Ellen DeGeneres anuncia data de retorno de programa após acusações nos bastidores e demissão de produtores
Segundo imprensa internacional, apresentadora enviou um comunicado para a equipe informando que o retorno das gravações em estúdio acontece em 21 de setembro. Ellen DeGeneres é homenageada com prêmio Carol Burnett no Globo de Ouro 2020 Paul Drinkwater/NBC via AP Ellen DeGeneres já tem data para retornar aos estúdios para as gravações de seu programa após as acusações nos bastidores e a demissão de três produtores. Segundo a imprensa internacional, Ellen enviou um comunicado para sua equipe informando que a retomada da 18ª temporada do "The Ellen DeGeneres Show" acontece em 21 de setembro. "Eu mal posso esperar para voltar ao trabalho e ao nosso estúdio. E, sim, vamos conversar sobre isso", disse DeGeneres em comunicado, se referindo às acusações de ambiente tóxico de trabalho. No comunicado, Ellen garante que o programa vai continuar a entregar para os telespectadores "experiências edificantes, inspiradoras e hilariantes". Os atores Kerry Washington e Alec Baldwin e a apresentadora Chrissy Teigen estão na lista de convidados para a primeira semana de programa, que será filmado sem plateia. Em julho, a Warner Media, empresa responsável pelo "The Ellen DeGeneres Show", abriu uma investigação interna a respeito de denúncias de racismo e desrespeito a funcionários do programa nos EUA. Reportagens dos sites "Buzzfeed" e da "Variety" mostraram relatos de empregados do programa dizendo que foram alvos de comentários racistas por parte da chefia da atração (o nome da apresentadora Ellen não foi citado diretamente). Os funcionários também disseram que tiveram salários reduzidos e foram tratados de forma desrespeitosa durante a transição para o trabalho remoto durante a pandemia do novo coronavírus. No início da quarentena, Ellen fez a transmissão de alguns programas direto de sua casa. Após as acusações, Ellen se desculpou com a equipe e três produtores foram demitidos.
- Publicado em Cultura
Caetano Veloso comove ao expor o Brasil, entre risos e lágrimas, em filme com memórias do cárcere
Documentário 'Narciso em férias' prende a atenção do espectador pelo poder do verbo do artista. Resenha de documentário Título: Narciso em férias (com Caetano Veloso) Direção: Renato Terra e Ricardo Calil Produção: Paula Lavigne (Uns Produções) Cotação: * * * * ♪ Filme disponível na plataforma de streaming Globoplay ♪ Em determinada passagem do documentário Narciso em férias, Caetano Veloso não segura o riso ao ler documento do inquérito sobre a prisão do artista na manhã de 27 de dezembro de 1968. O riso brota espontâneo quando Caetano se depara com o argumento de que, aos olhos dos agentes de repressão da ditadura do Brasil, ele era subversivo e desvirilizante. O adjetivo “desvirilizante” é a causa da risada que bem poderia ser de Irene, a irmã que inspirou o compositor ao criar a canção homônima de 1969.“Eu estou rindo, mas é sério…”, se apressa a esclarecer Caetano na sequência imediata do filme. A cena do documentário Narciso em férias – disponível para os assinantes da plataforma Globoplay desde segunda-feira, 7 de setembro, dia em que foi exibido na 77ª edição do Festival de Veneza – exemplifica o poder de sedução do filme dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil. Diante das câmeras, está um artista que comove ao refletir sobre o Brasil tristemente risível da era do AI-5. Tristeza gerada pela consciência do qual grotesco e desumano era – é? – o país na mão de ditadores. Tanto que Caetano não segura o choro ao recordar o rasgo de humanidade do sargento baiano que quebrou o protocolo militar e deixou entrar na cela a então mulher do artista, Idelzuith Gadelha, a Dedé, para que o casal pudesse se ver e se tocar sem as grades. O choro contido nos 54 dias de prisão também brota no filme quando Caetano revê as tais fotografias da Terra na revista Manchete – imagens que, dez anos depois, inspiraram a composição da canção Terra (1978). Cartaz do documentário 'Narciso em férias', disponível na plataforma Globoplay Divulgação Risos e lágrimas são momentos igualmente reveladores de filme que, a rigor, consiste em longo depoimento do artista sobre a prisão. Ao relatar minuciosamente as memórias do cárcere, Caetano prende a atenção do espectador ao longo dos 83 minutos do filme porque tem o poder do verbo. E o utiliza com maestria no filme. Fosse o depoimento de alguém com menor habilidade para se expressar, Narciso em férias poderia ter resultado trivial e, sobretudo, entediante. Como expõe um relato de Caetano, o documentário segue roteiro fluente porque o fluxo da memória do artista embute reflexões e emoções que provocam sensações no espectador. O relato das torturas psicológicas e das andanças sob a mira das armas dos soldados geram a tensão de thriller, por exemplo, mesmo com o espectador ciente de que o final da história foi feliz, ainda que seja questionável atribuir “felicidade” ao desfecho de episódio que deixou marcas no artista, como sintetiza o próprio Caetano ao citar frase – “Quando se é preso, se é preso para sempre” – ouvida de Rogério Duarte (1939 – 2016), artista plástico associado à criação da Tropicália. Com o título reproduzido de capítulo do livro de memórias Verdade tropical (1997) em que Caetano relatou as mesmas memórias do cárcere, Narciso em férias abre mão de imagens antigas e de depoimentos de outras pessoas para se nutrir somente do verbo de Caetano Veloso. E esse verbo tem o poder de ecoar no filme sentimentos de 1968 / 1969 que contribuem em 2020 para que se fortaleça no Brasil a certeza óbvia – infelizmente questionada por alguns saudosistas do que jamais se deve ter saudade… – de que a liberdade é o único caminho possível para a ordem e o progresso dessa nação tropicalista pela própria natureza miscigenada.
- Publicado em Cultura
‘Coronavírus não é um inimigo, é um tropeço da natureza’, diz autor espanhol
Doutor em genética e biologia celular, Miguel Pita, autor de 'Um dia na vida de um vírus', explica como novo coronavírus eventualmente se dará conta de que seria melhor para ele que não nos matasse. Miguel Pita é autor de livros de divulgação científica CARLOS GIVAJA via BBC "O coronavírus não é um inimigo", diz o doutor em genética e biologia celular Miguel Pita, que também é professor pesquisador de genética da Universidade Autônoma de Madri. "É uma casualidade, um tropeço dos muitos que acontecem na natureza", diz o cientista espanhol. De fato, foi graças a um vírus e um desses tropeços que os próprios mamíferos surgiram. Mas é claro que em tempos de uma pandemia que devastou economias, sistemas de saúde e famílias inteiras, é difícil pensar com esse desapego. A boa notícia é que "os vírus tendem a ser mais agressivos no começo e menos no final", não porque sejam bons ou inteligentes, mas por uma pura lógica de sobrevivência. Em seu mais recente livro, "Um dia na vida de um vírus", Pita usa dois vírus fictícios para explicar o que são, como operam e, sobretudo, como eles convivem com os humanos. Veja a seguir, trechos da entrevista concedia por ele à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) no festival literário Hay em Querétero, no México. BBC: Existe um debate na comunidade científica sobre se os vírus são seres vivos ou não. Por que é tão difícil defini-los? Pita: O difícil é definir o que é um ser vivo, porque o que são vírus já se sabe muito bem: eles são material genético. Funcionam com DNA ou RNA, como todos os demais seres vivos, e basicamente sua essência é se reproduzir, que, de novo, é uma das características principais de um ser vivo. Mas eles não fazem isso de forma independente e precisam de um hóspede, que pode ser uma bactéria, uma planta, um humano… São parasitas químicos, que necessitam algum de nós que somos claramente seres vivos para entrar em nossas células e poder levar adiante a sua reprodução. Cada uma das nossas ridículas células, essas que caem aos milhares de seu corpo toda vez que você coça seu braço, tem dentro delas uma maquinaria de enorme complexidade. Mas um vírus não. É como se em um simples fragmento de DNA ou RNA estivesse escrito: "Entre nesta célula maravilhosa e aproveite-se dela". Os vírus não são parentes da grande família que surgiu há 4 bilhões de anos, das quais os humanos são parte Getty Images via BBC Então o que é que os vírus não são? Eles não são seres celulares e não possuem outra série de características típicas de seres vivos, como a presença de um metabolismo, do tipo que seja. As bactérias, os fungos, as plantas e os animais todos vêm de um mesmo ser que surgiu há quatro bilhões de anos. Ou seja, nós temos uma relação familiar com as bactérias, por mais longínqua que pareça, que não é a mesma que temos com os vírus. BBC: O vírus não tem um cérebro que permita tomar decisões como nos infectar ou nos matar. Então o que o senhor pensa quando escuta o termo "inimigo"? Pita: Obviamente como cidadão eu entendo porque é algo que colocou de cabeça para baixo o mundo no qual vivemos. Então não se pode deixar de encará-los, de forma inconsciente até, como inimigo. Mas é claro, como biólogo, percebemos que o que desencadeia esta situação é pura química. Ou seja, uma molécula que anda solta encontrou uma forma de entrar nas nossas células e desencadear uma reação. Simplesmente se produziu um milagre químico ou uma coincidência, se olharmos do ponto de vista dos nossos interesses pessoais. Então não é um inimigo, é uma casualidade, um tropeço dos muitos que acontecem na natureza. Outros tropeços maravilhosos levaram a que existamos. Se você enxerga assim, não pode encará-los como um inimigo. Mas é claro, quantas vezes por dia alguém pensa desta forma? Quantas vezes por dia alguém se reconhece como uma estrutura celular, como reações químicas, como uma soma de coincidências? Não é assim que você se vê. O que você é seu nome, seu sobrenome, sua família, seu trabalho. Um ponto interessante é que os vírus nem sempre causam problemas. No livro eu conto um exemplo, que é o mais exagerado, de que a existência de uma placenta e, no fundo, a existência de todos nós mamíferos, se deve à interação com um vírus. Então eles não são sempre inimigos. O que acontece é que quando eles são, chamam muito mais atenção. BBC: No seu livro o senhor compara o vírus e seu DNA/RNA com um ladrão que busca uma empresa para roubar. O senhor poderia explicar melhor essa ideia? Pita: Como você dizia antes, o vírus se aproveita desta fábrica maravilhosa que é a célula, onde tudo está organizado e pensado para ler nosso material genético. Mas agora, em vez de ler e, por exemplo, fabricar algo útil para nosso pigmento ou digestão, ele faz cópias do vírus. Então é um hack. É um assalto. É um aproveitamento de recursos que, obviamente, é químico, inconsciente. No fundo são apenas reações. A única razão de compará-lo a um ladrão é para entendê-lo melhor. Em suma, um material genético parecido ao seu chegou, se aproveitou de tudo que existia ali, saqueou e, ainda por cima, ao sair, arrebentou a célula, deixando-a exausta. Porque, claro, a célula está acostumada a seguir em um ritmo. Mas se entram milhares de vírus, eles fazem ela trabalhar muito. E ainda por cima, quando eles saem, eles perfuram a célula. É isso que te dá febre. É um saque brutal nas suas células que faz com que você vá caindo, caindo, caindo, e que o sistema imunológico tenha que dizer: "Alguma coisa está acontecendo aqui". Capa do último livro de Pita, que trata de assunto científico com linguagem ditática Editorial Periférica via BBC BBC: No livro, o senhor diz que cada vírus estaria condenado a se extinguir no primeiro hóspede não fosse pelo contágio e pelo sistema imunológico já mencionado, o que parece contraditório. O que cada um faz para "ajudar" na sobrevivência do vírus? Pita: Nessa dinâmica em que os vírus entram na célula, se copiam e se decompõem, há uma progressão. Se entraram dez, saem mil, que simultaneamente atacam um monte de outras células. Agora temos então um milhão de cópias. Em um momento seriam muitíssimos milhões —sem célula para entrar. E, no final, o vírus é uma molécula flutuante que, sem essa dinâmica ativa, acaba se degradando. Às vezes isso acontece em minutos, às vezes em horas, depende do vírus ou da superfície onde ele se deposita, mas se passa um tempo, ele entra em colapso. A não ser que seja capaz de saltar para outro corpo onde haja novas células para invadir. Pode acontecer que um vírus novo infecte uma planta, a mate e nunca mais contagie outra. É provável que nem fiquemos sabendo que isso existiu. Mas os humanos são uma espécie que em geral se contagia muito bem porque vivemos em contato uns com os outros. Por isso, a superpopulação é um fator de risco. Primeiro, porque nos contagiamos e segundo, porque passa a ser muito mais provável que surja um vírus. Além do contágio por proximidade, há outro fator que é o sistema imunológico. O sistema imunológico é a grande invenção do corpo humano. É estar preparado para lutar contra coisas que ainda não existem. É uma singularidade espetacular da natureza. Enquanto um vírus destrói uma de nossas células, o sistema imunológico se dá conta de que algo vai mal e basicamente manda agentes para pegar amostras. Com este exame, ele vai perguntando: "você já viu essa proteína?" O que acontece é que em muito pouco tempo o corpo começa a combater o vírus. Ou seja, o indivíduo tem a possibilidade de lutar, mas também de contaminar durante muito mais tempo do que teria se o vírus simplesmente chegasse ao primeiro infectado e o matasse. Seria muito triste para ele, mas melhor para todos porque a pandemia acabaria ali. No caso do novo coronavírus, ele não pode destruir e em poucas horas matar todas as células de nossa mucosa respiratória. Ninguém morre em três minutos. O que acontece é uma guerra tremenda, que ocorre inclusive nas pessoas que acabam morrendo da doença. Na verdade, existem problemas causados pela própria batalha, e por como nossas defesas estão reagindo de forma exagerada. Nosso sistema imunológico fica desorientado porque é uma doença nova que luta, luta e luta. E no final, em alguns pacientes, isso causa tantos danos quanto o vírus. Em todo caso, o que temos é que o sistema imunológico, que é nossa única chance contra uma nova doença, também faz o vírus ganhar tempo para se espalhar. "A existência de uma placenta, ou seja, a existência de mamíferos, é explicada como uma função adquirida ao longo da evolução graças a uma (ou várias) inserções de DNA viral em nosso DNA", explica Pita em seu livro. Getty Images via BBC BBC: O senhor também diz que "os vírus mais agressivos são menos contagiosos", e é por isso que "diante de um vírus que não é muito agressivo e altamente contagioso, o isolamento é muito eficaz". Onde o novo coronavírus se encaixa nesse espectro? Pita: É verdade que podemos dizer que os vírus mais agressivos são menos contagiosos e os menos agressivos são mais contagiosos, mas isso não é uma regra matemática, não é uma verdade imutável. É uma consequência lógica. O coronavírus está causando problemas sérios que não precisamos lembrar aqui porque todos já sabem sobre eles, mas não é um vírus particularmente agressivo. Muitos o superam sem perceber e, proporcionalmente, poucas pessoas morrem. É verdade que temos números horríveis, com quase um milhão de mortos. Mas a porcentagem é muito menor do que se tivéssemos uma pandemia de ebola, por exemplo, que é um vírus de uma agressividade tremenda. Mas com o coronavírus estamos pagando caro por este ser muito mais contagioso que agressivo. BBC: Em relação à ideia de que um vírus tende a ser mais agressivo quando surge e que, no longo prazo, busca "um equilíbrio de convivência na batalha contra o hospedeiro", como o senhor diz no livro, o quão longe estamos com o coronavírus? Pita: Os vírus tendem a ser mais agressivos no início e menos no final devido a um processo evolutivo. É outra consequência lógica, mas não uma regra. A verdade é que nossa máquina de copiar material genético é muito precisa, mas não é perfeita. Portanto, introduz erros no nosso, mas também no dos vírus. Na verdade, a célula é uma empresa coordenada tão grande que também tem um departamento de correção de erros. Ela assume que haverá erros, corrige-os e, ainda assim, alguns vazam. Mas o vírus não passa por esse departamento. Além disso, seu material genético é copiado muitas vezes. Tudo isso torna a taxa de erro muito alta. E esses erros se traduzem em mudanças, mutações. Uma coisa fascinante que estamos vendo com esse coronavírus é o rastreamento de mutações ao redor do mundo. Temos tantos recursos sendo usados para estudá-lo e um nível de conhecimento genético tão alto que as bases de dados são atualizadas a cada dia. "O coronavírus" na verdade já são milhões de coronavírus diferentes, embora muito semelhantes. Todos sabem fazer a mesma coisa, e as mutações que não sabem mais entrar na célula e nos infectar, nós nem ficamos sabendo que elas desapareceram. Ou seja, o ideal para a sobrevivência do próprio coronavírus seria transformar-se em um vírus que dificilmente nos faça adoecer. Isso nos causaria apenas tosse ou inflamação. E não estou falando do ideal para nós, que também ficaríamos felizes se o vírus fosse menos agressivo. Mas para o coronavírus o melhor é chegar a um equilíbrio. Ou seja, ele tem que nos maltratar o suficiente para fazer cópias, e para isso tem que quebrar nossas células, mas sem ser agressivo demais, porque assim é mais contagioso. No fim das contas, há um número finito de corpos para nos invadir, um número finito de células para nos infectar e os vírus que são mais capazes de atingir mais células terão melhor desempenho. Mas é claro, em uma pandemia com tantas situações, tantas mutações, não podemos prever como os eventos se desenrolarão. Este é um modelo lógico de longo prazo muito provavelmente. BBC: Os padrões de educação estão repletos de comportamentos que, segundo o senhor, provavelmente se originaram de epidemias antigas, como cobrir a boca ao bocejar ou mastigar com a boca fechada. Você acha que algo do que vivemos no "novo normal" vai acabar sendo tão incorporado que nos esqueceremos de seu vínculo com a pandemia? Pita: O que restará disso é uma abordagem fascinante. No livro, levanto a questão de tossir na parte interna do cotovelo, algo que pelo menos na Espanha realmente pegou. Outra coisa que eu noto aqui, e que talvez em outros países menos quentes não seja assim, é a questão do contato. Na verdade, acho que é uma das explicações para os altos índices de contágio no início da pandemia. Mas, em poucos meses, foi criada uma normalidade na falta de contato que agora seria até estranho dar um abraço. É incrível. Aos poucos, isso vai se incorporando entre parentes ou amigos, mas o ato de encontrar alguém na rua e dar um abraço nele, não sei se isso vai voltar um dia. Abraços são muito agradáveis para mim, como para todo mundo, mas acho que em algumas culturas havia um comportamento um pouco despreocupado que não era higiênico. A covid-19 pode levar a grandes mudanças como a cultura de se compartilhar mate no Uruguai, Argentina e Brasil Getty Images via BBC BBC: No Uruguai, que é o exemplo que conheço mais de perto, muitos não compartilham mais o mate em escritórios e até em reuniões com familiares e amigos. Pita: Eu não tinha pensado nisso. Copos grandes de cerveja e coisas assim às vezes eram compartilhados aqui. Mas se no Uruguai e na Argentina o mate não for mais dividido, isso pode ser uma mudança cultural maior. Claro, talvez tudo isso seja apagado, pode ser que em dois anos tenhamos esquecido disso e passando o mate novamente. Na verdade, há uma coisa que me preocupa muito, que é quanto tempo levaremos para esquecer que essa pandemia era evitável. Ou, pelo menos, que podem ser tomadas medidas necessárias para diminuir sua probabilidade. Porque agora estamos muito envolvidos com o assunto e parece que está tudo péssimo. Mas nossos cérebros são muito bons em esquecer. Não podemos descartar que em 2022 lembraremos disso tudo como aquela época em que morreram algumas pessoas. E então sigo com minha vida, me sentindo confortável no meu carro mesmo que ele polua, votando em um presidente só porque ele baixou meus impostos e, quando vier outra pandemia, vou voltar a pensar nisso.
- Publicado em Cultura
Xbox Series X: Preço do novo console nos EUA será US$ 499, diz Microsoft
Nova geração de videogames da empresa será lançada em 10 de novembro. Preço no Brasil ainda não foi divulgado. Microsoft anuncia que seu próximo console se chamará Xbox Series X Reprodução/YouTube/Xbox A Microsoft revelou, nesta quarta-feira (9), o preço de seu novo console Xbox Series X, que custará US$ 499 nos Estados Unidos. O preço no Brasil ainda não foi divulgado. A empresa já tinha definido o valor do Xbox Series S, versão mais compacta e barata do Series X, que será vendido por US$ 299 nas lojas americanas. Xbox Series S vai ser lançado em novembro por US$ 299 Divulgação/Microsoft A nova geração de consoles Xbox será lançada no dia 10 de novembro. Uma pré-venda on-line foi anunciada para o dia 22 de setembro. Em agosto, a Microsoft disse em uma publicação em seu blog que o Xbox Series X terá mais de 100 games otimizados para o console
- Publicado em Cultura
‘Dança dos Famosos’ anuncia nomes dos participantes da edição de 2020
Marcelo Serrado, Luiza Possi, Felipe Titto, Lucy Ramos, André Gonçalves e Guta Stresser completam o time de competidores que começou a ser anunciado na última semana. "Dança dos Famosos" Globo A edição de 2020 da "Dança dos Famosos" está com seu time completo. Neste domingo (6), Fausto Silva anunciou os nomes de mais seis participantes, que se juntam ao time de competidores já divulgado pelo apresentador na última semana. No total, serão 12 participantes a integrar a 17ª edição do reality de dança. No próximo domingo (13), Faustão vai formar e anunciar as duplas com os professores e bailarinos no palco do "Domingão" para, em seguida, eles começarem os ensaios. Confira a lista de participantes da Dança dos Famosos – edição de 2020: André Gonçalves (ator) Belutti (cantor) Danielle Winits (atriz) Felipe Titto (ator) Giullia Buscacio (atriz) Guta Stresser (atriz) Henri Castelli (ator) Isabeli Fontana (modelo) Lucy Ramos (atriz) Luiza Possi (cantora) Marcelo Serrado (ator) Zé Roberto (jogador de futebol)
- Publicado em Cultura
Don Juan fala sobre fase cantando funk mais ‘light’: ‘Agora estou pegando todos os públicos’
MC comenta começo na música aos 11 anos, desejo de produzir e como funk está mais profissional. G1 mostra bastidores e carreira de artistas nascidos nos anos 2000. A idade e o apelo sexual nas letras do Don Juan são medidas inversamente proporcionais. Quando tinha 14 anos, o funk proibidão era o que mais bombava e, mesmo sem ter feito parte diretamente desse movimento, as músicas eram bem diretas. "Ela gosta dos magrinhos, porque os magrinhos faz mais gostoso" são os versos mais leves de "Vou Botar", música lançada em 2015 com clipe em que Don Juan parece ter muito menos do que 14 anos. Hoje, a cena do funk, e, as músicas mais trabalhadas pelo funkeiro paulista, estão em uma pegada mais light para aumentar o público e interagir com outros gêneros. E Don Juan não vê problema nisso: "É uma nova etapa para mim. Eu estou achando daora, e acho que agora eu estou pegando todos os públicos", diz ao G1. Ouça trechos da entrevista no podcast acima. Conheça 5 artistas brasileiros nascidos nos anos 2000 Nesta semana, o G1 mostra bastidores e carreira de artistas nascidos nos anos 2000: do funk de Don Juan e Ingryd à MPB de Agnes Nunes, passando pelo sertanejo (Julia e Rafaela) e pelo pop (Carol e Vitória). Depois das parcerias "Eu te Prometo" com Dennis DJ e "Vai ter que Aguentar" com a dupla Maiara e Maraísa, Don Juan vê que ganhou mais fãs crianças. A música com o DJ e produtor carioca, aliás, é o maior lançamento do funkeiro em números de views no Youtube desde os hits "Amar, Amei", "Lei do Retorno" e "Se eu tiver solteiro", todos de 2017. "As de hoje estão light por causa que as de antes eram na época que aquele funk putaria tava muito forte. Então para gente estourar a gente tinha que fazer aquilo, mano", explica. Ele garante que não se incomodava com as letras. Don Juan fala sobre sonhos e artistas preferidos na música Arte/G1 Nem tão 'lights' assim… O discurso de Don Juan é de ser mais "light". Mas, na prática, não é bem assim. "Vou Além", EP lançado em maio de 2020, tem cinco músicas e quatro falam explicitamente de sexo. A única que foi fortemente trabalhada com clipe e divulgação foi "Vai Ter que Aguentar", que não menciona sexo ou drogas. O clipe já tem 70 milhões de views no YouTube, enquanto as outras estão na faixa de 300 mil só com lyric video. O rapper mineiro Djonga canta em "Amo Essa Bunda". Os próximos lançamentos de Don Juan são parcerias com Kekel, Luiza & Maurilio e Dodô do grupo Pixote. Há também uma música com um artista de Portugal, ainda em segredo. Ele não vê problema em cantar outros gêneros: "Gosto de música. Se o cara vir com uma música de rock e for daora, eu vou gravar rock". Controle da Dona Claudia Don Juan nasceu em janeiro de 2001 e começou a cantar funk aos 11 anos. A mãe, Claudia, acompanhava de perto todos os movimentos do filho na música e se preocupava com quem ele estava andando e o que saía nas fotos. Bebida, por exemplo, era vetada das imagens. "Nesse caminho todo eu era novo, cheguei a ver muita coisa também que talvez se não tivesse minha mãe, pessoas boas do meu lado para me passar a direção certa eu podia ter desandado sei lá, né", reflete Don Juan. É a mãe que cuida do dinheiro da carreira do filho e ele nem sabe quanto ganha por mês. Quando precisa de algo, pede e ela avalia se está podendo ou não comprar agora. A pira de Don Juan é com carro de luxo, ele já tem três na garagem e diz que gosta muito. Também queria ter moto, mas o contrato com a gravadora GR6 não permite: "Quando eu tiver mais velho, uns 50 anos de boa, tiver trabalhado bastante, eu vou comprar uma moto. Vou ter mais sabedoria, porque agora eu sou novo, querendo ou não a gente se empolga não tem como." 'Preocupadão' com a voz Don Juan Divulgação A mudança da voz é um ponto natural no crescimento de um adolescente, mas o impacto disso para quem canta desde criança é grande e Don Juan tinha o maior medo dessa transição. "Eu ficava pensando 'nossa minha voz vai mudar, será que vai mudar para daora?'. Ficava preocupadão e falava para os caras 'vou gravar uma pá de música que se a voz mudar a gente vai lançando essas'", diz e depois cai na gargalhada. No final das contas, ele gostou de como a voz ficou. Outro ponto que é comum aos jovens é brincar, sair com os amigos, curtir as festas e baladas, mas quando se é famoso essas atividades podem ficar comprometidas. Don Juan também não vê problema nisso: "Sentir falta eu não sinto não, porque foi isso que eu escolhi, sempre foi meu sonho desde criança. Falar que eu tive infância de poder brincar na rua à vontade, eu não tive porque comecei a cantar muito cedo." Ele lembra que até conseguia sair para balada, mas só depois de trabalhar: "Antes da quarentena, já aconteceu de estar de folga ir para o estúdio, fazer uma música e depois ir pra balada". Pela conversa dá para perceber que Don Juan está sempre pensando nas músicas, mesmo nos momentos de descanso. "Quando eu não estou trabalhando, eu estou trabalhando. Eu fui para praia, chamei três DJs, e ali na resenha o menino já estava destravando o beats e eu já estava indo lá gravar", afirma. Veia de produtor Tati Zaqui e Don Juan são parceiros em 'Pique de Novela' Reprodução/Instagram Na onda de trabalhar o tempo inteiro, Don Juan está montando um estúdio em casa para aprender a produzir suas músicas. "Eu amo estúdio, acho que eu gosto de estúdio mais até do que fazer show. Estúdio é onde eu fico no meu mundo ali." Ele também conta que vai dar umas voltas nas comunidades para ouvir a molecada cantando. Don Juan fala que "tem uns artistas", mas que outras pessoas cuidam porque ele está focado na carreira agora. "Antigamente, você ia na favela e todo moleque queria ser jogador de futebol. Hoje em dia tá dividido: a maioria dos moleques quer ser MC. Os que querem ser jogador de futebol, querem ser MC também", diz. "Hoje em dia nós estamos carregando um bagulho muito grande nas costas, muita criança se espelha em nós." Entre as referências, Don Juan cita MC Catra, Projota e Marília Mendonça como artistas que admira. Kevinho, Kekel, Hariel e Gaab são descritos como os "moleques que estão mesmo foco de não querer ser mais um, de crescer o movimento do funk". "2017 não estava profissional como está hoje em dia, tinha muita gente no susto. Hoje em dia a gente chega no sertanejo, nos caras do pagode, a gente troca ideia tipo mesma fita, tá ligado?" "Antigamente a gente por ser funkeiro, os caras não viam a gente com esses olhos. Hoje em dia eles enxergam a gente como foda, sabe do nosso potencial, que a gente alcançou algo grande também."
- Publicado em Cultura
‘Tenet’ arrecada US$ 20 milhões nos cinemas da América do Norte
Filme com trama que mistura espionagem e ficção científica estreou na quarta-feira (2) com a esperança de atrair o público ao cinema após meses de confinamento. Com John David Washington e Robert Pattinson, 'Tenet' ganha nova data de estreia nos cinemas americanos por conta da Covid-19 Divulgação Em um momento em que os cinemas lutam para voltar à normalidade durante a pandemia da Covid-19, o lançamento do primeiro 'blockbuster' de Hollywood em seis meses, "Tenet", de Christopher Nolan, arrecadou US$ 20,2 milhões (cerca de R$ 107 milhões) em cinco dias na América do Norte. Para um filme visto como um provável sucesso de bilheteria, os números seriam preocupantes para a Warner Bros. Pictures, sua distribuidora, não fosse a atual situação incomum pela qual a indústria cinematográfica atravessa devido à pandemia. Com um orçamento de produção de US$ 200 milhões, o lançamento do filme representou uma grande aposta para o estúdio. "A nível nacional, "Tenet" estreou no extremo inferior das expectativas: US$ 20 milhões até segunda-feira", anunciou neste domingo (6) a empresa especializada Exhibitor Relations. O lançamento, porém, acontece em plena pandemia, com muitas salas ainda fechadas ou funcionando com capacidade reduzida. A indústria americana esperava aproveitar o fim de semana prolongado, devido ao feriado do Dia do Trabalho. "Literalmente, não há contexto com o qual comparar os resultados da estreia de um filme durante uma pandemia com qualquer outra circunstância", disse a Warner Bros. em comunicado. "Tenet", um filme com uma trama que mistura espionagem e ficção científica, estreou na quarta-feira (2) com a esperança de atrair o público ao cinema após meses de confinamento. A obra teve resultados melhores no estrangeiro, onde os cinemas voltaram a abrir a mais tempo, informou o Hollywood Reporter, arrecadando cerca de US$ 150 milhões (cerca de R$ 795 milhões) no mundo. Em contraste, a Disney optou por lançar o filme "Mulan" diretamente nas plataformas digitais. Semana Pop #88: relembre clássicos do cinema com momentos em drive-ins
- Publicado em Cultura
Rihanna sofre acidente de scooter elétrica, diz revista
Segundo a People, um representante da cantora informou que ela está bem e não teve ferimentos graves. Rihanna participou do lançamento da loja temporária da Fenty nesta quarta (22), em Paris Martin Bureau/AFP Rihanna sofreu um acidente com uma scooter elétrica na última semana. Segundo a revista People, um representante da cantora informou que ela "está completamente bem agora, mas capotou com uma scooter elétrica na última semana e machucou a testa e o rosto". "Felizmente não houve ferimentos graves e ela está se recuperando depressa", informou o representante da cantora após a divulgação de algumas imagens de Rihanna com o rosto machucado ao deixar um restaurante em Los Angeles. A cantora não se manifestou sobre o assunto em nenhuma de suas redes sociais. Há algumas semanas, Simon Cowell passou por uma situação semelhante. O produtor sofreu uma queda de bicicleta elétrica e precisou passar por uma cirurgia na coluna. Rihanna é a mulher mais rica do mundo da música, segundo a Forbes
- Publicado em Cultura
Gabriel Braga Nunes une a paixão pelo rock à poesia dramática de Shakespeare em série de singles
Guitarrista desde a adolescência, o artista investe na carreira musical, retomada em 2018 com a banda Hurricanes. ♪ Musicar alguns dos 154 sonetos do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare (1564 – 1616) e gravar esses sonetos na batida do rock é proeza que, em 2020, soa natural para quem conhece a trajetória pré-fama do ator e músico paulistano Gabriel Braga Nunes. Na adolescência, o artista queria ser guitarrista. Gabriel chegou a integrar quatro efêmeras bandas na cidade natal de São Paulo (SP) antes de se decidir pelo estudo de artes dramáticas e, na sequência, iniciar bem-sucedida carreira de ator no teatro e na televisão. Embora quase nunca tenha sido vivenciada em público, a paixão pela música – e pelo rock, em especial – permaneceu latente e levou Gabriel a entrar em 2018 em uma banda de rock criada em 2016, Hurricanes, com a qual percorreu o circuito paulista de shows ao longo de 2019. Mesmo sendo guitarrista, o artista tocava baixo nesse quarteto ao lado do vocalista Rodrigo Cezimbra, do guitarrista Leo Mayer e do baterista Guilherme Moraes. Não por acaso, Leo Mayer segue com Gabriel Braga Nunes nesse projeto de unir o dramático universo poético de Shakespeare ao mundo do rock. O projeto foi apresentado ao público em agosto com a edição de All in war, single que apresentou o Soneto 15 de Shakespeare com a música de Gabriel. Capa do single 'Antique song', de Gabriel Braga Nunes Divulgação Na sexta-feira, 4 de setembro, o artista lançou o segundo single do projeto, Antique song, rock criado a partir do Soneto 17, gravado por Gabriel em inglês com a participação da filha Maria, de seis anos. “Tanta graça divina jamais existiu em um ser / Podem os papéis amarelados em que escrevo / Serem desprezados como velhos falastrões / E tuas verdades poriam fim à ira deste poeta / E prolongariam o som de uma antiga canção / Mas, se um filho teu vivesse, então / Viverias duas vezes – nele e em meu canto”, vislumbra um Shakeaspare apaixonado neste Soneto 17, na tradução para o português feita por Thereza Christina Roque da Mota. Esses versos exemplificam a intensidade dramática dos sonetos de Shakespeare, transportados para o universo do rock pelos arranjos feitos por Gabriel Braga Nunes com o guitarrista Leo Mayer e com Luíza Lapa, atriz com quem o artista contracenou em montagem do musical A noviça rebelde (1959) encenada em 2018. A intenção do trio ao musicar os sonetos do bardo inglês é evocar o universo dos cancioneiros de compositores como Leonard Cohen (1934 – 2016) e Lou Reed (1942 – 2013).
- Publicado em Cultura
Marília Mendonça, Maiara e Maraisa completam o álbum ‘Patroas’ com planos de sair em turnê
Cantoras pretendem percorrer o Brasil com show derivado da live que gerou o disco. ♪ O álbum Patroas já está disponível na íntegra. Com o lançamento oficial das últimas cinco faixas do disco na sexta-feira, 4 de setembro, o álbum ficou completo dois meses após Marília Mendonça, Maiara e Maraisa terem lançado em 10 de julho o primeiro EP com músicas captadas ao vivo na live apresentada pelo trio sertanejo em 14 de junho. Intitulado Patroas, em alusão à Festa das patroas comandada pelo trio em 2016 com a presença de outras cantoras do gênero pop sertanejo, o projeto das artistas inclui cinco músicas inéditas – compostas há anos, mas até então nunca gravadas nem por Marília nem pela dupla Maiara e Maraisa – entre regravações de sucessos do universo sertanejo. A última música inédita a ser adicionada oficialmente ao álbum é Uma vida a mais, parceria de Marília Mendonça e Maraisa com Gabriel Agra e Juliano Tchula. Entre as regravações dessa última safra que completou o álbum, vale mencionar um hit da cantora Diana, Porque brigamos (1972), versão em português – escrita por Rossini Pinto (1937 – 1985) – da música I am.. I said… (1971), sucesso do cantor e compositor norte-americano Neil Diamond. Capa do álbum 'Patroas', de Marília Mendonça com Maiara & Maraisa Divulgação Diante dos números superlativos alcançados pelas gravações das Patroas, cujos vídeos já tiveram mais de 165 milhões de visualizações, marca turbinada pelos alegados 60 milhões de plays das músicas nas principais plataformas de streaming, as cantoras já planejam sair em turnê nacional com o show do projeto assim que a pandemia do covid-19 for controlada e a indústria da música voltar a funcionar dentro dos padrões anteriores. De acordo com declarações atribuídas às cantoras em nota oficial sobre a edição completa do álbum Patroas, o show já tem roteiro e cenário prontos – provavelmente os mesmos da live que gerou o disco e que poderá dar origem a uma turnê pelo Brasil.
- Publicado em Cultura