Índice global de preços de alimentos em maio tem menor índice em 17 meses, diz FAO
Agência da ONU afirma que resultado foi causa das consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus. Açúcar bruto: alimento faz parte do índice calculado pela FAO REUTERS/Peter Nicholls Os preços mundiais de alimentos caíram pelo quarto mês consecutivo em maio, atingidos pelas conseqüências econômicas da pandemia de coronavírus e seu impacto sobre a demanda, informou a agência de alimentos das Nações Unidas nesta quinta-feira (4). O índice de preços dos alimentos da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, teve média de 162,5 pontos no mês passado, uma queda de 1,9% ante abril. Foi o menor índice mensal desde dezembro de 2018. O índice de laticínios caiu 7,3%, liderado por quedas acentuadas na manteiga e no queijo, em parte devido à menor demanda de importação. O índice de preços dos cereais caiu 1%, uma vez que os preços dos grãos continuaram em declínio, com o milho nos Estados Unidos recuando 16% no ano, enquanto preços de exportação do trigo também recuaram, em meio às expectativas de ampla oferta global. Os preços internacionais do arroz, por outro lado, subiram. O óleo vegetal viu os preços caírem 2,8%, para o menor nível em 10 meses, enquanto o índice de carne caiu 0,8%. As cotações de carnes de aves e suínos continuaram caindo, refletindo a alta oferta de exportação, apesar do aumento da demanda por importações no leste da Ásia. Contrariando a tendência geral de queda, o índice de preços do açúcar subiu 7,4% em abril, em grande parte por causa das colheitas abaixo do esperado em alguns dos principais produtores, principalmente na Índia e na Tailândia. A FAO também divulgou sua primeira previsão para a safra de cereais de 2020, projetando produção global de 2,780 bilhões de toneladas – um aumento de 2,6% frente à safra recorde de 2019. A agência da ONU disse que o milho deve responder por grande parte do aumento esperado, aumentando as previsões em 64,5 milhões de toneladas, para 1,207 bilhão de toneladas, graças à antecipação de colheitas nos Estados Unidos, Canadá e Ucrânia e colheitas quase recorde no Brasil e na Argentina. A produção de arroz deve atingir uma alta histórica de 508,7 milhões de toneladas em 2020, um aumento de 1,6% ante 2019. Por outro lado, a produção global de trigo em 2020 deverá cair, em grande parte devido a prováveis quedas na União Europeia, Ucrânia e Estados Unidos, o que compensaria os aumentos esperados na Rússia e na Austrália, disse a FAO.
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Crédito imobiliário com recurso da poupança cai 0,4% em abril, mas acumula alta de 27,9% em 4 meses
Pesquisa da Abecip mostra que na comparação com abril do ano passado houve crescimento de 22,6%. O crédito imobiliário com recursos da poupança movimentou R$ 6,7 bilhões em abril, com queda de 0,4% frente ao mês imediatamente anterior e alta de 22,6% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela Abecip, associação das instituições que oferecem essa modalidade de crédito.
Foram financiados 23,6 mil imóveis em abril, o que representa queda de 7,8% na comparação com março e alta de 15,7% na comparação anual.
Na avaliação da Abecip, o resultado do primeiro mês completo de isolamento social no país mostra um movimento "próximo ao dos dois meses anteriores, indicando assim, até então, ausência ou pequeno impacto da crise do novo coronavírus sobre o crédito imobiliário".
No acumulado nos 4 primeiros meses do ano, os empréstimos destinados à aquisição e construção de imóveis avançaram 27,9%, na comparação com o mesmo período de 2019, atingindo R$ 26,95 bilhões.
No acumulado de 12 meses até abril, o volume de credito imobiliário concedido somou R$ 84,5 bilhões, com alta de 33,9% em relação ao apurado nos 12 meses anteriores, mantendo a trajetória de recuperação iniciada em 2018.
A Caixa se manteve na liderança do setor, com R$ 2,857 bilhões financiados nas modalidades construção e aquisição em abril. O Bradesco ficou em segundo lugar, com R$ 1,448 bilhão, e o Itaú Unibanco apareceu em terceiro, com R$ 1,259 bilhão.
CMN flexibiliza regras para liberação de dinheiro de financiamentos imobiliários
Planejadora financeira explica como funciona a renegociação de financiamento imobiliário
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Justiça dos EUA proíbe vendas do agrotóxico dicamba no país
Pesticida é utilizado na produção de soja. Decisão afeta gigantes do setor, como Bayer, Basf e Corteva Agroscience. Pulverização de agrotóxicos na lavoura de soja Amanda Sampaio/G1 MT Um tribunal de recursos dos Estados Unidos decidiu na quarta-feira (3) proibir a venda no país de agrotóxicos com o princípio ativo dicamba, que é um herbicida utilizado na produção de soja. Um painel de três juízes decidiu que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) subestimou significativamente os riscos relacionados ao uso do dicamba, que é utilizado em pesticidas da gigante alemã Bayer e de rivais como a Basf e a Corteva Agroscience. Grupos ambientalistas, que entraram com ação em 2018, pediam que a Justiça forçasse a EPA a cancelar a aprovação para o produto XtendiMax, da Monsanto, à base de dicamba, alegando que ele não apenas danifica culturas próximas e plantas, mas também afeta animais. LISTA: quais são e para que servem os agrotóxicos mais vendidos A Bayer herdou essas e outras disputas judiciais há dois anos, como resultado de sua aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões. A decisão judicial também proíbe a venda de outros pesticidas com base em Dicamba, como o Engenia, da Basf, e o FeXapan, da Corteva Agroscience. Bayer e Basf disseram que não concordam com o julgamento, realizado na quarta-feira. A Bayer disse que a decisão está relacionada ao registro junto à EPA de 2018, que expira em dezembro e que está trabalhando para obter um novo registro da agência para o pesticida, para de 2021 em diante. "Dependendo das próximas ações da EPA e de se teremos sucesso em contestar essa decisão, nós trabalharemos rapidamente para minimizar qualquer impacto sobre nossos clientes nesta safra", disse a Bayer. A EPA já havia imposto restrições ao uso de dicamba em 2018, por preocupações sobre potenciais danos a culturas próximas àquelas em que ele é aplicado. Dicamba O dicamba é um herbicida que a indústria dos Estados Unidos está tentando usar para substituir o glifosato, o agrotóxico mais vendido no mundo, na produção da soja transgênica. Esse tipo de soja se torna resistente ao dicamba, um produto químico que mata diversas plantas daninhas. Esse herbicida consegue controlar plantas que o glifosato não consegue mais, como a buva e a amaranthus-palmeri. Na União Europeia, ele tem autorização para pastagens e milho. No Brasil, é autorizado para algodão e soja. Porém, o uso desse agrotóxico preocupa agricultores brasileiros por ser um produto que dispersa facilmente no ar, podendo atingir e matar lavouras vizinhas. Initial plugin text
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PROGRAMAÇÃO DE LIVES SOLIDÁRIAS DO #SESCEMCASA SEGUE EM JUNHO
Neste mês de junho a programação de LIVES do #SescEmCasa, pelo Canal do Youtube – youtube/sescmatogrossodosul – segue a todo vapor, começando nesta sexta-feira, 05/06, às 19 horas, com apresentação do sambista Daran Júnior.
“Neste momento de pandemia, o Sesc por meio do Programa Mesa Brasil, está com o desafio de ajudar as famílias que estavam em situação de vulnerabilidade social antes do Coronavírus e as pessoas que perderam sua renda por conta da pandemia. Estamos num momento muito crítico, e por este motivo, precisamos da ajuda de todos que de alguma forma podem ajudar. Vamos fazer com que essas doações cheguem a quem realmente precisa”, convida a diretora regional do Sesc MS, Regina Ferro.
Na próxima sexta-feira, 12/06, namorados e solteiros também têm programação musical em casa, com a LIVE dos Beatles Maníacos. Quem se apresenta no dia 19/06 é a banda Haiwanna, com repertório pop rock nacional e encerrando a programação de junho, no dia 26/06, tem forró com o grupo Flor de Pequi.
Além de alimentos, também são recebidas doações de álcool em gel, máscaras, protetores faciais, óculos de segurança e valores em dinheiro, que serão convertidos em alimentos e EPIs para as instituições cadastradas no Programa Mesa Brasil Sesc.
As doações seguem por meio do site https://doacoes.sescms.com.br/
Sobre o Mesa Brasil Sesc – O Mesa Brasil Sesc, desde 1994, contribui para mudar o cenário da fome no país. O programa de segurança alimentar e combate ao desperdício busca onde sobra e entrega onde falta, conectando quem quer ajudar com quem precisa ser ajudado. Em Mato Grosso do Sul, em 2019, reuniu mais de 1.340 toneladas de alimentos, 5.575 itens de vestuário e 3.738 produtos de limpeza e higiene pessoal, entregues em 131 entidades cadastradas, beneficiando mais de 300 mil pessoas.
Serviço – Mais informações no site http://sesc.ms/mesa-brasil
Fonte: Infinito Assessoria
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Programação de lives beneficentes do São João 2020 de Campina Grande é divulgada
Elba Ramalho, Cavalo de Pau, Cavaleiros do Forró e outros 14 artistas vão transmitir shows sem público. Evento é beneficente em prol de barraqueiros, ambulantes e instituições de caridade. São João de Campina em Casa vai ser transmitido a partir de estrutura montada no jardim da realizadora Reprodução/Medow Entretenimento Foi divulgada nesta terça-feira (2) a programação de lives beneficentes do São João 2020 online de Campina Grande. De acordo com o anúncio feito pela realizadora do evento, 17 artistas vão se apresentar nos dias 23, 24 e 27 de junho. A programação, que vai ser transmitida no canal do evento no YouTube, tem Elba Ramalho, Cavalo de Pau, Cavaleiros do Forró, Batista Lima, Três do Nordeste, entre outros. No dia 23 de junho, véspera de São João, quem se apresenta é Elba Ramalho, que faria um show no Parque do Povo nesta mesma data. Também vão se apresentar neste dia Eliane, Walkiria, Fabrício Rodrigues e Gitana Pimentel. No dia de São João, 24 de junho, a live vai ser com Cavalo de Pau, Aduílio Mendes, Banda Cascavel, Iohannes, Fabiano Guimarães e Felipe Warley. Já no dia 27 de junho, se apresentam Cavaleiros do Forró, Batista Lima, Ney Alves, Pedrinho Pegação, Três do Nordeste e Estela Alves. Originalmente, esta live seria no dia 28, véspera de São Pedro, mas a data foi antecipada. Elba Ramalho vai fazer live na véspera de São João Alice Venturi / Divulgação A abertura do Maior São João do Mundo aconteceria nesta sexta-feira (5), mas o evento foi adiado para outubro por causa da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. No dia 13 de maio, a realizadora anunciou que faria lives em seis dias. Porém, por causa dos novos decretos com medidas mais restritivas, o evento foi reduzido para três dias. Além das apresentações dos artistas, também vai ser contada uma parte da história dos 37 anos do São João de Campina Grande, com temas como quadrilhas, gastronomia e a preparação do Parque do Povo para os shows em outubro. O prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), informou que além de manter a tradição junina, a ideia das lives é também arrecadar alimentos para instituições de caridade do município e para barraqueiros e ambulantes que dependem da renda do São João para se sustentar. Initial plugin text "A prefeitura de Campina Grande não vai colocar nenhum recurso socioeconômico para realização, porém a marca d'O Maior São João do Mundo é nossa. Por isso teremos a participação na organização, para divulgarmos a festa através das lives, contando a história de sucesso do evento", explicou o prefeito. A realizadora do evento, a Medow Entretenimento, informou que “O São João de Campina em Casa” vai ser transmitido a partir de uma área montada no jardim da empresa, no bairro Itararé, em Campina Grande e com elementos tradicionais do Maior São João do Mundo no Parque do Povo, como parte da cidade cenográfica e da fogueira. Ainda conforme a empresa, não haverá participação do público no local e todas as medidas de proteção determinadas pela Organização Mundial de Saúde e pelas autoridades sanitárias do país vão tomadas para garantir a segurança dos artistas e da equipe de produção. Programação de lives do São João 2020 de Campina Grande em Casa 23 de junho (terça-feira): Elba Ramalho, Eliane, Walkiria, Fabrício Rodrigues e Gitana Pimentel. 24 de junho (quarta-feira): Cavalo de Pau, Aduílio Mendes, Banda Cascavel, Iohannes, Fabiano Guimarães e Felipe Warley. 27 de junho (sábado): Cavaleiros do Forró, Batista Lima, Ney Alves, Pedrinho Pegação, Três do Nordeste e Estela Alves.
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Tiago Iorc diz que 1ª live vai ser ‘momento de comunhão’ e conta que não vai sumir… por enquanto
Show é nesta quarta-feira. Ao G1, cantor fala sobre lançar 'Você Pra Sempre em Mim', escrita por ele em 2003 após amor de verão: 'Era tão sublime, que eu comecei a escrever músicas'. Faz pouco mais de um ano que Tiago Iorc voltou, após uma pausa na carreira, ficando bem longe dos palcos, estúdios e das redes sociais. Para mostrar que, definitivamente, ele está entre nós, o cantor brasiliense de 34 anos vai fazer uma live nesta quarta-feira. Em entrevista ao G1, Iorc adianta como será a transmissão ao vivo, com performance voz e violão e repertório formado por meio das sugestões dos fãs. Uma certeza é que o setlist terá "Você Pra Sempre em Mim", primeira música escrita por ele, após um amor de verão, em 2003. Mas só agora ele resolveu lançá-la. "Era tão sublime, que eu comecei a escrever músicas", recorda sobre a "moça" que conheceu em "uma praia no Rio Grande do Sul". Veja a entrevista de Tiago Iorc ao G1. G1 – Por que lançar essa música só agora, mesmo tendo escrito há tanto tempo? Tiago Iorc – Essa música existe na minha vida há muito tempo e sempre me emocionou. Eu sempre tive vontade de lançá-la. Algumas vezes, eu cheguei a tentar lançar. Mas parece que ela nunca se encaixava nos meus outros trabalhos. Talvez, eu até não estava no momento de sentir o que eu senti nela nesses dias. Que é uma celebração muito pura de amor, do Tiago adolescente de muitos anos atrás. Um sentimento muito singelo, verdadeiro. A mensagem da música me pareceu coerente para esse momento. Então, fez sentido deixá-la existir agora. G1 – Em que ano escreveu, lembra do passo a passo da composição? Onde estava, quem te inspirou, quanto tempo demorou? Tiago Iorc – Foi no verão do ano de 2003, eu viajei com alguns amigos para uma praia no Rio Grande do Sul e lá eu encontrei uma moça que mexeu com meu coração. A gente se conheceu e… vivemos uma história de amor ali. Eu voltei pra casa uns dias depois, no interior do Rio Grande do Sul, onde morava, em Passo Fundo. Era tão sublime, que eu comecei a escrever músicas. E essa foi a primeira que eu escrevi. Foi relativamente rápido pra escrever. Eu lembro que foi três dias para escrever sete músicas. Eu estava muito inspirado e essa foi a primeira delas, a mais inspirada talvez. Acústico MTV volta com Tiago Iorc, mas formato ainda faz sentido? G1 – Por que você sussurra 'Para a eternidade' no começo? Qual a ideia por trás disso? Tem a ver com querer ter para sempre um registro de quem você era quando era adolescente? Tiago Iorc – Eu gosto da ideia de que algo que está registrado, no caso dessa música, está registrada naquele momento. Vai ecoar além do meu tempo. Eu gosto da ideia de ter essa mensagem ecoando. G1 – Na gravação, sua voz está natural, não parece ter sido tão produzida. Como foram essas escolhas durante a produção? Tiago Iorc – Sim, perfeitamente… É um registro muito verdadeiro. Ela foi gravada em casa, eu tocando e cantando ao mesmo tempo. É um take único. É singelo e puro como a mensagem da música. Tiago Iorc Divulgação G1 – Você diz querer dar 'um pouco de amor nesse momento tão delicado' com essa música. O que você acha que há de mais delicado nesse tempos em que estamos vivendo? Tiago Iorc – Sim, talvez o mais delicado disso tudo é não compreender direito o horizonte no sentido de não saber direito para onde olhar o horizonte como recurso de verdade, recurso de orientação. É um período de bastante distúrbio, de muitas informações, de muitas falsas informações. E ao mesmo tempo muita segregação. Mas eu tenho sentido também um movimento da necessidade de se unir e de entender de que forma cada um de nós pode contribuir, pode ajudar e estar enaltecendo o sentimento de coletivo. G1 – Você tem vontade de 'sumir' de novo? O que precisaria acontecer para que você sentisse necessidade de outro sabático? Tiago Iorc – É possível sim. Esse movimento de expansão e recolhimento acontece na minha vida e na minha carreira desde sempre. Com períodos e frequências distintos, né? Em algum momento, eu imagino que isso vai fazer sentido de novo. Mas nesse momento, estou sentindo vontade de estar com as pessoas, de ouvir, de compartilhar e de estar presente. G1 – O que podemos esperar da live? Qual será o repertório? Tiago Iorc – A live vai ser um momento bastante íntimo, um formato voz e violão bastante próximo do público. Eu vou atender pedidos de músicas. Eu vou lembrar músicas antigas, tocar a música nova. A ideia é fazer um momento de comunhão com as pessoas em casa. G1 – Qual sua opinião sobre a live como formato? Quais você viu e curtiu? Tiago Iorc – Por um lado, eu acho bela a possibilidade de, nesse momento de impossibilidade de uma comunhão social, existir ferramenta, tecnologia para criar essa aproximação com um número de pessoas muito grande. Isso é algo que eu acho especial. É uma possibilidade de expressão artística. Eu vejo as lives como um movimento de aprendizado. Das mais recentes que eu vi me chamou muito atenção a da Anitta, uma das últimas que ela fez. Eu ouvi um cuidado estético, uma narrativa visual de iluminação, de movimento de câmera, de diferentes ambientes. Houve uma narrativa conceitual que me fisgou como espectador. Eu achei bonito existir esse cuidado, trazendo esses elementos visuais. Trazendo esses cuidados narrativos para esse formato. G1 – Estamos vendo, nas ruas do Brasil e de outros países, muitos protestos antirracistas e antifascistas. Você acompanha essas manifestações? Como esse momento de tensão te afeta? Tiago Iorc – É sempre muito triste quando há notícias como a do caso do George Floyd, João Pedro e de outros tantos. Essa voz que está na rua é um grito importante que a muito tempo precisa ser ouvido. É um período bastante conturbado principalmente pelo excesso de falsa informação que cria bastante distúrbio em relação a como agir, o que fazer, para onde olhar, para onde acreditar. O ponto mais delicado é o senso de desunião, de falta de coletividade e de respeito de uns com os outros. Tudo que puder ir na contramão disso eu vejo como bem-vindo. As cenas de 'lives' da quarentena que já estão na história do entretenimento brasileiro
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Lives de hoje: Tiago Iorc, bate-papo de Carlinhos Brown e Elza Soares, Sepultura e mais shows
Nesta quarta-feira (3), Filipe Catto, Lobão e Teresa Cristina também fazem transmissões. Tiago Iorc na gravação do 'Acústico MTV' Marcos Hermes / Divulgação Tiago Iorc, conversa entre Carlinhos Brown e Elza Soares e Filipe Catto estão entre as transmissões desta quarta-feira (3). Veja a lista completa com horários das lives abaixo. Na onda das lives, o bastidor virou o show. Casas de músicos são os palcos possíveis no isolamento para conter o coronavírus. O G1 fez um intensivão de lives e avaliou os desafios deste formato; leia. Veja lives por dia e onde assistir: Bate-papo com Téo Lima, Zé Nogueira, Luizinho Avellar e outros membros da banda Sururu de Capote que acompanhou Djavan na turnê "Alumbramento" – 16h – Link Sepultura – 16h15 – Link Filipe Catto (Em Casa com Sesc) – 19h – Link Bate-papo Carlinhos Brown e Elza Soares (Nômade Festival) – 19h – Link Tiago Iorc – 21h – Link Lobão (Cultura em Casa) – 21h30 – Link Teresa Cristina – 22h – Link As cenas de 'lives' da quarentena que já estão na história do entretenimento brasileiro
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Discos para descobrir em casa – ‘Plano de voo’, Luiz Gonzaga Jr., 1975
Capa do álbum 'Plano de voo', de Gonzaguinha Reprodução ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Plano de voo, Luiz Gonzaga Jr., 1975 ♪ “Esse homem está doente / Nem precisa exame sério / Seu mal está bem constatado / Depressa, depressa, põe no hospital / Deve ficar bem isolado / Em um quarto bem fechado / Sem portas ou janela / Pois pode ser contagiante”, receitou Gonzaguinha, em 1975, ao dar voz no álbum Plano de voo ao samba Tá certo, doutor, apresentado pelo grupo MPB4 no ano anterior, no LP Palhaços & reis (1974). Não, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (22 de setembro de 1945 – 29 de abril de 1991) não previu a pandemia do covid-19 e tampouco diagnosticou alguma doença contagiosa na letra dessa composição lançada há 46 anos. Com a mordacidade recorrente no engajado cancioneiro do artista, Gonzaguinha – como era conhecido o cantor, compositor e violonista carioca criado no Morro de São Carlos, no bairro do Estácio,, terra natal de outro bamba da MPB, Luiz Melodia (1951 – 2017) – somente usou a metáfora da enfermidade transmissível na criação de Tá certo, doutor para driblar a censura do Brasil dos anos 1970 e poder falar de homem com lucidez nociva ao sistema triturador de almas na engrenagem da selva das cidades. Gonzaguinha foi mestre nesse tipo irônico de composição, como já sinalizara três anos antes o samba Comportamento geral, logo censurado após ser apresentado em compacto editado em 1972. A bem da verdade, a postura politizada de Gonzaguinha saltara aos ouvidos já na música que lançou o compositor em 1968, Pobreza por pobreza, toada apresentada no I Festival Universitário de Música Popular Brasileira na voz do autor e registrada no disco do festival na voz do cantor carioca Jorge Nery. Ao narrar a saga de retirante sertanejo na tentativa vã de fugir da fome, o compositor sinalizou influência do universo poético do repertório do pai, mas sob prisma político. Filho do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga (1912 – 1989), cuja obra é um dos pilares musicais da nação nordestina, Gonzaguinha contrariou a ideologia conformista do pai e sempre tomou partido do povo brasileiro ao construir a própria obra – pautada por ritmos como samba e bolero – com o uso de ironia ferina para atentar contra a tirania da ditadura que asfixiava o Brasil desde 1964. O que explicava letras como a da música Tá certo, doutor. Terceiro álbum do artista, Plano de voo foi idealizado pelo artista para soar menos difícil do que os dois antecessores, ambos intitulados Luiz Gonzaga do Nascimento Jr. e lançados em 1973 e 1974. Mas Gonzaguinha jamais fugiu à luta ao longo das 12 músicas que compuseram o repertório inteiramente autoral do disco gravado em 1975 com produção musical de Renato Corrêa. Até porque, nessa fase inicial da carreira, o compositor vivia levantando a voz contra o regime opressor e, por isso mesmo, era um dos alvos preferenciais dos censores. Gravado com o toque do Modo Livre, grupo que acompanhava Ivan Lins em discos e shows, o álbum Plano de voo foi o terceiro dos 15 álbuns feitos pelo cantor na gravadora Odeon entre 1973 e 1987, incluindo na conta o álbum duplo ao vivo, A vida do viajante (1981), que juntou Gonzaguinha com Gonzagão em reunião simbólica que evidenciou a reconciliação de pai e filho após tantos desajustes emocionais. Antes de sair precocemente de cena em abril de 1991, aos 45 anos, vítima de acidente de carro quando retornava de show feito em Pato Branco (PR), Gonzaguinha lançara dois álbuns com distribuição da gravadora Warner Music, Corações marginais (1988) e Luizinho de Gonzagão Gonzaga Gonzaguinha (1989), disco em que abordou, com arranjos de tom mais urbano e pop, o cancioneiro regionalista do pai. Contudo, o suprassumo da obra fonográfica de Gonzaguinha ficara registrado na EMI-Odeon. O álbum Plano de voo fez parte da densa fase inicial da discografia do cantor, que se tornaria mais leve e romântico a partir do disco Começaria tudo outra vez… (1976). A abertura para o romantismo fez com que Gonzaguinha se tornasse um dos compositores mais procurados pelas cantoras da MPB entre a segunda metade dos anos 1970 e a primeira da década de 1980 – movimento que ampliou a visibilidade do artista até o pico de popularidade obtido com os álbuns Gonzaguinha da vida (1979) e Volta ao começo (1980). Quase nada em Plano de voo fez antever essa consagração popular, até porque o repertório do disco se mostrou asfixiante em faixas como Gás neon, ansiosa canção lançada no ano anterior por Maria Bethânia no show e disco A cena muda (1974). Em um tempo marcado por “cortes, cicatrizes, gritos engasgados, lágrimas de dor”, Gonzaguinha pareceu perder a ternura em composições endurecidas como o samba Quebra pau. Transitando entre o samba e os ritmos nordestinos, evocados pelo aboio puxado em Contos de fada, o álbum Plano de voo rebobinou a canção Mundo novo, vida nova (1969), apresentada seis anos antes, na voz da cantora Claudette Soares, na segunda edição do Festival Universitário de Música Popular Brasileira, exibido pela TV Tupi. Gonzaguinha vencera esse festival de 1969 ao defender, com a própria voz, O trem (Você se lembra daquela nega maluca que desfilou nua pelas ruas de Madureira?). No álbum Plano de voo, o compositor quis ver a “nega fervendo em pleno forró”, como revelou em verso inicial de Suor e serragem, tema em que o grupo Modo Livre – Gilson Peranzzetta (piano elétrico), Fred Barbosa (baixo), João Cortez (bateria e percussão) e Ricardo Pontes (flautas) – caiu em frenético suingue nordestino, com toques de baião e maracatu. Nessa terra nordestina, o sopro das flautas de Ricardo Pontes evocou o universo dos pífanos de Caruaru no tema instrumental O começo da festa, alocado na abertura do disco. Mesmo que Gonzaguinha tenha buscado alguma leveza na criação de Plano de voo, álbum gravado após período em que o cantor ficou fora de cena por conta de tuberculose (doença recorrente na vida do artista a ponto de, em momento anterior de reclusão forçada, ter motivado o então adolescente de 14 anos a compor a primeira música, Lembrança da primavera), o disco carregou o peso da vida cotidiana do povo brasileiro nas esferas pública e privada. Catatonia integral captou toda a tensão social do Brasil dos anos 1970. Parceria de Gonzaguinha com Miltinho, cantor e compositor do grupo MPP4, a canção Assim seja, amém seguiu no mesmo trilho social, com dose maior de beleza e melancolia, ao fazer desiludida crônica familiar de infância cuja dureza se repete na vida adulta do homem que, antes filho, vira pai com as mesmas dificuldades diárias na luta pela sobrevivência. Alçado ao posto de um dos melhores discos de Gonzaguinha pelo alto teor poético de letras como a da música-título Plano de voo, esse álbum de 1975 também expôs experimentos formais do artista na área da composição, como provaram a inusitada disposição dos acordes em Niel “cabeça de bola” e o inebriante sincopado vocal do samba Geraldinos e Arquibaldos, obra-prima que encerrou o disco. Com esse samba, Gonzaguinha marcou gol de placa e provou que já estava pronto para ganhar o público, então ainda em campo adversário, com músicas inspiradas e, ao mesmo tempo, vocacionadas para o sucesso popular.
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Rita Benneditto dá voz a ‘Amor maior’ em single para o Dia dos Namorados
♪ Cantor e compositor maranhense que entrou em cena em 1979, ao participar de festivais universitários locais, Joãozinho Ribeiro celebrou 40 anos de atividade musical em 2019 com o show Milhões de uns. A apresentação carioca desse show teve a intervenção de Rita Benneditto. Conterrânea de Joãozinho, a cantora maranhense deu voz a algumas músicas do compositor no show. Entre essas músicas, estava Amor maior, balada que Rita conhecera quando o autor enviou para a cantora uma gravação da composição por meio de aplicativo de mensagens. Um ano depois, Rita apresenta a gravação da canção Amor maior em single produzido e arranjado pelo maestro Zé Américo Bastos. O single Amor maior foi formatado com a participação do violonista Israel Dantas, músico arregimentado por Zé Américo para a gravação programada para ser lançada em 12 de junho, Dia dos Namorados. Capa do single 'Amor maior', de Rita Benneditto Elza Ribeiro Gravado remotamente para garantir a segurança dos artistas, o single Amor maior foi produzido à distância, com cada artista atuando no próprio canto. Zé Américo criou o arranjo e tocou vários instrumentos (piano, baixo, percussão e cordas) na própria casa, tendo mixado e masterizado a gravação no Zap Estúdio. Rita Beneditto pôs voz na casa em que mora, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), reiterando a emissão límpida que valoriza a balada, sobretudo no canto do refrão. Já Israel Dantas registrou o toque do violão no Maranhão, onde o músico reside. Em 12 de junho, Rita Benneditto fará live no canal oficial da artista no YouTube para oficializar o lançamento do single Amor maior nas plataformas de áudio na mesma data.
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Banda Black Pantera lança música em protesto contra o assassinato de George Floyd
Em ascensão no universo do rock pesado, o trio mineiro prepara o terceiro álbum de estúdio em regime de isolamento social. ♪ Enquanto prepara o terceiro álbum de estúdio, em regime de isolamento social, a banda mineira de rock pesado Black Pantera lança música feita em caráter emergencial, I can't breathe, composta em inglês, idioma atípico no repertório da banda. Apresentada por ora somente em clipe filmado sob direção de Leonardo Ramalho e posto em rotação no canal oficial da banda no YouTube, mas já prevista para ser editada em breve em single a ser editado pela gravadora Deck, a música I can't breathe se junta aos protestos mundiais contra o assassinato do negro norte-americano George Floyd (1974 – 2020) por Derek Chauvin, policial branco dos Estados Unidos, em 25 de maio. A ideia de fazer a música surgiu da indignação do baixista Chaene da Gama ao assistir na quarta-feira, 27 de maio, ao vídeo em que Floyd é asfixiado pelo policial. Impactado pelas imagens revoltantes, o músico e compositor escreveu a letra da música com versos de protesto. Dois dias depois, na sexta-feira, 29 de maio, Chaene se reuniu com os dois companheiros de banda, Charles Gama (voz e guitarra) e Rodrigo Augusto (bateria), para gravar a composição, arranjada e assinada conjuntamente pelo trio. A gravação de I can't breathe foi produzida por Ricardo Barbosa com mix de punk, hardcore, thrash e groove metal. O protesto de I can't breathe está em sintonia com a ideologia social desse trio formado em Uberaba (MG) em 2014 com nome inspirado no partido revolucionário Panteras Negras, criado em 1966 nos Estados Unidos para lutar (inclusive com armas) contra toda forma de opressão do povo negro. Em cena há seis anos e em ascensão na cena metaleira, tendo sido contratado pela gravadora Deck em 2019, o trio Black Pantera já questionou o fim da Abolição da escravatura nos versos de Escravos, música do primeiro álbum da banda, Project Black Pantera (2015), cujo repertório foi majoritariamente composto em português, ao contrário do que sugere o título do disco. “Sabemos da importância de dar voz àqueles que não conseguem ser ouvidos, além de cantar — mesmo que de modo mais duro — sobre igualdade, respeito e união e contra qualquer preconceito, principalmente o racial”, ressalta o baixista Chaene da Gama, a respeito do protesto feito na música I can't breathe contra o intolerável assassinato de George Floyd.
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