Now United apresenta nova integrante: a libanesa Nour Ardakani
Cantora de 18 anos se torna 16ª integrante do grupo de pop. Jovens de 17 a 23 anos, de vários países do mundo, fazem sucesso entre adolescentes e têm ex-empresário das Spice Girls. Libanesa Nour Ardakani comemora escolha para o grupo Now United Reprodução/Now United O grupo de pop Now United, formado por adolescentes e jovens de vários países do mundo, anunciou uma nova integrante: a libanesa Nour Ardakani, de 18 anos. Mundinho Now United: a receita de pop global que pegou no Brasil A cantora e dançarina foi escolhida pelo empresário da banda, Simon Fuller, por meio de audições virtuais. Ardakani se torna, assim, a 16ª integrante do grupo de pop global, com membros de várias regiões do mundo – inclusive do Brasil. O primeiro encontro entre a cantora e os novos colegas acontecerá no final desta semana em Dubai, para já gravar a nova música do grupo. Now United Divulgação "Estou muito grata por esta oportunidade, para fazer o que eu amo e representar o país que eu amo. Cantar e dançar são minhas paixões e ter a chance de fazer isso com tantos talentos de diferentes países e culturas é um sonho realizado para mim", declarou Ardakani. Fuller exaltou a "emoção e o calor" da cantora e disse que ficou mais impressionado por sua personalidade. "Ela é calma e confiante, com maturidade e inteligência muito à frente de sua idade", disse. Simon Fuller explica sucesso Simon Fuller acompanhado pelas integrantes das Spice Girls Reprodução/Instagram do grupo O grupo foi criado por Simon Fuller, ex-empresário das Spice Girls e criador do "American Idol". Aos 60 anos, Fuller tem poder de decisão quando o assunto é o grupo de pop global mais amado por brasileiros e brasileiras em idade escolar. O grupo tem mais fã por aqui do que em qualquer outro lugar do mundo, considerando dados do YouTube e do Spotify. Segundo ele, o mercado brasileiro sempre foi prioridade. Um dos principais contratos de patrocínio do grupo previa grande investimento no Brasil, o que ajudou nessa escolha. Você já deve ter visto um desodorante com a marca do Now United por aí. Os 5 passinhos de Kyle Hanagami no Now United O carisma de Any Gabrielly, a integrante brasileira do grupo, e a turnê no Brasil também teriam dado uma mãozinha para fazer o público daqui crescer tanto nos últimos meses. Simon também garantiu que o Now United fará uma turnê brasileira maior em 2021. Embora tenha Any na formação, não há outros profissionais brasileiros da música no projeto. Há algum interesse neles? "Estou muito interessado em trabalhar com compositores e produtores do Brasil. O nível de talento no Brasil é surpreendente", responde ele. Now United Divulgação
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Pamela Hutchinson, do grupo The Emotions, morre aos 61 anos
Segundo comunicado publicado no Facebook da banda, a cantora morreu na sexta-feira (18). Pamela Hutchinson, do grupo The Emotions, morre aos 61 anos Reprodução/Instagram Pamela Hutchinson, membro do grupo The Emotions, morreu aos 61 anos. Ela era a integrante mais nova da banda de R&B vencedora de Grammy e interpretava "Best of my love", um dos maiores hits do grupo. Segundo comunicado publicado no Facebook da banda, Pamela morreu na sexta-feira (18). "Estamos tristes em anunciar a morte de nossa irmã Pamela Rose Hutchinson. Pam sucumbiu a problemas de saúde que vinha lutando há muitos anos. Agora nossa linda irmã cantará entre os anjos no céu em perfeita paz." A banda originalmente gospel surgiu na década de 1960, em Chicago, e assinou contrato com uma gravadora de R&B após atingir sucesso local. Em 2006, a banda fez uma participação na canção "Life", do rapper Snoop Dogg. Initial plugin text Pamela, Wanda e Sheila posam para a capa do single "Life" Divulgação/Facebook VÍDEOS: personalidades que morreram em 2020
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Cantor Naldo Benny diz que testou positivo para Covid-19
Nas redes sociais, o cantor tranquilizou os fãs e disse que está bem. Naldo Benny Divulgação O cantor Naldo Benny divulgou nas redes sociais, na tarde desta quinta-feira (17), que testou positivo para Covid-19. Ele tranquilizou os fãs e afirmou que está bem e sem sintomas. Em um vídeo divulgado na conta dele no Instagram, ele disse que foi para São Paulo para a gravação de um programa e realizou um teste. “Vim fazer o exame de coronavírus. Deu aquele positivo pra mim numa maneira leve, IGM parece, se não me engano", afirmou o cantor. Naldo disse que em breve vai fazer outro exame, dessa vez o RT-PCR, para confirmar a contaminação. O cantor informou que a filha e a esposa também fizeram o teste e os resultados deram negativo. “Tô benzão, tô sentindo nada, absolutamente nada, tô 100% tranquilo”, compartilhou o cantor. Vídeos: mais assistidos do G1 nos últimos 7 dias
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Claudya inventaria glórias e lamentos em depoimento para livro memorialista
Em evidência nos anos 1970 e 1980, cantora lembra confusão com Elis Regina e a consagração no musical 'Evita'. Claudya em imagem da capa do livro 'O que não me canso de lembrar' Thais Mesquita Resenha de livro da série A música de – História pública da música do Brasil Título: Claudya – O que não me canso de lembrar Autor: Claudya Pesquisa e edição: Daniel Saraiva e Ricardo Santhiago Editora: Edição independente dos autores Cotação: * * ♪ “Minha carreira foi assim: um corte aqui, um corte ali, um corte lá. Fui cortada de todas as formas e só sobrevivi por causa da minha teimosia. (…) Gosto de ser livre para cantar aquilo que tenho vontade. A música, para mim, é mais importante do que qualquer movimento”. Exposta na página 72 do livro Claudya – O que não me canso de lembrar, título inaugural da série memorialista A música de – História pública da música do Brasil, essa visão de Claudya dá a pista e o tom da sucinta autobiografia dessa cantora e compositora nascida Maria das Graças Rallo em 10 de maio de 1948 no Rio de Janeiro (RJ), cidade onde viveu até os nove anos, antes de ir morar com a família em Juiz de Fora (MG). Neste livro-depoimento, escrito na primeira pessoa e formatado com pesquisa e edição de Daniel Saraiva e Ricardo Santhiago, Claudya inventaria glórias e lamentos. Para quem não liga o nome ao som, Claudya – que assinava Cláudia nos discos até meados da década de 1980 – é grande cantora revelada nos anos 1960. Dona de voz extremamente afinada e valorizada pela sagaz musicalidade da artista, a artista viveu um primeiro momento de auge artístico de 1971 a 1973, período em que lançou três bons álbuns pela gravadora Odeon, com destaque para o terceiro Deixa eu dizer (1973), disco do qual Marcelo D2 sampleou a faixa-título na gravação da música Desabafo (2008), ação que fez Claudya ser descoberta por público jovem. Contudo, o instante de maior consagração de Claudya aconteceu no teatro, como protagonista do musical Evita (1983). A intérprete – que já substituíra Nara Leão (1942 – 1989) há 16 anos no elenco da peça Liberdade, liberdade (1967), dividindo o palco com o ator Paulo Autran – foi escolhida para dar voz e corpo à líder política argentina Eva Perón (1919 – 1952). O musical se tornou um dos maiores sucessos do teatro brasileiro dos anos 1980 sem que esse êxito tenha alavancado a carreira fonográfica de Claudya, desde então desenvolvida em selos de menor porte e alcance. A ponto de álbum gravado pela cantora em 1989 sequer ter sido lançado comercialmente. “Considero que isso é uma espécie de boicote a artistas da minha categoria – e a minha carreira foi pontuada por esse tipo de boicote”, acusa a artista na página 86 do livro, em outro exemplo de que como o depoimento de Claudya oscila entre o orgulho dos feitos e a queixa dos boicotes que a teriam prejudicado. Capa do livro 'Claudya – O que não me canso de lembrar' Reprodução De todo modo, Claudya de fato foi vítima em 1966 do veneno do jornalista, compositor e diretor de shows Ronaldo Bôscoli (1927 – 1994). Em dupla com Miele (1938 – 2015), Bôscoli assinou a direção do show Claudia – Não se aprende na escola (1966). Só que espalhou a fake news de que o show se chamaria Quem tem medo de Elis Regina? para alfinetar Elis Regina (1945 – 1982) e forjar rivalidade de Claudya – até então inexistente, de acordo com a artista– com a cantora gaúcha, então uma das maiores sensações da música brasileira. Como Claudia lembra no livro, Elis teria se contaminado com o veneno de Bôscoli e a humilhado ao convidar a suposta rival para o programa de TV O fino da bossa, comandado por Elis. A rigor, o livro Claudya – O que não me canso de lembrar oferece a visão de apenas um lado da história. Entremeado com depoimentos de vários nomes sobre a cantora e incrementado com a reprodução de fotos e da discografia completa da artista, de 1965 (ano do primeiro single) até 2019, o livro tem como função básica justamente perpetuar a memória de Claudya a respeito da própria trajetória. Uma carreira de altos e baixos, com mais baixos do que altos, como a artista reconhece ao fim desse inventário superficial que expõe os sentimentos de Claudya a respeito da música, do mundo e da vida.
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Maria Bethânia está em estúdio e grava álbum que inclui música de Adriana Calcanhotto
♪ Maria Bethânia está no estúdio da gravadora Biscoito Fino, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), para gravar álbum. O repertório inclui músicas como A flor encarnada, composição inédita de Adriana Calcanhotto apresentada pela artista baiana no show Claros breus (2019). A canção de Calcanhotto é uma das faixas que já começaram a ser feitas. A gravação ainda está no início. Bethânia entrou em estúdio na primeira quinzena deste mês de setembro de 2020. Como o disco seria em tese calcado no roteiro do show Claros breus, é provável que o repertório do álbum também inclua músicas inéditas como Águia nordestina (Chico César), Luminosidade (Chico César) e Música, músicas (Roque Ferreira), além da antiga Bar da noite (Bidu Reis e Haroldo Barbosa, 1953).
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‘O Fórum’, documentário com bastidores do Fórum Econômico Mundial, estreia no Globoplay
Pela primeira vez em 50 anos, cineasta teve acesso aos bastidores do evento. Cena do documentário 'O Fórum', com o professor Klaus Schwab e Angela Merkel Divulgação/Globoplay O documentário alemão "O Fórum", do diretor Marcus Vetter, estreou no Globoplay nesta quinta-feira (17). Disponível para assinantes da plataforma, o filme tem imagens, diálogos e discursos dos bastidores do Fórum Econômico Mundial de Davos. É a primeira vez em 50 anos que um cineasta teve acesso aos bastidores do evento, com imagens inéditas captadas durante dois anos. 'O Fórum', documentário com bastidores do Fórum Econômico Mundial, ganha trailer O documentário acompanha interações entre convidados como: o presidente norte-americano, Donald Trump; a primeira-ministra britânica, Theresa May; o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro; a diretora do Greepeace, Jennifer Morgan; a ambientalista adolescente Greta Thunberg, que ficou conhecida mundialmente por seu ativismo; dentre outros. O filme tem ainda uma entrevista especial com o Professor Klaus Schwab – fundador do Fórum Europeu de Gestão, em 1971, que teve seu nome mudado para o atual em 1987.
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Músicas para descobrir em casa – ‘Vi, voou’ (Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, 2010) com Carlinhos Brown
Capa de 'Diminuto', álbum de Carlinhos Brown Arte de Gualter Pupo e Arterial ♪ MÚSICAS PARA DESCOBRIR EM CASA – Vi, voou (Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, 2010) com Carlinhos Brown ♪ Embora associado primordialmente ao eletrizante baticum carnavalizante da Bahia, o soteropolitano Antônio Carlos Santos de Freitas – Carlinhos Brown, para o Brasil – construiu obra pautada por miscigenação que extrapola rótulos e fronteiras musicais. A música Vi, voou é exemplo da diversidade do cancioneiro autoral do timbaleiro tribalista. Trata-se de poética toada ruralista composta pelo artista com letra de Arnaldo Antunes e apresentada pelo cantor baiano na gravação que fechou o álbum Diminuto, um dos dois discos com músicas inéditas lançados simultaneamente por Brown em outubro de 2010. Álbum produzido pelo próprio Brown com colaborações de Alê Siqueira, Beto Villares e Liminha, Diminuto foi idealizado com a intenção de conectar o cantor a um repertório pautado mais pela delicadeza melódica do que pela efervescência rítmica. A curiosidade é que Vi, voou concilia suavidade e ebulição. Com evocação da música moura, a canção se embrenha na musicalidade do sertão nordestino no tom do arranjo criado por Brown (voz, guitarra, flauta pífano, lata, congas e triângulo) com contribuições dos três músicos – Gerson Silva (violão), Marcelo Jeneci (acordeom e piano de armário) e Ronaldo Borges (baixo) – arregimentados para gravação. De início, a canção Vi, voou segue a toada do lirismo romântico com melodia suave. Até que a gravação embola no ritmo frenético dos repentes, para retomar no fim a serenidade poética do início. A música Vi, voou nunca foi regravada, nem mesmo por Arnaldo Antunes, parceiro letrista de Brown na composição. Mas é boa amostra de que Carlinhos Brown sempre soube ir muito além do trio elétrico. ♪ Ficha técnica da Música para descobrir em casa 26 : Título: Vi, voou Compositores: Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes Intérprete original: Carlinhos Brown Álbum da gravação original: Diminuto Ano da gravação original: 2010 Regravações que merecem menções: A música Vi, voou nunca foi regravada. ♪ Eis a letra da música Vi, voou : “Quero alma nas carniças E tempero no amor Quero árvores de asas nas gerais Do deserto quero flor Solte ela, seu polícia! Cure ela, seu doutor! Ela é a namorada do luar Que é o nosso cobertor Vi, voou Vi, voou Vi, voou Que bom, voou Inocente, quero quente Do cabelo, quero pente Pra viagem, um pente fino Pro fino, quero um caroço Pro caroço, uma semente Pra semente, chão aguado Pro adubo, um arado Pro arado, plantação Pra colheita, disposição Pra na mesa ter fartura Pra nunca nada faltar Pra presença na escola Pra dentro do coração Para quando amar você Não pensar sofreguidão Na cratera lá na lua Tem um pé de solidão É arado com o fogo de São Jorge E a lança do dragão Motorista, leve ela! Traga ela, avião! Ela é água para adocicar o mar E os ares do sertão Vi, voou Vi, voou Vi, voou Que bom que voou”
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Clássicos da TV: Nos 70 anos da televisão no Brasil, especialistas escolhem programas e novelas que marcaram a história
Acadêmicos comentam momentos mais icônicos da TV brasileira. 70 anos da TV no Brasil TV Globo A televisão comemora 70 anos nesta sexta-feira (18). Para relembrar momentos marcantes, o G1 convidou especialistas em jornalismo e TV para eleger o pódio de programas, novelas, séries e coberturas jornalísticas. PRIMEIRA VEZES da TV GALERIA: 70 fotos da TV CURIOSIDADES das novelas PLAYLIST: relembre momentos MEMÓRIA GLOBO: Linha do tempo Novela Beatriz Segall como Odete Roitman em 'Vale Tudo', personagem que a consagrou Acervo TV Globo Para a professora Esther Império Hamburger, da Universidade de São Paulo, é impossível escolher a melhor novela da televisão. Mas algumas candidatas se destacam. “Beto Rockfeller”, sucesso da TV Tupi em 1968, é a primeira delas porque levou dinamismo e frescor para o formato. “Trouxe tempo contemporâneo, gravação em locação na cidade, diálogos coloquiais, experimentação de linguagem, roteiros originais não baseados em adaptações literárias”, explica. Para muitos especialistas, a novela com Luiz Gustavo e Débora Duarte foi considerada um divisor de águas para a dramaturgia porque abandonou o melodrama e o engessamento característicos até então e incorporou o jeitinho brasileiro. “Se misturou comédia, melodrama, suspense, sempre mantendo um elemento de crítica de costumes, uma liberalização de costumes, alusões a modas, ansiedades do mundo”, diz a professora. Para ela, as melhores novelas foram as que souberam incorporar e atualizar esses elementos. “Gosto de repertório que polariza porque provoca debate, sintoniza alguma ansiedade e polemiza. As pessoas passam a exercitar suas diferenças e convergências via discussão sobre conflitos do folhetim”, explica. Para ela, a lista se completa com “Guerra dos Sexos”, “Roque Santeiro”, “Vale Tudo”, “Avenida Brasil”, “Pantanal” e “O Rebu”. BBB Thelma, do 'BBB 20', Ana Paula, do 'BBB 16', e Jean Wyllys e Grazi Massafera, do 'BBB 5' Globo O Big Brother Brasil surgiu em 2002, mas foi em 2005 que ele atingiu o auge e entregou ao público a melhor edição em suas duas décadas, segundo o professor Bruno Dieguez, da PUC-Rio, especialista no reality. Para ele, foi nesta edição que o programa se consolidou e mostrou ser capaz de representar socialmente o Brasil. O programa adotou elementos que dão certo, como a disputa entre os mocinhos e os vilões, romances e personagens carismáticos. A presença de Jean Wyllys colocou os debates sobre homossexualidade dentro das casas brasileiras e a vitória do participante foi um marco para a representatividade LGBTQ, que ainda não tinha tanta força quanto tem agora, avalia. Alguns fatores contribuíram para a força da edição: após quatro anos, o público já estava acostumado com o formato e a dinâmica de um reality show, havia se moldado à rotina semanal do programa e estava ávido por acompanhar as escolhas e as brigas de um grupo de anônimos monitorados. Em segundo lugar, para Dieguez, está a edição de 2016. Depois de perder audiência na TV, o reality buscou a internet, intensificou a comunicação nas redes sociais e ganhou um público jovem que não costumava acompanhá-lo. A presença de Ana Paula, que virou meme e ícone na internet, teve grande impacto nessa virada. 2016 lançou as bases para a mudança crescente no programa até a edição de 2020, que trouxe influenciadores para a casa, quebrou recordes de votações, atingiu picos de audiência e foi companhia para o país trancado em meio à pandemia de Covid-19. A vitória da Thelma e as discussões raciais em torno da participação de Babu mostraram que o que começou em 2005, com o Jean, só ganhou força 15 anos depois e que o "Big Brother" é a síntese do Brasil e capaz de oferecer muito mais do que entretenimento, avalia. Série 'A muralha', 'Armação limitada' e 'Mulher' Divulgação Há quem diga que série é coisa da TV de fora ou do streaming, mas o formato está presente na televisão desde seus primeiros anos. Para a editora-executiva da TV PUC-Rio, Carmem Petit, há três delas que marcaram o formato. A primeira é “A muralha", exibida no início dos anos 2000. “A obra tinha uma produção bem cuidada, cenas de batalhas que não se via na TV até então e uma atuação memorável de Tarcísio Meira como dom Jerônimo”, diz. No pódio, também está "Armação ilimitada", exibida no fim da ditadura militar. “Era esteticamente ousada e tratava de temas tabus com uma naturalidade desconcertante”, explica. Para completar, ela elege "Mulher", que foi ao ar no final dos anos 1990 protagonizada por Eva Wilma e Patrícia Pillar. "O roteiro era muito bem amarrado, com atuações sensíveis, e esteticamente inspirado no cinema. Foi o grande produto nacional brasileiro de entretenimento daquele período de transição para o vídeo de alta definição." Sitcom 'Os normais', 'Sai de baixo' e 'O sistema' Globo Para Petit, as melhores sitcoms foram as que souberam unir humor e sagacidade. Ela elege "Os normais" como a mais bem-sucedida nesse aspecto. Para a diretora, o texto de Alexandre Machado e Fernanda Young era cheio de humor inteligente e diálogos rápidos e precisos. "Também explorava a cumplicidade dos personagens com o público, quando o Rui e Vani falavam diretamente para a câmera. Tornou-se uma referência pelo modo como explorava o caráter absurdo de situações banais do cotidiano de um casal", explica. "Sai de baixo" vem em segundo, na avaliação de Petit, porque foi gravada em um palco de teatro, com interação e incorporação dos próprios erros. Ela também destaca "O Sistema", que não era uma sitcom, mas tinha material para inspirar uma nos dias de hoje: "Infelizmente, teve apenas seis episódios. O programa tinha um ar retrô, elementos teatrais de improvisação e traduzia bem uma certa incompreensão e incredulidade de um mundo onde somos constantemente vigiados e prisioneiros de um 'sistema'". Coberturas do Jornal Nacional Com mais de 55 anos de história e um mundo que viu conflitos, destituições e desastres naturais, é difícil escolher o momento mais marcante do "Jornal Nacional", avalia o professor de Telejornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, Wesley Carlo Fernandes Elago. Para ele, três momentos merecem destaque: a morte de Tancredo Neves, em 1985; a queda do Muro de Berlin, em 1989; e o impeachment de Fernando Collor de Melo, em 1992, pela audiência e impacto. Já entre as melhores coberturas, segundo o professor aposentado da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), Pedro Celso Campos, estão a retomada do Complexo do Alemão, pela qual o jornal ganhou o Prêmio Emmy Internacional na categoria Jornalismo em 2011; os atentados de 11 de setembro nos EUA, quando "a emissora compreendeu a angústia das pessoas e atendeu a demanda da audiência, alterando toda a sua grade de programação"; e as “Caravanas JN”, entre julho e outubro de 2006. Segundo o professor, elas souberam "registrar os anseios da sociedade durante as eleições" e fazer com que o público se sentisse representado. Programa de auditório 'Amor e sexo', 'Central da periferia' e programa da Hebe Divulgação Os programas de auditório tiveram centenas de momentos que marcaram a televisão. O professor da Universidade Federal de Pernambuco, Diego Gouveia, elegeu três liderados por mulheres como os mais impactantes socialmente. Para ele, é da Hebe, pioneira da televisão, o momento de maior destaque do formato. “O episódio mais clássico dos programas de auditório foi a entrevista de Hebe Camargo com Roberta Close. Em um momento de intenso monitoramento por parte do censores, a apresentadora defendeu direitos do movimento LGBTQ com coragem. Esse episódio marcou a história do formato”, explica. Entre os destaques contemporâneos, o professor classifica o episódio de “Amor & Sexo” exibido 6 de novembro de 2018, quando Fernanda Lima fez um discurso feminista. "Chamam de louca a mulher que desafia as regras e não se conforma. Chamam de louca a mulher cheia de erotismo, vida e tesão. Chamam de louca a mulher que resiste. Chamam de louca a mulher que diz sim e que diz não. Não importa o que façamos, nos chamam de louca. Se levamos a fama, vamos sim deitar na cama, vamos sabotar as engrenagens deste sistema de opressão. Vamos sabotar as engrenagens desse sistema homofóbico, racista, patriarcal, machista e misógino. Vamos jogar na fogueira as camisas de força da submissão, da tirania e da repressão. Vamos libertar todas nós! E todos vocês! Nossa luta está apenas começando, prepare-se porque esta revolução não tem volta. Vamos sabotar tudo isso?", diz apresentadora. Para o professor, esse programa foi importante devido ao momento político e social do país, quando os "discursos de ódio ganhavam força e a tentativa de enfraquecer os debates sobre gênero aumentava". Por fim, ele destaca a "Central da Periferia" com Regina Casé, em 2006. Em sua avaliação, ele foi pioneiro ao colocar a periferia como protagonista de um programa de televisão, com seu palco no meio das ruas e do público. "Contribui para romper com uma ordem discursiva sobre as periferias brasileiras e acompanha uma série de produções na emissora que lançam um olhar menos 'exotificante' sobre as comunidades", diz.
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Televisão no Brasil faz aniversário: Os 70 anos da TV em 70 FOTOS
Imagens em preto e branco e coloridas contam história da televisão. A atriz-miriam Sonia Maria Dorce e o câmera Walter Tasca, na TV Tupi, em 1950 Divulgação/Acervo Pró-TV O artista italiano Pietro Maria Bardi discursa ao lado de Assis Chateaubriand Acervo/Masp Vida Alves e Walter Forster na novela 'Sua vida me pertence', de 1951; eles protagonizaram o primeiro beijo da TV brasileira Divulgação PRIMEIRA VEZES da TV 'Imagens do dia', primeiro telejornal brasileiro, de 1950 Reprodução 'Noite de gala', programa de variedades que passou pela TV Rio, TV Tupi e TV Globo Reprodução/Globo 'Alô, doçura!', primeira sitcom brasileira, de 1953 Reprodução/IMDB Roberto Marinho na inauguração do Projac, em 1995 Nelson Di Rago/Globo Hebe Camargo e Chacrinha, anos 1950 Arquivo Nacional O governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda é o convidado no programa de auditório 'O Mundo é das Mulheres', da TV Paulista, em São Paulo. Da esquerda para a direita: Wilma Bentivegna, Branca Ribeiro, Carlos Lacerda, Hebe Camargo, e de costas, Vida Alves, em foto de março de 1964 Estadão Conteúdo/Arquivo Mazzaropi foi o primeiro humorista a se apresentar na televisão brasileira Reprodução/TV TEM Laura Cardoso e Ivan Mesquita em cena da novela 'Algemas de Ouro', em 1969 Arquivo Nacional CURIOSIDADES das novelas Cid Moreira e Hilton Gomes no Jornal Nacional em 1969 Memória Globo Cid Moreira e Sérgio Chapelin no primeiro cenário do JN, que estreou em 1969 Acervo TV Globo Renato Aragão, em novembro de 1970 Arquivo Nacional Copa de 70 foi primeiro evento transmitido ao vivo na televisão Reprodução/Memória Globo Profissionais da TV Educativa, em agosto de 1970 Arquivo Nacional The Platters conjunto vocal filmado no estúdio da TV Tupi, em julho de 1971 Arquivo Nacional Pessoas assistem televisão a cores em vitrine de loja na região central de São Paulo, em fevereiro de 1972 Estadão Conteúdo/Arquivo O Velho Guerreiro e os calouros: Chacrinha entregando aparelho de televisão para a vencedora da disputa de melhor calouro da noite Arquivo Nacional Profissional da TV Rio, março de 1972 Arquivo Nacional Paulo Gracindo em 'O Bem-Amado', de 1973 Acervo/Globo 'O bem-amado' Divulgação Milton Gonçalves em 'O Bem Amado', de 1973 Acervo TV Globo Roberto Carlos em seu primeiro especial na Globo, em 1974 Reprodução/Globo Tony Tornado e Silvio Santos Arquivo Nacional Jô Soares e Paulo Silvino interpretam de São Cosme e Damião no 'Viva O Gordo', nos anos 1980 Reprodução/Globo Mário Lago em cena da novela 'Plumas e paetês', de 1980 Arquivo Nacional Chacrinha e Beth Carvalho Arquivo Nacional A formação clássica de 'Os Trapalhões'; a partir da esquerda: Dedé, Didi, Zacarias e Mussum Geraldo Modesto/TV Globo Beatriz Segall como Odete Roitman em 'Vale Tudo', personagem que a consagrou em 1988 Acervo TV Globo Gugu Liberato (no meio) com Adenair Lima, Chitãozinho, Xororó, Noely Pereira, Júnior e Sandy no 'Viva a noite', em 1988 Moacyr dos Santos/Acervo do SBT Estreia do programa 'Domingão do Faustão', em 26 de março de 1989 Memória Globo O bordão mais famoso do Professor Raimundo era repetido por Chico Anysio no fim do programa: 'e o salário, ó' CGCom/TV Globo Pedro Bial em cobertura na Alemanha reprodução GloboNews ESPECIALISTAS elegem clássicos 'Malhação' estreou em 1995 Christina Bocayuva/Globo Antonio Fagundes em cena de 'O Rei do Gado', de 1996 Memória TV Globo Série "Sandy e Junior" estreou em 1999 Divulgação Pedro Bial RBS TV/Divulgação Jornal Nacional – William Bonner e Fátima Bernardes Acervo TV Globo Mauro Mendonça e Alessandra Negrini em 'A muralha', de 2000 Divulgação/Memória Globo Pipa, Andréia, Juliana e Elaine, semifinalistas do programa 'No Limite', em 2000 Roberto Steinberger/Memória Globo Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães em 'Os Normais', que estreou em 2001 Memória Globo O repórter Edney Silvestre na cobertura dos atentados de 11 de setembro de 2001 Reprodução TV Globo Participantes do 'BBB1' Divulgação/Memória Globo "Big Brother Brasil 1" Divulgação/Memória Globo Da esq. para dir., Luis Gustavo, Márcia Cabrita, Aracy Balabanian, Tony Ramos, Marisa Orth e Miguel Falabella na gravação do novo 'Sai de baixo', no ar entre 1996 e 2002 Divulgação Fernanda Montenegro foi a vilã Bia Falcão na novela 'Belíssima', em 2005 Rede Globo Regina Casé no programa 'Central da periferia', em 2006 Divulgação/Memória Globo O cantor Cristiano Araújo e o apresentador Serginho Goisman, durante gravação do programa 'Altas Horas' especial sobre o Dia do Rock, em julho de 2014 Zé Paulo Cardeal/Rede Globo Jean Wyllys e Grazi Massafera durante a final do 'BBB 5' TV Globo Paulo Silvino e Orlando Drumond durante gravação do Zorra Total em dezembro de 2008 Thiago Prado Neris/Globo Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) se beijam em 'Amor à vida' Reprodução/TV Globo Emília (Isabelle Drummond), Dr. Saraiva (Chico Anysio) e Visconde (Aramis Trindade) no Sítio do Picapau Amarelo, em 2005 Márcio de Souza/TV Globo Carolina Dieckmann em 'Laços de família' Roberto Steinberger/TV Globo. Fernanda Montenegro recebe o prêmio de melhor atriz no 41º Emmy Internacional por 'Doce de mãe' em 2013 Neilson Barnard/Getty Images/AFP Carminha (Adriana Esteves) e Nina (Débora Falabella) brigam em cena de 'Avenida Brasil', de 2012 Renato Rocha Miranda/Rede Globo Fernanda Lima e bailarinos do programa da TV Globo "Amor e sexo" Isabella Pinheiro/TV Globo/Divulgação Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg em 'Babilônia' Reprodução/Globo no ar galvão bueno renata vasconcelos Reprodução/Globo Elenco de 'Malhação – Viva a Diferença' Divulgação/Globo Caetano Veloso se apresentou na inauguração do complexo MG4, conjunto de novos estúdios da Globo, no Rio de Janeiro Marcos Serra Lima/G1 João Roberto Marinho, Roberto Irineu Marinho e José Roberto Marinho tiram a faixa de inauguração do MG4, conjunto de 3 novos estúdios do Grupo Globo que amplia o maior complexo de produção de conteúdo da América Latina, no Rio de Janeiro Estevam Avellar/Globo Apresentadores e técnicos do 'The Voice Kids' Globo/Victor Pollak Camila e Valéria se casam em "Órfãos da Terra" Reprodução/Globo Linn da Quebrada estreou na série 'Segunda chamada' Celso Tavares / G1 Ana Maria Braga recebe Palmirinha no 'Mais Você' João Cotta/Globo Thelma é a campeã do 'BBB20' Reprodução/Globo Regina Casé e Adriana Esteves em cena de 'Amor de Mãe' Globo/Estevam Avellar Tiago Leifert apresenta o 'BBB' no lugar de Pedro Bial Divulgação/Globo Despedida Márcio Gomes no Combate ao Coronavírus Reprodução/Globo
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Televisão completa 70 anos no Brasil: relembre as primeiras vezes que a TV inovou no ar
Televisão surgiu em 1950, importando o que o rádio tinha de melhor. Nos anos 1970, ganhou transmissão em cores. E ao longo de 70 anos de história, lançou manias e paixões nacionais. TV completa 70 anos no Brasil Arte/G1 TV completa 70 anos no Brasil Arte/G1 A televisão completa 70 anos no Brasil nesta sexta (18). Para celebrar o aniversário, o G1 preparou uma lista com algumas vezes que a TV inovou em estilo, tecnologia e programação: da primeira novela ao primeiro reality show, da primeira vez que a imagem chegou colorida na casa dos brasileiros ao primeiro beijo entre dois homens no horário nobre. GALERIA: 70 fotos da TV ESPECIALISTAS elegem clássicos CURIOSIDADES das novelas PLAYLIST: relembre momentos MEMÓRIA GLOBO: Linha do tempo Nasce a TV no Brasil Garoto vestido como índio, o símbolo da TV Tupi e Lia de Aguiar e Dionisio Azevedo, em cena de 'Sua vida me pertence', primeira telenovela brasileira (1951) Divulgação/Site do artista "Boa noite. Está no ar a televisão do Brasil!" Assim, uma logomarca com um pequeno índio anunciava a primeira transmissão brasileira, em 18 de setembro de 1950, pela TV Tupi. O empresário e jornalista Assis Chateaubriand, fundador da Tupi, foi também o primeiro difusor dos aparelhos em um país que já tinha a tecnologia, mas carecia de famílias com recursos para comprá-los. Montes de pessoas se aglomeravam em padarias e outros lugares de São Paulo para assistir ao primeiro programa ao vivo, “TV na Taba”, na noite daquele 18 de setembro. O programa reuniu artistas que vinham do cinema e do rádio, mas se tornariam grandes símbolos da televisão, como Lima Duarte, Hebe Camargo, Lolita Rodrigues e Mazzaropi, e foi comandado por Homero Silva. Nos bastidores, a emoção tomou conta de todos, dos atores aos técnicos. A atriz Vida Alves (1928-2017) disse ao G1, em 2010, que o dia pode ser resumido na frase simpática do câmera Élio Tozzi: "se houvesse uma mosca ali, ela estaria em silêncio e emocionada". Mazzaropi foi o primeiro humorista a se apresentar na televisão brasileira Reprodução/TV TEM A TV brasileira já começou com muita variedade de programação porque importava os sucessos do rádio. O primeiro humorístico estreou em 20 de setembro de 1950: “Rancho Alegre”, que levava Mazzaroppi para a telinha. Paulista e descendente de italiano, Amácio Mazzaropi foi o grande nome do humor na TV na década de 1950 e só deixou seu programa para se dedicar ao cinema, em 1954. Outras emissoras A TV Tupi só ganhou concorrência dois anos depois, quando a TV Paulista estreou em 1952. A partir de então, o negócio deslanchou: em 1953, estreou a TV Record; em 1955, a TV Rio; Em 1959, a Excelsior; e em 1965, a TV Globo. Notícias na TV 'Imagens do dia', primeiro telejornal brasileiro Reprodução No dia seguinte à inauguração da televisão, entrou no ar o primeiro telejornal brasileiro: “Imagens do dia”. Com uma logomarca e narrações como off para imagens, ele narrava os acontecimentos do dia. Mas o gênero só ganhou o público e muitos pontos de audiência com a estreia do “Repórter Esso”, já famoso no Rádio. Ele foi ao ar na Tupi de 1952 até 1970, apresentado pelos fenômenos do rádio: Kalil Filho e Gontijo Teodoro. Sem tecnologia que permitisse integrar o sinal entre os estados, os jornais eram regionais e cada cidade tinha sua própria edição do “Repórter Esso”. A hora e a vez das novelas O ator Walter Forster e a atriz Vida Alves em cena de 'Sua Vida me Pertence', novela de 1951 Divulgação Famosas e amadas no rádio, as novelas não demoraram para chegar também à TV. Em 21 de dezembro de 1951, “Sua vida me pertence” inaugurou o gênero que se tornou o principal produto da televisão e paixão nacional. A trama tinha só 15 capítulos e foi exibida ao vivo, já que ainda não havia recursos de gravação, o famoso videoteipe. Ela ia ao ar duas vezes por semana, às terças e quintas. Escrita, dirigida e protagonizada por Walter Forster, teve no elenco Vida Alves, Lima Duarte e Lia de Aguiar. Os brasileiros só ganharam um novela diária em 1963, quando estreou “2-5499 ocupado” na TV Excelsior, adaptação de uma história argentina. Tarcísio Meira e Glória Menezes eram o casal apaixonado: ela era uma presidiária que, apenas pelo telefone, fazia o galã se apaixonar. O elenco enxuto, formado por nove atores, e a história simples já foram suficientes para ganhar o Brasil: graças ao videoteipe, a novela foi gravada e enviada para todos os estados com afiliadas da Excelsior. E graças à novela, Tarcísio e Glória se tornaram o casal mais celebrado da televisão. Beijinhos e beijões Vida Alves e Walter Forster na novela 'Sua vida me pertence', de 1951; eles protagonizaram o primeiro beijo da TV brasileira Divulgação A atriz Vida Alves é detentora de duas marcas na história: deu o primeiro beijo da TV brasileira, na década de 50, e também o primeiro beijo gay, nos anos 60. O primeiríssimo selinho foi exibido no último capítulo de “Sua vida me pertence”, em 8 de fevereiro de 1952. Quem se beijava na telinha eram Forster e Alves, o mocinho e a mocinha da trama. “Foi um beijo marcadinho, sem ensaio e profundamente técnico. Eu e Walter combinamos a postura, ele pediu autorização para a direção e, eu, para meu marido. Foi um verdadeiro escândalo para a época”, contou a atriz ao G1, em 2010. O pudor era tão grande que o fotógrafo da Tupi não registrou o momento, porque achava que não seria publicado em lugar algum. Vida também foi pioneira do beijo entre duas mulheres. No teleteatro "A calúnia", a atriz beijou a personagem de Georgia Gomide, em 1964. "Era a história de uma menina malvadinha que, por uma nota baixa, inventa que duas jovens eram amantes. Isso fez com que os pais tirassem as filhas da escola. Foram saindo todos os alunos. A escola teve que ser fechada. As duas moças, eu e a Geórgia Gomide, ficaram muito tristes, sentaram-se uma perto da outra. Deram as mãos e disseram que se amavam. Deram um beijo, também de uma forma mais romântica que erótica", detalhou a atriz em outra entrevista ao G1, em 2014. O fato repercutiu na sociedade, mas não chegou a gerar revolta. As pessoas diziam que a TV "estava ficando mais extravagante", contou Alves, mas a vida seguiu. Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) se beijam em 'Amor à vida' Reprodução/TV Globo Em 2014, grande parte do país comemorou mais uma virada de capítulo na dramaturgia: o primeiro beijo entre dois homens na Rede Globo, no horário nobre. No capítulo final de “Amor à vida”, Niko (Thiago Fragoso) beijou Félix (Mateus Solano) e houve quem comemorasse a cena em mesas de bar, como final de copa do mundo. Os atores também vibraram. "Estou extasiado por saber que as pessoas estão tendo essa reação. Ainda estou meio anestesiado", disse Fragoso, na época. "Eu acho que o Walcyr pegou todo mundo pelo amor. Acredito que a maioria se rendeu ao casal", completou Solano. Sitcom chega ao país 'Alô, doçura!' Reprodução/IMDB O Brasil ganhou sua primeira sitcom em 1953. Cassiano Gabus Mendes criou, roteirizou e dirigiu a história sobre as desventuras de um casal. “Alô, doçura!” teve outros nomes e outros protagonistas até virar sucesso com Eva Wilma e John Herbert. Inspirada no seriado norte-americano "I Love Lucy", a comédia romântica foi ao ar até 1964 e formou o primeiro casal de atores da TV: Wilma e Herbert, apelidados de "casal doçura", se casaram e tiveram dois filhos juntos. A televisão é das mulheres O governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda é o convidado no programa de auditório 'O Mundo é das Mulheres', da TV Paulista, em São Paulo. Da esquerda para a direita: Wilma Bentivegna, Branca Ribeiro, Carlos Lacerda, Hebe Camargo, e de costas, Vida Alves, em foto de março de 1964 Estadão Conteúdo/Arquivo Nos primeiros cinco anos, a TV ainda era dominada pelos homens. Coube a Hebe Camargo a função de deixar as coisas mais equilibradas. Foi ela quem comandou, ao lado de Vida Alves e Wilma Bentivegna, a primeira atração voltada especialmente para o público feminino, o programa "O mundo é das mulheres", na TV Paulista. Na atração, as apresentadoras entrevistavam personalidades em evidência, de políticos a artistas, e eram livres para falar sobre o que quisessem. Foi o programa que consagrou Hebe como apresentadora. Presente na TV desde seus primeiros dias, ela fazia participações musicais em várias atrações. Foi só em 1966 que ela ganhou um programa próprio, aos domingos, na TV Record e se tornou líder de audiência. É TETRA! Copa de 70 foi primeiro evento transmitido ao vivo na televisão Reprodução/Memória Globo Quando Galvão Bueno narrou emocionadamente a final da Copa de 1994 ao lado de Pelé, a televisão já fazia transmissões de jogos de futebol há quase 40 anos. Os relatos sobre a primeira transmissão de futebol divergem entre 1954 e 1955, mas desde que passou a ser televisionado, ele acompanhou importantes avanços tecnológicos. O maior marco foi com a Copa de 70, quando os espectadores puderam assistir a jogos ao vivo pela primeira vez. Na tela da Globo, ela marcou gols de audiência: o jogo entre Brasil e Inglaterra de 7 de junho teve índices mais altos do que a transmissão da chegada do homem à Lua, no ano anterior. Para assistir ao mundial, as pessoas correram para as lojas atrás de televisores. Nasce a TV Globo “Testando… testando… testando… No ar a ZYD-81, TV Globo, canal 4, Rio de Janeiro”. Assim tinha início a TV Globo, no Rio de Janeiro, em 26 de abril de 1965. Localizada no Jardim Botânico, foi a primeira a construir um prédio próprio para uma emissora. A nova TV já estreou com uma grade diversificada: jornalismo, entretenimento, programas infantis, mesa redonda de futebol, programas de música e foco em novela. No mês seguinte, Roberto Marinho comprou a TV Paulista, que passou a se chamar TV Globo São Paulo. A partir de então, a emissora não parou de crescer em audiência e relevância e aumentar sua presença pelo Brasil: Minas Gerais, Brasília e Pernambuco, além de um número crescente de afiliadas. Ela também liderou mudanças na televisão, como a primeira transmissão em rede nacional e as primeiras transmissões em cores. Boa noite Cid Moreira e Hilton Gomes Memória Globo “O Jornal Nacional da Rede Globo, um serviço de notícias integrando o Brasil novo, inaugura-se neste momento: imagem e som de todo o Brasil”. Assim, a voz de Hilton Gomes apresentava, às 19h45 de 1º de setembro de 1969, a primeira edição do “Jornal Nacional”. O âncora dividia a bancada com Cid Moreira, que eternizou o "Boa noite" do jornalismo. Criado pelo então diretor de jornalismo da Globo, Armando Nogueira, o “Jornal Nacional” tinha a missão de competir com o Repórter Esso e transformar a Globo em líder de audiência. Naquela primeira edição, noticiou o afastamento de Costa e Silva por problemas de saúde, o alargamento da Praia de Copacabana e a morte do campeão mundial dos pesos pesados, Rocky Marciano. O clima nos bastidores da noite de estreia era de nervosismo. “Eu cheguei para apresentar o 'JN', vi aquele nervosismo, todo mundo preocupado. Fiz meu trabalho normal, porque eu ainda tinha na cabeça a ideia de locutor de rádio. No dia seguinte, saiu na capa de 'O Globo'. Tive a dimensão do significado", contou Cid Moreira ao Memória Globo. O "JN" foi pioneiro em várias tecnologias que impactaram diretamente o conteúdo: foi o primeiro telejornal a ter alcance nacional, graças à rede de micro-ondas da Embratel e o primeiro com reportagens em cores. E haja cor! Cenas da novela, dos anos 1970: Paulo Gracindo e Lima Duarte nos mesmos papéis. Divulgação Foram necessários 20 anos até que a televisão finalmente pudesse ser transmitida ao vivo e a cores na casa dos brasileiros. A virada para a década de 1970 marcou também os primeiros testes para transmitir imagens coloridas. A primeira tentativa bem-sucedida ocorreu em 19 de fevereiro de 1972, quando os espectadores assistiram a cobertura da Festa da Uva em Caxias do Sul. A escolha da uva não foi fruto do acaso: a festa era um evento importante no calendário turístico brasileiro e recebia os presidentes em sua abertura. A corrida pela cor na televisão brasileira era resultado da modernização tecnológica, mas também da pressão dos militares no governo. Após passar no teste, a TV a cores foi inaugurada oficialmente em 31 de março daquele ano, com um pronunciamento do Ministro das Comunicações. Mas o que mais fez sucesso a cores foi mesmo a primeira telenovela colorida a ir ao ar: “O bem-amado”, em 1973, pela Globo. A novidade gerou um rebuliço entre a equipe técnica, que ainda se adaptava aos novos equipamentos e à nova linguagem. Segundo dados do “Memória Globo”, algumas cenas precisaram ser repetidas muitas vezes porque as cores saturavam e as luzes estouravam. Em pouquíssimo tempo, equipe e elenco aprenderam e deram a volta por cima: a novela foi premiada nacional e internacionalmente e se tornou a primeira a ser exportada. Estrelada por Paulo Gracindo, com texto de Dias Gomes e supervisão de Daniel Filho, tinha no elenco Lima Duarte, Emiliano Queiroz, Ida Gomes, Dirce Migliaccio e Milton Gonçalves. São tantas emoções Roberto Carlos em seu primeiro especial na Globo, em 1974 Reprodução/Globo O especial do Roberto Carlos, que coroa os finais de ano na Globo, são tradição antiga. A primeira edição ocorreu em 1974, na noite de Natal. Naquele primeiro programa, ele recebeu Erasmo Carlos, Antônio Marcos, Paulo Gracindo e os personagens do programa infantil "Vila Sésamo". Viva o jovem 'Malhação' estreou em 1995 Christina Bocayuva/Globo Em abril de 1995, estreou "Malhação", com a missão de falar sobre e para os jovens. Ela acompanhava a história de um menino do interior que chegava no Rio de Janeiro e precisa desbravar a cidade grande, enquanto morava em uma academia. Com Danton Mello, Claudio Heinrich, Juliana Martins e Fernanda Rodrigues, a novela jovem falava sobre preconceito social e racial, separação de casais, ciúmes dos filhos, intrigas, relacionamentos amorosos e vários outros temas sem tabu. Você na TV Pipa, Andréia, Juliana e Elaine, semifinalistas do programa 'No Limite', em 2000 Roberto Steinberger/Memória Globo Em 2000, o público descobria um novo tipo de programa: o reality show. Em 23 de julho de 2000, Zeca Camargo apresentava "No Limite", que mostrava pessoas comuns confinadas, vivendo situações que exigiam resistência física e psicológica, disputando por um prêmio. Os 12 participantes passavam por provas e desafios em uma praia de Fortaleza, no Ceará. Idealizado pelo diretor J.B. de Oliveira, o Boninho, ia ao ar aos domingos e teve quatro temporadas. Mas o formato estourou mesmo dois anos depois, com a estreia do "Big Brother Brasil". Com direção geral de Boninho e Carlos Magalhães e apresentado por Pedro Bial e Marisa Orth, o programa confinava desconhecidos em uma casa com mais de 30 câmeras e um prêmio de R$ 500 mil. A primeira edição registrou altos índices de audiência e o programa virou assunto nacional. A partir de então se tornou um franquia de sucesso e arrecadação crescente e abriu espaço para outros realities na televisão. Primeiro Emmy Fernanda Montenegro recebe o prêmio de melhor atriz no 41º Emmy Internacional. Cerimônia aconteceu nesta segunda (25) em NY, nos EUA. Neilson Barnard/Getty Images/AFP Em 2014, Fernanda Montenegro venceu o 41º Emmy Internacional, considerado o Oscar da televisão mundial, e foi a primeira brasileira a vencer na premiação. Ela foi premiada por sua atuação no especial de fim de ano "Doce de mãe", da TV Globo. A vitória surpreendeu a atriz. "Achava-me fora do páreo. Eu vim tranquila porque achava que não iria acontecer nada. Agora eu estou nervosa (…) Estou feliz", ela disse após a cerimônia.
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