Bolsonaro anuncia redução na alíquota de IPI para o setor de games
Com a decisão, consoles e máquinas de jogos terão imposto reduzido de 40% para 30%. Bolsonaro anuncia redução na alíquota de IPI para o setor de games BGS/Divulgação O presidente Jair Bolsonaro anunciou pelas redes sociais nesta segunda-feira (26) a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor de games. Com a decisão, preços de consoles, acessórios e também de máquinas que possuem tela incorporada, sejam elas portáteis ou não, devem cair, segundo expectativa do governo. A medida não inclui as máquinas de jogos que têm finalidade comercial e exigem pagamento anterior a cada uso, por meio de ficha, dinheiro ou cartão, por exemplo, que correspondem a outro código na tabela usada como referência para redução do imposto. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (27) e já havia sido antecipado pelo governo no início do mês. De acordo com o governo, o impacto previsto na arrecadação será de R$ 2,7 milhões por mês em 2020. A previsão para o exercício de 2021, por sua vez, deverá ser de R$ 36 milhões, enquanto para o de 2022, de R$ 39 milhões. Vale destacar que essa é a segunda redução do IPI sobre videogames anunciada por Bolsonaro. No final de 2019, as alíquotas foram reduzidas de 20% a 50% para uma faixa entre 16% e 40%. Novas alíquotas: Consoles e máquinas de jogos de vídeo: de 40% para 30%; Acessórios de consoles, cujas imagens são reproduzidas em uma tela: de 32% para 22%; Máquinas de jogos de vídeo com tela incorporada: de 16% para 6%.
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Luciano Camargo celebra álbum gospel: ‘Minha prioridade hoje é cantar pra Jesus’
Ao G1, sertanejo deu detalhes sobre projeto solo e diz que projeto solo é 'paralelo': 'Não existe Zezé Di Camargo sem o Luciano e não existe o Luciano sem Zezé Di Camargo'. Luciano Camargo estreia projeto gospel Em setembro, Whindersson Nunes divulgou um trabalho com influência 100% religiosa. Durante a pandemia, Anitta, Luan Santana e outros artistas cantaram louvores em suas lives. Agora, é a vez de Luciano se aventurar nessa seara. Sem o irmão, Zezé Di Camargo, o cantor sertanejo garante que não entrou nessa por modismo, tendência de mercado ou inspiração na pandemia. "A primeira vez que a sementinha desse projeto foi colocada em mim, foi através da minha mãe há 20 anos", recorda Luciano, ao lembrar que dona Helena pediu para que o filho gravasse um álbum de louvores. "O tempo foi passando e essa vontade em mim foi crescendo, mas há três anos, eu liguei para meu produtor falando que eu queria muito fazer esse projeto, mas a gente não deu o start", relembra o cantor durante conversa com o G1. Em julho de 2019, durante um ensaio para o show da turnê "Amigos – 20 anos", ele decidiu retomar a ideia e compartilhar esse desejo com um, até então, desconhecido. "Conversando ali com o Daniel, que é o vocalista do Chitão… Conheci ele naquele dia e tive vontade de falar sobre o projeto. Mas o tempo não era aquele ainda." O cantor adiou mais um pouquinho os planos, mas agora, em 2020, conseguiu colocar em prática o projeto. Neste mês, Luciano lançou "Tempo", primeira música de seu projeto gospel, que contará com dois EPs. O primeiro, com 9 faixas, chega ao mercado no final de novembro. O segundo, com 8 canções, está previsto para 2020. O projeto solo deu espaço para comentários sobre o fim da dupla com o irmão, Zezé Di Camargo. "Não existe Zezé Di Camargo sem o Luciano e não existe o Luciano sem Zezé Di Camargo. É um projeto solo, é um projeto pessoal." Ele já tem programado uma websérie e um novo disco de inéditas como dupla. Durante bate-papo com G1, Luciano deu mais detalhes sobre o disco, falou sobre o período de isolamento com a família. Ele também confessou que sentirá dificuldade em voltar para a estrada quando os shows voltarem ao normal. "Por mais que eu tenha saudade do me trabalho, por mais que eu tenha saudade de estar ali cantando, eu sei que vou sentir muito mais saudade do que estou vivendo. Essa tranquilidade de não ter que me afastar da minha mulher nem por duas horas." Luciano Camargo Will Aleixo/Divulgação G1 – Você já tinha esse plano para um trabalho gospel faz tempo. Esse período de paralização de agenda por causa da pandemia facilitou pra você conseguir coloca-lo em prática? Luciano – Eu tenho certeza que se não tivesse tido a pandemia, aconteceria de todo jeito, porque já estava em mim, independente de pandemia ou não. Eu não posso dizer se outros artistas que gravaram louvores esse ano, artistas seculares, o que levou eles a gravarem. Eu sei de mim, o que trouxe essa minha vontade. Foi primeiro o pedido da minha mãe. E também a minha mulher, porque a primeira vez que eu entrei em uma igreja foi com a Fau, há 17 anos. Eu me converti naquela época. A pandemia me ajudou é que eu tive realmente tempo pra me entregar totalmente a esse projeto, na produção dele. A pandemia ajudou? Ajudou, mas não foi proposital. G1 – E como foi o processo de produção? Porque, enquanto dupla, você está acostumado a deixar mais essa parte pro seu irmão, né? Luciano – O Zezé sempre produziu, porque o Zezé é o compositor, ele é o cara que mais teve contato com os compositores que acompanharam a gente nesses 30 anos. Então é mais fácil, mais saudável e até mais profissional, vamos dizer assim, ele cuidar da produção. Desde o começo da escolha da música até o final. Eu tenho um produtor meu, que é o Vinicius, que está comigo há 25 anos. Sou o único artista de dupla, um segunda voz, que tem seu próprio produtor. E quando eu dei o start no projeto esse ano, chamei ele. A gente sentou e quanto estava escolhendo o repertório, estava o [Anderson] Toledo, que é o maestro desse álbum, e o Vinícius falou que pensava em mandar todas as músicas para ele. Então o processo de produção foi um maestro fazendo como se fosse uma trilha musical para um filme no cinema. Por mais que sejam estilos diferentes, um arranjo conecta com o outro. Essa foi a linha de produção que a gente fez. Três pessoas produzindo: uma no arranjo, uma na voz e o outra no comando geral. G1 – Você que compôs as faixas? Fez algo para alguém em especial ou algum momento específico de sua vida? Luciano – Não. Esse álbum é pra Ele. Não é momento de pensar em homenagear alguém ou falar sobre o caso de alguém. Eu tive, no começo, um receio muito grande de que os compositores não mandassem música pra mim. Tanto que esse projeto era pra ser de regravações. Quando eu comecei a receber as músicas dos compositores, eu falei: "peraí. Aqui é o primeiro sinal de que estou sendo muito bem aceito". Tem composição do [Tiago Cardoso] Baruque, do Anderson Freire e da esposa dele, Raquel Freire, do André Freire, da Gabriela Rocha e de um menino que conheci no Rio de Janeiro, chamado Yago Vidal. As músicas dele me tocaram profundamente, que é a parte worship [adoração] desse projeto. O que coloco nesse projeto são louvores congregacionais, pentecostais e worship, que é a doação, é onde me identifico muito. O worship realmente é o que mais me identifico. G1 – Por que você ficou com medo de os compositores não te mandarem músicas? Luciano -' Tem 17 anos que sou evangélico, mas nunca expus a minha fé, nunca expus o meu dia a dia com a fé. E num momento desse de pandemia, muitos poderiam chegar e falar: pô, tá vindo porque foi tocado por um momento de caos'. Não, eu fui tocado 20 anos atrás. O meu receio era isso. Um cara que canta música sertaneja, do seguimento secular, que é como a gente chama música sem ser evangélica, sem ser louvores… Eu tinha esse receio. Mas era em mim, não era em nenhum deles. Luciano Camargo Will Aleixo/Divulgação G1 – Já tem uns anos que você canta sozinho em uma parte no show da dupla, mas como foi se ver totalmente como primeira voz, em carreira solo? Luciano – Sabe, eu nunca vi essa coisa de primeira voz e segunda voz. A gente só fala primeira e segunda voz porque são dois cantando, agora se você perguntar pra qualquer um, tecnicamente falando de voz, ele vai te dizer o quanto uma segunda voz, além da importância, é difícil de fazer. A gente faz a linha, o desenho, enquanto a primeira voz está ali, na melodia. E é isso que faz deixar realmente de ser um cantor solo. É a hora que a segunda voz faz o desenho por baixo. E eu sempre me vi ali como dois de grande importância cantando ali. Importâncias iguais. Não foi difícil porque, como você mesmo disse, nesses 30 anos sempre faço números sozinho, já gravei muitas músicas sozinho. O que achei muito difícil no começo foi colocar a voz para mim mesmo, fazer dueto comigo mesmo. Isso eu achei difícil. G1 – Com o anúncio desse projeto, começaram a surgir alguns comentários em sites noticiando o fim da dupla… Luciano – Eu não leio "sites", pseudorepórteres pseudoinformados. No "Fantástico", saiu bem claro: é um projeto solo paralelo. Eu tive esse cuidado. Não existe Zezé Di Camargo sem o Luciano e não existe o Luciano sem Zezé Di Camargo. É um projeto solo, é um projeto pessoal. Mas se você perguntar pra mim: qual é sua prioridade hoje? Em tudo, a minha prioridade hoje é cantar pra Jesus. É ser de fato Dele. Isso é o que importa pra mim. Não importa que de repente alguém possa escrever e insinuar e achar que a sua mentira é uma verdade. Pra mim, não importa. Quando eu vou dormir, que eu dobro meu joelho e faço minha oração, quem tá ali sentindo o meu coração e ouvindo a minha voz é Deus. E ele me ouve há trinta anos, tanto que tudo o que consegui foi através da música. Não estou criando um caminho paralelo porque deixei de ser sucesso. Ano passado qual foi o maior especial, maior assunto dentro da música? "Amigos". Quem faz parte do "Amigos"? Eu faço parte do "Amigos". Ano passado mais de 130 shows junto com meu irmão Zezé. Eu estou muito tranquilo. Sei sim que muitos vão fazer críticas. E não tenho nenhuma pretensão de pregar numa igreja, pra isso existem os pastores que são muito bem conduzidos, guiados, para ministrar a palavra. G1 – Pensa em fazer uma turnê com esse projeto? Luciano – Eu não posso dizer pra você que gravei pensando em uma turnê porque eu não sou artista do universo gospel. Pra fazer uma turnê você tem que virar sucesso, um mega sucesso, e não é o intuito. O intuito, antes, no começo, era só colocar no digital. Ele foi crescendo. Mas não tenho pretensão de fazer show, nenhuma. Tenho uma, que é louvá-lo na igreja. Passei muito tempo querendo isso. Eu fico vendo os grupos de louvores da minha igreja e quando vejo na internet… isso eu tenho vontade, de cantar em uma igreja. G1 – Nessa pandemia você ficou afastado do seu irmão. Estão se vendo ou só não estão trabalhando juntos? Luciano – Não, só não estamos trabalhando. O Zezé foi pra fazenda e ficou lá. Eu me isolei realmente em casa. Só saí pra esse projeto. E com todos os cuidados. Ontem falei com Zezé e ele teve a ideia de fazer uma websérie. Projetos de Zezé Di Camargo e Luciano, claro que existem. Mais uma prova que não vou parar de cantar com meu irmão. E também estamos fazendo um álbum só com inéditas. G1 – Os shows da turnê "Amigos" foram adiados novamente. Queria saber qual sua visão sobre o cenário de shows atualmente com todas as mudanças causadas pela pandemia. Luciano – Sempre fui otimista. Eu não vou entrar na questão se está no momento ou se não está no momento de voltar, porque a gente tem que olhar tudo o que acontece em volta. Mas sempre fui otimista em qualquer situação. Sei que por mais fundo que seja o buraco, a gente não fica ali pra sempre, a gente vai ter que sair uma hora. Então eu sempre fui otimista nesse caso da pandemia porque sabia que a gente ia sair e as coisas iam voltar ao normal. Tempo pra voltar, precisa, é necessário. E acho que vai haver também uma depuração nesses eventos, vai ter um cuidado maior, até nós conosco mesmo. Luciano Camargo com a mulher, Flávia, e as filhas Isabella e Helena, de 10 anos Reprodução/Instagram G1 – E como tem sido esse período pra você? Passou por alguma crise? Luciano – Não. Eu estava falando com o Serginho Groismann numa entrevista e pedi desculpas antes de falar o que eu vivi nessa pandemia. Pedi desculpas pras pessoas pra não parecer egoísta e até insensível. A felicidade em mim sempre foi plena, mas mesmo a felicidade sendo plena, a gente tem um momento ou outro de tristeza. Tirando a pandemia, a tristeza pelo outro que eu tive, eu não tive mais nenhuma. Ficar em casa, poder estar com minha mulher todos os dias… sou casado com a Fau faz 17 anos. Durante 7 anos ela viajou comigo para todos os lugares. Ela era minha casa. Quando as meninas nasceram, ela passou a ficar em casa. Por mais que eu seja caxias em voltar pra casa, querer ficar em casa, eu nunca tinha ficado com elas quatro meses seguidos. Eu estou há sete. Parece egoísmo, mas não. Foi um momento de muita paz pra mim. Se eu e minha mulher já tínhamos uma certeza muito grande do que somos um para o outro, nessa pandemia, essa certeza solidificou mais ainda e a gente descobriu realmente aquilo que a gente sempre falava: nos bastamos. G1 – Aprendeu algo, alguma habilidade diferente, durante esse período? Luciano – Vamos dizer que coloquei um pouco a minha leitura em dia, li muito a Bíblia, reli um livro que ganhei em 1999. Não busquei nada de diferente. Na verdade, eu curti tudo o que eu tenho, que eu já tinha, e de repente não podia curtir todos os dias. G1 – Você acha que vai ter dificuldade em voltar pra estrada? Luciano – Você sabe que não minto. Se você não tivesse feito essa pergunta, eu ia estar mais tranquilo. [risos] Vou sentir muita dificuldade em voltar pra estrada. Por mais que eu tenha saudade do me trabalho, por mais que eu tenha saudade de estar ali cantando, eu sei que vou sentir muito mais saudade do que estou vivendo. Essa tranquilidade de não ter que me afastar da minha mulher nem por duas horas. Então vai ser difícil pela falta que eu sei que ela vai fazer. A falta da comida dela, a falta de participar de toda organização que ela sempre fez em casa. Isso vai fazer muita falta. Por isso eu acho que vai ser muito difícil quando voltar o normal. Vai ser muito difícil. VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Teca Calazans faz 80 anos com discografia coesa, pautada pela cultura popular do Brasil
♪ MEMÓRIA – Todas as fontes oficiais afirmam que Terezinha João Calazans veio ao mundo em 20 de outubro de 1940. A data está errada. Como a artista informou dias atrás ao cantor Gonzaga Leal, foi em 27 de outubro de 1940 – há exatos 80 anos, portanto – que a cantora e compositora nasceu em Vitória (ES). Em que pese a origem capixaba, Teca Calazans – como é conhecida no meio musical – se criou no Recife (PE) e essa vivência pernambucana está impregnada na discografia coerente dessa artista que festeja hoje oito décadas de vida. Teca Calazans nunca esteve no topo das playlists de qualquer época ou gênero. Em vez de correr atrás do som volátil da indústria da música, a artista construiu discografia enraizada na perene cultura popular do Brasil. Teca Calazans já deu a pista dessa opção ideológica e musical no primeiro disco, um single duplo com cirandas, editado em 1967 através de parceria do selo Mocambo com a gravadora Rozemblit. Curiosamente, a discografia tão brasileira da cantora inclui diversos títulos gravados e lançados na França. É que, embora tenha vindo para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1968, Teca decidiu migrar para a França em 1970, permanecendo até 1980 nesse país europeu em que atuou como difusora da cultura popular do nordeste do Brasil em selos de Paris. Teca Calazans tem discos revelantes gravados entre 1967 e 2007 Pedro Guimarães / Site oficial Teca Calazans Ao longo da década de 1970, Teca Calazans atuou em dupla com Ricardo Vilas. A dupla Teca & Ricardo lançou seis álbuns entre 1974 e 1981, sendo que os quatro primeiros – Musiques et chants du Brésil (1974), Caminho das águas (1975), Cadê o povo? (1976) e Desafio de viola (1978, com Leonardo Ribeiro) – foram gravados e editados na França. O álbum sintomaticamente intitulado Povo daqui marcou a volta da dupla ao Brasil em 1980. Já Eu não sou dois (1981) encerrou a trajetória fonográfica de Teca com Ricardo, mas não a parceria, já que a artista continuou gravando músicas compostas com o colega. Em 1982, a cantora retomou a discografia solo com a edição do álbum Teca Calazans, cujo repertório incluiu coco e temas tradicionais entre músicas de Gonzaguinha (1945 – 1991) e Zé Ramalho. Após um segundo álbum solo, Mina do mar (1984), Teca lançou em 1987 disco com serestas e canções de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959), compositor desde então recorrente na obra fonográfica da cantora. De volta à França em 1988, Teca Calazans desenvolveu a carreira em Paris ao longo da década de 1990, celebrando o legado pioneiro de Pixinguinha (1897 – 1973) no álbum Pizindim (1991), caindo no samba com roupa de câmara no disco Os sambas dos bambas (1994) e gravando com Baden Powell (1937 – 2000) em faixa do álbum Firoliu (1996). No Brasil, a cantora lançou o álbum Forró de cara nova (1998) e, em 2003, apresentou disco gravado com o compositor e violonista / violeiro pernambucano Heraldo do Monte. O último álbum solo de Teca Calazans, Impressões sobre Maurício Carrilho & Meira, foi lançado em 2007 com repertório voltado para a canção lírica brasileira. Contudo, há cinco anos, na companhia da Camerata Brasilis, a artista lançou Suíte popular (2015), por ora o derradeiro título de discografia fiel à ideologia da cantora. Entre a vivacidade rítmica nordestina e a alma seresteira do Brasil, Teca Calazans vem evoluindo com coerência rara, inclusive como compositora, sendo autora de músicas registradas nas vozes de cantores como Milton Nascimento e Nara Leão (1942 – 1989). São 80 anos de vida, sendo 53 dedicados a perpetuar em disco a riqueza da música popular do Brasil. Viva Teca Calazans!
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Após Covid-19, Jorge Aragão recebe alta e volta para casa
Ele afirma que se recupera em casa da doença. 'Fica aqui a minha reverência e gratidão aos profissionais da saúde e a todos vocês pelas mensagens positivas', disse ele. Jorge Aragão Léo Queiroz / Divulgação Por uma mensagem nas redes sociais, o cantor e compositor Jorge Aragão, de 71 anos, confirmou que foi para casa após passar por uma internação por causa do coronavírus. Ele afirma que se recupera em casa da doença. “Vencemos mais essa batalha. Já estou em minha casa desde o último domingo e em plena recuperação. Fica aqui a minha reverência e gratidão aos profissionais da saúde e a todos vocês pelas mensagens positivas”, afirmou Aragão. Jorge Aragão foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no dia 13 de outubro. No último dia 20 de outubro, a assessoria do cantor confirmou que ele foi transferido para um quarto. Mesmo durante a pandemia, Jorge Aragão lançou trabalhos. Na segunda parte do álbum o álbum Jorge Aragão 70 – Ao vivo em São Paulo, apresentada na sexta-feira, 23 de outubro, o artista rebobina sete sambas autorais em cinco faixas. Vídeos: mais assistidos do G1 nos últimos 7 dias
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João Donato tem álbum elétrico editado em LP duplo com outras cores na capa
Capa da edição em LP duplo do álbum 'Donato elétrico', de João Donato Reprodução ♪ Lançado em março de 2016, o álbum Donato elétrico apresentou dez músicas inéditas de autoria de João Donato, compostas pelo artista acriano sem parceiros e gravadas em 2015 com o toque do piano elétrico Fender Rhodes do músico, além de sintetizadores e teclados analógicos também pilotados por Donato. Quatro anos depois, o álbum Donato elétrico ganha edição em LP duplo, produzido pela fábrica Vinil Brasil e posto no mercado fonográfico através do Selo Sesc, com novo tratamento gráfico. O LP exibe outras cores na capa criada por Rodrigo Sommer para a edição original em CD do disco produzido por Ronaldo Evangelista. A edição em vinil do álbum Donato elétrico poderá ser comprada a partir de sexta-feira, 30 de outubro. Trata-se da primeira edição em LP comercializada pelo Selo Sesc, que prevê outros lançamentos no formato. Em Donato elétrico, o pianista revisitou sem saudosismo a sonoridade analógica de álbuns igualmente elétricos como A bad Donato (1970) e Donato Deodato (1973). A novidade residiu no encontro de João Donato com integrantes da banda Bixiga 70, com o trio Metá Metá e com músicos como o guitarrista Gustavo Ruiz, entre outros nomes da cena musical contemporânea da cidade de São Paulo (SP). Donato elétrico resultou em disco de grooves, pautado pelo toque à moda antiga do Fender Rhodes e pela leveza de sopros que mantiveram o álbum no suingue, seja no balanço cubano de Combustão espontânea (João Donato), seja na arretada levada afro-nordestina de Xaxado de Hércules (João Donato). As dez músicas foram compostas sem letras, mas vocalizes de Donato adornaram faixas como o tema jazzístico G8 (João Donato) e Tartaruga (João Donato). Capa da edição em LP do álbum 'Donato elétrico', de João Donato Divulgação / Selo Sesc ♪ Eis, na disposição do LP duplo, as dez músicas do álbum Donato elétrico : Disco 1 Lado A 1. Here's JD (6:13) 2. Urbano (5:38) Lado B 1. Frequência de onda (4:59) 2. Espalhado (4:09) 3. Tartaruga (4:42) Disco 2 Lado C 1. Soneca do marreco (3:59) 2. Combustão espontânea (4:41) 3. Resort (4:19) Lado D 9. Xaxado de Hércules (5:52) 10. G8 (5:17)
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Exposição do Museu do Prado faz reflexão sobre papel da mulher na arte espanhola entre 1833 e 1931
Museu faz 'mea-culpa' em primeira exposição após reabertura e reconhece discriminação contra mulheres artistas e misoginia na forma em que foram retratadas historicamente. Mulher observa o quadro "Falenas" de Carlos Verger Fioretti durante a exposição "Convidadas não convidadas. Episódios sobre Mulheres, Ideologia e Artes Visuais na Espanha (1833-1931)" no museu do Prado em Madri Gabriel Bouys/AFP Escrava, bruxa, prostituta ou mãe: a representação da mulher na arte revela uma misoginia histórica que o Museu do Prado de Madri aborda em uma exposição fazendo o 'mea culpa'. Inaugurada no início de outubro e prevista até março, "Convidadas" revela "uma ideologia, uma propaganda de Estado sobre a figura feminina", explica à AFP Carlos Navarro, curador desta exposição, a primeira do museu após o confinamento. Pinturas, esculturas, fotografias ou vídeos entre 1833 e 1931 constituem esta exposição "sobre a mulher, a ideologia e as artes plásticas em Espanha". Tratam-se de alguns "fragmentos" históricos que evidenciam o "pensamento burguês que quer validar o papel que a sociedade atribui às mulheres", continua Navarro. O Prado, uma das maiores galerias de arte do mundo com dois séculos de história, se reconhece como corresponsável por esta misoginia com essa mostra. A instituição reconhece que houve discriminação contra as mulheres artistas, mas também na forma como as mulheres foram representadas nas obras adquiridas pelo Estado e expostas pelo museu na época. Misoginia Este sexismo que as obras pintadas por homens emitem constitui a primeira parte da exposição, onde se descobrem que as mulheres raramente são protagonistas e que costumam ser relegadas a simples decorações ou acessórios em torno do homem. Quando ocupam o primeiro plano, geralmente é contra sua vontade, como no caso de uma boêmia maltratada e excomungada em uma tela de Antonio Fillol Granell de 1914 intitulada "A rebelde". Há também prostitutas com rostos cansados em numerosas pinturas ou outra que suplica à sua madame sob o olhar indiferente de um cliente fumando um cachimbo no fundo de um quarto sórdido ("A besta humana", Antonio Fillol Granell, 1897). Pinturas "Crisálida" e "Inocência" de Pedro Saenz estão na exposição "Convidados não convidados. Episódios sobre Mulheres, Ideologia e Artes Visuais na Espanha (1833-1931)" no museu do Prado em Madri Gabriel Bouys / AFP Ou modelos forçadas a posar nuas, chorando, numa época em que "não havia limites para a idade ou a violência do nu", explica Navarro diante de meninas nuas que desprezam o público ("Crisálida" em 1897 e "Inocência" em 1899 de Pedro Sáenz Sáenz) ou da imagem de uma escrava acorrentada ("Escrava à venda", José Jiménez Aranda, 1897). Algumas obras empregam uma misoginia mais discreta, como "Soberba" (1908) de Baldomero Gili, com uma mulher elegante cujas roupas se confundem com a plumagem de um pavão atrás dela. Camuflada por uma estética elegante, era comum representar mulheres com certos atributos como o pavão, símbolo da vaidade, para encarnar os supostos defeitos do gênero feminino. O visitante também poderá contemplar a cena censurada do filme mudo "Carmen" (1913), quando o rosto da personagem principal se ilumina de paixão quando um homem morde suas costas. Polêmica O Prado recupera também dezenas de obras pintadas por artistas que a história não colocou no lugar que mereciam: muitas naturezas mortas mas poucos retratos, que antes eram reservados a autores do sexo masculino. Segundo o curador, a mostra traça os lapsos de um tempo que professoras como Rosa Bonheur ou María Antonia Bañuelos, por exemplo, não conseguiram apreciar. Subestimada por seus pares, as obras desta última estão todas no exterior agora. Antes mesmo da inauguração, a iniciativa gerou polêmica por críticas de alguns grupos feministas. A mostra também teve que remover uma obra falsamente atribuída a uma mulher quando havia sido pintada por um homem. Visitante está ao lado da pintura "O Primeiro Beijo" de Viniegra y Lasso de la Vega durante a exposição "Convidados Não Convidados. Episódios sobre Mulheres, Ideologia e Artes Visuais na Espanha (1833-1931)" no museu do Prado em Madri Gabriel Bouys/AFP A Rede de Pesquisa em Arte e Feminismo (RAF) denunciou que "a misoginia do século XIX continua a se projetar nas peças dessas artistas a pretexto de sua recriação histórica", enquanto o Observatório Mulheres nas Artes Visuais (MAV) criticou o título do exposição, vendo uma "chance perdida" de lutar contra o machismo. O curador minimiza as críticas como uma "polêmica induzida por historiadores e principalmente por críticos de arte contemporânea que esperavam fazer parte do projeto". VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Artistas na Itália protestam contra fechamento de cinemas e teatros para conter pandemia de Covid-19
País enfrenta 2ª onda de coronavírus e anunciou novas restrições no domingo (25). População se manifesta nas ruas contra medidas. Manifestantes vão às ruas da Itália protestar contra restrições para conter avanço da Covid-19 O mundo da cultura da Itália, desde o grande maestro Riccardo Muti passando pelos cineastas Marco Bellocchio e Nanni Moretti, protestou nesta terça-feira (27) contra as novas restrições de saúde impostas pelo governo para frear o aumento dos casos de coronavírus. O fechamento das salas de cinema e de teatros decidido por decreto desencadeou um movimento de protesto pacífico por parte de atores, diretores, cantores e intelectuais, que pediram publicamente ao chefe de Governo, Giuseppe Conte, e ao ministro da Cultura, Dario Franceschini, que suspendam a medida. Entre os manifestantes estão importantes diretores de cinema: Gianni Amelio, Pupi Avati, Marco Bellocchio, Nanni Moretti, Giuliano Montaldo, Paolo Taviani, Enrico Vanzina, Paolo Virzì. Todos estão preocupados com a crise desatada nesse setor após o primeiro confinamento de março e que corre o risco de se agravar com as novas medidas. Manifestantes protestam neste sábado (24) em Roma, Itália, contra restrições imposta por governos locais contra o coronavírus Mauro Scrobogna/LaPresse via AP "Os novos decretos afetam o setor que mais se adaptou de maneira correta e respeitosa às medidas prescritas pelos protocolos sanitários", alertam em um comunicado. As poucas salas de cinema e de concertos que abriram nas distintas cidades da península, assim como os festivais realizados, implementaram dois lugares livres entre os espectadores, a obrigação de reservar a entrada online e o uso de máscara permanente. "Segundo os últimos estudos, os teatros e as salas de concerto e de cinema estão entre os lugares mais seguros do país. Em virtude disso, não entendemos a lógica com a qual essas atividades foram suspensas", lamentam os signatários. Itália anuncia novas medidas de restrição contra o coronavírus O primeiro-ministro respondeu nesta terça-feira com uma carta na qual manifesta seu respeito e admiração por esse setor, explica que "nunca o considerou supérfluo" e que o critério adotado foi o de "reduzir a socialização e as ocasiões de reunião, com o objetivo de diminuir drasticamente o número de contatos pessoais". VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Veredito em ação de Johnny Depp contra jornal britânico sairá em novembro
Ator processou publicação que o rotulou como 'espancador de esposa'. Amber Heard deu depoimento e confirmou agressões e relacionamento abusivo. Relembre o caso. Johnny Depp e Amber Heard deixam tribunal após depoimentos em 16 de julho de 2020 REUTERS/Hannah McKay O astro de Hollywood Johnny Depp descobrirá no dia 2 de novembro o desfecho de sua ação de difamação contra um jornal britânico que o rotulou de "espancador de esposa", um veredito que pode ter um impacto duradouro em sua carreira. Depp, de 57 anos, processou a News Group Newspapers, que publica o Sun, e um de seus jornalistas, Dan Wootton, por causa de um artigo de 2018 segundo o qual o ator foi violento com sua ex-esposa, a atriz Amber Heard, de 34 anos, e que questionou sua escalação para a franquia de filmes "Animais Fantásticos e Onde Habitam". Tanto Depp quanto Heard depuseram diante do juiz Andrew Nicol durante uma audiência de três semanas na Alta Corte de Londres em julho, expondo suas vidas pessoais tumultuadas e fazendo alegações de abusos domésticos graves, consumo de drogas e casos extraconjugais. RELEMBRE: Johnny Depp acusa ex de defecar em sua cama; Amber Heard diz que fezes eram de cachorros, mas funcionária desmente O casal se conheceu filmando "Diário de um Jornalista Bêbado" em 2011 e se casou em fevereiro de 2015, mas Heard pediu o divórcio 15 meses depois. Depp disse à corte que nunca foi violento com a ex-esposa, que ela estava mentindo e que ela o agrediu em várias ocasiões, acrescentando que perdeu a ponta de um dedo depois que ela o atingiu com uma garrafa de vodca durante uma briga feroz. Heard disse que Depp se transformava em um alter ego egoísta, "o monstro", depois de exagerar no consumo de drogas e álcool. Ele ameaçou matá-la com frequência, disse ela nas audiências, detalhando 14 ocasiões de violência extrema nas quais o ator a sufocou, esmurrou, estapeou, golpeou com a cabeça, estrangulou e chutou. LEIA MAIS: Amber Heard diz que amava Johnny Depp e tinha esperança de que ele abandonaria vício VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Renato Russo e Operação Será: Cantor não tem músicas inéditas, dizem produtores
Em operação, polícia afirmou ter encontrado relatório que indica a existência de canções inéditas. Segundo produtores, material pode ter, na verdade, novas gravações de músicas já conhecidas e remixagens; entenda o caso. Renato Russo e Operação Será: Cantor não tem músicas inéditas, dizem produtores Produtores musicais que trabalharam com a obra de Renato Russo – em vida e após sua morte, em 1996 – negaram que os materiais do artista citados em um relatório encontrado durante uma operação policial, nesta segunda-feira (26), sejam músicas inéditas. A Delegacia de Repressão a Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) divulgou ter apreendido, em um estúdio na Zona Sul do Rio, o documento que menciona supostas obras nunca lançadas pelo vocalista da Legião Urbana. Entenda, abaixo, os principais pontos do caso: Renato Russo em show da Legião Urbana em 1994 Milton Michida/Agência Estado A Operação Será, da Policia Civil do Rio, começou há cerca de um ano, depois de uma denúncia feita pelo filho de Renato, Giuliano Manfredini; Nas buscas desta segunda, os policiais afirmam ter encontrado o documento que cita 30 músicas nunca lançadas oficialmente. Entre elas, segundo os agentes, estão versões de canções da Legião Urbana e algumas que podem ser inéditas; Um dos alvos da investigação é o advogado, escritor e pesquisador Marcelo Fróes, idealizador de álbuns póstumos de Renato; Fróes nega ter se apropriado indevidamente de obras do cantor. Segundo ele, não há músicas nunca divulgadas de Renato, mas sim gravações inéditas de canções já lançadas; Carlos Trilha, produtor dos álbuns solo de Renato, comentou o caso, também afirmando que não existem músicas inéditas. Segundo ele, as obras citadas no relatório podem ser remixagens e letras nunca usadas, que estariam sendo musicadas por outros artistas. Marcelo Fróes, que trabalhou em projetos póstumos de Renato entre 2003 e 2010, conta ter entregue à família do cantor, em 2002, um relatório com o levantamento de materiais musicais achados em uma gravadora e em acervos pessoais. Ao G1, ele diz não existir, nesse documento, qualquer menção a canções de Renato ou da banda ainda desconhecidas pelo público. "Até porque, se existissem, já teriam sido lançadas no passado." "É fundamental que as pessoas entendam a diferença entre música inédita, aquela totalmente nova, que ninguém nunca ouviu, e gravação inédita, que é a música já conhecida, gravada de uma forma diferente", explica. "Se falarmos em gravações de músicas já conhecidas, posso afirmar que existem muito mais do que 30 inéditas. Há muito material guardado, que também tem um altíssimo valor histórico." Fróes afirma que, desde o disco póstumo "Duetos", de 2010, não trabalhou em outros projetos ligados à obra da Legião ou de seu vocalista. Para ele, a operação policial que busca músicas inéditas do cantor é "fruto de uma falha de comunicação". O produtor Carlos Trilha, que trabalhou com Renato ainda em vida, em seus discos solo, não acredita na existência de material novo, que possa dar origem a um novo projeto póstumo do artista. Segundo ele, os áudios citados no relatório achado pela polícia podem ser remixagens ou pedaços de gravações, que não entraram nas versões finais de músicas já lançadas. Trilha acrescenta que podem existir trechos de letras não usadas, tampouco finalizadas pelo cantor. Mas, crítico dos álbuns criados após a morte de Renato, ele acredita que, se ainda estivesse vivo, o líder da Legião desaprovaria o lançamento desses trabalhos. "Lembro de, em uma ocasião, o Marcelo me falar que seria legal dar essas letras para artistas consagrados finalizarem. Eu não acho legal. Alguns desses artistas, o Renato nem gostava." Operação Será Batizada com o nome de uma das composições do artista, a operação da Policia Civil do Rio foi motivada por um registro de ocorrência feito por Giuliano Manfredini, filho de Renato e detentor dos direitos autorais de parte de sua obra. Delegado explica caso envolvendo músicas de Renato Russo Segundo os investigadores, o estúdio onde o relatório foi encontrado prestou serviços para uma gravadora. “O cumprimento do mandado de busca e apreensões foi altamente produtivo e conseguimos provas robustas, que em breve vão ajudar a esclarecer toda a verdade sobre o que estava acontecendo. Tem pelo menos 30 músicas em versões inéditas”, afirmou o delegado Mauricio Demétrio, titular da DRCPIM. “Foi feito um serviço, a pedido de uma gravadora, e há menções de canções e versões de canções inéditas. E a gente tem que confrontar o dono do direito autoral, que é o filho do Renato Russo, para ver se ele tinha conhecimento desse material que está no caixa-forte de uma gravadora”, acrescentou o delegado. Um representante de Manfredini foi procurado, mas não retornou o contato do G1.
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Edi Rock equilibra ‘beats’ de ontem e hoje para reforçar discurso do álbum ‘Origens 2’
Rapper enfatiza a matriz do hip hop na sequência do disco de 2019 ao mesmo tempo em que renova o som ao se conectar com gerações mais jovens. Capa do álbum 'Origens parte 2 – Ontem, hoje e amanhã' Divulgação / Som Livre Resenha de álbum Título: Origens parte 2 – Ontem, hoje e amanhã Artista: Edi Rock Edição: Som Livre Cotação: * * * * ♪ Edi Rock arrisca definições de liberdade nos versos de Origens parte 2, rap produzido por Anderson Franja que abre e batiza o terceiro álbum solo desse artista paulistano revelado e projetado no grupo Racionais MC's. O tema de abertura dá o tom reflexivo do discurso do disco. Sequência de Origens (2019), álbum pautado por misturas rítmicas, Origens parte 2 – Ontem, hoje e amanhã se fundamenta mais no rap – como sinalizaram os singles Vidas negras e Só Deus (com refrão evocativo da atmosfera do gospel na voz de Daniel Querino – e menos nas fusões do rap com outros gêneros musicais, para enfatizar a mensagem. O discurso de Edi Rock geralmente passa longe da originalidade, mas soa necessário e reforça recado que ainda precisa ser escutado pela sociedade brasileira, apodrecida por séculos de racismo e injustiça social. Mesmo em faixa iluminada pelo sol da positividade e produzida pelo trio Dogz, como Um novo amanhã (com Thiaguinho brilhando no canto de alma soul), há o peso do hip hop. Rap formatado por Anderson Franja, produtor de oito das 12 faixas do álbum, Dá um grito traz Big da Godoi no refrão e um beat sombrio que se afina com o cotidiano cinzento da cidade de São Paulo (SP), também assunto de Paranoia – faixa pesada que junta Edi Rock com MC Sombra – e da história narrada na funkeada Tá tendo, faixa produzida por Paulo Ninja. Já Grão de areia bebe da fonte do rap norte-americano e do funk do baixista Bootsy Collins para ressaltar que cada mano é mais um na multidão e na correria da luta cotidiana. De Angola, faixa produzida por CHF que une Edi Rock ao trapper carioca Flacko, acelera mais o ritmo com toque de modernidade, mostrando que o rapper dos Racionais MC's continua em movimento, atento aos sinais do hip hop. A conexão com Guto GT – filho de KL Jay, DJ do Racionais MC's – no R&B romântico Vai chover reafirma a disposição de Edi Rock para se irmanar com gerações mais jovens. DJ Will assina a produção da faixa. Edi Rock e Thiaguinho se juntam em 'Um novo amanhã', uma das melhores faixas do terceiro álbum solo do rapper Leonardo Muniz / Divulgação Além de modernizar o som de Edi Rock sem afastá-lo da matriz do rap, a ligação com jovens manos impede que o artista soe como clone de si mesmo. Faixas como Som de Iemanjá renovam o som do artista, apontando futuro para Edi Rock. Contudo, o álbum Origens parte 2 também valoriza tradições do “velho rap”, assim mencionado nas rimas de Liberdade, faixa produzida por DJ Cia e gravada por Edi com o canto enérgico da rapper Lourena e com o discurso do rapper Morcego. Na faixa, Edi Rock volta a refletir sobre o conceito de liberdade. “Somos um time. Somos um filme. Esse roteiro é nosso”, conclui o rapper no fim do discurso. Vai se diferencia nesse roteiro pela pressão do baticum da faixa produzida por Pedro Penna, autor do rap também assinado por Edi Rock e pelo convidado Jorge Du Peixe. A força dos atabaques potencializa o discurso que capta o momento apocalíptico do mundo. Com produção de Anderson Franja e Sergio Santos, Dinheiro tem pegada aliciante, potencializada pela união de Edi Rock com o rapper carioca MV Bill nesta faixa de batida vintage que nem o discurso – construído com definições-clichês sobre o vil metal – consegue enfraquecer. No arremate do álbum Origens 2, Edi Rock bebe da fonte matricial da África em Heads up com o afrobeat de Meaku, nigeriano residente em Los Angeles (EUA), assim como produtor dessa bilíngue faixa final do álbum, DJ Fredy Muks. Sem esquecer os beats de ontem, Edi Rock também sintoniza os sons de hoje, de olho no amanhã, justificando o subtítulo da alentada sequência do álbum Origens.
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