Ron Jeremy é acusado de 20 novos casos de agressão sexual
Ator pornô famoso nos anos 1980 e 1990, que já está preso por outras acusações, foi acusado pela Promotoria de Los Angeles de crimes contra 13 mulheres. Ron Jeremy foi acusado por quatro mulheres de agressão sexual e estupro Reprodução/Instagram/RonJeremy Ron Jeremy foi acusado de 20 novos casos de agressão sexual contra 13 mulheres nesta segunda-feira (31) pela Promotoria de Los Angeles, segundo o site da revista "Hollywood Reporter". O antigo ator pornô, conhecido por filmes nos anos 1980 e 1990, já está preso desde junho por outras acusações. Ele diz que é inocente. Entre os novos casos, estão seis acusações de agressão sexual ao imobilizar as vítimas, cinco de estupro e uma de conduta obscena com uma menina de 15 anos. O mais antigo deles é de 2004. Se condenado pelas novas acusações, Jeremy pode receber uma sentença de mais de 250 anos ou até de prisão perpétua.
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BTS chega pela primeira vez ao topo da principal parada de músicas dos EUA com ‘Dynamite’
Septeto de k-pop se torna o primeiro grupo só com membros sul-coreanos a ter uma música mais tocada no 'Hot 100', parada semanal da revista 'Billboard'. A banda de k-pop BTS se apresenta durante o VMA 2020. O grupo levou quatro prêmios no evento, incluindo Melhor Pop, K-pop e Coreografia VIACOM via REUTERS O BTS conseguiu sua primeira música no topo na principal parada dos EUA. "Dinamyte" chegou ao número 1 do "Hot 100", ranking semanal da "Billboard", disse a revista nesta segunda-feira (31). É a primeira vez que um grupo formado só por artistas sul-coreanos chega a esta posição. Em 2010, o Far*East Movement, com dois integrantes de origem coreana, chegou ao primeiro lugar com "Like a G6". O BTS conseguiu o feito um dia depois de se apresentar no VMA, premiação da MTV dos EUA, onde levou quatro prêmios, incluindo as categorias Pop, K-pop e Coreografia. Semana Pop: Fãs de k-pop contribuem com movimento antirracista com doações e vídeos
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Morre o ator e dublador Pietro Mário, intérprete do ‘Capitão Furacão’ e voz do Mestre Yoda e do Capitão Caverna
Pietro também atuou em novelas da TV Globo e ficou conhecido por dublar personagens famosos em séries e desenhos animados. Morre ator Pietro Mário, o 'Capitão Furacão' dos anos 60 O ator e dublador Pietro Mário Francesco Bogianchini morreu nesta segunda-feira (31), aos 81 anos, no Rio de Janeiro. Intérprete do Capitão Furacão nos anos 60 e voz de personagens como o Capitão Caverna e mestre Yoda, ele teve uma parada cardiovascular, segundo amigos. Pietro chegou a ser internado com Covid-19, mas se curou. Complicações posteriores agravaram seu quadro e ele não resistiu. MEMÓRIA GLOBO: Pietro Mário relembra histórias do programa Capitão Furacão O velório do ator será na terça-feira (1), às 13h, no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Norte do Rio. A cremação será realizada às 16h. O Canto do Cisne, com Pietro Mário à direita, em 2013 Divulgação/O Canto do Cisne Pietro Mário nasceu na Itália em 1939 e veio para o Brasil ainda jovem, iniciando sua carreira de ator nos anos 60. Na TV Globo, participou de novelas como "O Espigão" e "Sinhazinha Flô". Seu último trabalho foi em "Deus Salve o Rei", em 2018. Seu personagem histórico na TV Globo foi o Capitão Furacão, primeiro programa infantil e que estreou junto com a emissora, em 26 de abril de 1965. O programa, feito ao vivo durante cinco anos de exibição, foi um dos primeiros sucessos da TV Globo e criou memórias inesquecíveis para os fãs. Enquanto girava o leme de seu navio, o Capitão Furacão lia as cartas enviadas pelos telespectadores, promovia gincanas, contava suas histórias do mar, dava conselhos aos marinheiros iniciantes e apresentava filmes curtos e desenhos animados. Os telespectadores mirins interessados em participar do programa recebiam uma carteirinha de grumete, apelido dado aos fiéis fãs. A carteirinha de grumete trazia o nome oficial do sócio, sua foto e seu endereço, além da assinatura do capitão. Um dos mais conhecidos é o repórter Ari Peixoto, hoje repórter da TV Globo. Pietro Mário foi o Capitão Furacão dos anos 60 Acervo/TV Globo Dublagem Como dublador, Pietro Mário fez história como o Tony Soprano, dublando o personagem de James Gandolfini na série "Os Sopranos". Yoda, da trilogia clássica de Star Wars, também é uma lembrança forte na memória dos fãs. O público de desenhos animados também lamentou a perda da voz de personagens como o Capitão Caverna; Hafiki, na trilogia "O Rei Leão"; e o mestre Ancião de "Cavaleiros do Zodíaco", entre outras participações em obras de destaque no gênero. Pietro Mário como Capitão Furacão Acervo/TV Globo Capitão Furacão ficou 5 anos no ar Acervo/TV Globo
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‘Um maluco no pedaço’ vai realizar reunião de elenco com Will Smith nos 30 anos da série
Episódio especial vai ser gravado no dia 10 de setembro com participação de Tatyana Ali, Karyn Parsons, Joseph Marcell, Daphne Maxwell Reid, Alfonso Ribeiro e DJ Jazzy Jeff. Alfonso Ribeiro, Will Smith e Daphne Maxwell Reid em cena de 'Um maluco no pedaço' Divulgação "Um maluco no pedaço" vai ganhar um episódio especial com reunião do elenco para celebrar os 30 anos da série. Além do protagonista, Will Smith, o encontro sem roteiro vai contar com participação dos atores Tatyana Ali, Karyn Parsons, Joseph Marcell, Daphne Maxwell Reid e Alfonso Ribeiro e do DJ Jazzy Jeff. A gravação deve acontecer no dia 10 de setembro, e tem estreia prevista para o final de novembro na plataforma de vídeos sob demanda HBO Max nos Estados Unidos. "Um maluco no pedaço" foi exibido nos EUA por seis temporadas, entre 1990 e 1996, tornando-se um sucesso global. No Brasil, foi exibido pelo SBT a partir do ano 2000. O clássico revelou os talentos cômicos e de atuação de Smith, um jovem rapper que viria a se tornar um dos maiores astros do cinema de Hollywood.
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Jaime Alem, Nair Cândia e Jurema de Cândia cantam ‘Homens de pedra’ na estreia em disco do trio Janaju
Música tem verso que cita o covid-19 e evoca o tom profético do cancioneiro de Zé Ramalho. ♪ Por 25 anos, de 1985 a 2010, o violonista Jaime Alem foi o maestro e diretor musical de Maria Bethânia em conexão profissional que, a rigor, foi iniciada em 1982, ano em que Alem assinou os arranjos vocais de um dos melhores shows da cantora, Nossos momentos. Nesse show, perpetuado em disco ao vivo editado em 1982, as irmãs cantoras Jurema de Cândia e Nair Cândia integravam o time de quatro vocalistas do espetáculo. Elas eram apresentadas por Bethânia, ao fim do show, como “as lindas vozes”. Casados, Jaime Alem e Nair Cândia formam com Jurema de Cândia o trio Janaju, nascido no sobrado do bairro carioca de Santa Teresa onde Jaime e Nair vivem e promovem cantorias feitas com a adesão de Jurema e de outros amigos do casal. Debutando no mercado fonográfico neste mês de agosto de 2020, o trio Janaju promove o recém-lançado single Homens de pedra. Capa do single 'Homens de pedra', do trio Janaju Divulgação Composição de autoria do próprio Jaime Alem, também autor do arranjo da gravação feita entre maio e junho, Homens de pedra é canção de tom meio épico que evoca o estilo profético das músicas da fase inicial da obra do cantor e compositor Zé Ramalho. Músico polivalente, Jaime Alem toca todos os cinco instrumentos – violão, guitarra Rickenbacker de 12 cordas, percussão, bateria e contrabaixo – usado na gravação que beira os seis minutos. Homens de pedra alude em verso ao covid-19 e é uma das músicas compostas por Jaime Alem durante o período de isolamento social.
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Marcelo Denny, diretor teatral e professor da USP, morre aos 51 anos em São Paulo
Ele atuou como diretor e cenógrafo em mais de 20 espetáculos e era professor há 18 anos na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). O diretor teatral, cenógrafo e pesquisador paulista Marcelo Denny Divulgação/www.marcelodenny.com Morreu nesta segunda-feira (31) em São Paulo o diretor de teatro, cenógrafo, artista plástico e professor Marcelo Denny de Toledo Leite, aos 51 anos, vítima de infarto. A informação foi confirmada pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), onde Denny era professor há 18 anos no departamento de Artes Cênicas (CAC). Segundo a instituição, o sepultamento – ainda sem data e horário confirmados pelos familiares – será realizado em Pindamonhangaba (SP), cidade natal dele. Denny foi um dos fundadores dos grupos Cia Teatral “Cadê Otelo?”, Desvio Coletivo e da Cia Sylvia Que Te Ama Tanto, e Teatro da Pomba Gira – Coletivo de Criadores, onde atuou como diretor e cenógrafo em mais de 20 espetáculos. Denny foi também o responsável pela cenografia dos dois últimos espetáculos da Companhia de Teatro Heliópolis, Sutil Violento e (In)justiça. “Denny destacou-se por conciliar sua produção artística com o trabalho acadêmico. Seus maiores interesses de pesquisa eram o corpo e as visualidades contemporâneas, navegando entre o teatro experimental, a performance e as artes visuais. Como cenógrafo e diretor de arte, criava silhuetas corporais que expressassem as angústias e os impasses de nosso tempo", afirmou por meio de nota o departamento de Artes Cênicas da USP. Marcelo Denny também atuou como curador e jurado-debatedor de festivais de teatro como o FESTE de Pindamonhangaba (SP), Festival de Teatro de Taubaté (SP) e o FESTIVALE Festival de Teatro de São José dos Campos (SP). "Denny deixa um legado e muito admiradores, especialmente de gerações mais jovens. Como poucos, manteve-se atento às mudanças na contemporaneidade e soube transmiti-la para alunos e artistas iniciantes. Expressou o que há de melhor na Universidade: a busca pelo conhecimento aliada a uma ética pessoal e a vontade de ensinar", diz ainda a nota da USP. A diretoria da ECA também lamentou a morte do professor. "A Diretoria da ECA presta sua solidariedade aos familiares, colegas do CAC e amigos neste momento tão difícil." Veja os vídeos mais assistidos do G1:
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Cantor e compositor cearense Ednardo é internado com infecção em hospital de Fortaleza
Informação foi confirmada pela filha do artista, que negou que Ednardo esteja com a Covid-19. Ednardo Divulgação O cantor e compositor cearense Ednardo, de 75 anos, está internado em Fortaleza com uma infecção, informou nesta segunda-feira (31), a filha dele, Joana Limaverde. A atriz negou que o pai esteja com Covid-19 e pediu apoio aos fãs. Ele está em um hospital de Fortaleza. "Nosso amado pai e querido artista Ednardo está agora no hospital se recuperando de complicações com uma infecção. Ele não está com Covid, nem corre risco de vida. De todas as formas agradecemos de coração o envio de todas as energias positivas para sua pronta recuperação", escreveu. Ednardo é dono de mais de 250 composições e muitos sucessos cantados por diversos intérpretes, como "Pavão Mysteriozo", “Terral”, “Ingazeiras” e “Beira-Mar”.
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Michael B. Jordan homenageia Chadwick Boseman: ‘Gostaria que tivéssemos mais tempo’
Atores contracenaram em 'Pantera Negra'. Boseman morreu aos 43 anos após lutar contra câncer. Chadwick Boseman e Michael B. Jordan em cena de 'Pantera Negra' Divulgação Michael B. Jordan publicou nesta segunda-feira (31) uma homenagem a seu companheiro de "Pantera Negra" (2018), Chadwick Boseman, que morreu aos 43 anos após lutar contra um câncer. FOTOS da carreira de Boseman HOMENAGENS: Artistas e autoridades lamentam VÍDEOS: relembre filmes "Gostaria que tivéssemos mais tempo", escreveu em seu perfil no Instagram o ator que interpretou o vilão Killmonger no filme da Marvel. Initial plugin text "Em uma das últimas vezes em que nos falamos, você disse que estaríamos ligados para sempre, e agora a verdade disso significa mais para mim do que nunca." Leia abaixo a tradução da íntegra: "Tenho tentado encontrar as palavras, mas nada chega perto de como eu me sinto. Tenho refletido em todos os momentos, todas as conversas, todas as risadas, todos os desentendimentos, todos os abraços… tudo. Gostaria que tivéssemos mais tempo. Em uma das últimas vezes em que nos falamos, você disse que estaríamos ligados para sempre, e agora a verdade disso significa mais para mim do que nunca. Desde quase o começo da minha carreira, começando com 'All my children' quando eu tinha 16 anos você abriu caminho para mim. Você me mostrou como ser melhor, honrar o propósito, e criar legado. E mesmo que você saiba ou não… Eu tenho assistido, aprendendo e constantemente motivado pela sua grandeza. Gostaria que tivéssemos mais tempo. Tudo o que você deu ao mundo… As lendas e heróis que você nos mostrou que somos… vão viver para sempre. Mas a coisa que mais dói é que agora eu entendo o tamanho da lenda e do herói que você é. Passando por tudo isso, você nunca perdeu a vista daquilo que mais amava. Você se importava com sua família, seus amigos, seu trabalho, seu espírito. Você se importava com as crianças, com a comunidade, com a nossa cultura e com nossa humanidade. Você se importava comigo. Você é meu grande irmão, mas eu nunca tive a chance direito de te contar, ou de realmente te dar suas flores enquanto estava aqui. Gostaria que tivéssemos mais tempo. Tenho mais consciência agora do que nunca de que o tempo é curto com pessoas que amamos e admiramos. Vou sentir falta de sua honestidade, seu senso de humor, e seus dons maravilhosos. Vou sentir falta da dádiva de compartilhar espaço contigo nas cenas. Vou dedicar o resto de meus dias a viver da forma como você vivia. Com graça, coragem e sem arrependimentos. "Este é seu rei!?" Sim. Ele. É! Descanse em poder, irmão." Morre Chadwick Boseman, astro de ‘Pantera Negra’, aos 43 anos
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Músicas para descobrir em casa – ‘A paz do meu mundo é você’ (Dom Mita, 1973) com Tim Maia
Capa de 'Tim Maia', álbum de 1973 que apresentou a gravação original da balada 'A paz do meu mundo é você', de Dom Mita Ricardo Vicq ♪ MÚSICAS PARA DESCOBRIR EM CASA – A paz do meu mundo é você (Dom Mita, 1973) com Tim Maia ♪ Quando o movimento Black Rio floresceu ao longo dos anos 1970, nos subúrbios cariocas, nomes como Cassiano, Tim Maia (1942 – 1998) e Hyldon logo sobressaíram em meio aos muitos cantores, compositores e músicos brasileiros identificados com o soul e o funk que explodiram nos Estados Unidos na década anterior e que reverberavam nos bailes da pesada, às vezes à moda brasileira. Nem todos conseguiram a fama nacional a que faziam jus. O cantor, compositor e percussionista paulista Nilton Luiz Ferreira (23 de abril de 1940 – 2 de fevereiro de 2002) – conhecido artisticamente como Dom Mita – foi um desses artistas que militaram quase anonimamente no movimento Black Rio ao lado de colegas como Carlos Dafé (de quem foi parceiro) e Gerson King Combo, deixando obra que transitou entre o soul e o samba. À margem do mercado fonográfico, Mita construiu discografia que totalizou quatro álbuns e nove singles editados entre 1970 e 2000. Curiosamente, Dom Mita nunca gravou na própria obra fonográfica uma grande balada soul de autoria dele, A paz do meu mundo é você, apresentada por Tim Maia no quarto álbum do cantor e compositor carioca, Tim Maia (1973), produzido pelo próprio artista. Nunca regravada por Tim, por Mita e ou por outro intérprete, A paz do meu mundo é você foi lançada – na disposição do LP original de 1973 – como a quarta faixa do lado B. Era a décima das 12 músicas desse álbum. Com três minutos e nove segundos, a gravação de Tim Maia é lapidar. Nesse único registro fonográfico, a balada A paz do meu mundo é você apareceu envolvida em cordas e metais em arranjo grandioso, quase épico. Em plena forma vocal, Tim pôs toda a potência do timbre grave de baixo-barítono com tessitura de barítono. Os floreios vocais do cantor ao fim da gravação de A paz do meu mundo é você atestaram o momento áureo do intérprete. Infelizmente, poucos ouviram a balada de Dom Mita. Eclipsada pelo sucessos dos dois sambas-soul que impulsionaram as vendas do álbum Tim Maia, Gostava tanto de você (Edson Trindade, 1973) e Réu confesso (Tim Maia, 1973), A paz do meu mundo é você chegou somente aos ouvidos de quem conhece profundamente a discografia do cantor. O que é uma pena… Artistas e público revivem sempre as mesmas músicas do repertório de Tim Maia, ignorando a beleza dessa canção de acento soul em que Dom Mita versou sobre um coração pacificado pelo amor. ♪ Ficha técnica da Música para descobrir em casa 9 : Título: A paz do meu mundo é você Compositor: Dom Mita Intérprete original: Tim Maia Álbum da gravação original: Tim Maia Ano da gravação original: 1973 Regravações que merecem menções: A música A paz do meu mundo é você nunca foi regravada. ♪ Eis a letra de A paz do meu mundo é você : “Paz na Terra É sonho que não morre Vem meu amor, eu te amo Vou buscar a paz que eu tanto quero A paz do meu mundo é você Já cansei de protestar em vão Só existe a paz no coração De quem ama e é amado Ter você, amor que eu tanto quero, A paz no meu mundo é você Só tem jeito de mudar meu rumo A paz do meu mundo é você Já cansei de protestar em vão Só existe a paz no coração De quem ama e é amado Ter você, amor que eu tanto quero, A paz do meu mundo é você Só tem um jeito, vou mudar meu rumo A paz do meu mundo é você”
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MC Lan defende funk global sem perder estilo ‘maloqueiro’: ‘Não temos que imitar os gringos’
'Quero pisar no palco do Grammy do jeito mais Diadema possível', diz funkeiro que uniu Ludmilla a Skrillex e Anitta a Diplo. Ele quer exportar funk 'sem tirar o chinelo' nem 'perder a essência'. "O Nirvana mostrou isso, o Tupac também". MC Lan cita a banda de rock e o rapper dos EUA como exemplos de artistas que estouraram sem perder a "essência" – ou o "jeito maloqueiro", como define. O brasileiro defende o mesmo princípio para exportar nosso funk. O plano de exportação está em curso. Lan fez a ponte entre Ludmilla e Skrillex na faixa "Malokera". Também armou a "Rave de favela" com Anitta e Diplo. Nesta sexta-feira, lança "I'm F.R.E.A.K", com mais um americano, o rapper Desiigner. A faixa vai estar no disco "Bipolar", em que ele promete parcerias com o sul-coreano Psy, o americano Wiz Khalifa, o nigeriano Runtown, o portorriquenho Don Omar, a mexicana Snow Tha Project, entre outros pelo mundo. O rapper nasceu em Diamantina (MG) e foi criado em Diadema, região metropolitana de São Paulo. Há quatro anos ele estourou no funk de SP com hits pesados como "Rabetão" e "Ô Xanaína", marcadas pela voz grossa e o jeitinho ogro de Lan. Mas Caio Alexandre Cruz sabe aonde quer chegar. Ele explica as conexões com DJs estrangeiros, diz que há uma campanha nos bastidores para a indicação de "Rave de favela" à categoria eletrônica do Grammy (principal, não latino) e resume seu plano: 'Quero pisar no palco do Grammy do jeito mais Diadema possível'. Leia a conversa com o G1 abaixo: G1 – Como surge, na prática, uma parceria internacional como essa que você está lançando com o Desiigner? MC Lan – A primeira não fui eu que procurei. O Skrillex veio atrás. Ele se apaixonou pelo funk quando veio com o Diplo ao Brasil. E me procurou para fazer uma música depois. Em vez de deixar só nisso, só uma música, eu amplei meus laços. Esse é o momento de fazer acontecer. Conheci o Ty Dolla Sign, o Wiz Khalifa, o Desiigner. A Anitta abriu muitas portas para mim, a Ludmilla também. Está virando uma troca de amizades, não de favores. Tem muito artista que paga pelo "feat", mas eu não. Os artistas querem entrar de verdade. Caricatura MC Lan, Major Lazer (ao centro) e Anitta Reprodução / Instagram MC Lan G1 – No caso de "Malokera" e "Rave de favela", em que momento você entrou? MC Lan – Eu só faço músicas em que coloco a mão. A maioria eu mostro para o gringo e ele termina. A "Rave de Favela" foi o Tropkillaz que começou, mas eu mexi também. O Diplo colocou bastante a eletrônica, mas a "brisa" funk, agressiva, sou eu que coloco – e não só na voz. "Rave de Favela" tinha a ideia de ser Anitta e a Pabllo. Mas a Pabllo não conseguiu participar, eu não consegui falar com ela. E aí ficou a Anitta. "Malokera" foi um trampo que começou comigo e o Troyboy. Mandei para o Skrillex e ele adorou. A gente tem mais quatro músicas prontas, preparadas para soltar. Troyboi, MC Lan, Ludmilla, Skrillex e Ty Dolla $ign estão juntos em 'Malokera' Reprodução/YouTube G1 – Desde os primeiros hits, tipo "Rabetão", você produzia? MC Lan – Todas sou eu que começo a produção. Aí mando para outro produtor finalizar, porque eu não entendo de masterização, mixagem. Só do grave, da batida, do riff, o synth, sou muito autodidata nisso. Eu gosto de participar de tudo, inclusive com os gringos. A maior honra que tem para um favelado de Diadema é produzir de igual para igual com um gringo renomado. Capa de 'I'm F.R.E.A.K.', parceria de MC Lan com o rapper americano Desiigner, do hit 'Panda' Divulgação G1 – Você gravou com as três cantoras de funk mais populares do Brasil: Lexa ("Sapequinha"), Ludmilla ("Malokera") e Anitta ("Rave de favela"). Como foi com cada uma? MC Lan – Eu, como admirador do mundo feminino, não poderia deixar de querer trabalhar com elas. Estão quebrando vários tabus. Tem muita mulher entrando no funk por causa delas. A música com a Lexa abriu as portas para ela e para mim. A Lud também não tenho palavras. E Anitta é minha madrinha, minha mamãe. Eu queria gravar com a Pabllo e tenho um projeto parado com a Ivete. Das três principais de funk, ir para outros gêneros. G1 – Com relação às parcerias com os gringos, o que esses caras encontram no funk daqui que não existe na Europa ou nos EUA? MC Lan – A gente tem a brasilidade, a favela. Do mesmo jeito que o reggaeton está acrescentando muito no mercado e na cultural mundial, o funk também pode. Eles estão percebendo isso. O Black Eyed Peas soltou ma música com o Nicky Jam e o Tyga que é um funk. A Jennifer Lopez também faz um funk sem nenhum brasileiro. Eles até tentam copiar a favela, mas não conseguem. MC Lan Divulgação G1 – Mesmo em projetos mais comerciais como essas parcerias com cantoras e com gente de fora, é difícil manter o estilo "maloqueiro" do começo? MC Lan – Lá fora eles não acham feio esse estilo nosso maloqueiro. Eles acham legal, acham f*da. O Diplo fez questão de pegar minha Juliet (óculos), colocar no rosto e gravar o clipe. Para mim isso é mágico. A gente não precisa mudar. Pode manter a essência para chegar lá. Não tem nada mais legal do que subir num palco fora usando a sua roupa de sempre. Sem tirar o chinelo, de roupa da Cyclone, ser favelado do jeito que você é. Outras pessoas já quebraram esse tabu lá. Os rappers americanos usam o jeito maloqueiro deles. Eu descobri que o segredo para chegar lá é não imitar os gringos. Ser você mesmo. Os jurados estão vendo se "Rave de favela" vai entrar para o Grammy eletrônico. Se a gente concorrer, se Deus quiser, eu quero quero pisar no palco do Grammy do jeito mais Diadema possível, como eu ando com meus amigos. O Nirvana mostrou isso para nós, o Tupac também, muitos artistas. Quero mostrar que dá para manter a essência. G1 – Existe uma campanha para a indicação de 'Rave de favela' ao Grammy na categoria eletrônica, é isso? MC Lan – Sim, a votação está rolando. Não sei se vai entrar, mas está sendo aceita. Lá fora os gringos abraçaram. Acho que o Brasil só tem a ganhar com isso. G1 – Outro dia um dos assuntos mais comentados no Twitter foram fotos suas na época em que você era emo. Como foi essa época? MC Lan – Viralizou, né? Eu sou um camaleão, desde criança. Já tive minha fase que cantava rap, rock, abri o show da banda Hori, do Fiuk. E uma das fases de que eu mais gostei foi a minha fase emo. Acabei não namorando tanto quanto eu gostaria, mas consegui aprender muito. Sou muito fã de NX Zero, Fresno. Eu vou gravar uma música com o Di Ferrero (ex-NX Zero) e o Lucas Silveira (Fresno). O rock é uma música elementar como o funk. Eu não tenho vergonha de aparecerem essas fotos, fico feliz. Initial plugin text G1 – Você já foi preso por um ano. Como foi passar de uma experiência dessa e virar um cantor? MC Lan – Tudo na vida foi um aprendizado. Morar na rua, perder minha mãe, a cadeia, o funk, o rap, o emo. Gosto de levar a vida sem me vitimizar nem glorificar o que fiz. Glorificação é poder ter saído do crime de cabeça erguida, respeitando e sendo respeitado por todo mundo. Música é uma salvação para nós. Você sai achando que não tem mais trabalho, não tem mais nada na vida, com com a carteira suja. Em qualquer emprego que chegar, é ex-presidiário. A gente está falando de Grammy agora. Penitenciária e Grammy não estão na mesma linha. Só tenho a agradecer. Eu não tenho família mais. Acho que a minha mãe está junto de Deus me abençoando. 'Malokera': MC Lan é a cara de música com Skrillex, mas quem brilha é Ludmilla no rap
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