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‘Não será o setor privado que vai tirar a economia do buraco’, diz Nelson Marconi

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

A crise provocada pelo coronavírus, afirma o economista, deixará como herança um elevado contingente de trabalhadores desempregados e empresas quebradas, o que vai minar a força do setor privado para ajudar na recuperação do país. O economista Nelson Marconi avalia que a retomada da economia vai depender do setor público. A crise provocada pelo coronavírus, afirma ele, deixará como herança um elevado contingente de trabalhadores desempregados e empresas quebradas. Não haverá força, portanto, para o setor privado ajudar na recuperação do país. "Não será o setor privado que vai conseguir tirar a economia do buraco. Nesse cenário, o único que pode investir é o setor público porque a decisão de investimento independe desse quadro todo, da quebra das empresas e do aumento desemprego", afirma Marconi, também professor da Fundação Getulio Vargas. Marconi integra o grupo dos economistas que defende a emissão de moeda para ajudar no combate aos efeitos da pandemia. "A solução de financiar (gastos) com a emissão de moeda é a menos custosa para o país e outras economia estão fazendo a mesma coisa", afirma. O G1 entrevistou economistas para saber o que esperar depois da pandemia. Leia as demais entrevistas: Ana Carla Abrão: ‘Não temos um plano para vencer a crise’ Eduardo Giannetti: ‘Estado brasileiro concentra renda e terá de ser repensado’ Zeina Latif: ‘Imagem do país está muito ruim e isso vai cobrar um preço alto’ Economista Nelson Marconi Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo A seguir os principais trechos da entrevista concedida ao G1. Qual é a avaliação do sr. sobre a economia brasileira? Estamos na maior crise da economia brasileira e há uma conjunção de crise econômica, política e sanitária. As três estão interligadas. O país vai ter uma queda do PIB muito forte este ano porque o governo não está tomando as medidas que precisam ser adotadas. Quanto mais tempo o governo demora para fazer um enfrentamento incisivo da pandemia no país, mais tempo leva para a economia voltar para a normalidade. Do ponto de vista social, a crise vai ser muito maior. Qual é a avaliação sobre a atuação do governo? O governo deveria ter sido mais incisivo na questão da renda emergencial. O que faz as pessoas irem para a rua é a necessidade de ter algum recurso. A única forma de segurar esse avanço da doença, fazendo com que as pessoas não fossem para a rua, seria ter um auxilio emergencial maior. A gente defendia um valor do auxílio R$ de 1,2 mil. Numa situação dessa, numa crise dessa, o governo precisa entrar gastando. Esse é o primeiro erro. O segundo erro é que o governo insiste em tratar a questão fiscal dessa crise da forma tradicional. Na verdade, dado que é uma situação anormal, ele precisaria tratar isso também de forma diferente. Ele precisaria emitir moeda. Há todo um mecanismo de venda de títulos do Tesouro para o Banco Central quer permitiria ao governo emitir moeda e financiar esse gasto adicional de uma forma mais fácil, sem emitir dívida no mercado. E há algum acerto nas ações do governo? De positivo, o que posso dizer é que o Banco Central abriu algumas linhas de crédito importantes para as empresas, ainda que elas não estejam conseguindo acessar. E o governo ajudou a votar a PEC do 'orçamento de guerra'. Foi fundamental, ainda que tenha sido muito mais o Congresso do que o Executivo. De outra forma, o governo estaria totalmente atado. O debate sobre emissão de moeda para financiar os gastos na pandemia ganhou relevância nas últimas semanas. Poderia detalhar um pouco mais? Ou você vende título ao mercado e aumenta a dívida pública junto ao mercado – isso é o que o governo está fazendo e vai ter um problema lá na frente – ou pode fazer a emissão de moeda se vender títulos do Tesouro para o Banco Central. Alguns economistas dizem que haverá mais inflação fazendo isso. Não será assim. Vai ter uma taxa de câmbio mais alta e isso é um problema. Mas é mais fácil corrigir a distorção da taxa de câmbio do que o aumento da dívida pública. A solução de financiar (gastos) com a emissão de moeda é a menos custosa para o país e outras economia estão fazendo a mesma coisa. Como o Brasil vai sair dessa crise? Eu acredito que não tem essa recuperação em V como os economistas falaram. Vai haver um desemprego muito alto, as famílias vão perder parentes, vão sair com um trauma muito grande. As pessoas vão demorar a sair para rua e consumir. As empresas, por não terem receita, vão quebrar, demitir pessoas. E isso vai virar uma bola de neve indesejável. É uma crise muito forte e não é uma saída rápida. Economista Nelson Marconi Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo/Arquivo E como fica o investimento depois dessa crise? O setor privado não vai investir num cenário desse. Ele está quebrado. Não vai ter demanda no mercado. Por que um empresário vai investir num cenário desse? Não tem lógica. Não será o setor privado que vai conseguir tirar a economia do buraco. Nesse cenário, o único que pode investir é o setor público porque a decisão de investimento independe desse quadro todo, da quebra das empresas e do aumento do desemprego. Nesse momento, nós vamos ter de aumentar o gasto do setor público para poder tirar a economia do buraco. Inclusive, se o governo aumentasse o investimento público na área de saúde e saneamento básico, esse investimento público, além de gerar mais renda na economia, ajudaria o país a sair da pandemia porque melhoraria os indicadores de saneamento. Seria a melhor solução, mas o governo parece que não está preocupado em caminhar nesse sentido. Mas há uma restrição fiscal importante. Tudo depende da forma como o governo financia os gastos nesse momento. Se ele está financiando da forma como está fazendo, a dívida futura vai aumentar. O investimento público pode ajudar a retomar a atividade econômica e, com isso, aumentar a arrecadação do governo. A relação dívida/PIB também começa a melhorar depois de algum tempo porque vai haver crescimento. Entre boa parte dos economistas, há um consenso do aumento de gastos para conter a pandemia, mas a necessidade de o país seguir sinalizando uma preocupação com o ajuste fiscal. Qual é a sua avaliação? Se o país sair dessa situação e for direto para o ajuste fiscal, o tombo da economia vai ser maior. O governo precisa fazer o investimento púbico com seus recursos, buscando recursos junto ao Banco Central, com o BNDES aumentando os seus desembolsos, além de tentar fazer andar uma parte das concessões que estavam muito mal encaminhadas. Nós estamos numa situação sui generis. Quando foi a última vez que nós tivemos uma crise sanitária como essa? Há 100 anos na gripe espanhola. Quando a gente teve um PIB caindo, como está caindo agora? Na nossa história, talvez, na década de 30, mas nem na época da poupança (confisco) do Collor teve uma queda da economia tão grande como a que vai ter agora. A pandemia parece ter escancarado a desigualdade do país. Como fica agenda social? Eu espero que mude um pouco a percepção e a visão do papel social do governo. O nível de desigualdade, a questão do saneamento e a ocupação muito precária das pessoas deixam o quadro na pandemia muito ruim. Está caindo a ficha agora de que você precisa ter políticas sociais mais fortes. Isso no mundo inteiro. Essa pressão vai vir forte. E politicamente o governo vai ter de fazer alguma coisa na área social. É importante que haja uma pressão da sociedade e que o governo atenda a essa pressão porque ela é legítima. O que esperar do quadro internacional? Do ponto de vista internacional, vai haver provavelmente uma discussão mais globalizada da agenda ambiental e das grandes diretrizes de políticas sociais e emprego. Ao mesmo tempo, os países vão tentar se proteger mais. Já está acontecendo. Os Estados Unidos e a China estão disputando equipamentos médicos. O Brasil precisa pensar nisso estrategicamente, em como proceder. A gente ainda não tem estratégia. Nossa estratégia é simplesmente: vamos abrir (a economia) e acabou. E, na verdade, o que vai ocorrer é o contrário.

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‘Estado brasileiro concentra renda e terá de ser repensado’, diz Eduardo Giannetti

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Para economista, crise provocada pelo coronavírus escancarou o cenário de desigualdade do Brasil. Ele também avalia que o ritmo de recuperação será modesto diante do quadro de incertezas com a evolução da doença. O economista Eduardo Giannetti afirma que a crise provocada pelo coronavírus escancarou o cenário de desigualdade do Brasil. Responsável por absorver 39% da renda nacional, o Estado brasileiro, segundo ele, tem atuado na direção de concentrar a renda e terá de ser repensado depois de superada a pandemia. "O Estado brasileiro concentra a renda. Em vez de ele atuar na direção de reduzir as desigualdades, de criar oportunidades, de dar condições de dignidade humana para a grande maioria da população, ele concentra e piora uma situação que por si só já é de obscena desigualdade", diz. Num cenário que combina um quadro sanitário grave, aprofundamento da crise econômica e incerteza política, Giannetti avalia que a recuperação da economia será claudicante. "É um período lento de tentativa (de reabertura) e eventuais retrocessos. Os investidores e consumidores vão ficar apreensivos por algum tempo com relação ao futuro, portanto, vão trabalhar com o freio de mão puxado", diz. O G1 entrevistou economistas para saber o que esperar depois da pandemia. Leia as demais entrevistas: Ana Carla Abrão: ‘Não temos um plano para vencer a crise’ Nelson Marconi: ‘Não será o setor privado que vai tirar a economia do buraco’ Zeina Latif: ‘Imagem do país está muito ruim e isso vai cobrar um preço alto’ Eduardo Giannetti EVELSON DE FREITAS/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/ A seguir os principais trechos da entrevista concedida ao G1. Qual avaliação que o sr. faz do momento atual da economia? Essa crise é totalmente diferente do que nós estamos acostumados a ver. Há duas diferenças. Primeiro, a crise vem de fora da economia. É um vírus, que conseguiu pular as espécies e entrar no ser-humano. A segunda característica diferenciadora é que não é uma recessão nem uma depressão. É um colapso. É uma parada súbita. Repentinamente a produção e o consumo se viram dramaticamente tolhidos pela necessidade de conter a propagação de um vírus letal. E qual é o cenário que se desenha para a economia? Eu trabalho com três cenários e eles têm probabilidade distintas. Tem o cenário de recuperação vigorosa. Ou seja, ultrapassada a fase crítica da pandemia, a economia rapidamente retoma o nível de atividade pré-crise. O segundo cenário é de uma recuperação claudicante. É um período lento de tentativa (de reabertura) e eventuais retrocessos. Os investidores e consumidores vão ficar por algum tempo apreensivos com relação ao futuro, portanto, vão trabalhar com o freio de mão puxado. O terceiro cenário é de depressão. Se nós tivermos novas ondas sérias de contaminação, se as coisas pioram, podemos entrar num período longo de confinamento e falta de perspectiva, o que pode levar a economia para um período prolongado e muito abaixo do nível de normalidade. Desses cenários, qual deve ser o mais provável para a economia? Os dois cenários extremos, de recuperação vigorosa e a prolongada depressão, são menos prováveis. Eu aposto nesse cenário que está se desenhando, de uma recuperação claudicante. Além da questão sanitária, o Brasil ainda tem um agravamento do quadro econômico e lida com a incerteza política. Como o país sai dessa crise? O Brasil tem uma boa notícia na comparação com o mundo emergente: nós estamos com as contas externas muito equilibradas e robustas. Não temos obrigações em moedas estrangeiras que nos deixam vulneráveis. Nosso déficit em conta corrente é pequeno e vem sendo plena e confortavelmente financiado pelo investimento direto estrangeiro. Temos reservas cambiais e as nossas exportações estão se mostrando muito resilientes ao longo do coronavírus. E o que fragiliza o Brasil? São duas coisas. Primeiro, a obscena desigualdade que prevalece na sociedade brasileira. São dezenas de milhões de brasileiros que vivem numa situação de extrema vulnerabilidade. São trabalhadores informais que vivem numa situação de completa precariedade, não tem uma situação regular de emprego. Vamos ter de pensar com muito mais seriedade, passada essa crise, como é que nós vamos, para começo de conversar, prevenir ou impedir que dezenas de milhões de brasileiros não tenham sequer uma situação regular de emprego. Isso não é normal, isso é uma aberração institucional brasileira. Retrato do economista Eduardo Giannetti Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo/Arquivo E a segunda fragilidade? Está na política. O Brasil foi pego nessa tremenda emergência com uma presidência da República disfuncional, com um presidente que demite o ministro da Saúde em plena pandemia por discordar dele numa questão técnica. É alguém que acredita em pensamento mágico, alguém que quer resolver as questões na bravata e ainda se vê envolvido numa crise política de enormes proporções. O que será necessário repensar do Estado brasileiro? O Estado brasileiro arrecada anualmente 33% do PIB em impostos. A nossa carga tributária bruta está fora do padrão para um país de renda média. O Estado brasileiro também gasta mais do que arrecada. O nosso déficit nominal, antes da crise sanitária, estava em torno de 6% do PIB. Estamos falando de 39% da renda nacional intermediada pelo setor público brasileiro. E é estarrecedor o que vem em seguida: quase a metade dos domicílios brasileiros não tem saneamento básico, não tem coleta de esgoto. Os nossos indicadores de educação fundamental, de saúde e de segurança estão muito abaixo do que deveriam estar pelo nível de renda. E, no entanto, nós temos um estado que drena anualmente 39% da renda nacional. A conclusão é incontornável: o Estado brasileiro concentra a renda. Em vez de ele atuar na direção de reduzir as desigualdades, de criar oportunidades, de dar condições de dignidade humana para a grande maioria da população, ele concentra e piora uma situação que por si só já é de obscena desigualdade. E o que tem de ser feito para corrigir? O sistema brasileiro tributa desproporcionalmente quem menos pode pagar porque está calcado em impostos indiretos, que incidem sobre o consumo e a produção. Nós temos que redesenhar o sistema tributário. Temos de repensar o modelo de Estado no Brasil, que é altamente centralizado no governo central. O dinheiro vai até Brasília para depois voltar para os entes federativos, que têm as atribuições de interesse dos cidadãos: educação, saúde, saneamento, segurança e transporte. O cidadão não tem a menor ideia de quanto paga de impostos da sua renda, não sabe para onde vai o tributo. Não existe cidadania tributária no Brasil. Não estou questionando o tamanho da carga tributária. Temos de colocar o Estado a serviço da grande maioria desassistida da população. É o grande desafio que temos de enfrentar necessariamente depois dessa crise. Essa crise escancarou essa realidade. Essa vai ser uma cobrança da sociedade? Essa questão está amadurecendo na consciência da sociedade brasileira. Não posso garantir, mas eu acho que a sociedade vai ter de acordar para essa desfuncionalidade do Estado. Nesse ponto, a agenda da equipe econômica liderada pelo Paulo Guedes é correta. Menos Brasília, mais Brasil. O cidadão não mora no governo federal, mora no município. Ele tem de pagar impostos no município e receber recursos de volta, cobrando do município. A agenda de reformas saiu do foco por causa da pandemia. Mas qual é o futuro dela? O Brasil estava saindo da emergência fiscal no momento em que foi atingido pelo coronavírus. Era o momento de começar a visualizar uma ancoragem fiscal e estava delineado um caminho em que a dívida pública como proporção do PIB se estabilizaria e passaria a declinar lentamente depois de algum tempo. Agora, o que está contratado, em função da crise, é um crescimento da dívida pública. Vamos sair dessa crise com alguma coisa ao redor de 90%, 100% do PIB de dívida pública. É preocupante esse patamar de dívida pública? Não é uma situação inadministrável. O que tem de ficar claro é que mudou o patamar da dívida pública, mas ela não pode continuar crescendo no ritmo em que ela cresceu durante a crise. Vamos ter de garantir que ela se estabilize e, a partir daí, vamos repensar para saber como diminuir o tamanho da dívida em relação ao PIB. É uma questão de fluxo, não de estoque. E vai exigir atenção para que o fluxo não continue numa trajetória explosiva para o setor público brasileiro não quebrar. Do que vai depender essa estabilização da dívida? Vai depender de uma série de esforços, da eficiência do setor público, manter juros baixos, uma reforma administrativa. Eu acredito que é importante essa contrapartida que o governo federal está exigindo dos estados de não reajustar salário de servidores por um bom tempo daqui para frente. O salário mínimo vai ser uma questão de primeiríssima ordem. Porque, de cada três benefícios sociais, dois estão atrelados ao salário mínimo. Nós vamos precisar um pacto de que, durante algum tempo, a correção do salário mínimo será apenas o seu valor real. E mais um programa de concessões e privatizações que podem gerar, pela venda dos ativos, recursos para se abater uma parte dessa dívida contraída durante uma situação emergencial.

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‘Não temos um plano para vencer a crise’, diz Ana Carla Abrão

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Para a economista e ex-secretária da Fazenda de Goiás, país tem o desafio de repensar políticas de proteção social sem perder de vista a responsabilidade fiscal. Para a economista Ana Carla Abrão, ações coordenadas contra a crise econômica e um plano claro de saída no horizonte são armas fundamentais para vencer os efitos da pandemia do novo coronavírus. Mas, no Brasil, os atrasos causados pelo estica-e-puxa entre Executivo e Congresso podem colocar tudo a perder. Nesta sexta-feira (29), o IBGE divulgou que o PIB brasileiro caiu 1,5% no 1º trimestre em meio aos primeiros efeitos da pandemia na produção. Nesta entrevista ao G1, a ex-secretária da Fazenda de Goiás e market leader da consultoria Oliver Wyman compartilha suas ideias e expectativas para a economia nos próximos meses. O G1 entrevistou economistas para saber o que esperar depois da pandemia. Leia as demais entrevistas: Eduardo Giannetti: ‘Estado brasileiro concentra renda e terá de ser repensado’ Nelson Marconi: ‘Não será o setor privado que vai tirar a economia do buraco’ Zeina Latif: ‘Imagem do país está muito ruim e isso vai cobrar um preço alto’ Ana Carla Abrão Costa: "Teremos que analisar como que reorganizaremos essa nossa rede proteção social de forma sustentável" Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo/Arquivo Abaixo, os principais trechos da entrevista. Quais são os principais pontos de atenção dos resultados do PIB? Qual a sua visão deste momento? Definitivamente, essa crise tem uma característica de espalhamento que é muito diferente de crises anteriores. De forma geral, a economia como um todo está sofrendo – e vai continuar sofrendo enquanto a gente não voltar a um processo que seja o mais próximo do que a gente conhecia como normalidade. Serviços devem aparecer caindo, além dos setores tradicionais: indústria, comércio, que já vinham mostrando fragilidade muito grande nos indicadores antecedentes. É um resultado do próprio processo de isolamento social e da crise de saúde, que faz com que as pessoas naturalmente se retraiam do ponto de de consumo e de confiança. E a sua expectativa para economia como um todo daqui em diante? Não só nesse momento de crise aguda – e que vai se refletir neste e no próximo trimestres –, devemos passar por um período de fragilidade econômica, com números muito baixos, por um período mais longo do que gostaríamos, e até que prevíamos originalmente. A economia brasileira pegou essa crise em uma situação de fragilidade fiscal e, mesmo do ponto de vista de crescimento, vinha começando um processo de recuperação que ainda era muito frágil. Então, temos agora um primeiro momento em que foram tomadas uma série de medidas fiscais, monetárias e de estímulos para tentar reduzir o impacto da crise de saúde. Mas temos à frente que enfrentar aqueles mesmos problemas que estavam presentes antes e que não haviam sido enfrentados. Um novo conjunto de medidas precisam ser pensadas para o futuro pra que se consiga reorganizar uma economia que já vinha frágil e que, agora, sofreu um baque, que gerou aumento dos gastos que terão que, lá na frente, ser reconsiderados para que a gente não perca uma rota de solvência, de confiança, que vai ser fundamental para a retomada de crescimento. Qual a expectativa para a recuperação? Eu dividiria em alguns aspectos quando se pensa no que é preciso para tentar reorganizar e devolver a economia ao fluxo de crescimento. Primeiro, tem, sim, do ponto de vista social, uma preocupação muito grande. Boa parte desses auxílios e dos mecanismos que foram criados, dos programas que foram lançados, eles são importantes em alguma medida e teremos que analisar como que reorganizaremos essa nossa rede proteção social de forma sustentável. Mas a questão fiscal não pode ser simplesmente esquecida. Temos, sim, que gastar neste momento, existem prioridades que foram colocadas à frente corretamente do ponto de vista dos gastos públicos, mas teremos que retomar essa discussão do reequilíbrio fiscal lá na frente. E tem outra questão muito importante que é o crédito. Se nós desorganizarmos o mercado de crédito, que vinha finalmente entrando em um processo de melhoria, nós transformaremos esse motor tão importante de ajuda em um fator de aprofundamento da recessão, com inadimplência alta e endividamento excessivo da população e das empresas. Qual vai ser o custo disso tudo para o Brasil nos próximos anos? O principal ponto de atenção é garantir uma saída organizada para a crise. O que mais me preocupa nesse momento é não termos uma coordenação de programas que ataquem todos os pontos da crise, nem um plano para reorganização da economia no futuro. O que precisamos é estruturar um programa de recuperação. Essa crise tem profundidade, magnitude e amplitude que exigem um programa que seja coordenado para todas essas áreas: social, fiscal e de crédito. Se não olhamos todos os aspectos, de forma organizada entre os diversos entes federativos, entre Executivo e Congresso, vai ficar muito difícil que essa retomada seja feito da forma correta para combater os problemas que estão à frente. Como fica a economia mundial e como o Brasil está inserido nesse cenário? Esse é justamente um problema adicional: a economia global também está sofrendo. Nós não teremos ajuda do ponto de vista de demanda e crescimento global para nos empurrar na melhor direção. Ao contrário: é um dos agravantes nesse momento. Então, é necessário organizarmos internamente essa agenda e coordenarmos esforços em todos os níveis federativos, todos os poderes, para garantir que, internamente, nós vamos ter as ferramentas e a capacidade de retomar o crescimento da economia.

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Recuperação pós-pandemia: crise escancara desigualdade, e Brasil terá retomada lenta, dizem economistas

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Para analistas, Brasil tem diante de si o desafio de superar a pandemia, a crise econômica e lidar com a instabilidade política, agravada nas últimas semanas. Com crise do coronavírus, Brasil terá retomada lenta, dizem economistas A economia brasileira vai ter um longo e difícil caminho para superar a crise provocada pelo coronavírus. A rápida recuperação da atividade econômica esperada por boa parte dos economistas no início da pandemia foi substituída por projeções mais sombrias. A queda do Produto Interno Bruto (PIB) nos três primeiros meses deste ano e a certeza de que o fundo do poço chega neste segundo trimestre devem fazer com que o país encerre 2020 com o pior desempenho econômico da história. A crise sanitária alcançou o país em um momento delicado. A economia vinha dando sinais de fraqueza, e a doença se somou à incerteza política com relação ao futuro do governo Jair Bolsonaro. A pandemia também escancarou a elevada desigualdade social no país e abriu um debate sobre o papel do Estado na economia e na condução das políticas sociais. Com pandemia, PIB do Brasil encolhe 1,5% no 1º trimestre e regride ao patamar de 2012 G1 entrevistou economistas sobre o futuro do país Arquivo pessoal Agora, o Brasil tem diante de si o desafio de superar a pandemia, a crise econômica e lidar com a instabilidade política, agravada nas últimas semanas. O G1 conversou com quatro economistas sobre o futuro do país e possíveis caminhos para a retomada. Leia as entrevistas. Ana Carla Abrão A falta de coordenação é a principal chaga no ambiente econômico, segundo a economista. Com medidas corretas de auxílio às camadas mais vulneráveis no momento de emergência, o país não deixa claro em seu horizonte um plano de saída para a crise. Confrontos entre os entes federativos só pioram a situação, enquanto é necessário pensar em conjunto nas políticas de proteção social sem perder de vista a responsabilidade fiscal. Leia a entrevista completa Eduardo Giannetti Na avaliação de Giannetti, a crise provocada pelo coronavírus escancarou o cenário de desigualdade do Brasil. Responsável por absorver 39% da renda nacional, o Estado brasileiro, segundo ele, tem atuado na direção de concentrar a renda e terá de ser repensado depois de superada a pandemia. Leia a entrevista completa Nelson Marconi O economista avalia que a retomada da economia vai depender pelo setor público. A crise provocada pelo coronavírus, afirma, deixará como herança um elevado contingente de trabalhadores desempregados e empresas quebradas. Não haverá força, portanto, para o setor privado ajudar na recuperação do país. Leia a entrevista completa Zeina Latif Para a economista, impacto mais forte no Brasil mostra que economia foi pega de calças curtas. Quando o pior passar, de acordo com ela, é preciso retomar a agenda de reformas para trazer de volta a confiança e remediar a política externa para não espantar os parceiros comerciais. Leia a entrevista completa Initial plugin text

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Bolsas da China saltam com dados mais fortes de indústria

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 2,7%, no maior ganho percentual diário desde 2 de março. Os índices acionários da China fecharam com forte alta nesta segunda-feira (1), diante de dados mais fortes da indústria e após a reação mais leve do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à legislação de segurança chinesa para Hong Kong.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 2,7%, no maior ganho percentual diário desde 2 de março.
O índice de Xangai teve alta de 2,21%, registrando o maior ganho percentual em um dia para o índice desde 24 de março.
A atividade industrial da China voltou inesperadamente a crescer em maio uma vez que as medidas de contenção do coronavírus foram aliviadas, mas a melhora foi marginal já que as encomendas para exportação continuaram a encolher, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit.
Trump determinou na sexta-feira que seu governo inicie o processo de eliminar o tratamento especial dos EUA para Hong Kong para punir a China, mas não encerrou imediatamente os privilégios que ajudaram o território a continuar como centro financeiro global.
Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,84%, a 22.062 pontos.
Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 3,36%, a 23.732 pontos.
Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 2,21%, a 2.915 pontos.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 2,70%, a 3.971 pontos.
Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,75%, a 2.065 pontos.
Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 1,25%, a 11.079 pontos.
Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 1,60%, a 2.550 pontos.
Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,10%, a 5.819 pontos.
China aprova imposição de Lei de Segurança Nacional em Hong Kong

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Pior pode ter acabado para indústrias da zona do euro, aponta pesquisa

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Após tombar em abril para a leitura mais baixa já registrada nos quase 22 anos de história da pesquisa, PMI de indústria se recuperou levemente no mês passado. As indústrias da zona do euro aparentemente passaram pelo seu pior, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta segunda-feira (1), mas a atividade ainda está contraindo com força diante das medidas de restrições ao coronavírus.
Depois de cair para a leitura mais baixa já registrada nos quase 22 anos de história da pesquisa em abril, o PMI de indústria se recuperou um pouco no mês passado.
O índice subiu a 39,4 em maio de 33,4 em abril, mas ainda longe da marca de 50 que separa crescimento de contração e pouco abaixo da preliminar de 39,5.
O subíndice de produção permaneceu fraco mas quase que dobrou a 35,6, de 18,1 em abril.
"A contração da indústria parece ter saído do fundo do poço em abril, com a produção caindo a uma taxa bem mais lenta em maio", disse Chris Williamson, economista chefe do IHS Markit.
"A melhora reflete em parte apenas a comparação contra uma queda acentuada em abril, mas de forma mais encorajadora está também ligada à retomada pelas empresas do trabalho uma vez que as medidas de restrição pelo vírus são aliviadas."
Economia da Zona do Euro encolhe quase 4% durante a pandemia

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Prejuízo da Embraer salta para R$ 1,28 bilhão no 1º trimestre

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Receita líquida da companhia teve queda de 8% na comparação anual, somando R$ 2,874 bilhões. Jato Praetor 600 é o mais caro na modalidade executiva vendido pela Embraer Embraer/Divulgação A Embraer registrou um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 1,276 bilhão no primeiro trimestre, um salto de 694% na comparação com o prejuízo de R$ 160,8 milhões nos 3 primeiros meses de 2019, segundo informou a fabricante brasileira de aeronaves nesta segunda-feira (1). (O G1 errou ao informar a publicação desta reportagem que o prejuízo da Embraer cresceu 794% na comparação com 1º trimestre de 2019. Na verdade, o salto foi de 694%. A informação foi corrigida às 10h02). Embora o desempenho operacional da companhia tenha piorado no trimestre, o prejuízo foi pressionado principalmente pelo diferimento de imposto de renda e contribuição social, com efeito negativo de R$ 571,2 milhões, por uma provisão adicional para perdas de crédito durante a pandemia de Covid-19 de R$ 163,1 milhões e por uma baixa no valor da fatia detida na Republic Airways Holding, também decorrente da crise sanitária, de R$ 108,6 milhões. Conforme a companhia, descontados esses eventos, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 433,6 milhões, ainda assim pior que a perda de R$ 229,9 milhões no 1º trimestre do ano passado. A receita líquida da companhia teve queda de 8% na comparação anual, somando R$ 2,874 bilhões no 1º trimestre, com queda em praticamente todos os negócios, com exceção da aviação executiva. A empresa disse que sua decisão de colocar funcionários em férias remuneradas em janeiro para finalizar os detalhes do acordo com a Boeing foi responsável por uma queda de 23% na receita. Em março, a Embraer novamente afastou os trabalhadores devido à pandemia de Covid-19. O resultado operacional antes de juros e impostos ajustado ficou negativo em R$ 209,1 milhões, quase quatro vezes acima do resultado também negativo de R$ 53,7 milhões um ano antes, refletindo a queda nas entregas no trimestre e os impactos da Covid-19. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 47,6 milhões, frente a R$ 120 milhões nos três primeiros meses do ano passado. Apesar de registrar mais um resultado trimestral negativo, a Embraer informou no balanço que a "liquidez da companhia permanece sólida", e que fechou o mês de março com R$ 13 bilhões em caixa e dívida líquida de R$ 6,923 bilhões. A Embraer entregou cinco aeronaves comerciais e nove executivas, totalizando 14 aeronaves no 1º trimestre. No mesmo período do ano passado foram entregues 22 aeronaves: 11 comerciais e 11 executivas. Fracasso com Boeing No final abril, a Boeing anunciou a rescisão do acordo que daria à gigante norte-americana o controle sobre a divisão de aviação comercial da Embraer, em meio às crises no setor de aviação e na economia global, deixando a Embraer sem um plano B claro. A Embraer informou no balanço que os custos de separação dos negócios relacionados com a parceria estratégica com a Boeing, agora encerrada, reconhecidos em janeiro, foram de R$ 96,8 milhões. "A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o MTA e o contrato de contribuição, e que a Boeing tinha a obrigação contínua de respeitar seus termos", acrescentou. Entenda como Boeing e Embraer foram da aproximação ao rompimento do acordo bilionário Segundo a Reuters, a fabricante de aviões está discutindo propostas de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com bancos privados no Brasil e no exterior. A Embraer espera assinar novas parcerias estratégicas no futuro depois do fracasso com a Boeing. O presidente-executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse, porém, que ainda é cedo para discutir essas oportunidades, pois a empresa está estudando um novo plano de cinco anos. Ele acrescentou que as parcerias estratégicas podem envolver produtos, engenharia e produção e países como China, Índia "e outros". A Reuters informou na sexta-feira que China, Rússia e Índia estavam sondando a Embraer e estudando possíveis acordos, embora qualquer negociação seja preliminar. Embraer abre procedimento arbitral contra a Boeing

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Confiança empresarial tem alta após atingir o menor nível em 19 anos, diz FGV

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Índice teve alta de 9,8 pontos em maio, chegando a 65,5 pontos, e recuperou 24% da perda registrada nos meses de março e abril. Resultado, porém, permanece com patamar baixo. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) subiu 9,8 pontos em maio, para 65,5 pontos, depois de ter atingido o menor nível em 19 anos. Com o resultado, o indicador recuperou 24,0% da queda ocorrida no bimestre março-abril, mas ainda permanece com nível baixo.
“O nível da confiança empresarial em maio é ainda tão baixo em termos históricos que fica difícil fugir à leitura de que a alta no mês consistiu em uma acomodação após o baque do bimestre março-abril”, disse Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas da FGV IBRE.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
Segundo Aloisio, houve melhora das expectativas, “que passam a sinalizar meses menos piores à frente”.
“Ainda que a tendência de alta se mantenha, com o ambiente de negócios distante da normalidade e a incerteza econômica persistentemente elevada, os indicadores de confiança tendem a continuar baixos por algum tempo”, enfatizou.
O levantamento da FGV mostrou ainda que o índice que retrata a situação corrente dos negócios (ISA-E) subiu 2,5 pontos em maio, para 63,9 pontos, recuperando 8% das perdas do bimestre março-abril. Já o Índice de Expectativas (IE-E) subiu 11,5 pontos para 63,0 pontos, recuperando 23% da queda no mesmo período.
“Apesar da alta na margem, ambos os índices registraram, em maio, os segundos menores valores de suas séries históricas”, destacou a FGV.
O Indicador de Demanda Prevista (três meses) subiu 17,0 pontos, para 53,8 pontos e o Indicador de Emprego Previsto (idem) subiu 6,4 pontos, para 57,7 pontos. O Indicador de Expectativas com a Situação dos Negócios – único componente do IE-E que mira o horizonte de seis meses – avançou 7,7 pontos, subindo para 66,3 pontos, valor não muito distante do nível do ISA-Empresarial.
Difusão
Segundo a FGV, a confiança aumentou em 38 dos 49 segmentos integrantes do ICE em maio, após recuar em todos os segmentos no mês anterior.
Empresários seguem com dificuldade para conseguir empréstimos do governo

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Analistas do mercado estimam tombo de 6,25% para o PIB em 2020

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Foi a décima sexta queda seguida do indicador. Economistas ouvidos pelo Banco Central também reduziram de 1,57% para 1,55% previsão de inflação para este ano. Os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e também baixaram a expectativa de inflação em 2020.
Para o PIB de 2020, a projeção passou de 5,89% para 6,25%. Essa foi a 16ª queda seguida no indicador. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
A nova redução da expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão.
Em 13 de maio, o governo brasileiro estimou uma queda de 4,7% para o PIB de 2020, tendo como base a perspectiva de que as medidas de distanciamento social terminarão no fim de maio.
O Banco Mundial prevê uma queda de 5% no PIB brasileiro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima um tombo de 5,3% em 2020.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos. Nos três primeiros meses de 2020, foi registrada uma retração de 1,5% na economia brasileira.
Entenda os impactos do avanço do coronavírus nas economias global e brasileira
Para o próximo ano, a previsão do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu estável em 3,50%.
Inflação abaixo de 2%
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro reduziram, de 1,57% para 1,55%, a estimativa de inflação para 2020. Foi a 12ª redução seguida do indicador.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% neste ano.
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro reduziu de 3,14% para 3,10% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Taxa básica de juros
O mercado segue prevendo corte na taxa básica de juros da economia brasileira neste ano. Atualmente, a taxa Selic está em 3% ao ano. A previsão dos analistas para a taxa Selic, no fim de 2020, ficou estável em 2,25% ao ano.
Para o fim de 2021, a expectativa do mercado subiu de 3,29% para 3,38% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.
Outras estimativas
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 5,03 por dólar para R$ 5,08 por dólar.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2020 permaneceu em US$ 45,50 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado continuou em US$ 45 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2020, caiu de US$ 65 bilhões para US$ 64 bilhões. Para 2021, a estimativa dos analistas passou de US$ 76 bilhões para US$ 75 bilhões.
PIB encolhe 1,5% no primeiro trimestre, pior resultado desde 2015

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Dólar opera em alta no primeiro pregão do mês de junho

segunda-feira, 01 junho 2020 por Administrador

Na sexta-feira, moeda fechou a R$ 5,3364, e acumulou queda de 1,90% no mês de abril. Notas de dólar Gary Cameron/Reuters O dólar opera em alta nesta segunda-feira (1), após acumular leve recuo em maio, em dia marcado por maior otimismo no exterior e por tensões políticas no ambiente doméstico após protestos no domingo por todo o Brasil. Às 14h59, a moeda norte-americana subia 1,47%, a R$ 5,4152. Na mínima até o momento chegou a R$ 5,3112; já na máxima foi a R$ 5,4187. Veja mais cotações. Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,83%, a R$ 5,3364, acumulando baixa de 1,90% no mês de maio – primeira desvalorização mensal neste ano. Em 2020, a moeda ainda acumula avanço de 33,08%. O Banco Central realizará nesta segunda-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021. Até onde vai o dólar? Cenário externo e interno No exterior, os mercados operavam mistros, sem viés definido, com os investidores cautelosos em meio a protestos nos Estados Unidos e também relativamente aliviados depois que a resposta dos Estados Unidos à lei de segurança nacional da China sobre Hong Kong não foi tão ruim quanto se temia. Dados sobre a atividade da China também estavam no radar dos operadores, elevando os ânimos em meio a sinais de recuperação na segunda maior economia do mundo. A atividade industrial chinesa voltou inesperadamente a crescer em maio, uma vez que as medidas de contenção do coronavírus foram aliviadas. Enquanto isso, no cenário local, o clima era de tensão, com o conflito crescente entre os poderes Executivo e Judiciário das últimas semanas pesando nos mercados locais. Na agenda de indicadores, os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A projeção passou de queda de 5,89% para um tombo de 6,25% em 2020. Já projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 5,03 por dólar para R$ 5,08 por dólar. Crise escancara desigualdade, e Brasil terá retomada lenta, dizem economistas Com crise do coronavírus, Brasil terá retomada lenta, dizem economistas Variação do dólar em 2020 Economia G1

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