TVK Web Cultural

  • CULTURA
  • TURISMO
  • NEGÓCIOS
  • POLÍTICA
  • GALERIA
  • CONTATO

Criminosos tentam manipular resultados de busca para distribuir vírus de macOS, alerta empresa

terça-feira, 30 junho 2020 por Administrador

Campanha mira usuários de sistema da Apple com alertas falsos sobre instalação do Flash Player. Página maliciosa oferece instalação ilegítima do Flash Player. Reprodução/Intego A fabricante de antivírus Intego alertou que usuários de macOS, da Apple, podem se deparar com páginas maliciosas ao realizar pesquisas que usam termos encontrados em títulos de vídeos populares. Os sites tentam distribuir um vírus conhecido como "Shlayer". As páginas incluem palavras usadas nos títulos dos vídeos do YouTube, mas estão fora do YouTube. Por essa razão, quem utiliza a pesquisa geral do Google pode acabar vendo esses links nos resultados. Quando clicado, o link leva o usuário para uma página que oferece um suposto download do Flash Player. Embora tenha sido encontrado no Google, a Intego explicou que o truque pode funcionar em qualquer buscador. Hackers recorrem a diversas manobras para ocultar o redirecionamento, desviando de filtros que normalmente eliminam páginas sem conteúdo real dos resultados. "Pode até não ser uma tarefa impossível, mas é certamente um desafio considerável tentar evitar que todo o conteúdo prejudicial apareça nos resultados de busca", disse a empresa. A Intego não informou números específicos sobre vítimas. Como os especialistas só conseguiram encontrar os links com pesquisas muito específicas (exatamente iguais aos títulos dos vídeos), é difícil saber a dimensão do sucesso (ou fracasso) que os criminosos tiveram na tentativa de manipulação dos resultados de busca. Entenda o vírus 'Shlayer' O Shlayer é um programa malicioso conhecido. Um relatório publicado pela Kaspersky em janeiro apontou que essa família de pragas digitais já apresentou mais de 32 mil variações e é responsável por 30% de todos os alertas gerados pelos programas de segurança da empresa no Mac. De acordo com a Kaspersky, esse vírus costuma ser distribuído em downloads piratas de softwares comerciais e conteúdo de entretenimento, como séries de TV e retransmissões não autorizadas de eventos esportivos. Os links que levam ao Shlayer (sempre por meio de um download falso do Flash Player) muitas vezes aparecem em propagandas, já que os responsáveis pela praga digital pagam comissões elevadas pela exibição dos anúncios. Isso atrai sites de conteúdo ilícito, que frequentemente têm dificuldade para conseguir anunciantes. Apesar de bastante comum, o Shlayer não é tecnicamente sofisticado. O uso recorrente do Flash Player no golpe também é uma anomalia, pois muitos criadores de vírus testam iscas diferentes ao longo do tempo para aumentar o número de vítimas. Praga instrui vítima a burlar recurso de segurança do macOS para abrir programas de origem desconhecida Reprodução/Intego Criminosos faturam com publicidade No caso dos buscadores, o golpe é realizado por meio da confecção de páginas de internet contendo sequências de palavras usadas em vídeos populares do YouTube. Quando a vítima pesquisa essas mesmas sequências de palavras, a página maliciosa pode aparecer entre os resultados. Se o link malicioso aparecer nos resultados e for clicado, a página inicia redirecionamentos e acaba exibindo uma mensagem sugerindo a instalação do Flash Player. O aviso é totalmente falso, já que a página não tem nenhum conteúdo em formato Flash. Adobe recomenda desinstalar Flash Player e confirma que conteúdo será bloqueado a partir de 2021 Tendo a vítima chegado à página por uma propaganda em um site de conteúdo ilegítimo ou por um resultado de pesquisa, o ataque procede da mesma forma depois que a mensagem da instalação do Flash Player é exibida. Nos casos identificados pela Intego, o arquivo não tinha assinatura digital. Esses arquivos são normalmente bloqueados pelo macOS, o que exige que a vítima use o Controle + clique (o "clique direito" nos sistemas da Apple) e selecione a opção "Abrir". Esse não é o método normal para executar apps no macOS, mas é necessário inclusive para alguns programas legítimos, como o sistema da Receita Federal para declaração do imposto de renda. Por estarem habituados a essa forma de abrir aplicativos, é possível que alguns usuários não percebam o risco. Se a vítima seguir as instruções, o Flash Player realmente será instalado no sistema para disfarçar o golpe. Também será instalado um programa que exibe anúncios publicitários indesejados durante o uso do computador, atrapalhando a produtividade e possivelmente roubando dados pessoais. Com isso, os criminosos podem mostrar anúncios publicitários diretamente no computador da vítima e ganhar dinheiro. Os anunciantes também podem ser vítimas da fraude, já que não sabem que seus produtos estão sendo divulgados dessa maneira. Assim, o dinheiro que seria pago para a veiculação da peça em um site, por exemplo, acaba irrigando a atividade criminosa. Altieres Rohr Ilustração: G1

Leia Mais
  • Publicado em Negócios
No Comments

Brasil tem 4 frigoríficos com importações de carnes suspensas para a China por preocupações com a Covid-19

terça-feira, 30 junho 2020 por Administrador

Do total, 3 unidades foram embargadas pelos chineses e uma pelo Ministério da Agricultura brasileiro. Governo do Brasil não informou, porém, quais fábricas tiveram as autorizações suspensas. 24 de abril – Funcionário de unidade da JBS em Passo Fundo (RS) tem a temperatura medida em meio à pandemia de coronavírus REUTERS/Diego Vara A China suspendeu importações de três frigoríficos brasileiros, informou o Ministério da Agricultura na noite desta segunda-feira (29). Ainda de acordo com o governo, uma outra planta teve as vendas suspensas por iniciativa do próprio ministério. No total, são 4 unidades que deixam de exportar temporariamente dos 102 frigoríficos brasileiros autorizados a vender para a China. "As autoridades sanitárias da China têm mostrado preocupação diante do registro de novo surto de Covid-19 próximo a Pequim e vêm monitorando, em todo o mundo, as empresas que exportam para a China", disse o Ministério da Agricultura, em nota. O governo não indicou, porém, quais fábricas tiveram as autorizações suspensas. A retirada de licenças de exportação para a China ocorre em meio ao aumento dos casos de Covid-19 entre os trabalhadores de frigoríficos brasileiros. O Ministério da Agricultura disse que busca os motivos da suspensão junto a um órgão do governo chinês, e que negocia para que haja uma retomada das exportações de parte dessas empresas. Nas últimas semanas, os chineses vinham pedindo que os frigoríficos garantissem que a carne enviada ao país não tivesse a presença do coronavírus e que se evite o envio de alimentos de fábricas que tiveram casos da doença. As grandes empresas assumiram este compromisso. O G1 procurou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representam os frigoríficos que exportam carnes, mas as duas entidades disseram que não vão se manifestar neste momento. O que se sabe Oficialmente, o governo brasileiro não informa quais unidades foram suspensas. A agência Reuters informou no fim de semana que o frigorífico suspenso pelo Ministério da Agricultura foi o da JBS, localizado em Passo Fundo (RS), que é um dos focos de contaminação de Covid no estado, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT) e que foi fechado pela Justiça mais uma vez. De acordo com reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, os três frigoríficos suspensos pela China estariam localizados em Várzea Grande e Rondonópolis, em Mato Grosso, e Lajeado, no Rio Grande do Sul. Um deles seria o Agra Agroindustrial De Alimentos, de Rondonópolis. A princípio, a informação do governo chinês era que as exportações foram interrompidas voluntariamente pela empresa.

Leia Mais
  • Publicado em Negócios
No Comments

Imposto de Renda 2020: 3 milhões ainda não enviaram declaração

terça-feira, 30 junho 2020 por Administrador

Órgão federal recebeu 29,1 milhões de declarações. Esse número representa 90,93% do volume esperado de 32 milhões de documentos. selo IR 2020 Arte/G1 No último dia do prazo, cerca de 3 milhões de contribuintes ainda não declararam o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2020. Até as 10h desta terça-feira (30), 29.146.625 declarações foram recebidas pelos sistemas da Receita Federal – algo em torno de 91% de um total de 32 milhões que o órgão espera receber neste ano. Em razão da pandemia de coronavírus, o prazo para a entrega da declaração foi prorrogado do dia 30 de abril para 30 de junho. A multa para o contribuinte que não fizer a declaração ou entregá-la fora do prazo será de, no mínimo, R$ 165,74. O valor máximo será correspondente a 20% do imposto devido. O vencimento das cotas também foi prorrogado. A primeira ou única cota vence no dia 30 de junho de 2020, enquanto as demais vencem no último dia útil dos meses subsequentes. SAIBA TUDO SOBRE O IR 2020 IR 2020: veja passo a passo de como fazer uma declaração simples Receita Federal libera consulta a lote de restituição com o maior valor da história A Receita recomenda que o contribuinte não deixe de entregar a declaração. Mesmo que esteja em dúvida se os dados estão corretos ou se falta algum documento, é recomendável cumprir o prazo e fazer as correções necessárias posteriormente. Quem deixar de entregar até esta terça-feira (30) está sujeito a pagamento de multa mínima de R$ 165,74 e máxima de 20% do imposto devido para quem deixar de entregar até a data final. IR 2020: prazo está acabando; entregue incompleta e retifique depois Quem precisa fazer o ajuste da declaração tem até cinco anos para retificar, desde que a declaração não esteja sob procedimento de fiscalização. Só não é possível trocar a forma de tributação. Uma declaração utilizando o desconto simplificado, por exemplo, não pode ser substituída por uma que utilize deduções legais. "Para indicar que se trata se de uma declaração retificadora, deve-se responder 'Declaração Retificadora' à pergunta 'Que tipo de declaração você deseja fazer?' e informar o número do recibo da declaração a ser retificada", diz a Receita Federal. Quem é obrigado a declarar Deve declarar o IR neste ano quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2019. O valor é o mesmo da declaração do IR do ano passado. Também devem declarar: Contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 40 mil no ano passado; Quem obteve, em qualquer mês de 2019, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; Quem teve, em 2019, receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50 em atividade rural; Quem tinha, até 31 de dezembro de 2019, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil; Quem passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês do ano passado e nessa condição encontrava-se em 31 de dezembro de 2019; Quem optou pela isenção do imposto incidente em valor obtido na venda de imóveis residenciais cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados no país, no prazo de 180 dias, contado da celebração do contrato de venda. IR 2020: veja passo a passo de como fazer uma declaração simples

Leia Mais
  • Publicado em Negócios
No Comments

Lives de hoje: Arraiá em Casa, Festival Global Goal, Skank, Barões da Pisadinha e mais shows

segunda-feira, 29 junho 2020 por Administrador

Sábado (27) tem festival Global Goal (Shakira, Bieber, Coldplay e mais) e Arraiá em Casa (Xand Avião, Matheus & Kauan e Fernando & Sorocaba). Barões da Pisadinha e Skank também tocam. Shakira (Global Goal Festival), Xand Avião (Arraiá em Casa), Barões da Pisadinha e Skank estão entre as lives deste sábado (27) Divulgação e Celso Tavares / G1 O festival internacional Global Goal e a festa brasileira Arraiá em Casa são os destaques entre as lives deste sábado (27). O festival Global Goal tem Shakira, Coldplay, Usher, Jennifer Hudson, Justin Bieber, Miley Cyrus, J Balvin e outros, com transmissão da TV Globo, do Globoplay e do Multishow. O Arraiá em Casa tem Xand Avião, Matheus & Kauan e Fernando & Sorocaba, com transmissão da TV Globo, do Multishow e do GNT. Além disso fazem lives neste sábado Skank, Simone & Simaria, Barões da Pisadinha e mais. Veja a lista completa com horários das lives abaixo. Leandro Sapucahy – 13h – Link Global Goal Festival – performances pré-gravadas de Shakira, Coldplay, Usher, Jennifer Hudson, Justin Bieber and Quavo, Miley Cyrus, Chloe x Halle, J Balvin, Yemi Alade, Christine and the Queens e mais – às 15h no Globoplay e no Multishow e na após o Altas Horas na TV Globo. Teresa Cristina – 15h – Link Frank Aguiar – 15h30 – Link Rick & Renner – 16h – Link Simone e Simaria – 16h30 – Link Jorge Vercillo – 17h – Link Luan Estilizado, Edson lima e Vicente Nery – 17h – Link Ivan Lins, Jaques Morelenbaum, João Bosco, Dan Stulbach, Leila Pinheiro, Mário Adnet, Zeca Baleiro, Zélia Duncan e mais – Festival Inspira: A esperança equilibrista – 18h – Link Fafá de Belém (Em Casa com Sesc) – 19h – Link Mastruz com Leite – 19h – Link Arraiá do Marcos e Belutti – 19h – Link Xand Avião, Matheus & Kauan e Fernando & Sorocaba – Arraiá em Casa – às 20h no Multishow e no GNT e às 22h30 na TV Globo Barões da Pisadinha – 20h – Link Skank – 20h – Link Elba Ramalho – 20h – Link Teresa Cristina – 22h – Link As cenas de 'lives' da quarentena que já estão na história do entretenimento brasileiro

Leia Mais
  • Publicado em Cultura
No Comments

Discos para descobrir em casa – ‘Entidade urbana’, Fernanda Abreu, 2000

segunda-feira, 29 junho 2020 por Administrador

Capa do álbum 'Entidade urbana', de Fernanda Abreu Adriana Pittigliani com arte de Luiz Stein ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Entidade urbana, Fernanda Abreu, 2000 ♪ Quando lançou o quinto álbum solo em novembro de 2000, Entidade urbana, Fernanda Abreu já contabilizava dez anos de carreira solo identificada com a miscigenação pop da cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), onde nasceu em setembro de 1961. Tanto que, naquela altura, Fernanda Sampaio de Lacerda Abreu já era a personificação da “garota carioca suingue sangue bom”, assim caracterizada desde que o terceiro álbum solo da artista, Da lata (1995), tinha vindo dar na praia no samba-funk. Álbum de confirmação da identidade miscigenada do pop dançante dessa artista projetada nos anos 1980 como vocalista da Blitz, banda carioca com a qual a cantora encarou de 1982 a 1986 o rolo compressor do sucesso massivo, Entidade urbana tentou estender a geografia da música de Fernanda Abreu – ao longo de 11 faixas produzidas por Liminha com Chico Neves – sem cortar o laço carioca reforçado com o revisionista disco anterior da artista, Raio X (1997), produzido com remixes e registros inéditos. Mesmo sem reeditar a repercussão dos discos anteriores da cantora, tanto no plano artístico como no comercial, o álbum Entidade urbana reiterou a vocação de Fernanda para dar voz a um pop de pista, moderno, com jovialidade que se alimenta do suingue negro do Brasil, sem nacionalismo, e com ouvidos abertos para os sons do mundo. O disco foi formatado com azeitada mistura pop de samba, funk, rap e dance, traduzida pela arte criada por Luiz Stein para a capa e o encarte do CD editado pela EMI, gravadora que apostara no som de Fernanda Abreu desde o primeiro álbum solo da artista. Saudado com entusiasmo por Eumir Deodato (“Segue aqui um dos melhores discos lançados no Brasil nos últimos anos”), autor de um dos textos que apresentaram Entidade urbana aos formadores de opinião, o álbum soou como extensão natural de discografia solo iniciada há dez anos pela artista com o álbum Sla radical dance disco club (1990), pioneiro no uso de samplers que ajudaram Fernanda a cruzar o universo da então desvalorizada disco music com a linguagem do pop dance da época. Na sequência, o álbum Sla 2 – Be sample (1992) reforçou a identidade carioca da artista, jogando samba, funk e rap em caldeirão que traduziu a fervura da mistura sonora e social do Rio de Janeiro (RJ), cidade da qual a música Rio 40 graus (Fernanda Abreu, Carlos Laufer e Fausto Fawcett, 1992) emergiu como hino informal a partir desse disco. Música de maior projeção do álbum Entidade urbana, Baile da pesada apresentou o compositor Rodrigo Maranhão – parceiro de Fernanda na composição e autor do toque do cavaquinho ouvido na faixa – e pôs som na caixa para mapear o circuito fervido da cidade e lembrar o pioneirismo dos DJs Ademir Lemos (1946 – 1998), Big Boy (1943 – 1977) e Monsieur Limá (1943 – 1993) na propagação do som black Rio. Parceria de Fernanda Abreu com Fernando Vidal e com o habitual colaborador Fausto Fawcett (com quem a artista se conectara na segunda metade dos anos 1980, época em que experimentou nos primeiros shows individuais o som do álbum Sla radical dance disco club), o samba-funk Zona Norte – Zona Sul corroborou a ideia de reunir a partida cidade do Rio de Janeiro (RJ) sem bairrismos. Eu quero sol (Fernanda Abreu, Liminha e Sofia Stein) seguiu na mesma onda, expondo o brilhante acabamento instrumental do disco, polimento que por vezes amenizou a sensação de que o repertório de Entidade urbana impactou menos no confronto com safras anteriores da artista. Mesmo continuando assumidamente carioca, a garota suingue sangue bom procurou soar global nesse disco de 2000, conectando várias cidades do mundo. Tanto que Fernanda acenou explicitamente para o povo (e para o mercado) paulista com São Paulo – SP, parceria da artista com Carlos Laufer, Fausto Fawcett e Liminha que soou como tentativa de fazer um “SP 40 graus” ao perfilar Sampa sob ótica carioca. “Tudo é cidade / É tudo igual / Em qualquer língua / Isso é geral”, sentenciou o refrão do samba-funk Sou da cidade, música de Fernanda Abreu com Rodrigo Campello e Liminha que abriu o álbum Entidade urbana. “Toda a terra inteira quer balançar”, reforçou a cantora no samba pop Roda que se mexe, parceria da artista com Rodrigo Campello e Suely Mesquita que ecoou o suingue matricial de Jorge Ben Jor com direito ao violão de Gilberto Gil e ao piano de João Donato. Sem reinventar a roda sincopada da obra de Fernanda Abreu, o álbum Entidade urbana desenvolveu a ideia de extrapolar o circuito carioca sem acrescentar tempero novo e forte na mistura rítmica da artista, em que pese o flerte com o drum'n'bass em Meu CEP é o seu (Rodrigo Campello e Fernanda Abreu). Ao contrário. A rigor, faixas como a frenética Fatos e fotos – composição de Fernanda com o então emergente artista baiano Lucas Santtana – pareceram sintetizar sons, batidas e flashes urbanos dos quatro álbuns anteriores da carreira solo dessa artista que foi a única integrante da Blitz a ganhar real relevância no universo pop quando a piada da banda começou a perder a graça a partir de 1984. Voz das urgências da cidade, Fernanda Abreu traduziu no álbum Entidade urbana a voracidade da selva de pedra. “Toda cidade é uma demência / De excesso concentrado”, cravou a garota carioca em Megalópole – Cidade (Fernanda Abreu, Fausto Fawcett e Fernando Vidal), faixa de alto teor crítico. Parceria de Fernanda Abreu com Lenine, Urbano canibal alinhou identidades múltiplas na letra cantada sob baticum funk-tribal. No fim do álbum Entidade urbana, a balada Paisagem de amor (Fernanda Abrey, Marcelo Lobato e Fausto Fawcett) suavizou o clima com direito a voz de Fausto Fawcett emulando os graves de locutores de FMs que veiculam soul sensual. Curiosamente, o toque suave do violão de Cezar Mendes nessa faixa foi o último som ouvido na alvoraçada paisagem sonora de Entidade urbana, álbum ao qual se seguiu Na paz (2004), título inaugural do selo Garota Sangue Bom. Dois anos depois, em 2006, Fernanda Abreu revisou a trajetória solo em CD e DVD da série MTV ao vivo e, embora tenha se mantido em cena com shows acústicos, a cantora ficou longe do mercado fonográfico por dez anos. O retornou se deu com o revigorante álbum Amor geral (2016), mote de show captado neste ano de 2020, sem plateia, em 13 de março, dia em que o Rio de Janeiro (RJ), cidade tradutora do som da cantora, teve fechadas as portas das casas de shows. Já perto dos 60 anos, a serem festejados em setembro de 2021, Fernanda Abreu prepara disco de remixes (com Corello, Gui Boratto, Memê, Tropkillaz e Zé Pedro, entre outros DJs e produtores) e já vislumbra álbum de músicas inéditas para dar continuidade à carreira solo que completou 30 anos em 2020. Entidade urbana do pop dançante brasileiro moldado nos anos 1990, Fernanda Abreu continua na pista.

Leia Mais
  • Publicado em Cultura
No Comments

Matheus & Kauan falam de live Arraiá em Casa: ‘Quem assistir vai se sentir realmente no São João’

segunda-feira, 29 junho 2020 por Administrador

Dupla vai se apresentar em evento transmitido pela TV Globo, pelo Multishow e GNT. Line-up tem Fernando & Sorocaba e Xand Avião com homenagens a grandes ícones do forró. Matheus e Kauan Divulgação Matheus e Kauan, como muitos artistas da música sertaneja e do forró, costumam passar o mês de junho todo no Nordeste agitando as festas de São João. "A gente já chegou a fazer três shows por dia", afirma Matheus. Mas este ano, as festas juninas silenciaram por conta da pandemia de coronavírus e as únicas apresentações possíveis, por enquanto, são as virtuais. "Tem sido um mês bem triste, porque a gente sabe da cultura o tanto que é forte, o tanto que as pessoas esperam o ano inteiro. E a gente também. São shows bem diferentes, especiais. É como se fosse o carnaval de Salvador, se for comparar em forma de energia", compara. Matheus & Kauan são uma das atrações do "Arraiá em casa", um especial junino que será transmitido no sábado (27) pelo Multishow, GNT e TV Globo. "A gente vai tentar preencher um pouquinho nesse vazio no coração das pessoas." Em entrevista ao G1, além de dar detalhes do evento, o sertanejo também fala sobre as críticas ao ritmo sertanejo dentro das festas de São João. "Sempre vão existir pessoas que não concordam. Mas faz parte do processo." Matheus ainda comenta sobre as dificuldades no período da quarentena e explica seu processo de composição. Ele tem 426 obras assinadas em seu nome, segundo dados do Ecad, muitas delas interpretadas por Luan Santana — incluindo a recém-lançada "Asas". "A gente se conhece desde moleque, ele é meu padrinho de casamento, somos vizinhos, praticamente. Então por estar sempre encontrando, ele é sempre a primeira pessoa para quem acabo mostrando as coisas e ele se identifica muito com as letras." G1 – Esse ano, muita gente lamentou o fato de não poder ir para uma festa junina. A gente tem visto várias lives este mês no clima do São João pra tentar ocupar esse espaço e matar a saudade do público. Mas e para vocês, como costuma ser o mês de junho? Matheus – É sempre muito especial na nossa carreira. Basicamente a agenda se concentra toda no Nordeste do país. É onde que tem essa cultura tão aguçada, tão bacana, e uma energia surreal, inexplicável. É como se fosse o carnaval de Salvador, só que é o São João, se for comparar em forma de energia. [Em 2020], tem sido um mês bem triste, porque a gente sabe da cultura o tanto que é forte, o tanto que as pessoas esperam o ano inteiro. A gente também — e todos os artistas que fazem show no Nordeste nessa época. São shows bem diferentes, especiais, com clima muito legal. 'Arraiá em casa': Xand Avião, Fernando e Sorocaba e Matheus e Kauan agitam especial junino Reprodução/Instagram G1 – Quais as lembranças que vocês têm das festas juninas, de quando não eram conhecidos ainda? Matheus – Quando fizemos a dupla, eu era muito novo, então não tinha tido essa experiência ainda. Afinal de contas a gente é de Goiás e a festa junina lá é mais aquele negócio de escola. Então todas as histórias que envolvem São João e festa junina, a gente viveu lá no Nordeste depois que a gente começou a fazer show lá. E é surreal. Histórias engraçadas, todos os dias a gente tem. Não vou me recordar agora de alguma específica que a gente viveu. Mas o que acho muito bacana é sempre essa correria toda e, quando a gente chega, já com 12, 13 horas de festa, está todo mundo super animado ainda. Não tem como não marcar nossa carreira, nossa vida. A gente sente muita falta disso. G1 – Não deu pra curtir nenhuma festa no anonimato, então? Matheus – A gente costuma curtir nos hotéis. Eles sempre são bem temáticos também, então quando a gente chega, sempre tem aquele pezinho de moleque, aquelas pingas artesanais que eles fazem e tem super a cara de São João. A gente chega na recepção e já toma todas junto com a galera ali. G1 – Como será o show de vocês no "Arraiá em casa"? O repertório será focado nas músicas da dupla ou vai ter também um pouco de forró? Matheus – A gente vai fazer essa live no estúdio. E juntamente com o pessoal da Globo e a Thainara OG, a gente conseguiu viabilizar esse local pra fazer um cenário totalmente típico de São João mesmo. Quem assistir de casa vai se sentir realmente no São João. A gente vai cantar várias músicas homenageando grandes artistas que levantam essa bandeira há muito tempo. Vamos fazer música de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença… pessoas que fazem parte da cultura nordestina e, principalmente, do São João. G1 – Há anos, o sertanejo sofre críticas por, cada vez mais, dominar a programação das festas juninas. O que você acha disso? Matheus – Existem pessoas que ainda são bastante conservadoras em relação a isso, mas acredito que essas barreiras, cada dia mais, venham se rompendo. Porque o sertanejo era um ritmo que, há uns dez, era indiscutível que no Rio de Janeiro ou outros estados não existia. E a gente conseguiu quebrar essa barreira, afinal de contas a gente faz uma música popular, uma música que todo mundo gosta. A gente fala do cotidiano das pessoas, assim como o forró e qualquer outro gênero musical. Nessa época, muitas bandas que geralmente não fazem show pro sudeste, pro sul, trabalham bastante, representando e levantando a bandeira do São João do nordeste. Então a partir do momento que os sertanejos, o funk e outros ritmos, começaram a fazer shows, realmente as pessoas mais conservadoras estranham um pouco. Mas acho que todo mundo tem que entender que essas parcerias que a gente faz com outros gêneros é muito bom para a música em geral. Sempre vai existir pessoas que não concordam. Mas faz parte do processo. Matheus Aleixo na festa do peão de Barretos de 2019 Érico Andrade / G1 G1 – Como tem sido o período da quarentena pra você? Matheus – Tem sido um momento bem difícil pra todo mundo, tanto no ponto de vista profissional quanto no pessoal, porque as pessoas não estão acostumadas a não poder sair de casa, a ter que cumprir tantas regras assim. A gente tem se acostumado um pouco mais, mas uns dias atrás, eu estava bem apreensivo, particularmente. É uma época que a gente trabalha muito. Tenho aproveitado meu tempo para compor e fazer música e, se Deus quiser, depois que isso tudo passar, a gente vai lançar um projeto. G1 – Por falar em compor, você escreve desde a adolescência. E diferente de muitos nomes da composição que foram pra frente do microfone e pararam de escrever músicas, você não abandonou esse lado. Como divide seu tempo nas duas carreiras? Matheus – À medida em que a gente começa a ver a correria de shows, do dia a dia, alguns artistas começam realmente perdendo isso, porque, imagina… 25 shows por mês, ainda tem que fazer música, atender as pessoas, tem a família que, com certeza, sempre está em primeiro lugar. A partir do momento que você se dispõe a fazer uma coisa, você tem que se entregar de corpo e alma naquilo que você está fazendo e ter bastante foco. E essa palavra foco é muito importante no processo de composição. Porque você tem tudo pra desviar com as coisas que acontecem no dia a dia. Essas outras que os artistas muitas vezes jugam mais importantes, como os shows e tudo mais, acabam tirando o foco deles desse processo de composição, que é um processo, vamos dizer assim, chato e leva muito tempo. Eu sou um cara muito apaixonado por escrever, desde novo. Sempre gostei muito ler também, então isso faz parte da minha vida. Não sabia tocar nenhum instrumento, então fazia só as letras e deixava guardado. Comecei a tocar violão depois de um, dois anos, peguei todas essas músicas que eu tinha escrito em forma de poema e comecei a musicar. E aí foi onde eu vi que aquilo ali poderia ser um dom. G1 – A nova música do Luan Santana ('Asas') é sua, assim como muitas outras que escreveram a carreira dele. Quando compõe, já escreve pensando que vai pro Luan? Matheus – Eu nunca fiz uma música seguindo uma receita ou pensando em algum artista. Eu basicamente paro pra pensar em um artista quando é Matheus e Kauan. Porque já sei as coisas que a gente gosta de cantar, já sei o que nosso público gosta de ouvir. Aí quando a gente finaliza esse processo, eu continuo compondo. E costumo mandar para os amigos artistas. Eu e Luan, a gente se conhece desde moleque, a gente tem essa afinidade. Ele é meu padrinho de casamento, somos vizinhos, praticamente. Então por estar sempre encontrando, ele é sempre a primeira pessoa para quem acabo mostrando as coisas. E ele se identifica muito com as letras, o ritmo. Nosso estilo de música é bem parecido. G1 – Muitas vezes, quando entrevistamos artistas com muitos anos de carreira e questionamos sobre o que eles estão ouvindo de novidade na música, eles citam vocês. Só que vocês já estão com dez anos no mercado. Acha que está faltando uma renovação na música, novos nomes? Matheus – Eu não acho que falte novidades. A música tem caminhado de uma forma muito intensa, que tem até demais, na minha concepção. As pessoas às vezes se preocupam muito com o sucesso momentâneo e esquecem que por trás daquilo ali tem que existir um processo de criação, pra ser mais duradouro. Acho que muitos artistas hoje em dia esquecem do processo de criar uma carreira e, não só, uma música. Então a gente vê o tempo inteiro músicas surgindo e depois desaparecendo. Acho que o que falta é essa relação pessoal com a música, de se entregar de uma forma diferente e criar um estilo próprio, uma identidade. Eu sou de uma parada meio pop, por isso que a gente trouxe isso para nosso som e, por isso, que soa novo, apesar de 10 anos de carreira.

Leia Mais
  • Publicado em Cultura
No Comments

Global Goal: festival com Coldplay, Bieber e Shakira será exibido neste sábado na TV Globo, Globoplay e Multishow

segunda-feira, 29 junho 2020 por Administrador

Miley Cyrus, J Balvin, Usher e Jennifer Hudson também estão entre as atrações. Festival terá mensagens pré-gravadas de Chris Rock, David Beckham e outros; veja lista. Coldplay, Shakira e Justin Biber estão no festival Global Goal G1 TV Globo, Multishow e Globoplay vão transmitir neste sábado (27) o festival online Global Goal: Unite For our Future – The Concert. O evento tem shows de Coldplay, Justin Bieber, Shakira, Miley Cyrus, J Balvin, Usher, Jennifer Hudson, entre outros, em performances pré-gravadas. A transmissão no Globoplay e no Multishow começa às 15h. A TV Globo exibirá o show no sábado, logo após o Altas Horas. A apresentação será de Dwayne Johnson e a transmissão terá mensagens de personalidades como Chris Rock, David Beckham, Hugh Jackman, Kerry Washington, Charlize Theron, Billy Porter e Olivia Colman. O evento é uma iniciativa da ONG Global Citizen em parceria com a Comissão Europeia para promover a campanha, que leva o mesmo nome do evento, e busca garantir a acessibilidade do tratamento à Covid-19 para todos ao redor do mundo. A ONG Global Citizen também foi responsável pelo festival ‘One World: Together At Home’, realizado em abril deste ano em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e com curadoria da Lady Gaga. G1 ouviu 'A head full of dreams', do Coldplay

Leia Mais
  • Publicado em Cultura
No Comments

Rita Lee tem relançado, em LP, álbum de 1980 que espalhou o perfume pop da artista

segunda-feira, 29 junho 2020 por Administrador

Edição comemorativa dos 40 anos do disco sai em setembro com áudio remasterizado. Capa do álbum 'Rita Lee', de 1980 Reprodução ♪ Um dos álbuns mais ouvidos da discografia de Rita Lee, símbolo da fase pop carnavalizante da obra da cantora e compositora paulistana, o álbum Rita Lee – lançado originalmente em 1980 pela gravadora Som Livre com retumbante sucesso nacional – será reeditado em setembro no formato original de LP. A edição comemorativa dos 40 anos do álbum Rita Lee reapresentará as oito músicas com áudios remasterizados a partir da matriz do LP original. Essas oito músicas do disco – Lança perfume, Bem-me-quer, Baila comigo, Shangrilá, Caso sério, Nem luxo nem lixo, João Ninguém e Ôrra meu – figuram entre os maiores hits dos 50 anos de carreira solo da artista, cujo primeiro álbum sem Os Mutantes foi lançado em 1970. São composições do período áureo da parceria de Rita Lee com Roberto de Carvalho, iniciada em 1978 com a música Disco voador, incluída no álbum Babilônia (1978). Desenvolvida a partir de 1979 e impulsionada pelo sucesso da canção Mania de você, apresentada no LP lançado naquele ano de 1979, essa parceria de música e vida alimentou o sucesso de Rita Lee ao longo da década de 1980. No álbum Rita Lee de 1980, seis das oito músicas são de Rita com Roberto. As exceções são Baila comigo e Ôrra meu. A edição comemorativa dos 40 anos do LP Rita Lee será lançada através da gravadora Universal Music, detentora do acervo da EMI Music, companhia que já tinha ficado no catálogo com a obra editada por Rita Lee na Som Livre entre 1975 e 1985.

Leia Mais
  • Publicado em Cultura
No Comments

Anitta, MC Zaac e Tyga conectam funk ao rap dos anos 2000 em single feito em linha de montagem

segunda-feira, 29 junho 2020 por Administrador

Capa do single 'Desce pro play', de Anitta, MC Zaac e Tyga Reprodução Resenha de single Título: Desce pro play (Papapa) Artistas: Anitta, MC Zaac e Tyga Compositores: Arthur Marques, Bibi, Maffalda, MC Zaac, Pablo Bispo, Rodrigo Gorky, Tyga e Zebu Gravadora: Universal Music Cotação: * * 1/2 ♪ Artista paulista que está na pista desde 2010, MC Zaac faz outra tabelinha com Anitta em disco. O single Desce pro play (Papapa) entra em campo dentro da linha do funk, mas com pegada diferente de singles anteriores da cantora com o funkeiro, como Vai malandra (Anitta, Maejor, Mc Zaac, Brandon Green, Laudz, Ze Gonzales, Yuri Martins, 2017) e Bola rebola (Laudz, Zegon, MC Zaac, Anitta, Hailey Collier, JVZEL e J Balvin, 2019). O rapper norte-americano Tyga forma com Anitta e Zaac o time de Desce pro play (Papapa) e, com o trio, a gravação conecta a batida do funk carioca à pegada do rap feito nos Estados Unidos nos anos 2000, inspiração do fonograma. Como a intenção foi produzir levada dançante que contagiasse o ouvinte assim que ele desse o play no single, lançado em 26 de junho e promovido com clipe filmado à distância nesse período de isolamento social, houve o recrutamento do Brabo Music Team, coletivo de compositores e produtores formado por Arthur Marques, Maffalda, Pablo Bispo, Rodrigo Gorky e Zebu. O resultado é single formatado dentro dos padrões, como se tivesse sido produzido em linha de montagem em que somente foi preciso encaixar as peças. Na teoria, funciona. Mas, como a teoria na prática é outra, falta no single Desce pro play (Papapa) uma centelha de originalidade, um brilho especial, uma química, algo que também pode ser chamado de alma.

Leia Mais
  • Publicado em Cultura
No Comments

Roger Waters lança filme que conta a turnê “Us + Them”

segunda-feira, 29 junho 2020 por Administrador

Em entrevista ao Jornal da Globo, Roger Waters fala sobre protestos contra o racismo nos EUA e a preparação para a próxima turnê. Roger Waters lança filme que conta a turnê "Us + Them”
Entre 2017 e 2018, quase 2,5 milhões de pessoas mundo afora assistiram o ex-membro do Pink Floyd na turnê "Us + Them" e os shows no Brasil causaram várias polêmicas.
Roger Waters isolado em uma casa em Nova York é Picasso sem tinta, Ferrari sem gasolina, mas em uma situação um pouco melhor. Hoje, pelo menos, a tecnologia permite gravar músicas à distância.
"Mother", originalmente no disco "The Wall" do Pink Floyd ganhou versão nova em maio.
Assim, o astro inglês mantém os músicos da banda em atividade e com pagamento em dia enquanto a Covid-19 não dá uma trégua.
'This Is Not A Drill' deveria ter começado no dia 8 de julho e foi adiada por causa da pandemia, mas deve passar pelo Brasil.
"Eu trabalho nesse show todo dia aqui no meu isolamento. Ele é desenhado para ginásios cobertos, com cenografia ao redor do público. Vai ser incrível", conta Waters.
Em outubro de 2018, ele veio ao Brasil para fazer oito shows. As apresentações do conhecido ativista social em meio às eleições presidenciais repercutiram. Roger Waters fez do palco plataforma de campanha contra o então candidato Jair Bolsonaro.
Naqueles shows, Roger Waters também cantou com crianças de projetos sociais e deu voz à viúva de Marielle Franco, Mônica Benício, com quem se corresponde até hoje.
Tantas histórias transformaram a turnê "Us + Them" em um filme com trilha sonora de muitas gerações e fotografia de uma Inglaterra dos anos 70 afogada em toneladas de dióxido de carbono.
A Battersa Station era uma usina termoelétrica de carvão, mas hoje está virando um complexo gastronômico e residencial em Londres. Ela está na capa do álbum 'Animals' do Pink Floyd, no qual Roger Waters compara a crueldade dos homens aos instintos dos bichos. As letras fazem ainda mais sentido quase quatro décadas após terem sido escritas.
Em "Pigs", ele diz: "Homem grande, homem porco, você é uma charada. Com a cabeça enfiada no prato de comida e dizendo ao outro: 'continue cavando'".
No show, enquanto o Roger canta isso, charges do presidente americano aparecem no telão.
Ao ser perguntado se esse é um personagem da sociedade que sempre esteve na cabeça do Roger enquanto ele escrevia as músicas, ele diz: "Bem, estava na cabeça do George Orwell quando ele escreveu 'A Revolução dos Bichos'. É um tipo genérico e o Trump é apenas um exemplo extremo disso."
Uma das guerras mais famosas do rock mundial tem o Roger Waters de um lado da trincheira. Em 1985, ele deixou o Pink Floyd e rompeu relações com aqueles amigos de infância. Nesses anos todos, a formação mais conhecida da banda tocou apenas uma vez, em 2005, em um festival beneficente em Londres.
David Gilmour e Nick Mason ainda estão vivos e ativos, mas reunir os três no futuro não é uma possibilidade.
"Você não pode jogar esses dois no mesmo saco, pelo menos para mim, porque Nick é meu amigo. Existe essa coisa também de que eu fui brigar na Justiça contra eles, mas eu nunca cheguei perto de um tribunal. Só fui me aconselhar legalmente para saber se eu poderia aposentar o nome da banda e me disseram categoricamente que não e aí eu disse que não quero o nome, não sou o Pink Floyd."
O nome da banda vem de dois artistas do blues americano: Pink Anderson e Floyd Council. Ele é a prova da paixão que aqueles jovens ingleses, brancos, tinham pela música afro-americana nos anos 1960. O amor existe até hoje e reforça a luta da vida do Roger Waters por igualdade.
"De alguma forma, o 'Black Lives Matter' reabriu essa discussão, porque o racismo é endêmico, é muito destrutivo e nojento, como também é no Brasil. Sabe, antes de começar a viajar para o Brasil com frequência, eu sempre tive aquela fantasia de que o Brasil era tipo a Meca da igualdade racial. Quando eu cheguei ao Brasil, percebi como o país era racista. Mal podia acreditar e fiquei profundamente deprimido e decepcionado."
Apesar dos gritos, dos gestos agressivos, das lutas intermináveis no palco e na vida, o que move Roger Waters é um ideal simples. Bucólico como a letra de uma de suas últimas músicas "Crystal Clear Brooks".
"A nossa missão é um riacho de águas cristalinas, sabe? Quando a hora chegar, no último dia, nós teremos nos saído bem se formos capazes de dizer, enquanto o sol se põe em seu caminho final, que nós nunca desistimos. Fizemos o possível para que os nossos filhos pudessem nadar em riachos de águas cristalinas." Confira a reportagem no vídeo acima.

Leia Mais
  • Publicado em Cultura
No Comments
  • 684
  • 685
  • 686
  • 687
  • 688
  • 689
  • 690

Destaques

  • Câmara de Campo Grande aprova projetos sobre cultura, meio ambiente e inclusão de estudantes com TEA

    Na sessão ordinária desta terça-feira, 13 de ma...
  • Semana Nacional de Museus 2025: Programação especial em Campo Grande homenageia Lídia Baís

    A 23ª Semana Nacional de Museus acontece entre ...
  • Porto Geral de Corumbá recebe Festival América do Sul 2025 com atrações nacionais e celebração da cultura regional

    Entre os dias 15 e 18 de maio, o histórico Port...
  • Campão Cultural 2024 traz programação intensa e gratuita até 6 de abril

    O Campão Cultural está de volta, levando uma pr...
  • Casa de Cultura de Campo Grande oferece cursos gratuitos em música e dança

    A Casa de Cultura de Campo Grande está com insc...
TOPO