Anastácia faz a festa dos 80 anos em disco com Alceu Valença, Hermeto Pascoal, Lenine e Roberta Miranda
♪ Batizada com o nome de Lucinete Ferreira ao nascer no Recife (PE) em 30 de maio de 1940, a cantora e compositora conhecida como Anastácia completa 80 anos neste sábado. A festa está sendo feita em disco intitulado Anastácia 80 e produzido por Zeca Baleiro com Adriano Magoo para celebrar a vida e a trajetória longevas desta artista associada ao universo musical nordestino e projetada como compositora na década de 1970 pela parceria com o então marido Dominguinhos (1941 – 2013) na criação de músicas como Eu só quero um xodó (1973), Sanfona sentida (1973), De amor eu morrerei (1974), Tenho sede (1975) e Contrato de separação (1979). Anastácia e Zeca Baleiro convidaram vários nomes da música brasileira para a festa fonográfica dos 80 anos da artista. Alceu Valença, Amelinha, Chico César, Flávio José, Hermeto Pascoal, Jorge de Altinho, Lenine, Mariana Aydar, Mestrinho, Oswaldinho do Acordeon e Roberta Miranda estão entre os convidados do álbum Anastácia 80. Chico César, Oswaldinho do Acordeon e Anastácia na gravação do disco produzido por Zeca Baleiro e Adriano Magoo Alexandre Fontanetti Primeiro álbum de estúdio de Anastácia desde Ave de arribação – 60 anos de forró e MPB (2015), o disco Anastácia 80 foge da linha retrospectiva do último trabalho da cantora, Eu sou Anastácia, registro audiovisual de show editado em DVD em 2018. Com inédito repertório autoral, o álbum Anastácia 80 apresenta duas parcerias da artista com Zeca Baleiro – O sertão está chorando e Venha logo, músicas gravadas no disco com as participações de Amelinha e Chico César, respectivamente – e uma sobra inédita garimpada no baú da obra de Anastácia com Dominguinhos, Venceu a solidão, faixa gravada por Anastácia com a voz da cantora Mariana Aydar e com o toque do acordeom de Mestrinho. Há também novas músicas compostas por Anastácia com a atual parceira, Liane, casos de A sanfona me trouxe pelo braço (faixa gravada com o músico Hermeto Pascoal e com a adesão vocal de Jorge de Altinho) e Contando as estrelas, música formatada com a participação de Roberta Miranda. Capa do EP 'Anastácia 80 – Lado A', de Anastácia com convidados Divulgação Desmembrado em dois EPs, intitulados Lado A (disponível em edição digital desde sexta-feira, 29 de maio) e Lado B (previsto para o segundo semestre), o álbum Anastácia 80 mostra a vitalidade desta artista residente na cidade de São Paulo (SP) desde os 20 anos e em cena há mais de seis décadas, tendo pavimentado um caminho coerente ao longo de carreira sedimentada sobretudo no circuito nordestino, mas com alcance em todo o Brasil.
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Drive-in, o retorno: relembre cenas clássicas de plateias em carros nos cinemas
Exibições para público em automóveis voltam como opção de entretenimento durante isolamento social e G1 lista participações de drive-ins em filmes no Semana Pop. Semana Pop #88: relembre clássicos do cinema com momentos em drive-ins
Em época de isolamento social provocado pelo novo coronavírus, os cinemas drive-in saíram da nostalgia e se tornaram uma opção real de entretenimento. Por isso, o Semana Pop deste sábado (30) preparou uma lista de cenas marcantes do cinema em que personagens curtiam um filme dentro de seus carros. Assista ao vídeo acima.
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O Semana Pop vai ao ar toda semana, com o resumo do tema está bombando no mundo do entretenimento. Pode ser sobre música, cinema, games, internet ou só a treta da semana mesmo. Está disponível em vídeo e podcast.
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Teresa Cristina comemora 1º patrocínio da carreira: ‘Sou invisível desde 1998’
'Isso fala muito de como é o Brasil. As pessoas gostam de dar dinheiro a quem já tem, não sei explicar', ela diz ao G1. Cantora carioca faz live cantando samba neste sábado (30). Teresa Cristina achou nas lives um refúgio para a tensão da quarentena. Desde meados de março, a carioca canta por mais de 3 horas todo dia no Instagram. Já foram mais de 60 lives. E ela não pretende parar tão cedo. Neste sábado (30), ela faz uma live especial dedicada ao samba. Na plateia virtual, anônimos e famosos interagem, se divertem e cantam junto cada um de suas casas. Foi nesse cenário de crise que Teresa conseguiu o primeiro patrocínio da carreira de mais de 20 anos. "Essa coisa de patrocínio, às vezes, é uma coisa muito ingrata. A gente fica invisível, sabe? Eu sou invisível desde 1998", afirma ao G1. "Isso fala muito de como é o Brasil. As pessoas gostam de dar dinheiro a quem já tem, não sei explicar como isso acontece, mas acontece", ela diz. A cantora fez campanha nas redes sociais pedindo para os fãs se inscreverem no canal do YouTube para aumentar o alcance com as marcas. Em paralelo, desde o começo da quarentena, o número de seguidores quase dobrou no Instagram. Antes tinha 98 mil e hoje fala com 189 mil pessoas. "A quantidade de artistas, de pessoas brancas que têm uma carreira facilitada para tudo…Isso é uma coisa que a gente não fala, porque a gente está cansado de falar", ela diz. "Não é uma coisa que as pessoas percebem por vontade delas, sabe?", afirma. E não é que Teresa fez poucos discos: são mais de dez. Nos últimos anos, ela estava dedicada aos álbuns em que canta Cartola e Noel Rosa e abriu turnê para Caetano Veloso. "A gente está acostumado a ouvir esse tipo de resposta 'daqui a pouco é você'. Chega uma hora que dá um pouco de revolta. A gente não precisa mais de gente preta tranquila no mundo. Chega", continua com firmeza. Teresa Cristina canta Cartola em única apresentação no Rio Live cantando samba A live deste sábado (30) vai ser dedicada ao samba, gênero que Teresa começou a cantar profissionalmente no Bar Semente, no Rio, aos 30 anos. "Vou cantar músicas que são importantes para minha carreira, músicas que já cantei muito na noite, músicas que gosto de ouvir nas rodas de samba", conta. Paulinho da Viola, Candeia, Chico Buarque, Wilson Batista e composições próprias estão no repertório. Ela também perguntou nas redes sociais quais são os sambas preferidos do público. A transmissão vai acontecer da casa que mora na Vila da Penha, no Rio, e Teresa será acompanhada pelo músico João Callado no cavaquinho. Ela diz que não vai com uma banda maior, porque precisa manter a segurança da mãe de 80 anos e da filha de 11. "Não tenho condição de encher a minha casa de gente". Refúgio em tempos sombrios A ideia de fazer lives diárias surgiu para afastar um começo de depressão na quarentena: "Foi um combo: quarentena, aumento das notícias ruins, a perda de pessoas e a atividade completamente inconsequente do governo". "Eu sou carioca, moro no Rio de Janeiro. A cidade tem mais mortos por Covid do que a China, um país imenso e tem prefeito querendo reabrir comércio", reclama. "Esse é o tipo de realidade do qual eu tenho que fugir. Eu me refugiei nessas lives. É um lugar onde eu fico teimando em ser feliz, teimando em falar de coisas belas, em exaltar a cultura do Brasil", diz. Teresa sempre convida artistas famosos e nem tanto conhecidos para cantar alguma música com o tema do dia. Já apareceram Simone, Bebel Gilberto, Badi Assad, Simone Mazzer, Preta Gil, Caetano Veloso. MAURO FERREIRA: Teresa Cristina semeia afeto, empatia e seguidores com série diária de lives nas madrugadas "As pessoas procuram um alento, porque não é que no dia seguinte vai estar tudo rosa. A gente sabe que vai acordar e ter um dia duro, vai ter que lidar com declarações estapafúrdias, bizarras e criminosas. Pelo menos a gente quer ficar um pouco mais leve na hora de colocar a cabeça no travesseiro para tentar dormir", afirma. Pesquisa e planejamento de lives É impressionante a disposição e a dedicação de fazer lives diárias à capella, que são longas e embasadas em artistas diferentes. Os repertórios de Dona Ivone Lara, João Gilberto, Cazuza, Paulinho da Viola, Rita Lee já foram revisitados. A live em que cantou Djavan durou 5 horas sem cantar uma música repetida. Simone aparece na live que Teresa Cristina fez repertório dela e Ângela Roro Reprodução Depois de tantas lives, Teresa diz que foi vendo os erros e os acertos que contribuem para esse espaço conquistado entre os "Cristiners", nome da turma que "frequenta" religiosamente suas lives. Ela pretende continuar fazendo transmissões no Instagram e já está com os aniversários de Chico Buarque, Maria Bethânia, Gilberto Gil no radar para edições temáticas em junho. Com toda repercussão positiva, Teresa não acredita que vai chegar um momento em que vai parar de fazer as lives. Mas ela pensa em rever a frequência, que hoje é diária. "Talvez não todo dia, mas eu não posso parar assim de uma hora para outra, não porque se não vou ter que entrar em um "LA, Live Anônimos", diz, e solta uma gargalhada. As cenas de 'lives' da quarentena que já estão na história do entretenimento brasileiro
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Banda Leela reaviva sonho de 1977 em que Raul Seixas previu parada do mundo em 2020
♪ A banda Leela reaviva em single o sonho de 1977 em que Raul Seixas previu a paralisação do mundo, tal como ela aconteceria neste ano de 2020 por conta da pandemia do covid-19. Naquele ano de 1977, Raul Seixas (1945 – 1989) estreou na gravadora WEA – então recém-instalada no Brasil – com o álbum O dia em que a terra parou. O título do disco reproduziu o nome do filme norte-americano The day the earth stood still, longa-metragem de ficção científica estreado em 1951 nos Estados Unidos. O maior sucesso deste álbum em que o cantor e compositor baiano abriu parceria com Cláudio Roberto – substituto de Paulo Coelho no posto de principal parceiro de Raul e coautor de todas as dez músicas do disco autoral – foi a canção Maluco beleza, cujo título se tornaria alcunha de Raul. Contudo, a música-título O dia em que a terra parou também sobressaiu no repertório do álbum e ganhou novo relevo neste ano de 2020 por conta da letra premonitória, escrita há 43 anos com versos que contam sonho então irreal sobre a paralisação do mundo. Foi esse rock O dia em que a terra parou que a banda Leela regravou em single lançado na sexta-feira, 29 de maio. Capa do single 'O dia em que a terra parou', da banda Leela Reprodução Curiosamente, a gravação foi feita às vésperas do início da quarentena na cidade de São Paulo (SP), onde reside a banda de origem carioca. Em 17 de março, Bianca Jhordão (voz), Rodrigo O'Reilly Brandão (guitarra), Guilherme Dourado (baixo) e Fabiano Paz (bateria) estavam em estúdio quando, alertados sobre a necessidade iminente do isolamento social em São Paulo, tiveram a boa ideia de tocar o rock O dia em que a terra parou para entrar no clima da cidade naquele momento. Ao fim do ensaio, a banda acabou fazendo registro da música para ser burilado em um próximo ensaio que nunca aconteceu por conta da quarentena. Contudo, aquela gravação foi posteriormente produzida e mixada por Rodrigo O'Reilly Brandão no estúdio paulistano Music Bunker, gerando o single lançado pela Leela ao fim deste mês de maio juntamente com o clipe da gravação, estrelado por Vivi Seixas, filha de Raul. Embora inicie e termine em tempo de delicadeza, a abordagem da música O dia em que a terra parou pela Leela tem pegada roqueira que evoca a gravação original de Raul, mas com sutilezas próprias da banda, como a simulação de batida marcial pelo baterista Fabiano Paz durante os versos “O comandante não saiu para o quartel / Pois sabia que o soldado também não 'tava lá”. ♪ Eis, a propósito, a letra de O dia em que a terra parou : O dia em que a terra parou (Raul Seixas e Cláudio Roberto) “Essa noite eu tive um sonho de sonhador Maluco que sou, eu sonhei Com o dia em que a Terra parou Com o dia em que a Terra parou Foi assim No dia em que todas as pessoas Do planeta inteiro Resolveram que ninguém ia sair de casa Como que se fosse combinado em todo o planeta Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém O empregado não saiu pro seu trabalho Pois sabia que o patrão também não 'tava lá Dona de casa não saiu pra comprar pão Pois sabia que o padeiro também não 'tava lá E o guarda não saiu para prender Pois sabia que o ladrão, também não 'tava lá E o ladrão não saiu para roubar Pois sabia que não ia ter onde gastar No dia em que a Terra parou (Êêê) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou E nas Igrejas nem um sino a badalar Pois sabiam que os fiéis também não 'tavam lá E os fiéis não saíram pra rezar Pois sabiam que o padre também não 'tava lá E o aluno não saiu para estudar Pois sabia o professor também não 'tava lá E o professor não saiu pra lecionar Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar No dia em que a Terra parou (Êêê) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou O comandante não saiu para o quartel Pois sabia que o soldado também não 'tava lá E o soldado não saiu pra ir pra guerra Pois sabia que o inimigo também não 'tava lá E o paciente não saiu pra se tratar Pois sabia que o doutor também não 'tava lá E o doutor não saiu pra medicar Pois sabia que não tinha mais doença pra curar No dia em que a Terra parou (Êêê) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou Essa noite eu tive um sonho de sonhador Maluco que sou, acordei No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah) No dia em que a Terra parou (Ôôô) No dia em que a Terra parou (Eu acordei) No dia em que a Terra parou (Acordei) No dia em que a Terra parou (Justamente) No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado) No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê…) No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra parou)”
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David Guetta faz live neste sábado e diz que produziu quase uma música por dia na quarentena
Ao G1, DJ francês fala do show em ponto turístico de Nova York, após live em Miami, e conta que está estudando economia. 'É a 1ª vez que posso acordar todos os dias na mesma cama'. David Guetta tocou na piscina de um condomínio luxuoso em Miami e interagiu com as pessoas que estavam na varanda de seus apartamentos Jose Woldring (The Media Nanny)/Divulgação David Guetta faz neste sábado (30) sua segunda live, dessa vez direto de Nova York. O local ainda é secreto por questões de segurança e para evitar aglomerações, mas o francês diz que será em um "lugar icônico". A primeira live de Guetta foi em Miami no dia 15 de mario e o DJ arrecadou mais de US$ 750 mil, pouco mais de R$ 4 milhões. "Tive muito sucesso na minha vida. Senti que agora era a hora de retribuir", diz ele ao G1. "Podemos usar esse tempo para nos reunir de novas maneiras." Para o DJ, a quarentena tem sido um período produtivo e diferente, já que não é acostumado a ficar tanto tempo em casa. "Acho que escrevei uma música nova quase todo dia. Também comecei a estudar economia em um curso online e tem sido bem interessante", explica ele. LIVES: Skank, Marcos & Belutti e Dennis DJ também tocam neste sábado David Guetta fez primeira live em Miami no dia 16 de maio Divulgação/Jose Woldring (The Media Nanny) Sobre as vantagens de não ficar viajando, Guetta é sincero: "Minha vida é tão agitada normalmente que é a primeira vez que posso acordar todos os dias na mesma cama. E não é nada mal". Público na varanda Assim como Alok, Guetta transmitiu o set em Miami de um condomínio luxuoso. O DJ ficou na parte da piscina e tocou para 8 mil pessoas que estavam na varanda. "É um momento incomum e tocar em casa não parecia natural, então tivemos a ideia de fazer a live onde ainda podia ter público, mas a uma distância segura." Ele também conseguia ver pessoas curtindo em casa pelo aplicativo Zoom durante a live. Pessoas curtiram live de David Guetta em Miami da varanda Jose Woldring (The Media Nanny)/Divulgação "Eu podia ouvir pessoas batendo palmas e cantando de suas varandas e isso foi muito importante, me deu a sensação de tocar para uma multidão", continua. "Isso me deixou mais confortável, porque confesso que tocar para 'ninguém' quando você está em casa não me parece natural", afirma. Lugar 'icônico' Guetta escolheu Nova York por ser uma de suas cidades favoritas e pelo lugar ter sido um dos mais atingidos pela pandemia de coronavírus. "É uma honra poder fazer algo para ajudar a cidade durante esses tempos difíceis. Espero que a live anime de alguma forma as pessoas", diz. Questionado se a Estátua da Liberdade ou a Quinta Avenida poderiam ser o cenário da transmissão, o francês continuou fazendo mistério. David Guetta durante live em Miami Jose Woldring (The Media Nanny)/Divulgação "Tudo o que posso dizer é que estará em um lugar icônico. É importante que as pessoas não se reúnam em lugar algum e o evento seja realizado com segurança com todos em casa. É por isso que tudo está em segredo", finaliza. Quanto à arrecadação, Guetta espera um valor maior do que o de Miami. As doações serão destinadas para a Organização Mundial de Saúde, Feeding America, Mayor’s Fund to Advance New York City e o Fondation Hôpitaux de Paris – Hôpitaux de France. As cenas de 'lives' da quarentena que já estão na história do entretenimento brasileiro
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Alcione reforça com álbum ‘Tijolo por tijolo’ a construção de obra alicerçada pelo gosto popular
Capa do álbum 'Tijolo por tijolo', de Alcione Marcos Hermes Resenha de álbum Título: Tijolo por tijolo Artista: Alcione Gravadora: Biscoito Fino Cotação: * * 1/2 ♪ Em 2013, os seguidores mais antigos de Alcione se surpreenderam com a alta qualidade do álbum de músicas inéditas Eterna alegria, apresentado pela artista naquele ano com repertório apaixonante. O disco Eterna alegria se impôs como um dos títulos mais coesos da carreira fonográfica iniciada em 1972 por essa grande cantora maranhense que veio para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1968. Sete anos depois, o álbum Tijolo por tijolo – lançado em edição digital e em CD na sexta-feira, 29 de maio – frustra expectativas de quem esperava disco de músicas inéditas à altura de Eterna alegria. Há bons momentos entre as 14 faixas, mas, no todo, o disco soa irregular porque arranjos e repertório nem sempre estão à altura do vozeirão grave de Marrom. Primeiro single do álbum, Fascínio (Toninho Geraes e Paulinho Rezende) já sinalizara em março a danosa aproximação da estética do samba rotulado como pagode romântico e caracterizado pelo uso abundante de teclados, proeminentes no arranjo de Wilson Prateado. Essa estética empanou o brilho de Fascínio – samba em si até fluente, sobretudo no refrão – e reverberou em abril no segundo single, Alto conceito (Fred Camacho e Leandro Fab), samba também enquadrado na moldura do pagode romântico e em cuja letra Alcione reassume o papel da mulher submissa aos caprichos do geralmente desatento homem amado. Alcione homenageia Pelé no samba 'O homem de Três Corações', de Altay Veloso e Paulo César Feital Marcos Hermes / Divulgação Bom samba que dá nome ao disco, Tijolo por tijolo (Serginho Meriti e Claudemir) também saiu antes em single e corroborou a opção estética do álbum, gravado com produção musical de Alexandre Menezes, diretor musical da Banda do Sol – grupo que há décadas acompanha Alcione em shows – e arquiteto da face sonora deste disco formatado em estúdio com arranjos de Jorge Cardoso, Jota Moraes, Wilson Prateado, Zé Américo Bastos e do próprio Alexandre Menezes. Selecionado por Alcione, o repertório de Tijolo por tijolo oscila sem perder a pegada popular da cantora. Há sambas que fluem bem, caso de Meu universo (Zeppa e Jorge Vercillo), e há outros que batem na trave. Prejudicado por coro dispensável, O homem de Três Corações celebra Pelé – no ano do 80ª aniversário do imortal jogador de futebol – com letra poética de Paulo César Feital, mas o samba, de título alusivo à cidade mineira onde o craque nasceu em outubro de 1940, rola sem ginga e fica aquém da produção autoral do compositor Altay Veloso, autor da melodia. O gol quase vem ao fim da faixa com a batucada que simula a euforia de partida de futebol. Em barco que navega malandro não navega mané (Serginho Meriti e Claudemir) cai com mais destreza no suingue com sopros evocativos de salão de gafieira. Nesse salão, também há espaço para o balanço nobre de Realeza (Joluis e Alvinho Santos), samba valorizado pelo melhor arranjo do disco, criado por Alexandre Menezes com direito até a passagem de clima jazzy na orquestração sincopada. Samba também embebido em alto astral, Lado a lado (Arlindo Cruz, Marcelinho Moreira e Rogê) propaga tom solar com certa poesia, mas sem justificar as assinaturas do (geralmente mais inspirado) trio de autores. Balada que cai na cadência do pagode romântico, com todos os teclados a que tem direito, Não dá mais é canção de Altay Veloso em que Alcione voltar a encarnar o papel da mulher infeliz, só que à beira da libertação do jugo conjugal. Na sequência, O samba ainda é (Serginho Meriti, Ricardo Moraes e Claudemir) exalta o próprio samba sem traço de originalidade. Já Feito traça (Telma Tavares e Roque Ferreira) tece trivial trama romântica com certa dose de sensualidade. Alcione brilha ao entrar na roda baiana com o samba 'Santo Amaro é uma flor' Marcos Hermes / Divulgação Faixa brejeira que sobressai na construção frágil de Tijolo por tijolo, 41º álbum de Alcione, Santo Amaro é uma flor (Edil Pacheco e Walmir Lima, 2012) abre a roda e estende a rota do disco até a Bahia. Samba de roda lançado em disco há sete anos pelo grupo mineiro Zé da Guiomar e revivido por Alcione com palmas e o toque de viola que evoca o tom interiorano do samba do Recôncavo baiano, Santo Amaro é uma flor louva a cidade de Santo Amaro de Purificação, terra da chula, de Caetano Veloso, de Maria Bethânia – cantora a quem Alcione é ligada por laços de amizade iniciada nos anos 1970 – e de Claudionor Viana Teles Veloso (1907 – 2012), a matriarca da cidade, conhecida como Dona Canô e como tal mencionada na letra desse samba radiante. Teu calor (Júlio Alves, Ramires e Carlos Júnior) desloca novamente o álbum Tijolo por tijolo para o quintal romântico em que Alcione reina desde a segunda metade da década de 1970. A temática desse samba evoca hits da cantora nessa linha, como Menino sem juízo (Paulinho Rezende e Chico Roque, 1979) e Garoto maroto (Franco e Marcos Paiva, 1986). No fim do álbum Tijolo por tijolo, a homenagem ao Maranhão – já tradicional nos discos da cantora – surpreende ao ser feita sem ritmo da região, mas em tom urbano e romântico. Zé Américo Bastos é o arranjador e parceiro do poeta Salgado Maranhão na criação de Lençóis, envolvente canção sobre um amor vivido nos Lençóis Maranhenses. A derradeira faixa reitera que, entre altos e baixos conceitos, Alcione reforça com o álbum Tijolo por tijolo a sedimentação de trajetória norteada e alicerçada pelo gosto popular.
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Lives de hoje: Alexandre Pires com Seu Jorge, Yasmin Santos, Solange Almeida e mais shows
Domingo (31) também tem festival com Avril Lavigne, Pabllo Vittar, Daniela Mercury, Luísa Sonza, Ludmilla, Manu Gavassi, Preta Gil, Giulia Be, Gretchen, Joelma, Lexa, Valesca e mais; veja lista. Yasmin Santos, Alexandre Pires e Solange Almeida fazem lives neste domingo (31) Divulgação Solange Almeida, Yasmin Santos, Alexandre Pires com Seu Jorge estão entre os artistas com lives programadas neste domingo (31). O domingo também terá um festival com apresentações de com Avril Lavigne, Pabllo Vittar, Daniela Mercury, Luísa Sonza, Ludmilla, Manu Gavassi, Preta Gil, Giulia Be, Gretchen, Joelma, Lexa, Valesca e mais. Veja a lista completa com horários das lives abaixo. Veja lives do dia e onde assistir: Sandra de Sá, Marcelo Falcão, Fernanda Takai, Xênia França, Ferrugem e mais no festival 24 Horas Pela Música da UBC – De 0h a 12h – Link Anavitória, Avril Lavigne, Claudia Leitte, Daniela Mercury, Dennis DJ, Giulia Be, Glória Groove, Gretchen, Jão, Joelma, Karol Conka, Kelly Key, Lauana Prado, Lexa, Luísa Sonza, Ludmilla, Manu Gavassi, Mc Rebecca, Melim, Pabllo Vittar, Pedro Sampaio, Pocah, PK, Preta Gil, Rennan da Penha, Valesca, Wanessa Camargo, Zaac e mais – Festival Popline Masks4All – 14h – Link Alexandre Pires e Seu Jorge – 14h – Link Império Serrano – 14h – Link Furacão 2000 – 14h – Link Banda Eva – 17h – Link Solange Almeida – 17h – Link Vou Pro Sereno – 17h – Link Make U Sweat – 17h30 – Link Yasmin Santos – 18h – Link Stonewall 50 e Thiago Mendonça (Festival Cultura em Casa) – 21h30 – Link O debate sobre a bebedeira de sertanejos em lives
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Discos para descobrir em casa – ‘Romance da lua lua’, Amelinha, 1983
Capa do álbum 'Romance da lua lua', de Amelinha Reginaldo Marinho ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Romance da lua lua, Amelinha, 1983 ♪ O público menos antenado dos shows de Elba Ramalho talvez suponha que Frevo mulher – música à qual a cantora sempre recorre no bis por saber do poder contagiante da composição de Zé Ramalho – pertença originalmente ao repertório da intérprete paraibana. A bem da verdade, esse frevo de tom forrozeiro, ideal para animar festas juninas e fins de shows, foi lançado na voz de Amélia Claudia Garcia Collares Bucaretchi, cantora cearense de nome pomposo, carinhosamente conhecida pelo Brasil no fim dos anos 1970 como Amelinha. Cultuada por álbuns como Romance da lua lua, disco (parcialmente) conceitual sobre a lua, apresentado em 1983, Amelinha gravou Frevo mulher em 1978 para álbum lançado no início de 1979, com o nome da então inédita composição de Zé Ramalho no título. Nascida em Fortaleza (CE) em julho de 1950, Amelinha despontou antes de Elba Ramalho com canto mais doce e menos agreste do que o da valente colega paraibana. Em 1970, após adolescentes incursões musicais feitas na cidade natal, a debutante cearense migrou para a cidade de São Paulo (SP), onde integrou a banda Maresia. Embora dissociada do grupo que ficaria conhecido como Pessoal do Ceará, Amelinha debutou em disco quatro anos mais tarde como convidada do conterrâneo Ednardo na gravação de Ausência, música do cantor e compositor cearense, incluída pelo artista no primeiro álbum solo, O romance do pavão mysteriozo (1974). Em 1977, contratada pela gravadora CBS, principal reduto da então nova geração de artistas nordestinos, a cantora lançou o primeiro álbum, Flor da paisagem, ao qual se seguiu, dois anos depois, o já mencionado disco Frevo mulher (1979). Com trajetória então ascendente, a artista viveu pico de popularidade ao defender a música Foi Deus quem fez você, lírica obra-prima do cancioneiro do compositor paraibano Luiz Ramalho (1931 – 1981), no festival MPB-80, exibido pela TV Globo em 1980. Vice-campeã do festival, a composição Foi Deus quem fez você consolidou a projeção nacional de Amelinha e impulsionou as vendas do terceiro álbum da cantora, Porta secreta, lançado em 1980 com a canção do festival e com outro sucesso popular, Gemedeira, agalopada parceria de Robertinho de Recife com José Carlos Capinan. A propagação da canção Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor (Zé Ramalho, 1982) na abertura da minissérie Lampião e Maria Bonita (TV Globo, 1982) manteve alto o valor de Amelinha na bolsa do mercado fonográfico e deu visibilidade ao quarto álbum da cantora, lançado naquele ano de 1982 e batizado com o nome dessa épica música de Zé Ramalho, marido de Amelinha nesse período de boom da artista. Foi nesse contexto favorável que a cantora gravou o quinto álbum, Romance da lua lua, produzido por Ramalho com Mauro Motta. Lançado em 1983 com capa que expôs Amelinha em foto de Reginaldo Marinho, o álbum Romance da lua lua foi o último título da vigorosa fase inicial da discografia da artista – período marcado sobretudo pela propagação da música nordestina produzida pela geração de compositores que despontara nos anos 1970. A partir do sexto álbum, Água e luz (1984), Amelinha foi induzida a seguir sobretudo a trilha da canção (tecno)pop radiofônica que deu o tom da década de 1980 – caminho que, a médio prazo, se mostraria equivocado e que fez a cantora perder o rumo de discografia que se tornaria mais espaçada a partir da segunda metade dos anos 1980. O álbum Romance da lua lua repercutiu menos do que os discos anteriores da cantora, mas resistiu bem ao tempo, em que pese a irregularidade do repertório formado por canções que, no lado A do LP, versaram sobre a lua. Com pulsação frenética que sugeriu tentativa explícita de bisar o sucesso de Gemedeira, a música-título Romance da lua lua reapresentou melodia feita por Flaviola – nome artístico do cantor, compositor e poeta pernambucano Flávio Lira – a partir de poema do escritor espanhol Federico García Lorca (1898 – 1936) e resultou na melhor faixa do disco, com Amelinha dando frescor à composição lançada por Flaviola e o Bando do Sol em álbum de 1974. Na sequência, com arranjo tecnopop que já deixou antever o tom do álbum seguinte da cantora, Sertão da lua (Caio Silvio e Ricardo Alcântara) citou Luar do sertão (João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense, 1910) em versos que partiram em defesa da poesia e do sentimento de canções como Lua semente (Zé Ramalho e Zé Neumanne), faixa lírica do LP, também lançada em single pela gravadora CBS. No álbum Romance da lua lua, Amelinha iluminou música obscura de Jorge Mautner – Lá vem São Jorge (Hino de São Jorge), espécie de canção em feitio de oração, nunca gravada pelo compositor – e registrou trecho de Luar (A gente precisa ver o luar) (1981), música então recente de Gilberto Gil, em vinheta que fechou o lado A do LP como se a canção de Gil estivesse sendo entoada por grupos de cantadores nordestinos. Entre a música de Mautner e a balada de Gil, a cantora deu voz no disco ao xote Telha de vidro (Tiago Araripe e Alencar Araripe), música esquecida do lado A em que Amelinha sustentou o conceito desse álbum sobre a lua. Um arretado toque da sanfona se fez ouvir na abertura do lado B do LP no arranjo de Banzo (Petrucio Maia e Vito Moreno). O conceito do álbum Romance da lua lua se diluiu nesse lado B em que Amelinha também deu voz a uma balada, Das maravilhas, em que o compositor Zé Ramalho deixou a impressão de querer soar como Roberto Carlos. Parceiros na criação de Gemedeira, o já mencionado hit de Amelinha em 1980, Robertinho de Recife e José Carlos Capinan contribuíram com o frevo Tomara que seja para o repertório do álbum Romance da lua lua. Composição também gravada por Sivuca (1930 – 2006) naquele ano, no álbum Onça caetana (1983), a balada Novas canções (Glorinha Gadelha e Afonso Gadelha) foi faixa que, na gravação de Amelinha, também sinalizou a iminente incursão da cantora pelo tecnopop da década de 1980. Por isso mesmo, resultou simbólica a alocação da Seresta sertaneza (Elomar, 1991) no fecho do álbum Romance da lua lua. Foi como se a canção lírica do sertanista compositor baiano – envolvida em cordas na gravação de Amelinha – fechasse o ciclo inicial da discografia de Amelinha, mais voltado para repertório regionalista (aos ouvidos centralizadores do eixo Rio-São Paulo) apresentado com certa urbanidade que, em âmbito mais geral, facilitou a absorção nacional das obras de compositores nordestinos como Alceu Valença, Fagner e Zé Ramalho. Essa emoção mais real, depurada, reapareceria na discografia de Amelinha somente em 2011, ano do revigorante álbum Janelas do Brasil. À beira dos 70 anos, a serem festejados em 21 de julho deste ano de 2020, a cantora tem discos que merecem ser descobertos – como este Romance de lua lua – sobretudo por quem ignora ter sido Amelinha a primeira voz de Frevo mulher.
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Evaldo Gouveia, um compositor ‘sentimental demais’ como o povo do Brasil
Morte do artista, aos 91 anos, joga luz sobre cancioneiro romântico que galgou as paradas nacionais ao longo da década de 1960. ♪ OBITUÁRIO – Lançada em 1965 na voz do cantor mineiro Altemar Dutra (1940 – 1983), com grande sucesso, a música Sentimental demais sintetizou no título a natureza do cancioneiro popular do compositor cearense Evaldo Gouveia de Oliveira (8 de agosto de 1928 – 29 de maio de 2020). Em parceria com o compositor capixaba Jair Amorim (1915 – 1993), a quem foi apresentado em 1958, Evaldo Gouveia construiu obra já eternizada na memória afetiva do povo brasileiro. Também cantor e violonista, Evaldo sobressaiu sobretudo como compositor de canções populares pautadas por romantismo despudorado. Ao morrer em Fortaleza (CE) na sexta-feira, 29 de maio, aos 91 anos, vítima de infecção pelo covid-19, Evaldo Gouveia deixa para a posteridade essas canções sentimentais demais. Quase sempre compostas na cadência do bolero ou do samba-canção, ritmos por vezes amalgamados, essas músicas sempre soaram sentimentais como a alma do povo que sempre as cantou em casa, nas ruas, nos bares, nos shows, enfim, em qualquer lugar em que, ao vivo ou na gravação de um disco, um intérprete se derrame ao dar voz a uma música de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. Nos anos 1960, um desses intérpretes foi Anísio Silva (1920 – 1989), cantor baiano que lançou o bolero Alguém me disse em 1960. Primeiro grande sucesso do compositor, Alguém me disse veio ao mundo um ano após Conversa (1959), primeiro título da parceria de Jair e Evaldo. Conversa ganhou as vozes das cantoras Alaíde Costa, Hebe Camargo (1929 – 2012) e Luciene Franco em gravações quase simultâneas. Contudo, o laço mais forte da dupla de compositores foi mesmo com Altemar Dutra, em vínculo iniciado em 1963 com a gravação do bolero Tudo de mim pelo então emergente cantor com voz de trovador. Os registros sequenciais do bolero Que queres tu de mim e do samba-canção Somos iguais reforçaram em 1964 esse laço, definitivamente consolidado em 1965 com a gravação da canção Sentimental demais, à qual se seguiu, no ano seguinte, outro grande sucesso, Brigas (1966). Sem se afastar totalmente dessa linha sentimental, Evaldo Gouveia também caiu no samba mais animado – sempre em parceria com Jair Amorim – ao compor O conde (1969), grande sucesso na voz esfuziante do cantor Jair Rodrigues (1939 – 2014). Na letra de O conde, há menção à escola de samba Portela, para a qual Jair e Evaldo fizeram (com a adesão do compositor Euzébio Nascimento, o Velha) O mundo melhor de Pixinguinha (Pizindin), samba-enredo com o qual a agremiação desfilou no Carnaval de 1974, após compositores tradicionais do gênero terem protestado nos bastidores contra a entrada de dois estranhos no ninho folião. Alheio à controvérsia, o povo carioca cantou a plenos pulmões o fluente samba-enredo de Jair Amorim, Evaldo Gouveia e Velha. Nascido na interiorana cidade cearense de Iguatu (CE), Evaldo Gouveia morreu em Fortaleza (CE), onde residia nos últimos anos, mas fez sucesso ao transitar entre as cidades de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) a partir dos anos 1940, em plena era do rádio. Se o cantor (integrante do Trio Nagô de 1950 a 1962) nunca ficou muito tempo sob os holofotes, o compositor reinou nas paradas – em vozes alheias – entre 1960 e 1975, ano em que a cantora Angela Maria (1929 – 2018) voltou a fazer sucesso massivo com Tango pra Tereza, última composição da dupla a obter ampla repercussão nacional. A partir da década de 1980, o cancioneiro de Evaldo Gouveia perdeu impulso no mercado, embora sempre reaparecesse regularmente através de regravações dos sucessos do compositor por cantoras como Ana Carolina (Alguém me disse, em 1999), Fafá de Belém (Que queres tu de mim, em 1989) e Gal Costa (Alguém me disse, em 1990), entre outras vozes. Além de Jair Amorim, Evaldo Gouveia compôs com parceiros do quilate do compositor carioca Paulo César Pinheiro – com quem assinou músicas como Poster, samba-canção gravado em 2017 pelo cantor Léo Russo – e do poeta conterrâneo Fausto Nilo, com quem fez Esquinas do Brasil (2001) e Nada mudou (2017). Contudo, é mesmo pela obra composta com o parceiro mais famoso, Jair Amorim, que Evaldo Gouveia será lembrado como hábil arquiteto da canção popular. Um artista assumidamente sentimental demais, como o povo que, imune aos pré-conceitos dos críticos e das elites culturais do Brasil, desde o início referendou Evaldo Gouveia como compositor de grande sucesso.
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Rita Lee cogita gravar o primeiro álbum de músicas inéditas em oito anos
Em entrevista ao programa 'Fantástico', artista conta que está compondo durante o isolamento social e levanta a possibilidade de fazer um disco com esse repertório. ♪ A melhor notícia do dia, na área musical, será dada por Rita Lee em entrevista à repórter da TV Globo Renata Ceribelli. Em entrevista programada para ser exibida pelo programa Fantástico na edição deste domingo, 31 de maio, a cantora e compositora paulistana revela que cogita gravar álbum com músicas inéditas. Se o disco sair do plano das (grandes) ideias, os seguidores da artista de atuais 72 anos poderão ouvir o primeiro álbum de Rita Lee desde Reza, lançado em 2012, há oito anos. Ao longo desses oito anos, Rita se retirou da cena musical e foi viver isolada em sítio no interior de São Paulo. Nesse período sem gravar disco e sem fazer shows, as produções da artista se limitaram ao universo literário, com destaque para a escrita de Rita Lee – Uma autobiografia, livro que virou best-seller ao ser lançado em 2016 com narrativa espirituosa. A novidade, como a artista conta à repórter do programa Fantástico, é que Rita Lee anda compondo bastante neste período de quarentena – o que germinou a ideia de fazer álbum autoral com músicas inéditas. Se o disco for efetivamente gravado, uma das músicas do repertório deverá ser Vírus do horror, punk rock sobre o covid-19, cuja pandemia impediu a cantora de voltar aos palcos neste ano de 2020. Sim, Rita faria breve retorno à cena como convidada de honra da estreia de show do filho Beto Lee, programada inicialmente para 18 de abril, na cidade de São Paulo (SP), mas adiada em função da quarentena. No show, Beto Lee seguiria roteiro centrado no cancioneiro de Rita Lee.
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