Emma Roberts está grávida do primeiro filho
Atriz publicou foto ao lado do namorado, Garrett Hedlund, para anunciar novidade: 'Eu… e meus dois caras favoritos'. Emma Roberts está grávida do primeiro filho Reprodução/Instagram Emma Roberts está grávida do primeiro filho. A atriz usou as redes sociais para anunciar a novidade. Emma publicou três fotos em que mostra a barriguinha. Em duas das imagens, ela aparece ao lado do namorado, Garrett Hedlund. "Eu… e meus dois caras favoritos", escreveu a atriz na legenda. Ao fazer o anúncio, Emma recebeu mensagens de carinho de vários seguidores, anônimos e famosos, incluindo de sua tia, Julia Roberts. "Te amo", escreveu a atriz. Lea Michele, que deu à luz seu primeiro filho há pouco mais de uma semana, também celebrou a novidade. "Você vai ser uma grande mãe. Te amo. Mãe de meninos juntas." Emma e Garrett foram clicados juntos pela primeira vez em março de 2019 dias após surgirem comentários sobre um relacionamento entre os dois atores. Initial plugin text
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Lexa põe pimenta mexicana em funk gravado com Rennan da Penha
Single 'No talo' mistura os dois universos musicais em clima 'tropicaliente' na primeira parceria da cantora com o DJ. ♪ “Arriba essa raba, muchacha!”. A ordem dada quase ao fim dos dois minutos da gravação da inédita música No talo (WK, Marlon Rodrigues de Souza Moreira, éoCROSSS, Lexa, Pablo Bispo, Ruxell e Sérgio Santos) está em sintonia com o toque latino posto por Lexa neste funk de 150BPM gravado pela artista com o DJ Rennan da Penha. Em sintonia com o clima tropicaliente da faixa, os sopros do arranjo da composição remetem ao universo da música mexicana. Essa improvável fusão das duas culturas musicais é o tempero que apimenta o single No talo, lançado na sexta-feira, 28 de agosto, pela gravadora Sony Music. De cores vivas, os figurinos usados pelos artistas na gravação do clipe da música No talo – filmado sob direção de Rômulo Menescal e Vinicius Olivo no bairro carioca de Santa Teresa, no centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – reforçam a mescla da sensualidade da música mexicana com o erotismo explícito dos funks cariocas. O single No talo marca a primeira parceria de Lexa – funkeira cuja trajetória é o tema de inédita série documental ainda em fase de pré-produção e prevista para estrear em 2001 na plataforma Globoplay – com Rennan da Penha, DJ que gravou e lançou o DVD Segue o baile no primeiro semestre deste ano de 2020. Capa do single 'No talo', de Lexa com Rennan da Penha Divulgação
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Ativista que inspirou filme ‘Hotel Ruanda’ é preso por acusação de terrorismo
Paul Rusesabagina, que vivia exilado na Bélgica, é crítico do presidente de Ruanda. Alguns ruandeses o consideram herói que salvou mais de mil pessoas ao abrigá-las em hotel que gerenciava na época do genocídio. Em dezembro de 2004, Paul Rusesabagina, que inspirou o filme ‘Hotel Rwanda’, foi fotografado ao lado da atriz Angelina Jolie na sua estreia em Beverly Hills, na Califórnia, nos EUA Chris Pizzello/AP A polícia de Kigali, capital de Ruanda, anunciou nesta segunda-feira (31) que prendeu Paul Rusesabagina sob acusação de terrorismo. A história do crítico do presidente Paul Kagame inspirou o filme "Hotel Ruanda". O Gabinete de Investigação de Ruanda (RIB) informou que Rusesabagina, que vivia exilado na Bélgica, foi preso graças à cooperação internacional e que está detido em uma delegacia de polícia na capital Kigali. "Com a cooperação da comunidade internacional, Paul Rusesabagina foi preso e agora está nas mãos do RIB", disse a repórteres Thierry Murangira, porta-voz adjunto do Gabinete de Investigação de Ruanda. O porta-voz, porém, recusou-se a esclarecer as circunstâncias da prisão, argumentando que isso poderia "prejudicar a investigação". O porta-voz, que acusou Rusesabagina de ter trabalhado pela mudança de regime em Kigali, acrescentou que ele era objeto de um mandado de prisão internacional e "suspeito de ter financiado e criado grupos terroristas operando na região dos Grandes Lagos". Os investigadores o culpam por atos de terrorismo, incêndios, sequestros e assassinatos, principalmente cometidos em território ruandês em duas ocasiões, em junho e dezembro de 2018. O Ministério Público da Bélgica sabia que Rusesabagina era alvo de um mandado de prisão internacional e foi informado por Ruanda de sua prisão, mas "não tinha detalhes das circunstâncias", segundo declarou à AFP seu porta-voz, Eric Van Duyse. Rusesabagina, um hutu, era o gerente do Hotel des Mille Collines em Kigali, retratado no filme "Hotel Ruanda", durante o genocídio que deixou quase 800 mil mortos entre abril e julho de 1994, principalmente entre a minoria tutsi, mas também entre os hutus moderados, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Alguns ruandeses o consideram um herói que salvou mais de mil pessoas ao abrigá-las no hotel, mas outros, incluindo as principais autoridades do regime de Paul Kagame, o chamam de impostor. Ele então se tornou um crítico feroz de Kagame, cuja Frente Patriótica de Ruanda (FPR) encerrou o massacre. No exílio, Rusesabagina fundou o Movimento Ruandês para a Mudança Democrática (MRCD) e continuou a criticar o presidente Kagame por amordaçar a oposição. No poder desde 1994, Paul Kagame é criticado por liderar o país com punho de ferro, reprimindo todas as formas de dissidência e prendendo ou exilando políticos da oposição. A organização Human Rights Watch acusou seu regime de execuções sumárias, prisões, detenções ilegais e torturas nas prisões. O RIB chamou o MRCD e seu braço armado, Frente de Libertação Nacional (FLN), de "grupos terroristas extremistas" e Ruanda acusou os vizinhos Burundi e Uganda de abrigá-los.
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Músicas para descobrir em casa – ‘Tempo’ (Arnaldo Antunes e Paulo Miklos, 1988)
Capa do álbum 'Sandra de Sá' que trouxe a gravação original da música 'Tempo' em 1988 André Papi ♪ MÚSICAS PARA DESCOBRIR EM CASA – Tempo (Arnaldo Antunes e Paulo Miklos, 1988) com Sandra de Sá e Titãs ♪ No segundo semestre de 1988, ano em que os caminhos profissionais de Sandra de Sá e dos Titãs se cruzaram com a gravação da música Tempo, a cantora carioca e o grupo paulistano viviam momentos áureos nas respectivas carreiras. Já com o “de” incorporado ao nome artístico, a artista carioca gravava o primeiro disco após o estouro do álbum Sandra Sá (1986), que empilhara hits nas paradas assim que foi lançado há dois anos. Já a banda – ainda com a formação clássica estabelecida em 1984 – estava lançando o disco ao vivo Go back (1988) com o status obtido com a virada punk dada nos antológicos álbuns Cabeça dinossauro (1986) e Jesus não tem dentes no país dos banguelas (1987). Foi naquele momento que Sandra de Sá e Titãs se reuniram em estúdio para gravar Tempo, música inédita de Arnaldo Antunes e Paulo Miklos – dois dos oito integrantes do grupo – dada para o sexto álbum da cantora, Sandra de Sá, lançado no fim daquele ano de 1988 pela gravadora BMG-Ariola. Tempo era rock com a cara dos Titãs e com a poética típica de Arnaldo, autor da letra escrita com versos questionadores como “Será que a cabeça tem o mesmo tempo da mão? / O tempo do pensamento / O tempo da ação”. Contudo, a batida funkeada da faixa, arranjada pela banda, remeteu às origens de Sandra de Sá no universo musical black Rio. Gravada com a pegada dos Titãs, a faixa Tempo se distanciou do tom tecnopop sentimental ditado pela produção do disco, orquestrada por Michael Sullivan sob direção artística de Miguel Plopschi, com (alguns) arranjos empastelados de Lincoln Olivetti (1954 – 2015). Além de ser inspirada em si, a composição foi valorizada na gravação pelo tom caloroso da voz grave de Sandra de Sá – em canto dividido com Arnaldo Antunes e Paulo Miklos, os autores de Tempo – e pelo toque dos Titãs. Por ter feito o arranjo, a banda impediu que as intenções da música fossem diluídas no tom popular do álbum. E, por isso mesmo, o rock funkeado Tempo somente foi escutado por quem comprou o álbum. Sem ser promovida pela gravadora em programas de rádios e TVs, a faixa acabou ofuscada por baladas como Amanhã (canção de Michael Sullivan e Paulo Massadas, gravada por Sandra com o cantor norte-americano Billy Paul) e Bye bye tristeza (Marcos Valle e Carlos Colla), o grande hit do álbum Sandra de Sá. Seis anos após a gravação original de Sandra de Sá com os Titãs, Tempo ganhou outro registro fonográfico da cantora, feito para Olhos coloridos (1994), projeto revisionista em que Sandra reciclou músicas da discografia no clima eletrônico das programações e arranjos de Márcio Miranda. No ano seguinte, Arnaldo Antunes registrou Tempo no segundo álbum solo, Ninguém (1995), com arranjo feito com colagem de sons, percussão tribal (de Paulo Tatit e Peter Price) e samples de Zaba Moreau. Como nenhuma das duas regravações alcançaram a força do registro original de 1988, Tempo acabou esquecida no decorrer do… tempo – “O tempo do nascimento, crescimento, envelhecimento”. ♪ Ficha técnica da Música para descobrir em casa 3: Título: Tempo Compositores: Arnaldo Antunes e Paulo Miklos Intérprete original: Sandra de Sá Álbum da gravação original: Sandra de Sá Ano da gravação original: 1988 Regravações que merecem menções: a da própria Sandra de Sá no álbum Olhos coloridos (1994) e a de Arnaldo Antunes no álbum Ninguém (1995). ♪ Eis a letra de Tempo : “Será que a cabeça tem o mesmo tempo que a mão? O tempo do pensamento O tempo da ação Será que o teto tem o mesmo tempo que o chão? O tempo de decompor O tempo de decomposição Será que o filho tem o mesmo tempo que o pai? O tempo do nascimento, Crescimento, envelhecimento, Um momento Um momento O homem pensa que faz A guerra, a paz Enquanto o homem pensa O tempo se faz O homem pensa que é Alegre, triste Enquanto o tempo passa O homem assiste Como matar o tempo Como matar o tempo”
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Acha caro ir ao cinema? Entenda como se calcula o valor dos ingressos e a divisão da bilheteria
Valor é dividido entre salas de cinema e distribuidores do filme. Impostos e pagamento de direitos pelas músicas também estão embutidos no preço. O que compõe o preço do ingresso no Brasil Arte/G1 Em crise por conta da pandemia da Covid-19, os cinemas ensaiam uma reabertura na próxima semana diminuindo os preços. No "velho normal", um ingresso de cinema custava mais de R$ 50 em salas gourmet dentro de shoppings ou menos R$ 20 em salas pequenas na rua. Em qualquer uma delas, o que compõe esse valor não muda: há impostos, pagamentos de exibidor, distribuidor, aluguel e uma conta complexa para pagar comissão dos investidores, do governo e gastos da produção. Exibição Do valor total do ingresso, cerca de 52,5% fica com os cinemas. Essa porcentagem é uma média do que é praticado no mercado, mas pode variar, dizem os entrevistados ouvidos pelo G1. “Também há uma negociação entre exibidores e distribuidores do percentual, mudando às vezes ao longo das semanas que o filme fica em cartaz”, explica Felipe Lopes, diretor da distribuidora Vitrine Filmes. Em alguns casos, o percentual que fica com o exibidor vai para 60% a partir da segunda semana. De sua fatia do ingresso, os exibidores pagam uma porcentagem de aluguel pelo cinema. Ela começa em 5% e pode chegar a 15%. Quanto custa e quanto pode custar um livro no Brasil? Segundo Sherlon Adley, diretor comercial e de marketing da rede Cinesystem, em alguns shoppings, o pagamento do aluguel pode funcionar de duas maneiras: uma porcentagem estimada dos ingressos ou um valor fixo. Geralmente, o que for maior. Do valor também saem 5% para o pagamento do ISS (Imposto sobre serviços de qualquer natureza) e 2,5% para o pagamento ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) pelo direito das músicas nos filmes. Os donos e administradores de cinema dizem que a margem de lucro sobre o ingresso é muito baixa. Por isso, eles têm investido em salas VIP, na venda de comida, bebida, brinquedo e presentinhos ou usado o espaço para realizar eventos. “As salas com mais conforto são as que mais lotam e têm consumo mais alto. 80% dos espectadores dessas salas estão consumindo. Então é um bom investimento”, diz Adley. Distribuição Cinema vazio em Kochi durante lockdown imposto no estado de Kerala, no sul da Índia. Foto de 11 de março Sivaram V/Reuters/Arquivo Em média, as empresas que distribuem o filme administram os outros 47,5% do valor da bilheteria. Desse percentual, o distribuidor paga cerca de 6,8% de impostos e contribuições, entre eles Pis, Cofins e CSLL (Contribuição social sobre lucro líquido). A comissão da distribuidora costuma ser 25% do valor que ela recebe. Esse é o teto limitado pela Ancine para filmes que contam com recursos públicos do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual). Sobre o total do valor, essa comissão representa 11,8%. "O principal trabalho da distribuidora é fazer um lançamento com o tamanho do retorno que espera receber de volta", diz Lopes. O que sobra depois desses pagamentos é chamado de receita líquida de distribuição. É daí que vão sair os pagamentos dos investidores e do FSA, a recuperação do investimento em divulgação e comercialização dos filmes e a participação do produtor. Não existe uma porcentagem definida para esses pagamentos porque eles variam de contrato para contrato, explicam os entrevistados, e divulgar os valores poderia enfraquecer as negociações. “A recuperação do investimento em comercialização é definida em contrato e o valor da campanha aprovado entre produtores e distribuidora. Como ele é variável, não há um percentual fixo de quanto dos ingressos acaba indo para o produtor”, explica Lopes. “O produtor participa do que sobra e a sua participação é de acordo com o que ele consegue reter depois de pagar a todos os sócios do filme. Quando sobra, porque às vezes não dá nem para pagar”, diz o produtor Jorge Peregrino. Pode parecer que estão faltando atores, diretores e roteiristas nessa conta. Mas o pagamento da equipe não sai do valor do ingresso. Os custos para fazer o filme são contabilizados na produção. E os pagamentos de atores, diretores e equipe são fixos, não dependem de bilheteria. Sucessos e fracassos Como o preço do ingresso não costuma variar nos cinemas, para aproveitar o sucesso de um filme, é preciso aumentar o número de salas e o período de exibição. “A gente pergunta para a distribuidora: quanto você acha que vai dar de público? Eu sei qual é meu share do mercado (participação) para cada gênero de filme e sei qual é meu ticket médio. Assim, eu calculo quanto posso faturar”, explica Adley. “Às vezes a gente acerta e a previsão de 12 milhões vira 19, como foi com ‘Vingadores'. Mas pode acontecer o contrário. Para ‘Pets’, se imaginava 5 milhões e deu 1,8 milhão apenas”, conta. O diretor da Vitrine explica que todo lançamento de filme é trabalhado em conjunto entre distribuidores e exibidores, em busca de um calendário que não tenha semanas muito cheias ou muito vazias de estreias. Semana Pop explica como foram filmadas as mais impressionantes cenas de pragas do cinema
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‘No rap existe um ego muito grande de saber quem é melhor do que quem’, diz Hungria Hip Hop
Rapper conta ao G1 sobre EP acústico produzido durante a quarentena. Hungria lança projeto acústico produzido durante a quarentena Digulgação "Cheiro do mato" tinha tudo pra ser o título de um single ou álbum sertanejo, mas foi o nome escolhido para o novo projeto do rapper Hungria. Em isolamento em sua casa na cidade de São Sebastião, próximo a Brasília, ele que já fez parcerias com muitos sertanejos, resolveu gravar "no meio do mato". Além disso, inseriu violino e gaita nas gravações em formato acústico. "Sempre tive em meu coração a vontade de fazer algo acústico. Sou muito ligado ao rap, porém eu gosto da musicalidade do acústico, gosto da interação entre cada instrumento", afirma o rapper em entrevista ao G1. Para ele, o formato acústico traz a possibilidade de mostrar "que quem canta rap é um músico, assim como todos os outros". Do trap ao rap acústico, qual é a do novo hip hop brasileiro? Lançado na sexta-feira (21), "Cheiro do mato" tem cinco faixas, sendo quatro delas inéditas e em parceria com Luan Padal. "Tem música que fiz pra minha mina, música que eu fiz pro mundo, música que fiz pras famílias, pra mulher em situação de mulher que já vi sofrer… mas a mulher tem um poder que se superar a cada dia." No bate-papo, o cantor também falou sobre a marca de 10 milhões de inscritos em seu canal no YouTube e do preconceito que o rap acústico sofre. "Acho que no rap, existe um ego muito grande de saber quem é melhor do que quem. Agora tá na onda de quem está no hype. Certas coisas que realmente acabam inflando o ego de pessoas que ainda não sabem o que é trabalhar de verdade, o que é trabalhar por amor", afirma Hungria. Hungria lança projeto acústico produzido durante a quarentena. Divulgação G1 – Esse seu projeto acústico tem relação com o crescimento do rap acústico nas plataformas e maior espaço nas rádios ou foi mais por ser a forma que encontrou pra seguir produzindo durante a pandemia? Hungria – Eu sempre tive vontade de fazer, sempre tive em meu coração a vontade de fazer algo acústico. Sou muito ligado ao rap, porém eu gosto da musicalidade do acústico, gosto da interação entre cada instrumento. Nessa pandemia, eu tirei um tempo pra compor, pra produzir. Achei o momento certo para fazer isso. Quando estava na correria de show, turnê, eu não tinha tanto tempo pra focar. Até porque o acústico exige uma atenção a mais, uma dedicação a mais, de reunir músicos, de gravar, repassar música. E tem esse lado também de que, talvez, o rap que o Hungria já faz não alcançava 100% das pessoas. Ainda existe um certo preconceito com a nossa bandeira, com certas mensagens que são expostas nas nossas músicas, porém esse projeto acústico pode alcançar um número maior de pessoas. Ele pode passar a visão de quem canta rap é um músico, assim como todos os outros. G1 – Além dessa questão do preconceito com o rap que você comentou, há o preconceito dentro do próprio rap diante de projetos acústicos. Alguns artistas não consideram o acústico como rap. Qual sua visão sobre isso? Hungria – Na real, desde quando comecei minha carreira, sempre mergulhei muito cego, foi isso que me fez chegar onde cheguei até hoje. Se eu tivesse uma visão ampla desse mergulho, talvez eu não tivesse pulado nessas águas da música. Se eu tivesse a visão de tanto preconceito, de tanta crítica, eu não tinha ido. Existe esse preconceito dentro do próprio rap. Se a gente muda um pouco, faz uma participação com um gênero diferente, falam que não está fazendo mais rap. Só que eu sou a favor de fazer música, sou a favor de levar uma mensagem positiva, sou a favor de fazer as pessoas refletirem. E eu acho que a gente está atravessando um momento muito bacana, que o preconceito ainda é grande, porém muito menor que um tempo atrás. E quando fiz esse projeto aí, não foi ‘ah, vou fazer um projeto acústico agora porque quero me tornar mais popular nas rádios e nas televisões’. Nunca foi isso. Eu lancei esse projeto acústico porque sempre tive vontade de fazer, era algo que ecoava aqui dentro do meu coração. "Por mais que existam críticas, eu vou fazer sempre o que eu tenho vontade. Porque a música é liberdade de expressão. Se um dia eu parar de cantar o que eu quero pra cantar o que as pessoas querem, eu paro de ser um músico." G1 – E qual a relevância que você vê desse formato mais acústico dentro do cenário do rap e da música no geral? Hungria – É muito grande. Até porque a molecada que cantava um rap mais underground, assim como eu também, quando eles entram com o projeto acústico, a gente começa a provar pras pessoas que a gente tem um potencial de músico, de fazer mudanças, de tocar com banda. Acho isso muito bacana, de uma relevância extremamente importante, porque a gente consegue quebrar paradigmas de "há, só canta rap, só canta nesse estilo". G1 – O título `Cheiro do mato` faz relação com o lugar que você está passando o isolamento. Mas a escolha do nome meio que desconstrói um pouco aquela pegada de cidade que é do rap. Você pensou nisso? Hungria – Pensei também nessa desconstrução, total. E na real, quando toda minha equipe topou esse projeto, foi um projeto que foi elaborado muito rápido. E foi incrível também que escrevi as músicas e logo no outro dia, ensaiei com os músicos. No outro dia, a gente foi para o estúdio e no dia seguinte a gente gravou. Então foi algo realmente rápido, sacou. Aí intitulei esse projeto como "Cheiro do Mato", pelo cheiro da natureza. O cheiro da natureza me deixa calmo, me deixa em paz e mais perto de Deus. G1 – Você escreveu as músicas agora durante a quarentena. Os sentimentos foram diferentes? O que você colocou pra fora aí nessas músicas? Hungria – Todas as músicas minhas costumo usar bastante sentimento. Essa quarentena foi essencial pra esse projeto sair. Na real, eu acho que a quarentena me trouxe muito mais uma reflexão. Os instrumentos, como os que botei nesse projeto, como violino, gaita, remetem muita reflexão. E todo esse momento de quarentena se torna um momento de reflexão. Sou muito de fazer o que sinto. Não tinha como eu fazer música falando de uma festa se a gente está em quarentena e não está existindo nem festa. Então realmente foi um momento de refletir, de pensar em pessoas que amei, em pessoas que eu amo, de pensar na situação atual do mundo. E de tentar, desde o arranjo musical às letras, levar paz para o coração das pessoas. G1 – Como está sendo esse período de isolamento, de pandemia, pra você? Hungria – É um momento crítico pra todo mundo, pro mundo todo, porém dentro da minha casa pude reconhecer alguns valores que antigamente eu não via. O valor de um abraço, do beijo da minha filha, do olhar da minha mãe. Acho que o mundo deu uma pausa e essa pausa às vezes serve pra gente analisar a situação do jogo. A gente estava muito robotizado, saindo pra trabalhar, pra viajar, e se esquecendo do que realmente tem valor. Hungria lança projeto acústico produzido durante a quarentena. Divulgação G1 – Das cinco músicas do EP, quatro são em parceria com Luan Padal. Como foi o processo de produção? Foi virtual ou estiveram juntos? Hungria – O Luan é um vizinho meu. Se você olhar pro Luan você já vai falar que ele tem o cheiro do mato, é um moleque completamente roots, completamente do violão. E na verdade, todas as minhas faixas, nunca tinha escrito com ninguém. E o Luan foi a primeira pessoa que eu me identifiquei pra escrever e fluiu muito bacana todo esse projeto. E na real, esse projeto fala de amor também. Tem músicas que eu fiz pra minha mina, músicas que eu fiz pro mundo, música que fiz pras famílias, música que fiz pra mulher em situação de mulher que já vi sofrer, mas a mulher tem um poder que se superar a cada dia… enfim… G1 – Fiz uma entrevista com você em 2017 e você comentou que nosso pais é sertanejo, pelo domínio do ritmo. Ainda vê o cenário musical assim? Hungria – Na real, a potência do mercado sertanejo é muito grande. Porém a gente está atravessando de uma geração muito eclética. Antigamente meus avós só curtiam um estilo musical e se a gente colocasse outro dentro de casa, pessoal brigava pra desligar o som. E hoje a gente atravessa uma fase onde a geração se torna muito eclética. Os pais escutam tudo, os filhos escutam tudo. Então acho que realmente tudo tá virando música. Se faz sorrir, se faz dançar, se leva alegria, tudo está se tornando música. E eu acho que o mercado sertanejo é muito aquecido pelo fato de investimento em rádio, é um mercado muito caro pra se entrar, a manutenção é muito cara. Não que não tenha pessoas talentosas lá dentro dele. Lógico que existem milhares de pessoas talentosas. Mas acho que o impacto dele, desde o início, foi muito rádio, televisão. Realmente o sertanejo é uma cultura dos nossos avós, nossos bisavós, que veio para os nossos pais e reflete na gente também. O sertanejo é um patrimônio tombado do país, não tem como. G1 – Você falou sobre o preconceito mesmo dentro do próprio rap. Como você analisa o mundo do rap em relação a união? Acha que se tivesse mais união, poderia ter menos preconceito no mercado? Hungria – Acho que a união é essencial pra qualquer estilo musical. Deve existir também desunião no mercado sertanejo, mas no meu ponto de vista eles se abraçam com uma facilidade bem maior. Acho que no rap existe um ego muito grande de saber quem é melhor do que quem. Agora tá na onda de quem está no hype. Certas coisas que realmente acabam inflando o ego de pessoas que ainda não sabem o que é trabalhar de verdade, o que é trabalhar por amor. Na real, eu não trabalho por hype, eu trabalho pra fazer o que gosto e levar som pra quem eu amo. Então o rap sempre teve uma pose de chegar no lugar com o peito muito inclinado. Eu acho que a gente tem que perder isso aí. G1 – Recentemente você bateu a marca de 10 milhões de inscritos no YouTube. O que esse número representa pra você? Hungria – Na real, me remete uma história toda. Eu lembro que no começo, pra ter dez pessoas, foi muito difícil. E hoje quanto atinjo uma marca de dez milhões, eu tenho uma fé tão grande que pra chegar nos 100 milhões também vai ser trabalhoso, porém eu tenho condição de chegar. Então tudo o que me remete quando olho pra esses números é fé. G1 – Durante a quarentena, além do EP, você também fez algumas lives. O que você acha desse tipo de transmissão de show? Acha que vai ter continuidade após a pandemia, que veio pra ficar? Hungria – Acho que sim. Na real, foi algo incrível nessa pausa toda que o mundo deu de aproximar o artista do público dele. Eu fiz três lives, só que nenhuma das três se aproximou do contato físico do meu público, de olhar ali embaixo e eles estarem cantando comigo. Quebra um pouco da saudade de você ver eles comentando, de estar assistindo essa energia. E eu acho que também que é um projeto que vai perdurar anos e anos no mundo inteiro. Na real, acho até que nos bares as pessoas vão vender as lives. Vai virar algo global. G1 – Muitas pessoas pedem a retomada de show. Você pensa nisso para já? Hungria – Já tive várias propostas de drive-in, mas realmente eu não estava num momento que estava querendo fazer. E até nesse exato momento tudo pode mudar, sou meio bipolar, tudo pode mudar. Mas eu estou aguardando realmente pra quando tudo estiver bem e ver meu público de perto e ver meu público gritar, ir no meu camarim me abraçar.
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Agora é assim?: Influenciadores especializados devem ganhar força em mercado baseado em identificação
Ronaldo Lemos e Bia Granja participaram de debate sobre vida digital pós-pandemia. Para ela, isolamento tornou desinteressantes celebridades que se sustentavam em mostrar vida perfeita. Especialista comenta sobre influenciadores digitais: "conteúdo precisa ser relevante" O influenciador que se sustentava em mostrar a vida perfeita nas redes sociais viu sua esfera de publicações se restringir no isolamento causado pelo coronavírus. Com isso, em muitos casos, esse tipo de personalidade acabou se tornando desinteressante aos olhos do público. A análise é de Bia Granja, cofundadora do Youpix, consultoria focada em discutir a cultura da internet. Na última sexta-feira (21), ela foi uma das convidadas da live “Agora é assim?” para discutir o impacto da pandemia do coronavírus na inovação e na vida digital dos brasileiros. O advogado e pesquisador especializado em tecnologia Ronaldo Lemos também participou da conversa. Assista a todos os trechos da conversa sobre vida digital Live já discutiu mudanças na fé, na educação, nos relacionamentos, na economia, no turismo, na ciência, na vida saudável, no trabalho, no consumo e na infância; clique nos links para assistir ou ouvir na versão podcast. Live 'Agora é assim?' discutiu vida digital no pós-pandemia Reprodução “Por muito tempo, a gente entendeu o influencer em um lugar de lifestyle, das melhores roupas, melhores comidas, melhores viagens… A pandemia mudou esse jogo. Percebemos que, sem poder sair de casa, essas pessoas não podem exercer esse lifestyle”, explicou Bia. Para ela, isso deve gerar uma mudança importante no mercado, que tem se aproximado de um modelo baseado em relações de identidade. “A influência está se voltando para algo mais verdadeiro, baseado em troca, em identificação e conteúdos que vão além de mostrar o quão incrível é a vida de alguém.” Para Ronaldo, essa transformação deve fortalecer influenciadores mais especializados. Esses estão menos interessados em viralizar e se dedicam a criar conteúdo sobre temas que dominam. Lives experimentais Nesse contexto, avaliou Bia, as lives podem ganhar novos modelos nas redes sociais. Sobre futuro das lives, especialista afirma que "vai ter muita experimentação ainda" Fenômenos nos primeiros meses da quarentena, as lives musicais perderam força, com queda na audiência e volume de buscas. Outros formatos começaram a surgir, como festas on-line, cursos, transmissões de debates e até de peças teatrais. “Como ainda estamos pandêmicos, com muitos ainda isolados, a live ainda tem esse poder importante de criar conexão entre um monte de gente ao mesmo tempo”, disse a cofundadora do Youpix. . “É um campo que ainda deve dar margem para muita experimentação. O modelo tende a ir se modificando e novos formatos devem surgir.” 'Agora é assim?' Como será a vida digital após a pandemia?
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Cantora Sarah Harding, do Girls Aloud, revela luta contra câncer
'Estou lutando o máximo que eu posso', afirmou a cantora em sua rede social. Sarah explicou que, inicialmente, foi diagnosticada com câncer de mama, mas doença se espalhou para outras partes do corpo. Cantora Sarah Harding, do Girls Aloud, revela luta contra câncer Reprodução/Instagram Sarah Harding, uma das integrantes do grupo Girls Aloud, anunciou em suas redes sociais sua batalha contra o câncer. A cantora de 38 anos explicou que, no início do ano, foi diagnosticada com câncer de mama, mas há algumas semanas, recebeu a notícia de que a doença se espalhou para outras partes do corpo. "Espero que todos vocês estejam bem e seguros durante esses tempos incertos. Eu não tenho postado nada por aqui já faz um tempo. Obrigada a todos vocês que se preocuparam comigo, isso realmente significa muito. Sinto que chegou a hora de compartilhar o que está acontecendo", escreveu Sarah em seu Twitter. "Não há um jeito fácil de dizer isso, mas aí vai. No início do ano eu fui diagnosticada com câncer de mama e há algumas semanas eu recebi a notícia devastadora de que o câncer avançou para outras partes do meu corpo. Atualmente, estou passando por sessões semanais de quimioterapia e estou lutando o máximo que eu posso", afirmou a cantora. "Entendo que pode ser chocante ler isso nas redes sociais e essa realmente não é minha intenção. Mas na semana passada foi dito que eu fui vista em um hospital, então eu sinto que essa é a hora de as pessoas saberem o que está acontecendo e esta é a melhor maneira que pude pensar em fazer isso." A cantora ainda afirmou que amigos e familiares estão a ajudando nessa fase e agradeceu ao time de médicos e enfermeiros, a quem chamou de herois. "Estou fazendo o meu melhor para me manter positiva." "Espero que todos vocês entendam e respeitem minha privacidade nesse difícil período", finalizou a cantora. Sarah integrou o Girls Aloud, grupo criado em 2002, quando venceu o reality show musical britânico "Popstars: The rivals". A banda anunciou seu fim em 2013. Após o anúncio na rede social, Sarah recebeu diversas mensagens de apoio e carinho dos fãs. Initial plugin text A banda Girls Aloud Divulgação
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Renate Blauel, ex-mulher de Elton John, diz que tentou se matar na lua de mel com cantor
Em processo judicial, engenheira de som alemã diz que cantor pediu para que ela fosse embora durante viagem após afirmar que casamento não estava dando certo. Elton John posa no tapete vermelho do Globo de Ouro 2020 Jordan Strauss/AP Renate Blauel, ex-mulher de Elton John, diz que tentou se matar durante a lua de mel do casal em 1984, de acordo com documentos legais arquivados no Supremo Tribunal de Londres. Segundo a BBC, a engenheira de som alemã revela que teve uma overdose de Valium (medicamento com efeito calmante e sedativo) após o cantor afirmar que o casamento não estava dando certo e que ele queria que ela fosse embora três dias após eles iniciarem a viagem a St. Tropez. De acordo com o jornal Daily Mail, Blauel foi levada às pressas para o hospital para uma lavagem estomacal e o artista não fez nenhuma visita à ela durante a internação. As revelações surgiram em meio ao processo aberto por Blauel no qual ela alega que o cantor quebrou os termos de acordo de divórcio. Na ação, ela pede 3 milhões de libras (cerca de R$ 21 milhões). A engenheira de som e Elton John foram casados por quatro anos. Blauel se manteve discreta desde o término do casamento, em 1988, mas abriu um processo contra o cantor no início deste ano após ter trechos de sua vida pessoal expostos na autobiografia do cantor e no filme "Rocketman". Ela alega que as divulgações desses fatos desencadearam problemas de saúde mental. Segundo a BBC, os advogados de Elton John reconhecem a existência do acordo de divórcio e que o documento foi assinado por ambas as partes, mas nega que tenha havido qualquer violação ou causado danos psicológicos. Assista ao trailer do filme 'Rocketman'
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Filme ‘Música para morrer de amor’ segue a trilha apaixonante do melodrama pop
Gravação inédita de Helio Flanders fecha roteiro pavimentado por intervenções de Milton Nascimento, Fafá de Belém, Clarice Falcão e Tim Bernardes. ♪ A foto ao alto flagra Berenice (Denise Fraga) e Felipe (Caio Horowicz) – mãe e filho no roteiro do filme Música para morrer de amor, em cartaz desde 20 de agosto em plataformas de streaming – em cena tradutora do tom pop melodramático que pauta o longa-metragem escrito e roteirizado por Rafael Gomes. Na cena, mãe e filho se irmanam na sofrência quando unem vozes para destilar as mágoas de Não aprendi a dizer adeus (Joel Marques, 1990), uma das mais belas canções do universo sertanejo, popularizada em escala nacional nas vozes de Leandro & Leonardo em gravação feita pela dupla em 1991. Inspirado pela peça Música para cortar os pulsos (2009), aclamada encenação que projetou o nome de Rafael Gomes nos palcos nacionais, o filme narra os acontecimentos amorosos que originaram os três monólogos do texto teatral, aplaudido por público jovem, normalmente ausente das plateias de teatro. Como o título do filme já sugere, a música atua como personagem que sublinha os (des)encontros do trio formado por Felipe, Isabela (Mayara Constantino) e Ricardo (Victor Mendes) na paisagem cinzenta da cidade de São Paulo (SP). Três da madrugada (Carlos Pinto e Torquato Neto, 1973), por exemplo, realça o desalento de personagem na voz de Gal Costa. Cartaz do filme 'Música para morrer de amor', de Rafael Gomes Reprodução Entrando no clima, cantores fazem participações especiais no filme. César Lacerda e Clarice Falcão, por exemplo, são vistos cantando, nas ruas de Sampa, as respectivas músicas Isso também vai passar (2017) e Eu esqueci você (2013). Fafá de Belém interpreta Abandonada (Michael Sullivan e Paulo Sérgio Valle, 1996) no mesmo bar em que Berenice e Felipe cantam a sofrência de Leandro & Leonardo. Autor e intérprete de Volta (2016) e Ela (2017), canções ouvidas ao longo do filme, Tim Bernardes faz figuração numa cena. Milton Nascimento canta A festa (2003), com a letra de 2018, em show que serve à ação do roteiro. O filme Música para morrer de amor se nutre de canções de (des)amor que pautam a trilha sonora pavimentada sob a direção musical de Marcus Preto. Integradas ao roteiro, as músicas e as intervenções dos artistas – como a de Maria Gadú com Maurício Pereira na interpretação em dueto de Trovoa (2007), canção dele gravada por ela em 2015 – soam naturais e realçam a fluência pop do roteiro desse filme apaixonante. No fecho, enquanto rolam os créditos do filme, gravação inédita de Como 2 e 2 – canção de Caetano Veloso lançada na voz de Roberto Carlos em álbum editado no mesmo ano de 1971 em que Gal Costa apresentou a música no show Fa-Tal – Gal a todo vapor, registrado em disco ao vivo – é ouvida na voz de Helio Flanders. É mimo para os espectadores desse filme jovial, tão pop quanto melodramático, feito de som e da fúria passageira da paixão.
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