Contração da indústria da zona do euro diminui em junho, aponta PMI
Com as taxas de transmissão caindo e economias reabrindo, indicador se aproximou mais da marca de 50 que separa crescimento de contração. A contração da indústria da zona do euro foi mais fraca do que o inicialmente calculado em junho, depois de mais economias do bloco terem aliviado restrições adotadas devido ao coronavírus, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
Com as taxas de transmissão caindo em grande parte da Europa e as economias reabrindo, o PMI final de indústria se aproximou mais da marca de 50 que separa crescimento de contração em junho.
O PMI foi a 47,4 em junho de 39,4 em maio e preliminar de 46,9. O subíndice de produção saltou a 48,9 de 35,6.
"Os números finais do PMI para junho ampliam os sinais de que as fábricas da zona do euro estão vendo uma forte recuperação inicial conforme a economia suspende as paralisações pela Covid-19", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit.
"As expectativas para o ano à frente também se recuperaram com força conforme aumentam as expectativas de que a economia continuará a encontrar seu ritmo nos próximos meses."
O subíndice de produção futura, que mede o otimismo para os próximos 12 meses, voltou a território positivo a 57,3 ante 44,6 em maio.
Entretanto, todos os outros subíndices permaneceram abaixo de 50, sugerindo que a recuperação pode ser lenta e longa.
Europa teme a chegada de uma segunda onda de Covid-19
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Dólar opera em queda no 1º pregão de julho, abaixo de R$ 5,40
No 1º semestre, moeda norte-americana acumulou alta de 35,66% – a mais intenso para a primeira metade do ano desde 1999. Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira *4) REUTERS/Bruno Domingos Após abrir em alta, o dólar mudou de rumo e era negociado em baixa nesta quarta-feira (1), apesar da permanência dos temores em relação a uma segunda onda global de coronavírus. Às 11h06, a moeda norte-americana caía 1,43%, vendida a R$ 5,3620. Na mínima até o momento chegou a R$ 5,3515. Veja mais cotações. Na terça-feira, o dólar fechou cotado a R$ 5,4396, em alta de 0,25%. Assim, acumulou alta de 35,66% no primeiro semestre – o avanço mais intenso para a primeira metade do ano desde 1999, quando subiu 45,11% no processo de maxidesvalorização do real durante a transição para o regime de câmbio flutuante, destacou o Valor OnLine. No mês de junho, acumulou alta de 1,93%. Real é a segunda moeda que mais perdeu valor neste ano O Banco Central ofertará nesta quarta-feira até 12 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021. Datafolha: atuação de Bolsonaro é rejeitada por quase metade da população Cenário externo No exterior, o dólar perdia terreno contra algumas das principais divisas arriscadas pares do real, com peso mexicano, rand sul-africano e dólar australiano. Apesar da cautela dos investidores diante dos temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus, o dia é marcado por maior otimismo nos mercados, após dados melhores da zona do euro e esperanças de uma recuperação econômica mais rápida. Relatórios divulgados nesta quarta-feira mostraram que a contração da indústria da zona do euro foi mais fraca do que o inicialmente calculado em junho, enquanto a atividade industrial da China cresceu a um ritmo mais forte depois que o governo suspendeu as medidas de restrição do coronavírus. Nos EUA, o relatório de emprego da ADP mostrou criação de 2,369 milhões de vagas no setor privado em junho, abaixo do esperado pelo mercado. É preciso apontar, contudo, que o dado de maio foi revisado de perda de 2,76 milhões de vagas para geração de 3,065 milhões de empregos. Como nota o economista Andrew Grantham, do Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC), a série de empregos do ADP mostra, agora, uma recuperação de cerca de 28% dos empregos perdidos em março e abril juntos. “ Os preços do petróleo também subiam nesta quarta-feira, após dados industriais positivos e uma queda nos estoques nos Estados Unidos. Cenário interno A alta da moeda norte-americana em relação ao real tem sido associada por analistas a um cenário de juros baixos e incertezas econômicas e políticas locais. Datafolha: 49% dos brasileiros que receberam auxílio emergencial reprovam atuação do governo Bolsonaro na pandemia; 26% aprovam A primeira metade do trimestre — do começo de abril até meados de maio — foi marcada por forte e contínua alta do dólar, que flertou com o recorde histórico nominal perto de R$ 6, diante de acirramento de tensões políticas domésticas e da percepção de que o Banco Central estava minimizando a volatilidade. A partir do meio de maio até início de junho, a melhora do ambiente externo, massivas injeções de liquidez por bancos centrais e uma maior atuação do BC no mercado de câmbio motivaram desmontes de posições compradas em dólar, o que levou a divisa abaixo de R$ 5. Mas a gangorra persistiu e, desde então, o dólar ingressou em novo período ascendente, tendo como pano de fundo volatilidade ainda maior no mercado de câmbio interno. O fluxo cambial ao Brasil também piorou, indicando menor oferta de dólar –portanto, maior pressão sobre a cotação. A projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2020 continuou em R$ 5,20, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2021, ficou estável em R$ 5 por dólar. Por que Brasil já pode ter atingido 'fundo do poço' da recessão – e o que isso significa Variação do dólar em 2020 Economia G1
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Pandemia tira emprego dos mais pobres e aumenta poupança dos mais ricos
As medidas de isolamento destruíram as finanças de muitos trabalhadores de baixa renda, mas aqueles que têm empregos que lhes permitem trabalhar em casa foram transformados em poupadores involuntários. As medidas de isolamento tiveram um impacto direto nos empregos, atingindo mais fortemente os trabalhadores de baixa renda AFP Se você está trabalhando de casa durante essa pandemia, é provável que esteja gastando menos com transporte e alimentação fora de casa. Ao mesmo tempo, milhões de trabalhadores tiveram seus salários reduzidos, ou pior, perderam completamente seus empregos e salários. A pandemia trouxe uma situação estranha que, segundo economistas, não tem paralelo em recessões anteriores. Ela criou "uma divisão nas finanças domésticas", diz Neil Shearing, economista-chefe da Capital Economics. "Uma parte da população sofreu perda de renda ou vive sob ameaça de uma perda iminente de renda, enquanto outra está cheia de dinheiro graças a um aumento grande e involuntário de poupança." Economia surpresa Rebecca O'Connor, especialista em finanças pessoais na Royal London e fundadora do site Good With Money, disse à BBC que a realidade financeira das pessoas "está muito diferente agora" e, para alguns, "até economizar uma pequena quantia parecerá quase impossível". No entanto, profissionais como ela se beneficiaram de uma queda "considerável" nos gastos. Sem ter de pagar gasolina para levar crianças para a escola ou viajar duas horas em transporte público, ela economiza US$ 450 (R$ 2,4 mil) por mês. Ela acredita que não comprar cafés na rua, não sair para beber após o trabalho ou almoçar fora de casa representa uma economia de mais cerca de US$ 100 por mês, o equivalente a R$ 540. A lista continua e inclui economias em guloseimas e passeios aos fins de semana. Realidades contrastantes Mas casos como o dela não são raros. Algumas pessoas que foram surpreendidas pelas medidas de isolamento no Reino Unido disseram que gastarão o dinheiro com coisas com as quais sonham, como um casamento extravagante ou uma longa viagem pela Ásia. Em uma análise em todo o Reino Unido, a Resolution Foundation constatou que uma em cada três famílias de alta renda viu suas economias aumentarem, enquanto uma em cada cinco as viu caírem. Entre as famílias de baixa renda, por outro lado, apenas 10% dizem que suas economias aumentaram, em comparação com 29% que dizem que estão em baixa. As famílias com maior probabilidade de poder trabalhar em casa estão provavelmente entre as mais bem pagas e, portanto, podem economizar dinheiro. Enquanto isso, 20% das famílias de baixa e média renda dizem que aumentaram suas dívidas durante a pandemia, contando com soluções caras, como cartões de crédito e cheque especial. No entanto, O'Connor alerta que ter dinheiro de sobra não deve levar os consumidores a gastar, já que as incertezas ainda pairam sobre a economia global. "A melhor coisa a fazer com dinheiro extra diante da incerteza é deixá-lo em algum lugar facilmente acessível e criar uma reserva", aconselha ela. Impacto da crise "A natureza desta crise é muito diferente das crises financeiras anteriores que vimos, porque o impacto no mercado de trabalho é muito direto", disse à BBC Steven Kapsos, pesquisador da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Enquanto setores inteiros da economia foram paralisados, outras categorias de trabalhadores foram menos afetadas. Segundo a OIT, os empregos no varejo, manufatura, imóveis, hospitalidade e alimentação foram os mais impactados pelas restrições. "Os trabalhadores desses setores e do setor informal não são capazes de realizar as atividades que estavam realizando antes das restrições", afirmou Kapsos. A perda de horas de trabalho soma mais de 300 milhões de empregos em período integral, segundo a OIT. O maior declínio nas horas de trabalho está sendo sentido nas Américas e na Ásia Central (cerca de 13% em cada região) e nos países de baixa e média renda. Mas os trabalhadores mais vulneráveis são 1,6 bilhão de pessoas em empregos informais o que é quase metade da força de trabalho do mundo. 'Pegas de surpresa' Lucimara Rodrigues faz parte desse grupo. A brasileira de 35 anos trabalha como faxineira na região de Boston, nos Estados Unidos, para onde se mudou há 16 anos. Rodrigues disse à BBC que recebia entre US$ 3.500 e US$ 4.000 por mês trabalhando para famílias de alta renda, o que representa cerca de R$ 20 mi. Com o confinamento, no entanto, ela teve que parar de trabalhar por completo. "Nós [faxineiras] fomos pegas de surpresa", disse ela. "Nunca tive uma situação em que tivesse que ficar em casa sem trabalhar por mais de dois meses". O marido de Rodrigues é um construtor cujo trabalho também parou durante a pandemia. O casal tem dois filhos, de 6 e 14 anos. Ela diz que alguns de seus empregadores mostraram "boa vontade" e continuaram a pagá-la, mesmo que ela não pudesse aparecer para trabalhar. A família reduziu as compras de alimentos e está economizando combustível, mas ela diz que suas reservas estão acabando. 'Deixados à própria sorte' Trabalhadores domésticos nos EUA, principalmente imigrantes negros e latinos, são um exemplo de trabalhadores que foram "deixados à própria sorte" durante a pandemia, diz Haeyoung Yoon, diretora de políticas da National Domestic Workers Alliance (NDWA), organização que promove os direitos dos trabalhadores domésticos. A organização financiou uma linha que concede US$ 400 em assistência humanitária a 10 mil pessoas afetadas pela pandemia. Os trabalhadores domésticos geralmente não têm garantias ou benefícios como licença remunerada, licença médica ou seguro de saúde. Em uma pesquisa recente, 70% dos trabalhadores domésticos negros entrevistados disseram que perderam o emprego ou tiveram seus salários reduzidos devido ao confinamento. Dois terços dizem que temem ser despejados ou ter serviços cortados devido à falta de pagamento. No entanto, muitos não conseguiram acesso ao pacote de ajuda de US$ 2 bilhões do governo de Donald Trump, que foi aprovado em março, devido a todas as exclusões feitas a imigrantes e trabalhadores sem documentos. "Eles dizem que o vírus não discrimina, mas os tomadores de decisão do país optaram por discriminar com base em imigração, raça e gênero", disse Yoon à BBC. Aumento da desigualdade O impacto econômico da covid-19 pode levar 100 milhões de pessoas à pobreza extrema em todo o mundo, segundo o Banco Mundial. E o Fundo Monetário Internacional (FMI) está alertando para a necessidade de políticas inclusivas durante a recuperação econômica para evitar um aumento nos já altos níveis de desigualdade. Os governos já gastaram US$ 10 bilhões em medidas para apoiar a economia, mas o FMI diz que precisamos de "esforços extras" para proteger os pobres, incluindo o aumento da ajuda alimentar e da distribuição de renda. Por enquanto, Rodrigues diz que "não está se desesperando". Ela está usando dinheiro de uma reserva para ajudar sua mãe a pagar por tratamento médico no Brasil. Mas essas economias "estão indo rápido" e Rodrigues diz que não tem ideia de quando poderá retomar seu trabalho e salário. "Tenho amigos que economizaram e me disseram que o dinheiro também está acabando", diz ela. "Como tudo isso vai acabar? Eu digo: eu não sei."
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Eneva avalia nova oferta por AES Tietê após movimento do BNDESPar para deixar empresa
Braço de participações do BNDES contratou a BR Partners como assessor financeiro para buscar potenciais interessados em sua fatia de 28,4% na elétrica. A elétrica Eneva tem considerado fazer nova oferta pela rival AES Tietê após o braço de participações do BNDES ter sinalizado interesse em vender sua participação na empresa de energia controlada pela norte-americana AES.
Ainda não há no momento, porém, qualquer decisão sobre o tema, disse a Eneva em comunicado ao mercado na noite de terça-feira.
O BNDESPar, que concentra participações do banco estatal em empresas, contratou no final de junho a BR Partners como assessor financeiro com objetivo de buscar potenciais interessados em suas ações na AES Tietê, na qual possui 28,4% do capital.
"Desde o anúncio…da decisão do BNDES Participações SA de contratar assessor financeiro para prospecção de potenciais interessados em adquirir sua participação na AES Tietê, a administração da companhia vem analisando a possibilidade de formular nova proposta para combinação de negócios com a AES Tietê", disse a Eneva no comunicado.
Em março, a Eneva, que tem como maiores acionistas o BTG Pactual e a Cambuhy Investimentos, apresentou oferta de combinação de ativos com a empresa que envolveria pagamento total de 6,6 bilhões de reais aos atuais sócios da AES Tietê, sendo 2,75 bilhões de reais em dinheiro e o restante em ações.
A proposta foi recusada pelo conselho de administração da AES Tietê e enfrentou oposição da norte-americana AES.
A Eneva acrescentou que ainda não há definições sobre termos e condições da eventual proposta e nem decisão final do conselho sobre o movimento.
A AES Tietê possui principalmente hidrelétricas e parques eólicos e solares, enquanto a Eneva opera termelétricas a carvão e gás e possui campos de exploração de gás natural.
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Setor privado dos EUA abre 2,37 milhões de vagas em junho, mostra ADP
Criação de vagas no mês, entretanto, ficou abaixo do esperado. A criação de vagas de trabalho no setor privado dos Estados Unidos ficou abaixo do esperado em junho e os ganhos devem ser contidos pelo aumento nas infecções por coronavírus, que ameaça a recuperação da recessão.
O relatório de emprego da ADP mostrou criação de 2,369 milhões de vagas no setor privado no mês passado.
Economistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 3 milhões de vagas em junho.
Os dados de maio foram revisados para mostrar abertura de 3,065 milhão de postos de trabalho, em linha com a recuperação inesperada informada pelo governo, em vez da redução de 2,76 milhões estimada anteriormente.
A economia entrou em recessão em fevereiro. A reabertura de muitas empresas, após serem fechadas em meados de março para retardar a propagação da doença respiratória, aumentou os gastos dos consumidores e a atividade industrial após declínios recordes.
Riscos de segunda onda de coronavírus
A confiança do consumidor aumentou e o mercado imobiliário está melhorando. Mas a retomada das operações foi acompanhada por um aumento nos casos de coronavírus em grandes partes do país, incluindo as densamente povoadas Califórnia, Flórida e Texas. Isso levou as autoridades a reduzirem ou interromperem a reabertura, o que pode desencadear uma nova onda de demissões.
O relatório da ADP, desenvolvido em conjunto com a Moody's Analytics, foi publicado antes do relatório governamental — que é mais abrangente — para junho na quinta-feira.
Os mercados financeiros dos EUA e o governo estarão fechados na sexta-feira devido ao feriado do Dia da Independência de sábado.
Segundo uma pesquisa da Reuters com economistas, o relatório de emprego do governo deve mostrar que empregadores privados contrataram 2,9 milhões de trabalhadores em junho. Isso levaria a uma criação de vagas fora do setor agrícola de 3 milhões, além dos 2,5 milhões postos de trabalho criados em maio.
Ainda assim, os postos de trabalho estariam quase 17 milhões abaixo do nível pré-pandêmico. A taxa de desemprego deve cair para 12,3%, ante 13,3% em maio.
Casos diários de Covid-19 nos EUA batem recorde pela quarta vez em uma semana
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Inflação da indústria acelera para 1,22% em maio, aponta IBGE
Alta foi mais marcada do que a apurada em abril, quando o IPP subiu 0,11%. Em 12 meses, avanço chega a 4,6%. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) avançou 1,22% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. A taxa de abril foi revisada de alta de 0,12% para elevação de 0,11%.
Com o resultado, o IPP passa a acumular aumento de 3,37% no ano e de 4,6% em 12 meses.
O indicador mede a variação dos preços dos produtos na “porta das fábricas”, sem impostos e frete, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação.
O IPP da indústria extrativa registrou incremento de 9,13% em maio, após alta de 4,04% um mês antes. Já os preços da indústria de transformação subiram 0,87% em maio, após queda de 0,05% em abril.
Das 24 atividades industriais acompanhadas pelo IBGE, 16 apresentaram aumento de preços pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) de maio. Os preços dos alimentos industrializados, sem frete e impostos, subiram 2,47% em maio, em relação a um mês antes, e tiveram impacto de 0,60 ponto percentual no IPP.
Dentro de alimentos, ficaram mais caros em maio produtos como carnes de bovinos, açúcar e resíduos da extração de soja, por exemplo. O IBGE não detalha, contudo, a variação percentual de preços desses subitens da atividade de alimentação.
Outro preço com influência importante para a aceleração do IPP no mês foi da indústria extrativa, com alta de 9,13% em maio, contribuindo com 0,39 ponto percentual para o índice. Neste caso, a alta veio do preço do petróleo, uma vez que o minério de ferro teve baixa de preço no mês.
Os veículos, com alta de 1,8% nos preços em maio, contribuíram com mais 0,15 ponto no mês.
Juliana Rosa: 'Produção industrial tem queda menor em maio, segundo a CNI'
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Bovespa abre julho em alta
Ibovespa saltou 30,2% no 2º trimestre, mas ainda acumula queda de 17,80% no ano. Fachada do prédio da B3, a bolsa brasileira, no Centro de São Paulo Rahel Patrasso/Reuters O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta nesta quarta-feira (1), com melhora nos mercados acionários no exterior e alta dos preços do petróleo, após desempenho robusto no último trimestre. Às 10h06, o Ibovespa subia 1,46%, a 96.441 pontos. Veja mais cotações. Já o dólar opera em queda, abaixo de R$ 5,40. Na terça-feira, a Bolsa fechou em queda de 0,71%, a 95.055 pontos. Com isso, o índice teve o pior resultado semestral desde 2015, ao cair 17,80% no acumulado do ano. Por outo lado, teve alta de 30,2% entre abril e junho, marcando o melhor desempenho trimestral desde 2003. Pesquisa mostra que a desigualdade social aumentou na pandemia no Brasil Cenário externo Apesar da cautela dos investidores diante dos temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus, o dia é marcado por maior otimismo nos mercados, após dados melhores da zona do euro e esperanças de uma recuperação econômica mais rápida. Relatórios divulgados nesta quarta-feira mostraram que a contração da indústria da zona do euro foi mais fraca do que o inicialmente calculado em junho, enquanto a atividade industrial da China cresceu a um ritmo mais forte depois que o governo suspendeu as medidas de restrição do coronavírus. Os principais índices de Wall Street e os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira. Nos EUA, o relatório de emprego da ADP mostrou criação de 2,369 milhões de vagas no setor privado em junho, abaixo do esperado pelo mercado. Recuperação e perspectivas A queda de 17,80% da bolsa no ano refletiu as incertezas provocadas pela pandemia do novo coronavírus no início de 2020. No primeiro trimestre, a bolsa chegou a ter um tombo de quase 37%. Porém, o índice começou a se recuperar no segundo trimestre, impulsionado pela ampla liquidez global decorrente, principalmente, de medidas de vários países para combater os impactos econômicos da pandemia, mas também pela queda da Selic a mínimas históricas. Um dos destaques para a performance das ações brasileiras no trimestre foi o fluxo histórico de pessoas físicas para a renda variável, apesar da forte volatilidade com a pandemia e cenário político turbulento no Brasil. E o mês de junho também mostrava fluxo positivo de estrangeiros até o dia 26. Na visão do gestor Werner Roger, da Trígono Capital, o mercado tende a continuar com a disputa entre os que consideram a alta das ações exagerada, de que as economias ainda vão sofrer; e aqueles que avaliam que os estímulos e principalmente os juros baixos mudam o cenário. "Principalmente aqui no Brasil, (a queda dos juros) mudou completamente o cenário, não restou muita opção de investimentos", disse à Reuters, avaliando que ficou barato investir em renda variável e afirmando estar do lado do grupo que acredita que os níveis de preço no mercado se justificam. Variação do Ibovespa em 2020 Economia/G1
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As 14 recessões dos últimos 150 anos – e por que a do coronavírus deve ser a 4ª pior
Para o Banco Mundial, pandemia de covid-19 só seria superada pelas crises causadas pelas Guerras Mundiais e na Grande Depressão. Economia brasileira deve cair 8% neste ano, prevê Banco Mundial Getty Images Nos últimos 150 anos, o mundo sofreu 14 recessões — e a causada pelo novo coronavírus deve ser a quarta pior, prevê o Banco Mundial. Segundo a instituição, a turbulência econômica decorrente da pandemia de covid-19 só seria superada pelas crises ocorridas no início da 1ª Guerra Mundial, em 1914, na Grande Depressão, em 1930-32, e após a desmobilização de tropas após a 2ª Guerra Mundial, em 1945-46. O Banco Mundial prevê que o PIB per capita global encolha 6,2% neste ano, mais do que o dobro do registrado na crise financeira de 2008. Por que Brasil já pode ter atingido 'fundo do poço' da recessão – e o que isso significa Com coronavírus, Brasil deve colher sua primeira década de recessão De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil entrou em recessão no 1º trimestre de 2020, encerrando um ciclo de fraco crescimento de três anos (2017-2019). A expectativa é que a recessão atual seja curta, mas com intensidade recorde. Mas em que anos — e por que — a economia do mundo contraiu 14 vezes? Confira a lista completa abaixo, em ordem cronológica, e entenda cada uma delas. FMI prevê para o mundo a pior recessão desde a grande depressão de 1929 1) 1876 (queda de 2,1%): A recessão de 1876 decorreu do chamado Pânico de 1873, uma grave crise financeira que desencadeou uma depressão na Europa e América do Norte e que durou até 1879. Suas causas são variadas, mas têm a ver, entre outros fatores, com a inflação americana, investimentos especulativos desenfreados (predominantemente em ferrovias), a desmonetização da prata na Alemanha e nos Estados Unidos e a Guerra Franco-Prussiana (1870 a 1871). 2) 1885 (queda de 0,02%): A contração da economia global em 1885 está diretamente ligada à recessão americana que durou de 1882 a 1885. Com 38 meses de duração, foi a terceira maior recessão dos Estados Unidos, depois apenas da Grande Depressão de 1929 e da Grande Depressão de 1873. Em maio de 1884, o colapso de uma corretora, a Grant and Ward, provocou uma quebra generalizada no mercado de ações do país, afetando fortemente a economia americana. 3) 1893 (queda de 0,8%) O Pânico de 1893 foi uma grave depressão econômica nos Estados Unidos, que começou em 1893 e terminou em 1897, afetando profundamente todos os setores da economia e desencadeando revoltas políticas. Pela primeira vez, o nível de desemprego nos EUA superou 10% por mais de meia década. Vale lembrar que o período que durou de 1873 até 1879 ou 1896 (dependendo da métrica usada), foi apelidado na época de 'Grande Depressão' e manteve esse nome até a Grande Depressão de 1930. Atingiu particularmente a Europa e os Estados Unidos. Embora tenha sido um período de contração econômica e deflação generalizada, não foi tão severa quanto a turbulência financeira de 1930. Brasil caminha para ter sua primeira década de recessão em mais de um século 4) 1908 (queda de 3%) O Pânico de 1907 foi a primeira crise financeira mundial do século 20, apenas superada em gravidade pela Grande Depressão de 1930. Essa recessão trouxe um legado importante, pois estimulou o movimento de reforma monetária que levou ao estabelecimento do Federal Reserve, o banco central americano. Economistas argumentam que as lições do Pânico de 1907 mudaram a maneira como os banqueiros de Nova York percebiam a importância de um banco central porque o pânico se instalou principalmente entre empresas fiduciárias, instituições que competiam com os bancos por depósitos. 5) 1914 (queda de 6,7%) A recessão de 1914 coincide com o início da 1ª Guerra Mundial. Economistas dizem que essa contração, apesar de grave, acabou ofuscada e esquecida por outra crise, a diplomática, que provocou o primeiro conflito a nível global da história. À medida que o confronto se tornava cada vez mais iminente, o temor nos mercados globais desencadeou um enorme pânico financeiro. Os investidores, temendo que suas dívidas não fossem pagas, retiraram ações e títulos em uma corrida por dinheiro, o que, naquela altura, significou uma corrida por ouro. A Bolsa de Valores de Londres reagiu, fechando em 31 de julho e permanecendo assim por cinco meses. Já a bolsa de valores dos EUA também fechou no mesmo dia e manteve-se inoperante por quatro meses. Mais de 50 países experimentaram alguma forma de esgotamento de ativos ou execução bancária. Segundo Richard Roberts, professor de História Contemporânea na Universidade King's College em Londres, "durante seis semanas, durante agosto e início de setembro, todas as bolsas de valores do mundo foram fechadas, com exceção da Nova Zelândia, Tóquio e da Bolsa de Mineração de Denver, Colorado". 6) 1917-1921 (queda de 4,4%) A recessão de 1917 a 1921 ocorreu ao fim da 1ª Guerra Mundial, quando o mundo ainda se recuperava dos estragos causados pelo confronto. 7) 1930-1932 (queda de 17,6%) Considerada a pior recessão econômica do sistema capitalista do século 20, a Grande Depressão, também conhecida como Crise de 1929, teve início em 1929 com o crash da Bolsa de Nova York. Diversos países do mundo, inclusive o Brasil, sofreram os efeitos devastadores desse cataclismo financeiro. O dia 24 de outubro de 1929 é considerado seu principal marco de referência, pois, naquele dia, os valores das ações na bolsa de valores de Nova York, a New York Stock Exchange, despencaram drasticamente. O crash da bolsa ficou conhecido como 'Quinta-Feira Negra'. Milhares de acionistas perderam tudo, da noite para o dia. Essa quebradeira acelerou drasticamente os efeitos da recessão já existente, provocando o fechamento de empresas e indústrias e forçando demissões em massa. Com o fim do pico da pandemia, Europa teme recessão econômica 8) 1938 (queda de 0,5%) A recessão iniciada em 1937 ocorreu durante a recuperação da Grande Depressão. Segundo o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA, essa contração, que durou de maio de 1937 a junho de 1938, foi a terceira pior recessão do país no século 20: o PIB real americano caiu 10%; o desemprego, que havia diminuído consideravelmente após 1933, atingiu 20% e a produção industrial contraiu 32%. Segundo economistas, as possíveis causas dessa recessão foram uma contração no suprimento de dinheiro causada por políticas do Federal Reserve e do Departamento do Tesouro e políticas fiscais contracionistas. 9) 1945-1946 (queda de 15,4%) A recessão de 1945-1946 resultou diretamente do pós-guerra. O conflito, que envolveu mais de 70 países, incluindo o Brasil, causou estragos drásticos na economia mundial, particularmente na Europa e nos Estados Unidos. 10) 1975 (queda de 0,8%) A recessão de 1973-1975 ou a recessão da década de 1970 foi um período de estagnação econômica em grande parte do mundo ocidental durante a década de 1970, que pôs fim ao boom econômico que se seguiu à 2ª Guerra Mundial. Diferentemente das recessões anteriores, foi uma "estagflação", ou seja, uma combinação de recessão com inflação alta. Entre suas causas principais, estavam a crise do petróleo de 1973 e o colapso do Sistema de Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional com o chamado "choque Nixon" – uma série de medidas adotadas pelo presidente americano Richard Nixon, entre elas, a de acabar unilateralmente com a convertibilidade do dólar em ouro. 11) 1982 (queda de 1,3%) A recessão do início dos anos 80 foi uma grave recessão econômica global que afetou grande parte do mundo desenvolvido no final dos anos 70 e início dos anos 80. Seus efeitos não foram tão duradouros nos Estados Unidos e no Japão, mas o alto desemprego continuou afetando outros países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) até pelo menos 1985. Suas origens remontam à crise do petróleo de 1973 e a crise energética de 1979. Até então, foi a recessão mais profunda desde o pós-guerra. GloboNews Debate: a crise econômica no rastro da pandemia do coronavírus 12) 1991 (queda de 0,3%) A recessão do início dos anos 90 afetou grande parte do mundo ocidental. Acredita-se que foi causada pela política monetária restritiva promulgada pelos bancos centrais principalmente em resposta a preocupações com a inflação, à perda de confiança do consumidor e das empresas como resultado do choque dos preços do petróleo em 1990, ao fim da Guerra Fria e à subsequente queda nos gastos com defesa, à crise de poupança e empréstimos e a uma queda na construção de escritórios resultante da construção excessiva nos anos 80. 13) 2009 (queda de 2,9%) A recessão de 2009 decorreu do colapso do mercado imobiliário dos Estados Unidos por causa da crise financeira de 2007-2008 e da crise das hipotecas subprime. Como resultado, diversas empresas e bancos tiveram que ser resgatados por governos centrais em todo o mundo. Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), foi "o colapso econômico e financeiro mais grave desde a Grande Depressão dos anos 1930". No entanto, essa contração não foi sentida igualmente em todo o mundo. Se, por um lado, a maioria das economias desenvolvidas entrou em recessão, países emergentes, como o Brasil, sofreram um impacto proporcionalmente muito menor. A título de comparação, em 2009, o PIB americano caiu 2,5% enquanto o brasileiro, 0,1%. No ano seguinte, o Brasil registrou um crescimento estrondoso, de 7,5%. Naquela época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a descrever a crise como uma "marolinha" para o Brasil. 14) 2020 (estimativa de queda de 6,2%) Segundo o Banco Mundial, a economia global deve encolher mais de 5% devido à pandemia de covid-19. O novo vírus, originário na China, forçou a maior parte dos países a implementar fortes medidas de restrição ao movimento de pessoas. Com populações confinadas diante do temor pela saturação dos sistemas de saúde, as trocas econômicas ficaram severamente prejudicadas. "As previsões atuais sugerem que a recessão global do coronavírus será a mais profunda desde a 2ª Guerra Mundial, com a maior parcela de economias experimentando declínios no PIB per capita desde 1870. A produção de mercados emergentes e economias em desenvolvimento (EMDEs) deverá contrair-se em 2020 pela primeira vez em pelo menos 60 anos", afirmaram os economistas Ayhan Kose e Naotaka Sugawara no blog do Banco Mundial. Segundo eles, em 2020, "a maior proporção das economias sofrerá contrações no PIB per capita anual desde 1870. A proporção será mais de 90% maior que a proporção no auge da Grande Depressão de 1930-32". "A recessão global da covid-19 é única em muitos aspectos. Também está associada a um enfraquecimento sem precedentes em vários indicadores da atividade global, como serviços e demanda de petróleo, além de declínios na renda per capita em todas as regiões do mundo emergente", concluem.
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Coronavírus: Receita prorroga suspensão de cobranças e limita atendimento presencial até 31 de julho
Prazos e processos administrativos ficam 'congelados' no período. Medidas foram tomadas para reduzir aglomerações e filas nas agências em meio ao coronavírus. A Secretaria da Receita Federal prorrogou até 31 de julho a suspensão de cobranças e os limites para o atendimento presencial nas unidades de todo o país. As medidas foram anunciadas por conta da pandemia do novo coronavírus e fazem parte dos esforços para evitar aglomerações e filas.
As mudanças valeriam até 30 de junho. Porém, portaria publicada no "Diário Oficial da União" (DOU) desta terça-feira (30) prorrogou o prazo.
"A restrição temporária do fluxo de contribuintes nas unidades de atendimento da Receita Federal visa à proteção dos contribuintes que procuram os serviços, bem como a proteção dos servidores que ali trabalham", informou o órgão.
A Receita informou que ficam prorrogados até 31 de julho os prazos para:
atendimento a intimações da malha fiscal da pessoa física;
apresentação de contestação a notificações de lançamento, também da malha fiscal de pessoa física;
despachos decisórios dos Pedidos de Restituição, Ressarcimento e Reembolso;
declarações de compensação.
Porém, nesta quarta-feira (1°) voltam a correr os prazos suspensos até 30 de junho de emissão eletrônica de notificação de lançamento da malha fiscal pessoa física. "Entretanto, o contribuinte não será prejudicado pois o prazo de impugnação desses atos estão suspensos até o dia 31 de julho", explicou a Receita.
De acordo com o órgão, o atendimento presencial até o fim de julho só será feito com agendamento prévio, e para os seguintes serviços:
Regularização de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
cópia de documentos relativos à Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) e à Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf) – beneficiário;
parcelamentos e reparcelamentos não disponíveis na internet;
procuração RFB.
O protocolo de serviços também só será feito mediante agendamento, e restrito a:
análise e liberação de certidão de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional;
análise e liberação de certidão de regularidade fiscal de imóvel rural;
análise e liberação de certidão para averbação de obra de construção civil;
retificações de pagamento; e
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
O órgão informou que, caso o serviço procurado não esteja entre os relacionados, o interessado deverá efetuar o atendimento por meio do Centro Virtual de Atendimento (e-Cac), na página na internet.
"Outros casos excepcionais serão avaliados e o Chefe da Unidade poderá autorizar o atendimento presencial", afirmou a Receita.
Suspensão de prazos e procedimentos
A Receita Federal informou ainda que também ficam suspensos, até o dia 31 de julho de 2020, os procedimentos administrativos:
emissão eletrônica automatizada de aviso de cobrança e intimação para pagamento de tributos;
procedimento de exclusão de contribuinte de parcelamento por inadimplência de parcelas;
registro de pendência de regularização no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) motivado por ausência de declaração;
registro de inaptidão no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) motivado por ausência de declaração.
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83% das empresas precisarão de mais inovação no pós-pandemia, aponta CNI
Devido à pandemia, 65% das médias e grandes empresas informam que tiveram sua produção reduzida ou paralisada. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que as soluções inovadoras serão decisivas para o país enfrentar os efeitos da covid-19 sobre a saúde da população e minimizarem os prejuízos sociais e econômicos.
O levantamento destaca que, em uma segunda etapa, a inovação será decisiva para acelerar a retomada da atividade e do crescimento da economia no Brasil. Entre as mais de 400 empresas ouvidas, 83% afirmam que precisarão de mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-pandemia.
Os executivos das indústrias destacaram que a linha de produção é a área prioritária para receber inovações (58%), seguida pela área de vendas (19%).
Na pesquisa, encomendada pela CNI ao Instituto FSB Pesquisa, 65% das médias e grandes empresas informam que tiveram sua produção reduzida ou paralisada devido à pandemia. Além disso, 69% garantem ter perdido faturamento.
Para vencer essas limitações e impulsionar a cultura da inovação entre as indústrias brasileiras, a CNI anuncia nesta quarta-feira uma parceria estratégica com o SOSA, plataforma israelense com atuação global em inovação aberta, que tem centros de inovação em Tel Aviv, Nova York e Londres.
Segundo a CNI, o acordo possibilitará que indústrias e startups no Brasil tenham acesso aos ecossistemas de tecnologia do SOSA, inaugurando um processo de engajamento e colaboração com as tecnologias 4.0 mais disruptivas em desenvolvimento fora do país.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destaca que ampliar a presença do Brasil na esfera da inovação é especialmente importante agora, no momento em que o país enfrenta a pandemia da covid-19. “Promover a inovação é crucial para fortalecermos a nossa economia. Utilizarmos a experiência de inovação em nível mundial do SOSA terá um efeito transformador para a indústria brasileira”, afirma Robson Andrade.
O que já mudou
Os números da pesquisa mostram ainda que, no atual cenário, mudar se tornou imperativo. Entre as empresas consultadas, 68% alteraram de alguma forma seu processo produtivo (74% nas grandes e 66% nas médias), mas só 56% dessas consideram ter inovado, de fato, após essa mudança. Entre todas as empresas pesquisadas, 39% dizem que a mudança empreendida foi uma inovação.
Entre as mudanças efetuadas, a mais citada diz respeito à relação com os trabalhadores (90%), depois vêm mudanças na linha de produção (84%), nos processos de venda (82%), na gestão (75%), na logística (62%), na cadeia de fornecedores (61%) e no controle de estoques (55%).
Outro dado mostra que a cultura da inovação já vem sendo praticada na maioria das empresas consultadas, entre as quais, 92% informaram que inovam. Dessas, 55% garantem que a inovação aumentou muito a produtividade — regionalmente, são as empresas do Centro-Oeste, relacionadas ao agronegócio, as que mais relatam muito ganho de produtividade (69%) em decorrência de inovações.
Por outro lado, das empresas que inovam, só 37% dizem ter orçamento específico para inovação e 33% têm profissionais dedicados exclusivamente aos processos inovativos. Além disso, a falta de recursos e de pessoal qualificado para inovar foram citados pelos executivos que dizem dar importância média ou baixa à inovação.
A pesquisa revelou ainda que só duas em cada dez empresas possuem programa ou estratégia de inovação aberta (30% entre as grandes empresas e 18% entre as médias). Dois terços das empresas consultadas disseram ter interesse em uma plataforma global de inovação e, dessas, 59% afirmaram que uma plataforma como essa ajudaria muito sua empresa a inovar.
O Instituto FSB Pesquisa entrevistou, por telefone, entre os dias 18 e 26 de junho, executivos de 402 empresas industriais de médio e grande portes, compondo amostra proporcional em relação ao quantitativo total de empresas desses portes em todos os estados brasileiros. Dentro de cada Estado, a amostra foi controlada por porte das empresas (média e grande) e setor de atividade.
Indústrias do país têm baixo investimento em inovação
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