Jota Quest promove ‘Guerra e paz’ como single de álbum produzido por Paul Ralphes
♪ O grupo Jota Quest promove Guerra e paz como o segundo single do álbum de músicas inéditas que o quinteto lançará no segundo semestre deste ano de 2020 com produção musical assinada por Paul Ralphes. Rogério Flausino (voz), Marco Túlio Lara (guitarra), Marcio Buzelin (teclados), PJ (baixo) e Paulinho Fonseca (bateria) assinam a faixa juntamente com Dany Vellocet e com os músicos e produtores Guga Machado, Renato Galozzi e Saulo Roston. Com capa que expõe arte do ilustrador mineiro João Gabriel Jack, o single Guerra e paz chegou ao mercado fonográfico na sexta-feira, 19 de junho, simultaneamente com lyric video produzido pelo baterista do grupo, Paulinho Fonseca. Capa do single 'Guerra e paz', do Jota Quest Arte de João Gabriel Jack Faixa calcada no groove sinterizado com boa dose de eletrônica, a música Guerra e paz chega ao mundo dois meses após o primeiro single do álbum, A voz do coração, composição de Rogério Flausino e PJ que reverberou a fluência pop do som do Jota Quest com a adição do rap de Rael, coautor da música. Gravado a partir de setembro de 2019 no estúdio Minério de Ferro, mantido pela banda em Belo Horizonte (MG), o primeiro disco do Jota Quest com Paul Ralphes é também o primeiro álbum de inéditas do quinteto desde Pancadélico (2015), lançado há cinco anos.
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Beyoncé lança ‘Black Parade’, nova música que estreia em data que marca o fim da escravidão nos EUA
Lucros da música serão destinados a fundo de apoio a negócios conduzidos por pessoas negras. Beyoncé no palco do Coachella Divulgação / Site oficial da cantora Beyoncé lançou uma nova música, chamada "Black Parade". A faixa estreou na sexta-feira (19), dia chamado de Juneteenth, que celebra o fim de mais de 200 anos de escravidão nos Estados Unidos. Ouça no vídeo abaixo. O que é o Juneteenth e o que tem a ver com os protestos após a morte de George Floyd? Veja fotos do Juneteenth Junto da música, Beyoncé também divulgou uma galeria digital, que mostra o trabalho de artistas e empreendedores negros. Os lucros de "Black Parade" serão redirecionados para o fundo BeyGOOD, de apoio a negócios conduzidos por pessoas negras. A data, 19 de junho de 1865, foi batizada dessa maneira pois "Juneteenth" é uma contração da palavra junho e do número 19 em inglês. Também é conhecida como o "Dia do Jubileu" ou o "Dia da Liberdade".
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Dennis DJ fala sobre live 4D e preconceito com a profissão: ‘Não entendem todo o trabalho’
Em entrevista ao G1, artista fala sobre transmissão que acontece neste sábado (20) e diz que fãs comentam que preparam look especial para seus shows virtuais. 'É divertido'. Dennis DJ Divulgação Durante a quarentena, Dennis DJ já fez diversas lives direto de sua casa e contando com uma produção familiar. Mas neste sábado (20), o artista terá um cenário diferente para sua transmissão. Dennis fará uma live 4D. Mas como será isso? "Não precisa usar óculos, TV nova, nada disso. Vai todo mundo curtir de boa e de casa", garante o DJ, sem dar detalhes sobre o que vai levar ao ar a partir das 17h em uma transmissão em seu canal no YouTube. "O 4D pode ser representado de várias formas, é a teoria da relatividade e a 4ª dimensão. No meu show, é a 4ª dimensão onde eu entro num universo e tudo acontece em tempo real. É tudo que posso adiantar… movimentos de câmeras, efeitos… não posso falar muito", diz em entrevista ao G1. Dennis garante que, apesar de ser um projeto grandioso — diferente das produções anteriores mais caseiras –, seguirá os cuidados para proteção de toda equipe por conta do coronavírus. "Não colocaremos a vida de ninguém em risco", diz. "Tudo está sendo muito bem monitorado, fizemos teste de Covid19, estamos todos higienizados e com equipe bem reduzida pra evitar aglomeração." Look especial E para quem for acompanhar, nada de curtir a live de pijama. Dennis conta que seus fãs constumam fazer uma produção especial no look para acompanhar as transmissões virtuais. "Isso já tem acontecido em todas as lives que faço. Os fãs mandam a semana toda que já separam os looks e, mesmo virtualmente, temos uma comunicação muito boa com o público. É legal ler comentários do tipo: 'Só o Dennis pra me fazer tirar a roupa de sair pra curtir um baile em casa', é divertido." Preconceito na profissão No início do mês, Dennis publicou um vídeo em que ensina a filha Tília a discotecar e, na legenda, escreveu um breve desabafo sobre o preconceito que acredita ainda existir com sua profissão: "Quando dizem que para ser DJ é só apertar o play". "Existe esse preconceito e pré-julgamento. Pelo DJ não ter uma banda ou alguns não cantarem, muita gente critica, mas não entende todo o trabalho que se tem por trás." "Quem vai ao meu show, vê que eu canto e tem toda uma performance, mas também tem aqueles DJs que só tocam e tá tudo certo." "Todo mundo se prepara, cada um de uma maneira. Não é fácil produzir, preparar o repertório, manusear o equipamento. Não é simplesmente tocar o start, tem todo um estudo." Initial plugin text O que aprendemos com a crise: Dennis DJ
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Angela Ro Ro agradece ajuda depois de apelo nas redes sociais: ‘Sou grata’
Cantora disse na sexta (19) que estava passando dificuldades financeiras. Samantha Schmutz, Marina Ruy Barbosa e outros artistas se mobilizaram para divulgar e pedir ajuda. Angela Ro Ro Murilo Alvesso Ângela Ro Ro agradeceu a ajuda que vem recebendo de seguidores no Instagram nas primeiras horas deste sábado (20). "Sou grata", escreveu. Na sexta-feira (19), a cantora fez um apelo nas redes sociais ao falar que estava passando por dificuldades financeiras. "Já tentei vender barato uma live, mas ninguém se interessa", ela acrescentou no post. Desde então artistas e músicos, como Samantha Schmutz e Marina Ruy Barbosa, compartilharam a mensagem e pediram doações para a cantora. Ângela Ro Ro completou 70 anos de idade em 2019. Ela fez uma turnê que comemorou os 40 anos do seu marcante disco de estreia. O Blog do Mauro Ferreira falou sobre a turnê e sua carreira – leia. Ângela Ro Ro postou o número de sua conta bancária e disse aos seguidores: "Quem puder depositar apenas R$ 10, agradeço".
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Comediante D.L. Hughley é hospitalizado após desmaiar durante apresentação
Ele já foi liberado do hospital, após tratamento para 'exaustão e desidratação severas' e teste positivo para Covid-19. O comediante D.L. Hughley Reprodução/Facebook O comediante D.L. Hughley foi hospitalizado na noite desta sexta-feira (19) depois de passar mal durante uma apresentação stand-up na cidade de Nashville, nos Estados Unidos. Ele já foi liberado do hospital. Em um vídeo publicado nas redes sociais neste sábado (20), Hughley disse que foi tratado para "exaustão e desidratação severas", mas que também foi diagnosticado com Covid-19,. Ele afirmou não ter sintomas da doença. Desmaio Imagens que circularam nas redes sociais mostram o momento em que o comediante se sentiu mal e desmaiou durante uma apresentação. Hughley, que tem 57 anos, é um veterano da comédia, com uma carreira que começou no início dos anos 1990. No vídeo que publicou neste sábado, ele agradeceu aos fãs pelas "orações e votos de felicidades". Initial plugin text
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Lives de hoje: Michel Teló, Léo Santana, Jerry Smith com Márcia Fellipe e outros shows
Domingo (21) também tem grupo Bom Gosto, Henrique e Diego, Planta e Raiz, Teresa Cristina, Pisadinha de Luxo, Vitor Fernandes, Edy & Nathan, Banda Torpedo e outros; veja lista. Jerry Smith com Márcia Fellipe, Léo Santana e Michel Teló fazem lives neste domingo Divulgação Michel Teló, Léo Santana e Jerry Smith com Márcia Fellipe estão entre os artistas com lives programadas para este domingo (21). Também se apresentam Bom Gosto, Henrique e Diego, Planta e Raiz, Teresa Cristina, Pisadinha de Luxo, Vitor Fernandes, Edy & Nathan, Banda Torpedo e outros. Veja a lista completa com horários das lives abaixo. Festival 360 Copo Sujo com Jorge e Mateus, João Bosco e Vinicius, João Neto e Frederico e Humberto e Ronaldo – 13h – Link Bom Gosto – 13h – Link Arraiá do Teló – 13h30 – Link Guilherme e Santiago – 14h – Link Pisadinha de Luxo, Vitor Fernandes, Edy & Nathan (São João de Todos) – 15h – Link Léo Santana – Baile da Santinha – 15h – Link SOS Rainforest com Maria Gadú, Caetano Veloso, Sting e outros – 16h – Link Márcia Fellipe e Jerry Smith – 17h – Link Henrique e Diego – 17h – Link Planta e Raiz – 17h – Link Make U Sweat – 18h – Link Banda Torpedo – 19h – Link Vanessa Moreno (Em Casa com Sesc) – 19h – Link Teresa Cristina – 22h – Link As cenas de 'lives' da quarentena que já estão na história do entretenimento brasileiro
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Discos para descobrir em casa – ‘Um som’, Arnaldo Antunes, 1998
Capa do álbum 'Um som', de Arnaldo Antunes Bob Wolfenson com arte de Barrão e Fernanda Villa-Lobos ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Um som, Arnaldo Antunes, 1998 ♪ Primeiro integrante da formação clássica do grupo Titãs a deixar a banda, em saída negociada de forma amistosa em 1992, Arnaldo Antunes assinou contrato com a gravadora BMG na sequência e iniciou carreira solo com álbum, Nome (1993), lançado no ano seguinte com alta dose de experimentação com a poesia concreta. Dono de obra que sempre conectou a música com outras formas de expressão artística, sobretudo a poesia e as artes plásticas, o cantor, compositor e músico Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho – paulistano nascido em 2 de setembro de 1960 – foi depurando o som e burilando a palavra a partir dos dois álbuns seguintes, Ninguém (1995) e O silêncio (1996). Contudo, foi somente a partir do quarto álbum solo do cantor, Um som, produzido por Chico Neves e lançado em 1998, que a discografia individual do artista começou a atingir ponto de equilíbrio, sem abrir mão da inventividade no manuseio da palavra – e, nessa seara poética, a obra dos Titãs perdeu muito com a saída do compositor poeta em 1992 – mas tampouco sem menosprezar o fato de que uma música, por mais inovadora que seja, precisa fluir bem (mesmo fora do padronizado molde pop do mercado) para que a experiência sonora seja minimamente agradável aos ouvidos. “Eu te dou / O que você quer de mim / … / Eu descomplico / Eu correspondo às expectativas”, situou o artista na letra do rock Na ativa, uma das três músicas do álbum Um som assinadas somente por Arnaldo Antunes. Composição de vibe roqueira que abriu o álbum Um som, Música para ouvir – parceria de Arnaldo com Edgard Scandurra, companheiro de geração pop – pareceu sintetizar o conceito mais digerível (mas nunca banal) deste disco gravado pelo artista com banda-base formada por Edgard Scandurra (guitarra), Paulo Tatit (baixo), Pedro Ito (bateria e percussão) e Zaba Moreau (teclados), além do produtor musical Chico Neves nas programações. Músicos então emergentes da cena musical carioca, mas ainda pouco badalados, também foram arregimentados por Arnaldo Antunes e Chico Neves. Foi o caso de Moreno Veloso, que percutiu prato e faca com discrição no baioque Quase tudo, arretada parceria de Arnaldo com Péricles Cavalcanti que deslocou o álbum Um som para o universo musical nordestino, com direito ao toque do acordeom de Toninho Ferragutti. Foi também o caso de Pedro Sá, que tocou guitarra e violão em As árvores e Dinheiro, duas composições do ex-titã com Jorge Ben Jor que ampliaram parceria apresentada nove anos antes com a gravação do funk Cabelo (1989). E por falar em funk, Arnaldo Antunes nunca se mostrou óbvio nas incursões por repertório alheios. Basta lembrar a releitura heavy de Judiaria (Lupicínio Rodrigues, 1971) do álbum Ninguém (1995). Em Um som, o cantor deu voz a uma música do lendário soulman Cassiano, Cinzas (1973), com um toque de samba e outro de rock, sem reeditar o brilho da abordagem feita por Sandra de Sá há então oito anos no álbum Sandra! (1990). Entre tantos sentimentos, o vazio existencial de Socorro – parceria de Arnaldo com Alice Ruiz lançada em 1994 na voz de Cássia Eller (1962 – 2001) – serviu bem ao repertório do álbum Um som. “Pra que é que quero quem chora / Se estou tão bem assim / E o vazio que cai lá fora / Cai macio dentro de mim?”, (se) questionou Arnaldo em versos de Além alma, música feita a partir de poema de Paulo Leminski (1944 – 1989) e gravada com o toque árido da viola de Fábio Tagliaferri. A viola de Tagliaferri também se revelou importante para evidenciar o brilho de O sol, poética canção da parceria de Arnaldo Antunes com Scandurra. Composição assinada somente por Arnaldo, Engrenagem mostrou que a poesia salta aos ouvidos na construção da música desse artista multimídia, mesmo quando essa poesia vem envolvida em aura roqueira, como na gravação de Se no meio do que você tá fazendo você para. Essa parceria de Arnaldo com o então titã Nando Reis – que sairia da banda em 2002, sem o tom conciliador que amenizara há dez anos a debandada de Arnaldo – foi entrecortada na gravação do álbum Um som com o toque incisivo da guitarra de Edgard Scandurra, sobressalente no arranjo. Com Scandurra, o artista assinou Decida, rock de aura punk que evocou os primórdios dos parceiros nas respectivas bandas paulistanas que integraram nos anos 1980, ainda que Titãs e Ira! sejam grupos formados fora do universo punk da cidade. Da parceria com o amigo Paulo Miklos, então na banda Titãs (da qual sairia somente em 2016), Arnaldo gravou Fim do dia em Um som. Doce do mar, parceria com Carlinhos Brown, mostrou o cantor e compositor imerso em onda mais cool, íntima, levantando maré que subiria ainda mais nos álbuns lançados por Arnaldo Antunes a partir dos anos 2000, década de discos como Saiba (2004) e Qualquer (2006). Álbum longo, de 17 faixas formatadas entre abril e junho de 1998 em estúdios do Rio de Janeiro e São Paulo, Um som revelou a visão do autor de Volte para o seu lar (2001), música de Arnaldo que Marisa Monte apresentara dez anos antes no álbum Mais (1991) com pegada similar à da regravação funkeada de Arnaldo, mas em tom mais radiante. Em outra amostra do faro para garimpar repertório alheio, o artista verteu para o português do reggae Stop the crime (1984), sucesso autoral do cantor e compositor jamaicano Junior Murvin (1946 – 2013). Versão reverente, Pare o crime foi apresentada no disco com a marcação da bateria de João Barone, entusiasta do reggae. Com a voz da cantora turca Saadet Türköz (também ouvida na já mencionada faixa Além alma) e o toque do berimbau de Marcos Suzano, a música-título Um som (de Arnaldo com Paulo Tatit) reverberou a poesia do artista multimídia no arremate de álbum que preparou o clima para voos mais altos como o do álbum seguinte Paradeiro (2001). Ao formar o trio Tribalistas com os parceiros amigos Carlinhos Brown e Marisa Monte, em 2002, Arnaldo Antunes ganharia mais público e visibilidade. Curiosamente, essa amplitude jamais se refletiu na carreira solo. Alternando álbuns vigorosos como Iê iê iê (2009) e eventuais discos anêmicos como Já é (2015), o poeta do rock – já a caminho dos 60 anos – se manteve na ativa, fiel a si próprio e com um público também fiel, como provaram os recentes álbuns RSTUVXZ (2018) e O real resiste (2020). E, nessa trajetória coerente, o álbum Um som teve atuação decisiva por apontar caminho calcado no ponto de equilíbrio entre a experimentação e a expectativa. Como traduziu a imagem da capa do disco, criada por Barrão e Fernanda Villa-Lobos a partir de foto de Bob Wolfenson, Arnaldo Antunes queria ouvir e ser ouvido com Um som. Queria, em síntese, fazer música para ouvir.
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Fernanda Takai volta a transitar pela canção popular ao reviver hit de Paulo Sérgio há 50 anos
A regravação de 'Não creio em mais nada' está no quarto álbum solo de estúdio da cantora, 'Será que você vai acreditar?', programado para julho. ♪ Morto há 40 anos, o cantor e compositor capixaba Paulo Sérgio (1944 – 1980) deixou discografia cultuada por legiões de seguidores que prezam a memória deste artista associado ao cancioneiro rotulado como cafona pelas elites culturais do universo pop brasileiro. Alheios a esses rótulos, esses fãs fiéis sabem que, em 1970, Paulo Sérgio deu voz a uma canção desesperançada de autoria de compositor identificado somente como Totó. A canção Não creio em mais nada foi apresentada como a terceira das 12 faixas do quarto álbum do cantor, Paulo Sérgio volume 4. Revivida pela cantora Letrux no roteiro do show Letrux em noite de climão (2017 / 2019), Não creio em mais nada ganha registro fonográfico de Fernanda Takai 50 anos após a gravação original de Paulo Sérgio no LP de 1970. Revelada na sexta-feira, 19 de junho, a regravação de Não creio em mais nada por Takai é o terceiro single do quarto álbum solo de estúdio da vocalista do grupo Pato Fu, Será que você vai acreditar?, produzido por John Ulhoa e programado para ser lançado em julho pela gravadora Deck. Capa do single 'Não creio em mais nada', de Fernanda Takai Divulgação Os dois singles anteriores do álbum, Terra plana (John Ulhoa) e Não esqueça (Nico Nicolaiewsky), soaram (bem) mais sedutores e surpreendentes do que a abordagem de Não creio em mais nada por Takai. Ainda assim, a regravação de Não creio em mais nada reitera a habilidade de Fernanda Takai para incursionar por cancioneiro de cepa mais popular com certo frescor, sem inventar moda para descaracterizar as melodias, mas tampouco com subserviência à estética original desse repertório. Cabe lembrar que, em discos anteriores, próprios ou alheios, a cantora já deu voz a músicas como Mon amour, meu bem, ma femme (Cleide, 1972), Você já me esqueceu (Fred Jorge, 1972), Como dizia o mestre (Benito Di Paula, 1975) e Fui eu (José Augusto, 1988). Já pronto, o álbum Será que você vai acreditar? foi gravado por Fernanda Takai no estúdio mantido pela cantora com o marido John Ulhoa na casa em que os artistas vivem em Belo Horizonte (MG).
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Iza se aclimata no universo musical de Gilberto Gil em live com o cantor
'Upa neguinho', sucesso de Elis Regina, foi a surpresa do roteiro calcado na obra plural do compositor baiano. Resenha de live Título: As canções de Gilberto Gil por Iza e Gil Artistas: Gilberto Gil e Iza Data: 20 de junho de 2020, das 20h às 21h Cotação solidária: * * * * * ♪ Com a naturalidade de quem nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Iza puxou o samba Aquele abraço, composto e lançado por Gilberto Gil no início de 1969, antes de partir para o exílio na Europa. Ao lado da cantora, protagonizando live feita em sítio situado em Araras (RJ), na região serrana do Rio de Janeiro, estava o próprio Gil, ao violão, e também no canto, além de um percussionista. Transmitida na noite de sábado, 20 de junho, a live beneficente As canções de Gilberto Gil por Iza e Gil já evidenciou no título a opção por centrar o roteiro no cancioneiro plural do compositor baiano. À vontade, mesmo atenuando a força da voz para se aclimatar no tom aconchegante da transmissão veiculada pelo canal de TV Multishow e por outras plataformas de vídeo, Iza entrou em sintonia com o universo rítmico da obra de Gil. Nesse tom mais acolhedor, na contramão da exuberância pop de álbuns como Dona de mim (2018), a cantora carioca evidenciou a ternura da canção Drão (1982) – número feito com solo vocal de Iza – e se beneficiou da intimidade com o reggae para harmonizar o canto com o de Gil em músicas como A novidade (1986), parceria do compositor com os integrantes do trio Paralamas do Sucesso. Gênero musical recorrente no roteiro, o reggae pautou a cadência de Three little birds (Bob Marley, 1977), Não chore mais (No woman, no cry) (Vincent Ford, 1974, em versão de Gilberto Gil, 1979) – número bilíngue em que Iza também cantou a letra em inglês do reggae vertido por Gil para o português nos anos 1970 – e Vamos fugir (Gilberto Gil e Liminha, 1984). Sucesso das festas juninas, Esperando na janela (Targino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeom, 2000) também marcou presença no roteiro com vivacidade que se contrapôs à interiorização com que Gil cantou Se eu quiser falar com Deus (1980) em feitio de oração. Músicas conhecidas como Andar com fé (1982), Esotérico (1976), Tempo rei (1984) e Palco (1981) contribuíram para que a live de uma hora de duração fluísse bem, com leveza, quase sempre na mesma temperatura. Única surpresa do roteiro, por ser música dissociada do repertório de Gil, Upa neguinho (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, 1965) simbolizou na live a lembrança da luta do povo negro pela conquista da liberdade e de efetiva igualdade social. Luta na qual Gilberto Gil e Iza estão engajados e irmanados, mesmo distanciados por gerações no universo pop brasileiro.
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Antonio Adolfo celebra obra de Milton Nascimento com o vocabulário do jazz brasileiro
Pianista se utiliza de ritmos como ijexá, guarânia e quadrilha ao recriar nove músicas do compositor no álbum 'BruMa'. ♪ Já imaginou dançar quadrilha em festa de São João ao som da música Fé cega, faca amolada (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974)? Já pensou em ouvir a canção Encontros e despedidas (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981) com um toque de guarânia típica da região centro-oeste do Brasil? Já cogitou dançar no passo baiano do afoxé ao ouvir Caxangá (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1977) em ritmo de ijexá? O pianista, compositor e arranjador carioca Antonio Adolfo arquitetou tudo isso e pôs em prática essas ousadias estilísticas ao abordar o cancioneiro de Milton Nascimento no álbum BruMa. Programado para chegar ao mercado brasileiro a partir de segunda-feira, 22 de junho, o disco BruMa (mist) Celebrating Milton Nascimento reapresenta a obra do compositor sob o prisma jazzístico de Adolfo. Editado em escala mundial pelo selo do pianista, AAM Music, com distribuição nacional via Rob Digital, o disco em tributo a obra de Milton é projeto antigo de Adolfo, que sempre detectou nas sólidas e singulares harmonias da música do compositor uma ponte para recriações. “As composições de Milton quebraram padrões harmônicos e rítmicos, com o modalismo delas, de maneira espontânea e intuitiva. O que fiz foi adicionar a esse repertório meu vocabulário de jazz brasileiro. Após trabalhar em trinta músicas, para escolher nove, concluí que Milton é o compositor mais moderno e profundo do Brasil. Não por acaso, tantos grandes músicos se apaixonam por sua música”, ressalta Antonio Adolfo. Adolfo é um desses apaixonados admiradores de músicas como Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972), canção transportada no álbum BruMa para o porto da bossa nova. Já Nada será como antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1971) virou o que o pianista caracteriza como “shuffle jazzístico”. Cabe lembrar que o jazz sempre esteve entranhado no cancioneiro de Milton Nascimento desde os anos 1960, a ponto de o segundo álbum solo do cantor, Courage (1968), já ter sido feito para os Estados Unidos. Em 1974, essa veia jazzística ficou mais aflorada no álbum Native dancer, dividido por Milton com o saxofonista norte-americano Wayne Shorter, e foi sendo cada vez mais evidenciada na obra solo do artista a partir do álbum Encontros e despedidas (1985). Capa do álbum 'BruMa (mist) Celebrating Milton Nascimento', de Antonio Adolfo Divulgação / AAM Music Foi nessa vasta obra que Adolfo mergulhou durante seis meses para selecionar o repertório do álbum BruMa. Três Pontas (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1967), Outubro (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967), Canção do sal (Milton Nascimento, 1965) – lançada com a voz do autor e o toque do Aécio Flávio Sexteto no desconhecido álbum Música brasileira em expansão (1965) – e Tristesse (Milton Nascimento e Telo Borges, 1999) figuram nesse repertório, completando as nove faixas do disco BruMa. Com título criado com a junção das iniciais de Brumadinho (MG) e Mariana (MG), cidades mineiras devastadas por desastres ambientais, o álbum BruMa celebra a admiração mútua entre Adolfo e Milton, compositor de origem carioca, mas alma musical mineira. Os artistas se conheceram em 1968, ano em que Adolfo – então integrante do Trio 3D – participou de show feito por Milton Nascimento com Marcos Valle no embalo da gravação pelos cantores da toada Viola enluarada (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, 1968). No disco BruMa, gravado no Rio de Janeiro (RJ), cidade natal de Adolfo, o pianista aborda a obra de Milton Nascimento com os toques dos músicos Lula Galvão (guitarra), Léo Amuedo (guitarra), Jorge Helder (baixo) André Vasconcellos (baixo), Rafael Barata (bateria e percussão), Dadá Costa (percussão), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn), Marcelo Martins (flauta e sax tenor), Danilo Sinna (sax alto) e Rafael Rocha (trombone) e Cláudio Spiewak (guitarra, violão e percussão). Antonio Adolfo apresenta o álbum BruMa (mist) Celebrating Milton Nascimento três meses após ter lançado disco com Leila Pinheiro, Vamos partir pro mundo, com repertório inteiramente dedicado à parceria que o pianista manteve de 1967 a 1970 com o compositor Tibério Gaspar (1943 – 2017).
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