The Neighbourhood lança disco com novo vocalista fictício: ‘Ele salvou minha vida’, diz Jesse Rutherford
Em entrevista ao G1, cantor fala sobre personagem prateado que interpreta em 'Chip Chrome & the Mono-tones', evolução sonora e recepção dos fãs: 'Todos nós crescemos juntos'. Jesse Rutherford, vocalista do The Neighbourhood, fala sobre novo disco e Chip Chrome Quem acompanha os lançamentos dos singles da banda americana The Neighbourhood nos últimos meses já sabe que o quinteto tem um novo vocalista. O cantor prateado está, inclusive, no nome do disco que o grupo lança nesta sexta-feira (25), "Chip Chrome & the Mono-tones". "O Chip apenas faz o que quer. É confiante. Bom compositor. Não sei, eu realmente curto esse cara", diz em entrevista ao G1 o homem por trás da tinta, Jesse Rutherford. Assista aos melhores momentos da conversa no vídeo acima. "Ele salvou minha vida." Com 29 anos de idade, Rutherford estava cansado de apresentar ao público sempre os mesmo rostos, por mais que o som tenha evoluído com o tempo. "Foi difícil entender por que ainda estamos aqui fazendo o que fazemos depois de todo esse tempo. Nunca tivemos outra música tão grande quanto 'Sweater weather'. 'Daddy issues' está chegando lá, mas tem levado muito tempo", afirma Rutherford. "E eu queria apenas fazer algo que parecesse divertido e que não fosse apenas eu sendo normal. Não sei, não queria mais vender isso. Mostrar para vocês cinco caras brancos em jeans azuis, apenas fazendo qualquer coisa." Jesse Rutherford (no centro), como Chip Chrome, e o resto do the Neighbourhood como os Monotones Divulgação Por isso, criou a nova persona. Chip Chrome, como ele é chamado, surgiu há cerca de três anos, mas o desenvolvimento maior aconteceu nos últimos 12 meses. Tanto que já tinha assumido o controle das redes sociais do cantor no final de 2019, pouco antes dos meses o perfil nos quais o perfil ficou inativo. Através de Chip, Rutherford espera separar um pouco sua própria identidade das expectativas criadas pelo público. A vontade é tanta que ele mesmo cuida da própria maquiagem. "Eu queria poder controlar a narrativa um pouco mais. Quando você está na internet e é uma pessoa popular, famosa, como eu, e as pessoas já sabem algo sobre mim, ou pensam que sabem, eu dei uma parte de mim", afirma o cantor. "Sempre estive vulnerável na música e tudo mais, mas depois de um ponto no tempo eu senti que estava apenas aceitando as opiniões de todo mundo sobre quem eu era." Perdido no espelho Com a figura cromada à frente dos clipes dos cinco singles lançados – "Lost in translation", o mais recente, foi publicado no YouTube nesta quinta-feira (24) –, o vocalista não esconde a inspiração em Ziggy Stardust, o alter ego vivido por David Bowie nos anos 1970. Além dele, assim como aconteceu os discos do britânicos, o resto da banda também assume novas identidades, os "Mono-tones" do título do álbum. Mas, ao contrário do extraterrestre andrógeno criado por Bowie, Chip não tem um passado tão definido. "No fim do dia, eu queria que interpretassem o Chip da sua própria forma. Então se você quer vê-lo como um alienígena de Marte, tudo bem. É isso que ele é. Mas ele é uma arte de espelho. Chip é um espelho para o que você é e sente." Jesse Rutherford como Chip Chrome Divulgação Estátua que cai O quarto disco de estúdio da banda marca a evolução sonora do quinteto, conhecido por transitar entre gêneros como rock alternativo, pop, rap e R&B. Dessa vez, Rutherford, que costuma escrever a maior parte das letras e melodias, ainda se aventurou para os lados do country, inspirados por nomes como Dolly Parton, Johnny Cash e Kacey Musgraves. Para ele, as transformações são aceitas pela maioria do público, que amadureceu com o grupo, mas ainda encontra resistência. "Os fãs ficaram conosco e cresceram com a gente com o tempo. Acumulamos alguns novos – e provavelmente perdemos alguns pelo caminho também, por causa dos ajustes e das mudanças",conta o vocalista. "Mas essa é minha parte favorita desta banda. Poder ser um exemplo de mudança." E como camarão que dorme a onda leva, a ideia é manter o Neighbourhood em constante evolução. Talvez por isso, ele promete que seu alter ego brilhoso, apesar de um "astro do rock", não terá vida muito longa. "O Chip é como uma estátua – e estátuas devem cair." The Neighbourhood durante show no Lollapalooza 2018, em São Paulo Marcelo Brandt/G1
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MTV Miaw 2020; FOTOS
Premiação aconteceu na noite desta quinta-feira (24) e teve Manu Gavassi, Anitta e Pabllo Vittar entre vencedores. Glória Groove se apresenta no MTV Miaw 2020 Cleiby Trevisan/Divulgação Djonga se apresenta no MTV Miaw 2020 Cleiby Trevisan/Divulgação Bruna Marquezine se transformou em Britney Spears no palco do MTV Miaw 2020 Divulgação Bruna Marquezine e Manu Gavassi comanda o MTV Miaw 2020 Divulgação Luan Santana com Agnes Nunes no MTV Miaw 2020 Cleiby Trevisan/Divulgação Bruna Marquezine e Manu Gavassi no MTV Miaw 2020 Cleiby Trevisan/Divulgação Vitão e Luisa Sonza se apresentam no MTV Miaw 2020 Cleiby Trevisan/Divulgação Pabllo Vittar recebe prêmio no MTV Miaw 2020 Cleiby Trevisan/Divulgação Anitta faz apresentação direto de Salvador para o MTV Miaw 2020 Divulgação Lady Gaga é uma das premiadas do MTV Miaw 2020 Divulgação
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Selena Gomez mostra cicatriz de transplante de rim pela primeira vez: ‘Me sinto confiante’
Cantora contou em post no Instagram que tentava esconder a marca na pele após a cirurgia, mas que agora se sente orgulhosa. Selena Gomez mostra cicatriz de transplante de rim pela primeira vez: 'Me sinto confiante' Reprodução/Instagram Selena Gomez usou as redes sociais para falar e mostrar pela primeira vez sua cicatriz após transplante de rim. Em 2017, a cantora foi submetida a uma cirurgia para tratar lúpus, doença que revelou ter em 2015. "Quando fiz meu transplante de rim, lembro de ter sido muito difícil no início mostrar a minha cicatriz. Eu não queria que ela aparecesse nas fotos, então eu usava coisas que pudessem cobri-la. Agora, mais do que nunca, eu me sinto confiante em quem sou e do que passei… e estou orgulhosa disso", escreveu Selena. Na foto, a cantora mostra a cicatriz ao posar com um maiô azul na beira da piscina. Ela ainda agradeceu a marca da peça de banho pela campanha. "Parabéns pelo que você está fazendo pelas mulheres, lançando a campanha com a mensagem de que todos os corpos são lindos". Initial plugin text
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Emicida e Ivete Sangalo emanam boas vibrações em single sem pegada
Feita em tons pastéis, a primeira gravação conjunta dos artistas, 'Trevo, figuinha e suor na camisa', resulta sem emoção real. Capa do single 'Trevo, figuinha e suor na camisa', de Emicida & Ivete Sangalo Divulgação Resenha de single Título: Trevo, figuinha e suor na camisa Intérpretes: Emicida & Ivete Sangalo Compositores: Nave e Emicida Gravadora: Laboratório Fantasma Cotação: * * 1/2 ♪ Articulada por empresa de cosméticos para ser a trilha sonora de projeto institucional intitulado Sonhos, a primeira conexão entre Emicida e Ivete Sangalo resulta sem a pegada do rapper paulistano e sem a vibração da cantora baiana. Em que pesem as boas intenções de Trevo, figuinha e suor na camisa, faltou liga e faltou real conexão (e emoção) entre os artistas no inédito single apresentado nesta sexta-feira, 25 de setembro, em edição da gravadora de Emicida, Laboratório Fantasma. Sobre o arranjo de base orquestrado por Nave com programações, samples e baixo, o rapper dá voz a uma letra em que emana positividade, propagando o valor dos sonhos que atravessam gerações em discurso recorrente na obra do artista e coerente com a ideologia pacifista do cancioneiro de Emicida. A voz de Ivete entra no refrão, sem o habitual calor e sem contagiar ou emocionar. O arranjo de metais criado pelo trompetista Henrique Manchuria – responsável também pelo toque do flugelhorn – é o sopro de frescor na gravação feita em tons pastéis e promovida com clipe de animação. Dirigido por Felipe Macedo e Cadu Macedo, o clipe está sendo posto em rotação em sintonia com a edição do single Trevo, figuinha e suor na camisa. As boas vibrações da gravação se revelam insuficientes para fisgar o ouvinte e justificar a expectativa gerada pela primeira união musical de Emicida com Ivete Sangalo.
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Demi Lovato e Max Ehrich se separam dois meses após anúncio de noivado, diz revista
'Foi uma decisão difícil', informou uma fonte da People. Demi Lovato anuncia noivado com Max Ehrich: 'Nunca me senti tão amada em toda minha vida' Reprodução/Instagram Demi Lovato e Max Ehrich não estão mais juntos, segundo a revista People. De acordo com a publicação, o casal se separou dois meses após anunciar o noivado. "Foi uma decisão difícil, mas Demi e Max decidiram seguir seus caminhos separados para focar em suas respectivas carreiras. Eles têm respeito e amor um pelo outro e vão guardar para sempre o tempo que passaram juntos", informou uma fonte da revista. O casal havia anunciado o noivado no mês de julho. Nas redes sociais, a cantora e o ator publicaram fotos em que aparecem juntos na praia e trocaram declarações. "Nunca me senti tão amada em toda minha vida", escreveu Demi em seu texto. "Você é todas as canções de amor, todos os filmes, todas as letras, todos os poemas, tudo o que sempre sonhei e ainda mais em uma parceira para a vida", retribuiu Max. Nas redes sociais, Demi e Max seguem sem comentar a separação. Demi Lovato pode ter consumido a mesma droga que matou Prince
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Chitãozinho & Xororó sintetizam 50 anos de carreira nas cinco gravações do EP ‘Tempo de romance’
Capa do EP 'Tempo de romance', de Chitãozinho & Xororó Divulgação Resenha de EP Título: Tempo de romance Artistas: Chitãozinho & Xororó Gravadora: Onda Musical Cotação: * * * ♪ Em cena desde 1970, Chitãozinho & Xororó pretendiam comemorar os 50 anos de carreira ao longo de 2020. A pandemia atrapalhou os planos da dupla paranaense formada pelos irmãos José Lima Sobrinho (o Chitãozinho) e Durval Lima (o Xororó), nascidos em Astorga (PR) – em 1954 e em 1957, respectivamente – e residentes em Campinas (SP) desde a década de 1980. Haveria turnê pelo Brasil com show inédito e também haveria livro, entre outros produtos e eventos comemorativos. Na prática, somente o EP Tempo de romance – lançado nesta sexta-feira, 25 de setembro – acabou sendo concretizado no rastro de algumas lives da dupla. Ainda assim, as cinco gravações do disco sintetizam os caminhos percorridos por Chitãozinho & Xororó nestas cinco décadas em trajetória atrelada às mudanças da música sertaneja. Iniciado no alvorecer da década de 1970, o paulatino processo de urbanização do som sertanejo passa necessariamente pelas vozes desses irmãos que logo aderiram à eletrificação do gênero. Na configuração do repertório do EP Tempo de romance, a gravação da música Eu voltei pro mato (Elias Mafra, Gabriel Rocha, Leandro Visacre, Lucas Carvalho, Luigi, Willian Dos Santos e Xororó) simboliza a evocação das raízes caipiras pelo toque da viola manuseada por Xororó. Já Nosso terceiro cachorro (Xororó, Hudson Cadorini, Cristian Luz, Alex Torricelli e Vitor Cadorini) – faixa que anunciou o EP ao ser apresentada em maio – representa a balada sentimental turbinada com teclados, guitarra, baixo e bateria dentro do padrão pop do mercado de música urbana romântica. A propósito, a balada Corações rebeldes (Jairinho Delgado) bate no EP com direito a solo de guitarra de Fernando Zor, um dos arranjadores do disco ao lado de Claudio Paladini e Gabriel Pascoal. Chamariz do EP Tempo de romance, por ser a única gravação inteiramente inédita do disco, a abordagem da balada Imagina (José Augusto e Bruno Caliman, 2014) rebobina o flerta da dupla com a música country norte-americana, evidenciado sobretudo nos anos 1990, década em que, contratados por gravadora multinacional em 1989, Chitãozinho & Xororó invadiram centros urbanos até então refratários à música sertaneja, como a cidade do Rio de Janeiro (RJ). Dessa época em que os irmãos eram “os meninos do Brasil”, a dupla revira Página virada (José Augusto e Paulo Sérgio Valle, 1989) com a dupla Jorge & Mateus – vozes do sertanejo universitário dos anos 2000 – nesse EP que indica que, por mais que a música sertaneja tenha sofrido mutações e gerados outros ídolos, o tempo de Chitãozinho & Xororó ainda não passou totalmente.
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Felipe Neto agradece aos pais após entrar na lista de 100 mais influentes do mundo da ‘Time’
'Eles poderiam ter me forçado desistir da luta por medo. Mas o que eles me deram foi força', comentou o influenciador digital após publicação da edição 2020 de lista da revista. Felipe Neto GloboNews/ Reprodução Felipe Neto usou as redes sociais para comentar a inclusão de seu nome na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2020 elaborada pela revista "Time". O influenciador digital aparece na categoria "Ícones" e a publicação destaca os mais de 51 milhões de seguidores nas redes sociais de Neto – 39 milhões no YouTube e 12 milhões no Twitter. O texto de apresentação, assinado pelo deputado federal David Miranda, conta que o influenciador, de origem humilde, começou há uma década criando conteúdo para YouTube e "rapidamente encontrou fama, um público jovem enorme e leal e patrocínios lucrativos". Após divulgação da lista, Felipe fez uma série de publicações no Twitter para comentar a conquista e, em um deles, agradeceu o apoio dos pais e da namorada. "Eu não estaria nessa lista se não fosse minha mãe, a Bruna e meu pai." "Eles poderiam ter me forçado a parar, a desistir da luta, por medo. Eles correm risco junto comigo sem fazerem nada de 'errado', mas o que eles me deram foi força." Initial plugin text Além de fazer os agradecimentos, Felipe contou que quando sua assessoria o comunicou sobre o ingresso na lista, não acreditou na informação. "Eu falei pra ela: 'checa se isso não é trote, pode ser pegadinha de alguém'. A gente finge costume, mas por dentro a gente tá tipo 'que que eu tô fazendo aqui?'." "Parece que a qualquer momento eu vou acordar num puta susto e vou estar no Engenho Novo ainda, no minúsculo quarto que dividia com meu irmão… Vou olhar pro teto e pensar: 'aff, que merda, acordei'", seguiu o influenciador. Ele também citou a inclusão do nome do presidente Jair Bolsonaro na lista. Na categoria "Líderes", o perfil de Bolsonaro informa números negativos de seu mandato, como os 137 mil mortos pelo coronavírus no Brasil, a "pior recessão em 40 anos" e os "mais de 29 mil incêndios na floresta amazônica apenas em agosto", mas também o apoio de 37% dos brasileiros. Initial plugin text "A lista da TIME100 mostra aqueles considerados os mais influentes do mundo, independente da influência ter sido positiva ou negativa. Sim, Jair Bolsonaro é o outro brasileiro na lista, mas o texto sobre ele fala por si só. Sugiro que leiam." Initial plugin text Revista 'Time' coloca Bolsonaro e Felipe Neto entre os 100 mais influentes do mundo VÍDEOS: Felipe Neto está na lista dos mais influentes da Time junto com Bolsonaro
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Gerson King Combo, um rei que teve orgulho de ser negro
Cantor do hino 'Mandamentos black' deixa legado que transcende a música por ter elevado a autoestima da juventude brasileira que curtia o soul e o funk dos anos 1970. Gerson King Combo na capa de álbum antológico de 1977 Reprodução ♪ OBITUÁRIO – Para dimensionar corretamente a grande importância de Gerson King Combo na música brasileira, é preciso relacionar o aparecimento do artista ao inflamado momento social e político dos Estados Unidos na segunda metade da década de 1960. Naquela época, a luta contra o racismo ganhou as ruas dos EUA e gerou movimento pautado pelo orgulho negro em que a trilha sonora era o soul e o funk. É nesse contexto que o cantor norte-americano James Brown (1933 – 2006) virou espécie de líder musical do movimento. A voz e o funk de Brown ecoaram nos corações e mentes de jovens do mundo todo. No Brasil, Gerson Rodrigues Côrtes (28 de novembro de 1943 – 22 de setembro de 2020) era um jovem carioca de 20 e poucos anos que, como muitos brasileiros da mesma geração, fez a cabeça ao som de Brown. Mal sabia esse jovem que, nos anos 1970, ele seria um dos reis do movimento Black Rio, um tradutor da ideologia de Brown para a linguagem da música do Brasil. Gerson chegou a conviver brevemente com o universo da Jovem Guarda por ser irmão de Getúlio Côrtes, autor de Negro gato (1965), hit black do movimento pop, mas encontrou a própria turma por volta de 1969. Nesse ano, a música brasileira entrava em ebulição com a efervescência soul e funk que propiciou o aparecimento de ídolos negros como Tim Maia (1942 – 1998) a partir de 1970. Gerson surgiu nessa fervilhante cena black brasileira em que também estavam o pianista Dom Salvador, o compositor Cassiano (gênio do grupo Os Diagonais), Tony Tornado e o músico e maestro Erlon Chaves (1933 – 1974), de cuja banda Gerson chegou a fazer parte. Anos depois, ele viraria Gerson King Combo em referência à banda norte-americana King Curtis Combo, do saxofonista norte-americano de soul King Curtis (1934 – 2018). A morte de Gerson King Combo – na noite de terça-feira, 22 de setembro, aos 76 anos, na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ), em decorrência de infecção generalizada e complicações de diabetes – cala uma voz que se levantou para bradar, em alto e bom som, nos anos 1970 que, sim, vidas negras importam. E que black is beautiful e que a música negra importa, até porque ela é a base da música do mundo. Combo foi um rei do subúrbio carioca. Encarnou como toda a propriedade o “James Brown brasileiro” aos olhos e ouvidos de uma juventude carioca que, enfim, encontrava a própria identidade negra na vida e na música, dançando e suando ao som black dos bailes da pesada. Gerson King Combo deixa obra influenciada pela música do cantor norte-americano James Brown Divulgação King Combo foi rei numa dinastia pautada pela coletividade. Tanto que o primeiro álbum do artista, Brazilian soul, foi lançado em 1970 e saiu creditado a Gerson Combo e a Turma do Soul. Nesse disco, o cantor imprimiu a alma do soul e do funk em sambas e em músicas nordestinas, em seleção de sucessos alheios, no embalo da explosão de Tim Maia. Combo conquistaria a realeza a partir de 1977, com o álbum intitulado Gerson King Combo. Pela primeira vez com o “King” no nome artístico, o cantor ascendeu com disco de funk e soul gravado com a banda União Black e lançado em 1977 com o hino Mandamentos black (Gerson King Combo, Pedrinho da Luz e Augusto Cesar) no repertório autoral. Havia toda uma ideologia de paz, amor e orgulho negro nos versos imperativos da letra dessa composição (“Dançar como dança um black!” / “Amar como ama um black!” / “Andar como anda um black!”) que bastaria essa música para eternizar o nome de Gerson King Combo na música brasileira. Mas o artista ainda fez um segundo álbum – Gerson King Combo volume II, lançado em 1978 e mais influenciado pela disco music sem perda da pegada funk – antes de ser dispensado pelo mercado fonográfico porque as vendas dos dois discos foram desanimadoras para a indústria. Mergulhado no ostracismo ao longo da década de 1980, Combo voltou à música em 1998 e lançou em 2001 um álbum, Mensageiro da paz, pautado pela nostalgia da modernidade dos anos 1970. Em novembro de 2013, mês em que fez 70 anos, o artista fez no Teatro Rival, no Rio de Janeiro (RJ), o registro audiovisual de show apresentado com a banda Supergroove. Essa gravação ao vivo ainda permanece inédita, embora já tenha gerado alguns singles lançados tardiamente em 2019. Voz pioneira do funk e do soul brasileiros que emergiram nessa década amalgamados com o samba, Gerson King Combo deixa legado que extrapola a música em si por ter propagado um mandamento black que ainda ecoa no Brasil de 2020, espalhando uma mensagem de paz e orgulho negro. O orgulho que ele reverberou na vida e na música – com o poder do funk e a alma do soul – enquanto foi um rei ativista do movimento black brasileiro.
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The Weeknd e Megan Thee Stallion estão em lista de 100 mais influentes do mundo pela ‘Time’
Rapper aparece na categoria 'Pioneiros', enquanto o cantor é destaque em 'Artistas'. J Balvin, Selena Gomez e Halsey também aparecem em lista divulgada pela revista em 2020. Megan Thee Stallion Reprodução/Instagram Megan Thee Stallion, The Weeknd, J Balvin, Selena Gomez e Halsey são algumas das estrelas da música que entraram para a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2020 elaborada pela revista "Time". Megan Thee Stallion aparece na categoria "Pioneiros" e teve seu perfil escrito por Taraji P. Henson. A atriz descreveu a rapper como "profunda e de espírito livre". Já o perfil de The Weeknd, que é destaque na categoria "Artistas", foi escrito por Elton John, que finalizou o texto sobre o artista dizendo: "Como Prince, ele marcha em seu próprio ritmo. Essa é uma maneira exemplar de como ser um artista." J Balvin, Selena Gomez e Halsey também aparecem na categoria "Artistas". Selena teve seu perfil escrito pela atriz America Ferrera. Já Balvin, foi descrito pela cantora Camila Cabello. E Halsey teve seu texto feito pela banda BTS. A lista de artistas ainda inclui Ali Wong, Michael B. Jordan, Jojo Siwa, Yo-Yo Ma, Jennifer Hudson, Phoebe Waller-Bridge, Dapper Dan, Anaïs Mitchell, Michaela Coel, Bong Joon Ho, Lastesis, Julie Mehretu e Ayushmann Khurrana. Outro artista que se destacou na lista da revista deste ano foi o ator Billy Porter. Ele apareceu na categoria "Ícones", assim como o influenciador digital Felipe Neto. Revista 'Time' coloca Bolsonaro e Felipe Neto entre os 100 mais influentes do mundo
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Juliette Gréco, ícone da música francesa, morre aos 93 anos
Em carreira de mais de 50 anos, ela ficou conhecida por interpretar obras de Serge Gainsbourg, Jackque Prévert e Léo Ferré. Ela tinha parado de cantar em 2016 quando sofreu um AVC. Juliette Greco se apresenta em Paris, em 2013 AFP PHOTO/THOMAS SAMSON Juliette Gréco, ícone da música francesa e famosa por ter interpretado músicas de Léo Ferré, Jacques Prévert e Serge Gainsbourg, faleceu nesta quarta-feira aos 93 anos, anunciou sua família à AFP. "Juliette Gréco faleceu nesta quarta-feira, 23 de setembro de 2020, cercada por sua família em sua amada casa em Ramatuelle (sudeste da França). Sua vida foi extraordinária", disse a família em nota enviada à AFP. Sua carreira, repletada de sucessos, se estendeu por meio século, até 2016, quando sofreu um Acidente Cardiovascular (AVC). Até este ano, em que também perdeu sua filha única, Laurence-Marie, Greco "continuou iluminando a música francesa", disse o comunicado da família. "Sinto muita falta. Minha razão de ser é cantar! Cantar é o máximo, você usa o corpo, o instinto, a mente", disse a cantora em uma entrevista publicada em julho.
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