas e médias empresas pagarem os salários de funcionários em meio à crise provocada pelo novo coronavírus. A matéria segue agora para o Senado.
O texto-base já havia sido aprovado na semana passada, mas os parlamentares precisavam terminar de analisar sugestões para alterar pontos específicos do texto. Todos acabaram rejeitados.
O que diz o texto aprovado:
Linha de crédito vale para empresas com receita bruta anual superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 50 milhões, calculada com base no exercício de 2019;
Empresas poderão usar para pagar folha de pagamento ou verba trabalhista;
Até 100% da folha de pagamento poderá ser financiada, limitada a dois salários-mínimos por funcionário (R$ 2.090), pelo período de quatro meses;
Prazo de até 36 meses para pagar o empréstimo, com carência de seis meses para início do pagamento, com capitalização de juros durante esse período.
Apenas 16% das pequenas empresas que buscaram crédito na pandemia conseguiram, diz Sebrae
A MP entrou em vigor em abril, quando foi publicada pelo governo federal no “Diário Oficial da União”. Para se tornar lei em definitivo, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até o fim de julho.
Na tramitação na Câmara, o relator, deputado Zé Vitor (PL-MG), fez diversas modificações no texto original do governo.
Uma das mudanças foi a ampliação do escopo do programa para permitir o pagamento não apenas da folha salarial, mas também de verbas trabalhistas.
Além disso, o período em que a folha poderá ser financiada passou dos dois meses propostos pelo governo para quatro meses.
O deputado estendeu ainda o teto máximo de faturamento das empresas beneficiárias do programa – passando de R$ 10 milhões ao ano, como previsto pelo governo, para R$ 50 milhões.
O texto estabelece que o governo federal responderá por 85% do dinheiro das operações, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e os demais 15% serão de recursos dos bancos que atuarem no programa.
No total, o governo federal disponibilizará R$ 34 bilhões para o programa. Se somada a participação dos bancos privados, o montante da linha de crédito poderá chegar a R$ 40 bilhões.
O texto aprovado pelos deputados também aumentou o rol de beneficiários, que incluem:
Empresários;
Sociedades empresárias e cooperativas, exceto as sociedades de crédito;
Sociedades simples;
Organizações da sociedade civil;
Empregadores rurais.
Pela proposta, os contratantes devem fazer o pagamento dos empregados por meio de transferência para suas contas bancárias. Os bancos não poderão cobrar do trabalhador tarifas por saques ou transferência a outras contas.
Governo publica MP para destravar crédito que não está chegando até empresas
Outros pontos
Veja outros pontos da medida provisória:
Condições do programa – Os juros serão de 3,75% ao ano, com seis meses de carência e prazo de 36 meses de pagamento. Os bancos participantes podem formalizar as operações de crédito até 31 de outubro de 2020.
Demissão sem justa causa – As empresas que contratarem o crédito ficam proibidas de demitir sem justa causa na mesma proporção da folha de pagamento que tiver sido paga com recursos do programa. Isto é, se a empresa financiar 70% da sua folha de pagamento, só poderá demitir sem justa causa 30% de seus funcionários. A proibição vale por até dois meses após a liberação da última parcela da linha de crédito.
Verbas trabalhistas – Para usar a linha de crédito no pagamento das verbas trabalhistas previstas pelo texto, os contratantes não podem estar com suas atividades encerradas, com falência decretada ou em estado de insolvência civil. Nesse caso, as linhas de crédito só podem ser usadas para acordos homologados na Justiça do Trabalho que não ultrapassem R$ 15 mil. O financiamento também não pode ser usado para pagar verbas trabalhistas de natureza exclusivamente indenizatória ou decorrentes de trabalho escravo ou o infantil.
Alterações no Pronampe – O texto também altera regras do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) para permitir que o Fundo Geral do Turismo (Fungetur) utilize taxa fixa de juros de 1% ao ano e compartilhe parte do risco das operações financeiras efetuadas por seus agentes financeiros enquanto durar o estado de calamidade pública. Segundo o relator, a alteração é para “dar mais dinamismo às operações de crédito para o setor de turismo”.
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Agência de comunicações dos EUA decide classificar Huawei e ZTE como ameaças à segurança nacional
Huawei já havido sido colocada na lista de proibições comerciais dos Estados Unidos pelo presidente Donald Trump. Huawei e ZTE foram designadas como ameaças à segurança nacional dos EUA Hannibal Hanschke/Reuters A agência de comunicações dos Estados Unidos (FCC) designou formalmente as gigantes chinesas Huawei e ZTE como ameaças à segurança nacional, uma declaração que impede empresas norte-americanas de usarem um fundo governamental de US$ 8,3 bilhões para comprar equipamentos delas. O órgão regulador de telecomunicações dos EUA aprovou em novembro uma proposta para classificar as duas empresas chinesas como ameaças ao país e também propôs que as operadoras rurais removessem e substituíssem equipamentos de Huawei e ZTE. O espectro de uma guerra fria tecnológica entre China e EUA "Não podemos e não permitiremos que o Partido Comunista chinês explore vulnerabilidades de rede e comprometa nossa infraestrutura crítica de comunicações", disse o presidente da FCC, Ajit Pai, em comunicado nesta terça-feira. Huawei e ZTE não comentaram o assunto de imediato, mas anteriormente criticaram fortemente as ações da FCC. O comissário da FCC Geoffrey Starks disse nesta terça-feira que "equipamentos não confiáveis" permanecem em funcionamento nas redes norte-americanas e disse que o Congresso dos EUA deve alocar financiamento para que as substituições dos equipamentos sejam feitas. Em maio de 2019, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma decreto estabelecendo emergência nacional e impedindo as empresas do país de usarem equipamentos de telecomunicações produzidos por empresas que representem risco à segurança nacional. O governo Trump também adicionou a Huawei à lista de proibição comercial dos EUA no ano passado. Trump proíbe empresas americanas de usar equipamentos de telecomunicação estrangeiros
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Empresária da periferia consegue empréstimo com fintech para reestruturar negócio
Startups do setor financeiro ajudam pequenos empresários a conseguirem crédito fora do sistema tradicional. Pesquisa do Sebrae mostra que 60% dos pequenos empresários tiveram solicitação de empréstimo negada. Um dos principais motivos é a burocracia. Uma alternativa para pequenos negócios que funcionam na periferia conseguirem crédito, fora do sistema tradicional, é usar as fintechs, startups do setor financeiro. A empresária Valéria Oliveira conseguiu empréstimo em uma dessas fintechs. Há sete anos, ela tem registro de MEI e montou em casa um pequeno negócio de sublimação, para estampar canecas e outros objetos. Ela também dá cursos. O faturamento que girava em torno de R$ 3 mil por mês, caiu pela metade com a pandemia. A empresária Valéria Oliveira conseguiu empréstimo com a ajuda de uma fintech Reprodução TV Globo Para manter o negócio, Valéria tentou empréstimo em bancos e não conseguiu. A fintech que Valéria procurou foi criada em 2017 por Fábio Takata e dois sócios. Com a pandemia, eles desenvolveram um fundo em parceria com uma escola de empreendedorismo da periferia e outras empresas. “O empreendedor consegue o crédito mais rápido e tem vantagem de ser tudo pela internet”, explica Takara. O fundo já captou R$ 350 mil e a expectativa é chegar a R$ 500 mil. O crédito de até R$ 3 mil é para micro e pequenos negócios da periferia. Quarenta empreendedores de seis estados já receberam o dinheiro. A taxa de juros é de 1% ao mês, abaixo das praticadas pelo mercado. O prazo de pagamento: 20 meses e carência de quatro meses para pagar a primeira parcela. “Temos análise de risco diferente de bancos tradicionais. Não levamos em consideração se pessoa tem nome negativado, levamos em consideração o questionário do perfil do empreendedor e a partir dele a gente consegue entender hábitos de consumo, nível de conhecimento dele e o hábito familiar. Daí conseguimos identificar o bom e o mau pagador”, explica Takara. Com R$ 1,3 mil que pegou emprestados da fintech, Valéria reestruturou o negócio. Investiu em equipamentos para migrar para o digital e criou um site. “Foi um atendimento atencioso e rápido. Eles souberam tratar com o pequeno empreendedor, foi o que me salvou”, afirma Valéria. “Quando a gente vê o crédito chegando ao pequeno empreendedor, e como podemos ajudar, é gratificante”, completa Takara. Confira a reportagem completa: Fintechs são alternativas para pequenos empresários conseguirem empréstimos
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Cafeicultores da Costa Rica sofrem com falta de trabalhadores por Covid-19
Restrições de viagem podem impedir que trabalhadores provenientes do Panamá e da Nicarágua, que costumam representar dois terços da mão de obra utilizada, cheguem ao país. Agricultor nicaraguense Edifemo Bravo checa plantio de café em Santa María de Dota, Costa Rica REUTERS/Alvaro Murillo Enquanto especialistas em café de todo o mundo valorizam os grãos gourmet da Costa Rica, agricultores do país alertam que se uma escassez de mão de obra estrangeira causada pela pandemia de coronavírus não for resolvida em breve, a matéria-prima de inúmeros "lattes" e "espressos" pode simplesmente estragar. A perspectiva de uma safra abundante neste ano para o país relativamente pequeno da América Central acabou por se transformar em um panorama incerto, com crescentes temores de que a safra pode não ser colhida pelas mãos que tradicionalmente fazem esse trabalho, especialmente nicaraguenses e panamenhas. Produtores culpam as restrições a viagens impostas pelo governo para banir visitantes potencialmente infectados do Panamá, vizinho ao sul onde o vírus teve ampla disseminação, e da Nicarágua, ao norte, onde as medidas frouxas de contenção provavelmente causaram um surto muito maior que o divulgado. Trabalhadores provenientes do Panamá e da Nicarágua costumam representar dois terços da mão de obra utilizada na safra de café da Costa Rica. "Estamos extremamente preocupados. Dependemos do trabalho estrangeiro para colher nosso café, e não sabemos quando será possível contar com ele", disse Geovanny Rodriguez, produtor de Santa María de Dota, na região montanhosa de Los Santos, cerca de 64 quilômetros a sul da capital San José. Os plantios de Los Santos são responsáveis por cerca de metade da safra costarriquenha de café. O fornecimento de grãos especiais para o mercado gourmet tem uma longa história na Costa Rica, onde está a Hacienda Alsacia, da Starbucks, fazenda privada na qual a maior rede de cafés do mundo promove pesquisas sobre três variedades e práticas agrícolas. Embora as exportações de café da Costa Rica, de cerca de 1 milhão de sacas de 60 quilos, sejam uma parcela mínima das vendas globais, seus grãos de arábica de alta qualidade são um elemento básico do mercado gourmet. Isso se soma a outros problemas já enfrentados pelos agricultores, como o coronavírus, que enfraqueceu a demanda global pelo produto, resultando em uma queda nos preços. Algumas regiões do país iniciam a colheita desta temporada em agosto. O Icafé, instituto nacional do setor, estima que cerca de 74 mil trabalhadores serão necessários durante o ápice da colheita, já na reta final do ano. "Eu nunca poderia imaginar uma colheita sem as pessoas que vêm de fora do país", disse o agricultor Edifemo Bravo, apontando para um galho de árvore lotado de cerejas de café em uma área da fazenda onde trabalha. Bravo, nascido na Nicarágua, trabalha em tempo integral na mesma cooperativa de café costarriquenha há mais de uma década. Desde março, autoridades do país confirmaram mais de 3.100 casos de coronavírus, mas apenas 15 mortes, um dos índices de contágio mais baixos da América Central, onde a quantidade de infecções continua em rápida ascensão.
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Latam suspende voos com passageiros em Viracopos e prevê demitir 40% dos funcionários
Companhia interrompe rota Campinas-Brasília por causa de reflexos da pandemia. Empresa faz orientações a passageiros e diz que operações com cargas estão mantidas no terminal. Vista aérea do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas Ricardo Lima/Divulgação A companhia aérea Latam Airlines Brasil confirmou suspensão de voos com passageiros incluindo o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), como rota de embarque ou desembarque. A empresa alega redução de demanda provocada pela pandemia do novo coronavírus e, por isso, prevê demitir 34 funcionários, o equivalente a 40% da equipe no terminal, mas mantém operações com cargas. Antes da crise, segundo a empresa, a companhia operava somente a rota Campinas-Brasília (DF). "Sua retomada será reavaliada de acordo com a demanda e os desdobramentos da pandemia", diz nota. Ao G1, a aérea informou que deve manter 51 funcionários em Campinas, incluindo profissionais que estão no terminal de cargas e os da equipe de aeroporto – neste caso responsáveis por oferecer suporte a outras bases ou atuar em situações de voos que sejam alternados para o terminal. A rota Campinas-Brasília ainda é oferecida por duas companhias aéreas em Viracopos. A assessoria da concessionária que administra o aeroporto preferiu não se manifestar sobre a decisão da Latam. O fluxo de passageiros no aeroporto em Campinas aumentou em maio, no comparativo com abril, mas não impediu o terminal de registrar o 2º menor número de viajantes para um período de 30 dias desde o início da administração realizada integralmente pela iniciativa privada. Em meio aos reflexos da pandemia do novo coronavírus, o total de viajantes diminuiu 74,7% no comparativo com 2019. Orientações aos passageiros De acordo com a Latam, viajantes que compraram passagens para a rota suspensa serão notificados por e-mail e terão a possibilidade de fazer alterações de data e/ou destino, ou solicitar um voucher de viagem pelo valor cancelado. Mais informações estão disponíveis no site da companhia aérea. Sem resposta O G1 tentou contato com o Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo (Saesp) por telefone e e-mail para um posicionamento sobre o assunto na tarde desta terça-feira , mas não houve resposta. Coronavírus em Campinas A Secretaria de Saúde em Campinas (SP) confirmou nesta terça-feira (30) mais 21 mortes provocadas pela Covid-19, o que fez o total de vítimas aumentar par 317. O número de infectados chega a 8.286. Veja o perfil de todas as vítimas da doença em Campinas Formas erradas e corretas de usar máscara de proteção contra o coronavírus Arte/G1 Initial plugin text Veja mais notícias da região no G1 Campinas.
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Na América Latina, menos que uma a cada cinco pequenas e médias empresas não foi afetada pela pandemia, diz pesquisa
Levantamento mostra que saíram-se bem apenas serviços essenciais, como supermercados, farmácias, agricultura e gasolina. RJ, 12/05/2020 Comércio fechado na Tijuca, Zona Norte do Rio Marcos Serra Lima/G1 Um levantamento da Americas Market Intelligence, encomendado pela Visa, mostra que 83% das pequenas e médias empresas da América Latina sofreram com a queda de atividade pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus. As exceções são serviços essenciais, como supermercados, farmácias, produtores de bens agrícolas e revendedores de combustíveis. São negócios que se mantiveram abertos mesmo com as medidas de quarentena nas principais cidades da região para promover o combate ao vírus. Em crise, pequenas empresas têm dificuldade de acessar linhas de crédito A pesquisa “As PMEs latinoamericanas em tempo de COVID-19 seus desafios, dificuldades e necessidades” foi apurada em maio deste ano, com 100 empresas no Brasil, México e Colômbia. Foram sondados setores da indústria, comércio e serviços. "A folha de pagamento dos funcionários aparece como a maior preocupação dos empresários, seguida por pagamento de aluguel, crédito mobiliário e despesas com contas de luz, água e telefone", diz o relatório. "Com isso, as empresas gostariam de poder contar com o apoio dos bancos para enfrentar e superar essa crise." O crédito bancário é justamente um dos gargalos da crise. No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta terça-feira (30) que algumas empresas ainda enfrentam dificuldade para acessar o crédito e que os programas para liberação dos recursos ainda não foram suficientes para atender à demanda gerada pela crise. Segundo o ministro, houve um aumento da oferta de crédito, mas com a crise econômica a necessidade das empresas por capital de giro "explodiu". Pequenos empresários tentam seguir em frente e falam sobre o futuro pós-pandemia “Os programas de crédito, onde temos o time mais técnico, é um grupo tecnicamente muito forte. Mas, às vezes, é o time do Barcelona, mas perde. Apesar do time, a verdade é que o desempenho do nosso time, e eu me incluo nesse front, foi muito difícil. Mesmo expandindo o crédito como expandimos, não foi suficiente”, afirmou Guedes. A pesquisa da Americas Market Intelligence mostra que a redução drástica de vendas atingiu 40% das empresas entrevistadas, e outros 30% relatam dificuldades de oferta, como falta de matéria-prima e cancelamento de contratos. "As PMEs do comércio demonstram que precisam de acesso a um novo crédito nesse momento. Já as empresas da indústria e provedores de serviços apontam a assistência dos bancos para flexibilizar pagamentos de cartões de crédito como maior necessidade", diz o relatório. Ainda que o acesso a crédito esteja limitado, houve algum afrouxamento. Excluindo refinanciamento de cartão, o levantamento identificou que 60% das empresas não conseguiram empréstimos, incluindo de amigos ou familiares. Em 2018, eram 86%. Donos de micro e pequenos negócios continuam sem acesso a programas de crédito do governo Digitalização Em comparação com 2018, as empresas mostram-se mais habituadas ao ambiente digital. Com 87% dos entrevistados que dizem usar Internet Banking ou aplicativos dos bancos, houve aumento de quase 10 pontos percentuais desde a última sondagem. Apenas 15%, contudo, faz uso de operações mais avançadas, como solicitação de crédito. Para comunicação e divulgação de vendas, o uso é mais intenso. São 97% dos entrevistados os que usam alguma das redes sociais para esse fim. “As PMEs da América Latina já fazem boa utilização dos canais digitais dos bancos e das redes sociais para se comunicarem com os clientes. Por isso, temos uma oportunidade de ajudá-las a tornar as operações comerciais por estes meios cada vez mais seguras, práticas e convenientes”, diz JP Cuevas, Head da Visa Business Solutions para América Latina e Caribe em comunicado.
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