‘The Batman’ lança primeiro trailer durante DC FanDome; ASSISTA
Filme com Robert Pattinson no papel do herói e Matt Reeves como diretor estreia em 2021. Assista ao trailer de 'The Batman'
"The Batman" lançou seu primeiro trailer neste sábado (22) durante o DC FanDome. Assista ao vídeo acima.
O novo filme do Homem-Morcego, que tem Robert Pattinson ("O farol") no papel do herói, é dirigido por Matt Reeves ("Planeta dos macacos: A guerra").
O elenco de "The Batman" ainda conta com Zoe Kravitz ("Big little lies") como a Mulher-Gato, Paul Dano ("Os suspeitos") como o Charada, Colin Farrell ("Animais fantásticos e onde habitam") como o Pinguim, Jeffrey Wright ("Westworld") como o comissário Gordon e Andy Serkis (da trilogia "O planeta dos macacos") como o mordomo Alfred.
A previsão da estreia do filme nos Estados Unidos é no dia 1º de outubro de 2021.
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Sandra Duailibe dá voz a compositores do Pará no tom manso do álbum ‘Do canto’
Capa do álbum 'Do canto', de Sandra Duailibe Caricatura de Biratan Porto Resenha de álbum Título: Do canto Artista: Sandra Duailibe Gravadora: Edição independente da artista Cotação: * * * 1/2 ♪ Sandra Duailibe é natural de São Luis do Maranhão. A despeito da origem maranhense, a cantora é mais identificada com Brasília (DF) – cidade onde morou por anos, a ponto de ter traçado o mapa musical da capital federal no show Brasília – 50 anos de música (2010) – e sobretudo com o Pará. Foi em Belém (PA), capital do estado do Pará, que Duailibe viveu por 21 anos – levada pela família com poucos meses de vida – e que se iniciou na música. Os estudos lúdicos começados na infância, aos cinco anos, evoluíram para aulas formais de piano clássico no Conservatório Carlos Gomes, escola de Belém (BA). Contudo, é como cantora, e não como pianista, que Sandra Duailibe vem trilhando caminhos na música popular em carreira iniciada oficialmente em 2005. Sétimo título da discografia da artista, lançado em edição digital em junho e em CD previsto para chegar às lojas em setembro, com capa que expõe a intérprete em caricatura de Biratan Porto, o álbum Do canto marca a volta de Duailibe ao tempo de maturação vivido em Belém (PA), cidade onde está confinada neste período de isolamento social. A cantora dá voz mansa – sempre afinada e bem colocada, embora sem timbre original – a 12 músicas de 17 compositores do Pará. Uma, Pauapixuna (Paulo André Barata e Ruy Barata, 1977), reaparece envolvida em cordas 43 anos após ter ecoado em escala nacional na voz de Fafá de Belém, grande cantora paraense que foi espécie de porta-voz dos sons do norte do Brasil, na segunda metade dos anos 1970, até romper com a moldura regional no álbum Essencial (1982) sem jamais renegar a origem. As demais músicas do álbum Do canto são conhecidas em nichos nortistas de outros brasis, para citar o título da gravadora aberta pelo importante compositor paraense Nilson Chaves, de quem Duailibe faz bater Coração sonhador (1991) com a adesão do autor e com delicadeza lírica evocada pelo toque do acordeom de Luiz Pardal. Diretor musical do disco, tendo dividido a criação dos arranjos com o pianista Jacinto Kahwage, Luiz Pardal é parceiro de Jorge Andrade no samba-canção Enquanto isso e de Almino Henrique no samba-choro De bem com a vida, gravado com sonoridade vintage que remete aos antigos conjuntos de choro, os regionais da fase pré-Bossa Nova. Boa composição que abre o disco, o bolero Amores, amores (Paulinho Moura e Marcelo Sirotheau, 2019) é ambientado em atmosfera noturna, quase esfumaçada, que contrasta com a luminosidade fraterna das cantigas infantis evocadas na letra e no arranjo da ciranda Tão amigo assim (2020), música inédita do compositor Salomão Habib, também autor de Depois do amor (2020), canção introduzida por solo do violão do autor, único instrumento nessa faixa de clima seresteiro. Também há algo da pureza infantil na canção Chegada (Giselle Griz, 2020), exemplo da opção de Sandra Duailibe por acentuar a produção musical contemporânea de compositores paraenses em vez de se escorar nos standards da região. Os sambas Pretexto (Pedrinho Cavaléro e Jorge Andrade) – este pontuado pelo toque da harmônica de Luiz Pardal – e Silêncio (Floriano e Jorge Andrade, 2002) corrobora o acerto desse investimento na contemporaneidade. Círios – parceria de Marcos Farias com Vital Lima (um dos mais importantes compositores do Pará, em cena desde 1970) popularizada pelo padre Fábio de Mello em disco de 2005 – é regravação de canção sobre a força e a fé do Círio de Nazaré, manifestação religiosa que direciona os olhos e ouvidos do Brasil para Belém (PA) no segundo domingo de outubro. A voz de Vital se faz ouvir na faixa em intervenção tão breve quanto expressiva. No fecho do álbum Do canto, Sandra Duailibe apresenta a música-título do disco, assinada pela artista – eventual compositora – com Robenare Marques e Marcia Duailibe Forte. A composição Do canto é ouvida no tom manso com que a cantora dá voz aos compositores do Pará em disco que merece atenção de públicos de outras regiões de outros brasis.
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Lives de hoje: Fernando e Sorocaba, Diogo Nogueira, MC Cabelinho e mais shows para ver em casa
Veja agenda de lives deste domingo (23). Fernando & Sorocaba Ricardo Nasi / G1 Fernando e Sorocaba, Diogo Nogueira e MC Cabelinho estão entre os artistas que fazem lives neste domingo (23). Veja a lista completa com horários das lives abaixo. O G1 já fez um intensivão no começo da onda de lives, constatou o renascimento do pagode nas transmissões on-line, mostrou também a queda de audiência do fenômeno e a polêmica na cobrança de direito autoral nas lives. Domingo (23) Diogo Nogueira – 12h – Link Fundo de Quintal – 14h – Link Larissa Luz (Virada Cultural Salto) – 15h- Link Fernando e Sorocaba – 16h30 – Link ‘Xô Corô’ – Live em homenagem aos Mamonas Assassinas – 17h – Link Suricato – 18h – Link MC Cabelinho – 19h – Link Teresa Cristina – 22h – Link Semana Pop mostra os momentos em lives que saíram do controle
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Banda Natiruts amplia conexão internacional ao cantar, em inglês, em disco do grupo The Wailers
Faixa gravada com Alexandre Carlo, 'When love is right' também traz a percussão de Carlinhos Brown. ♪ Soa natural e até certo ponto previsível o fato de a banda brasiliense de reggae Natiruts figurar no time de convidados de One world, primeiro álbum de estúdio lançado pelo grupo jamaicano The Wailers desde Jah message (1994), disco editado há 26 anos. É que a banda do cantor e compositor Alexandre Carlo edita discos pela Sony Music, a mesma gravadora que pôs o álbum One world no mercado na sexta-feira, 21 de agosto. Sem falar que a estratégia de marketing traçada para o Natiruts vem incluindo conexões da banda com artistas internacionais. Alocada na última das 14 faixas do álbum One world, a participação do grupo Natiruts na música When love is right – cantada em inglês por Alexandre Carlo em gravação feita com a percussão do baiano Carlinhos Brown e com a adesão vocal do cantor Julian Marley – está em sintonia com a recente união da banda brasileira com Jacob Hemphill, vocalista da banda norte-americana SOJA, cujo nome é acrônimo de Soldiers of Jah Army. Jacob Hemphill é compositor – em parceria Luís Maurício, baixista do Natiruts – e convidado do single Exército da paz, lançado pelo Natiruts em janeiro deste ano de 2020.
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‘Neymar hits’ na final da Champions: conheça a playlist e o poder da caixa de som do jogador
Chegada de Neymar aos jogos tem impulsionado hits, emocionado cantores e espalhado polêmicas. Após Luisa Sonza, Niack e WM, fãs perguntam antes da final: o que ele vai tocar? No sentido horário: Neymar, MC WM, de 'Isso é rave; Luisa Sonza, de 'Toma' e MC Niack, de 'Oh Juliana' Franck Fife/AFP e Divulgação Os fãs de Neymar já ficam ansiosos antes do jogo. Assim que ele descer do ônibus para a final da Champions League neste domingo (20), vai sair o resultado que cada vez mais gente procura: que música ele vai ouvir hoje? Nos últimos dias de partidas, a caixa de som que Neymar carrega na chegada ao estádio alavancou um hit, emocionou artistas, resgatou sua origem e espalhou polêmica. Mesmo em meio a milhões de audições, o "play" do Neymar tem um prestígio maior. Na playlist recente estão: "Toma", de Luisa Sonza e MC Zaac "Oh Juliana", do MC Niack "Hoje é rave", de Barbara Labres e MC WM "Hawái", do Maluma "Par-tusa", de El Dipy "Cai lágrimas", do MC Duda do Marapé A ligação de Neymar com a música pop vem de longe. Pagodeiros, funkeiros e sertanejos já se deram bem ao virarem "parças" e terem músicas divulgadas em comemorações e posts. O G1 já até mostrou o "Sgt. Pepper's" do Neymar. Virou hit Nas quartas-de-final, contra o Atalanta, o atacante do PSG desceu do ônibus ouvindo um funk-rave que pouca gente identificou. A faixa se chama "Hoje é rave", da DJ Barbara Labres e do MC WM. Barbara já era conhecida de Neymar, e o "play" do amigo fez a música acontecer. Nos comentários do clipe de "Hoje é rave" no YouTube, um internauta manda a real: "Procure um comentário que veio antes do Neymar colocar essa música e falhe miseravelmente". Mão amiga Outra amiga de Neymar ganhou um presente antes da semifinal: Luisa Sonza. Ele colocou na sua caixa de som gigante a música "Toma", de Luisa e MC Zaac. Mas essa jogada foi em dois tempos: Neymar, na verdade, desceu do ônibus ouvindo a música "Oh Juliana", atual música mais tocada nas paradas de streaming do Brasil, do jovem MC Niack. Depois que ele desceu e já tinha andado um pouco, mexeu no celular e colocou a faixa da amiga Luisa. Mesmo dividindo a vitória, tanto ela quanto Niack comentaram emocionados nas redes sociais. Neymar também homenageou um funk antigo. Na véspera da semifinal, o jogador que cresceu na baixada santista cantou"Cai lágrimas", do MC Duda do Marapé, ídolo local que foi assassinado em 2011. Festa (e polêmica) hispânica Se as últimas chegadas foram com funk, as comemorações foram em espanhol. Depois do jogo com o Leipizeig, Neymar comandou a festa do PSG com um play na música "Par-tusa", do cantor argentino de cumbia El Dipy. A escolha pelo reggaeton da festa foi polêmica. Neymar apareceu cantando "Hawái", música nova do colombiano Maluma, ao lado de outros jogadores do PSG. O cantor colombiano Maluma Reprodução/Facebook/Maluma O problema são os boatos de que o jogador está saindo com Natalia Barulich, ex-namorada de Maluma. A letra é sobre traição, e fãs especulam que o colombiano tenha escrito justamente para Natalia. O vídeo de Neymar foi visto nas redes, então, como provocação. Mas ele tratou de afastar os rumores: "Tenho nada a ver…", Neymar comentou no Instagram. Luísa Sonza lança 'Garupa' com Pabllo Vittar
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G1 Ouviu #103 – Como MC Niack foi da depressão ao topo das paradas aos 17 anos
Conheça o cantor que desbancou Anitta e já teve dois hits em 1º lugar. Filho de uma empregada doméstica, ele superou uma depressão e aprendeu a fazer músicas com parcerias remotas. Você pode ouvir o G1 ouviu no G1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o G1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar. O que são podcasts? Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na internet. De graça. Dá para escutar num site, numa plataforma de música ou num aplicativo só de podcast no celular, para ir ouvindo quando a gente preferir: no trânsito, lavando louça, na praia, na academia… Os podcasts podem ser temáticos, contar uma história única, trazer debates ou simplesmente conversas sobre os mais diversos assuntos. É possível ouvir episódios avulsos ou assinar um podcast – de graça – e, assim, ser avisado sempre que um novo episódio for publicado G1 ouviu, podcast de música do G1 G1/Divulgação
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Grupo Ordinarius celebra cantoras e compositoras desbravadoras no álbum ‘Paralelas’
Septeto carioca reúne músicas de Dolores Duran, Dona Ivone Lara, Fátima Guedes, Joyce Moreno, Maysa e Marisa Monte no quinto disco. ♪ Quinto álbum do grupo carioca Ordinarius, Paralelas soa como desdobramento do disco anterior do septeto, Notável (2017), lançado há três anos. Em Notável, o grupo abordou o repertório de Carmen Miranda (1909 – 1955) para celebrar as conquistas da primeira cantora popstar do Brasil. Em Paralelas, disco lançado em CD na sequência da edição digital apresentada em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Ordinarius dá vozes ao cancioneiro de cantoras que abriram caminhos na música brasileira, sobretudo como compositoras. O álbum Paralelas marca a entrada de Antonia Medeiros e Beatriz Coimbra no grupo. Substitutas de Fernanda Gabriela e Rebeca Vieira, as vocalistas se juntam a Augusto Ordine (diretor musical e arranjador do disco), Fabiano Salek, Maíra Martins, Mateus Xavier e Matias Correa. Embora tenha saído do grupo para priorizar outros projetos profissionais, Rebeca Vieira faz participação no álbum Paralelas na gravação de Estrada do sol (1958) – música de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) letrada pela pioneira Dolores Duran (1930 – 1959) – que incorpora o tema de jazz Take five (Paul Desmond, 1959). Capa do álbum 'Paralelas', do grupo Ordinarius Divulgação No disco, gravado no estúdio carioca Umuarama de janeiro a novembro de 2019, o Ordinarius alinha composições de artistas desbravadoras como Dona Ivone Lara (1922 – 2018) – representada pelo samba Alguém me avisou, de 1980 – e Joyce Moreno (Feminina, samba emblemático na revolução feminina que agitou a MPB em 1979). Maysa (1936 – 1977) figura no repertório com o samba-canção Ouça (1957). Teresa Cristina é lembrada com Cantar (2007). Rita Lee entra na dança com Baila comigo (1980). Fátima Guedes tem Flor de ir embora (1990) regada pelas vozes do grupo Ordinarius. Rosa Passos é reverenciada com o samba Dunas (1993), parceria com Fernando de Oliveira. Já Bandolero (1978) celebra a independência artística da dupla formada por Luhli (1945 – 2018) com Lucina na década de 1970. De Marisa Monte, o septeto canta Blanco (1996), música composta pela artista a partir de poema do mexicano Octavio Paz (1914 – 1998) em tradução de Haroldo de Campos (1929 – 2003).
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Cantor potiguar lança clipe gravado em casa durante a pandemia; veja
Rodrigo Mello apresenta single "Cristo Redentor" e diz que música tem missão de levar conforto, fé e esperança para as pessoas que estão em isolamento. O cantor e compositor Rodrigo Mello lançou o single "Cristo Redentor" neste fim de semana. O clipe intimista foi feito em casa durante a pandemia do novo coronavírus e está disponível no YouTube. A obra é metaforizada através de uma prece, em meio a um momento de angústia. "Quem me dera te ter por perto, o destino está meio incerto, mas te espero de peito aberto para a gente falar de amor", diz um trecho da música. Em um momento de solidão, o artista potiguar viu luz em sua própria companhia. De acordo com Rodrigo, o novo trabalho "clareia o breu através da luz", simbolizada pela pintura de cor branca em seu corpo, conforme aparece no clipe e na capa do single. "Cristo Redentor" é o novo single de Rodrigo Mello Divulgação O cantor reforça que a missão de "Cristo Redentor é "iluminar a escuridão dos tempos atuais, levando conforto, fé e esperança para as pessoas que estão em isolamento". "Penso na tristeza de minha avó que não pode abraçar os seus netos. Penso na minha irmãzinha que não tem amigos para brincar. Impossível não pensar nos profissionais de saúde que estão longe de suas famílias. Verdadeiros heróis que salvam milhares de vidas diariamente. Minha pequena homenagem é feita com o Cristo Redentor. Maior símbolo de fé em nosso país", conta. Rodrigo traz em suas composições uma influência forte do pop, através de um rap melódico e beats envolventes. Seu objetivo é despertar a busca pelo autoconhecimento, amor próprio e ao próximo nas pessoas que ouvem a sua música. Veja o clipe:
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Fagner adia álbum autoral para gravar disco de tom seresteiro com músicas dos anos 1930
O cantor Raimundo Fagner prepara álbum com valsas como 'Rosa' e 'Lábios que beijei' Reprodução de vídeo do Facebook oficial de Raimundo Fagner ♪ Desde 2015, Raimundo Fagner vem alinhavando repertório para disco autoral com músicas inéditas – o primeiro do cantor e compositor cearense no gênero desde Pássaro urbano (2014), álbum lançado há seis anos. Para dar forma a esse disco, o cantor vem compondo em parceria com Chico César, Clodo Ferreira, Fausto Nilo, Moacyr Luz e Zeca Baleiro. Contudo, o plano de concretizar álbum autoral está adiado. Fagner decidiu priorizar a gravação de disco de tom seresteiro, produzido por José Milton com repertório formado por músicas antigas, a maioria da década de 1930. Estão previstas neste álbum regravações de músicas que se adaptam ao clima de seresta, como Rosa (Pixinguinha com letra posterior de Otávio de Souza, 1917 / 1937), Malandrinha (Freire Júnior, 1927), Maringá (Joubert de Carvalho, 1931), Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves, 1932), Serenata (Silvio Caldas e Orestes Barbosa, 1935), Chão de estrelas (Silvio Caldas e Orestes Barbosa, 1937), Lábios que beijei (J. Cascata e Leonel Azevedo, 1937), Deusa da minha rua (Newton Teixeira e Jorge Faraj, 1939), Serenata do adeus (Vinicius de Moraes, 1958) e As rosas não falam (Cartola, 1976), entre outras composições pautadas pelo lirismo romântico. Em mídia física, o último título da discografia de Fagner foi um CD ao vivo e DVD gravados em show feito pelo cantor com Zé Ramalho. O registro audiovisual desse show foi lançado em dezembro de 2014. Mas cabe lembrar que, em abril deste ano de 2020, foi lançado somente em edição digital o disco Ao vivo em Brasília, 2002, com inédito registro alternativo do show de Fagner com Zeca Baleiro nos anos 2000 – espetáculo já perpetuado em álbum e DVD editados em 2004 com outra gravação ao vivo.
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Músicas para descobrir em casa – ‘O vento’ (Djavan e Ronaldo Bastos, 1987)
♪ “Farol na cerração dos grandes medos”, como poetizou o letrista Abel Silva em verso posto em melodia de Sueli Costa apresentada na voz da cantora Simone em 1980, a música tem sido a companheira fiel do ser humano. Mudam as mídias e passam os tempos sem que o poder de uma grande canção seja esvaído. Álbuns conceituais sempre terão espaço nas casas e nos corações dos colecionadores de discos. Contudo, os singles voltaram a ter peso no mercado fonográfico nestes modernos tempos digitais. No toque cotidiano dos players, ouve-se – geralmente pelo celular – mais canções do que discos em si. Ciente dessa tendência e da necessidade de manutenção do isolamento social, o Blog do Mauro Ferreira estreia a série Músicas para descobrir em casa na sequência da série Discos para descobrir em casa, composta por 150 títulos apresentados diariamente de 26 de março a 22 de agosto deste atípico ano de 2020. Como o nome já diz, o foco da série Músicas para descobrir em casa reside na canção. Só que, assim como os discos da série anterior, o objetivo é reavivar músicas menos óbvias, canções pouco ou mesmo nunca regravadas. Pérolas pescadas no baú de joias do rico cancioneiro brasileiro. Com os leitores, eis a primeira de uma série de músicas para descobrir em casa: Capa do álbum 'Lua de mel como o diabo gosta' que traz a gravação original de 'O vento' na voz de Gal Costa Marcia Ramalho ♪ MÚSICAS PARA DESCOBRIR EM CASA – O vento (Djavan e Ronaldo Bastos, 1987) com Gal Costa ♪ Gal Costa gravou 13 músicas de Djavan ao longo de trajetória fonográfica que contabiliza 55 anos em 2020. Essas gravações foram feitas de 1981 – ano dos registros das canções Açaí e Faltando um pedaço para o álbum Fantasia (1981) – ao ano passado, quando a cantora reviveu Azul (1982) no álbum A pele do futuro ao vivo (2019). Ao longo da década de 1980, todo álbum da artista baiana trouxe uma ou duas músicas do compositor alagoano. Algumas foram canções inéditas apresentadas ao mundo na voz de Gal, caso da mencionada Azul, um dos sucessos radiofônicos do álbum Minha voz (1982). Entre essas músicas inéditas, uma das mais belas e mais obscuras é O vento. Primeira e única parceria de Djavan com Ronaldo Bastos, a canção O vento foi apresentada em um dos álbuns mais controvertidos da discografia de Gal, Lua de mel como o diabo gosta (1987). O vento foi a segunda das 10 músicas na disposição do repertório do LP que chegou às lojas em dezembro de 1987 pela gravadora BMG-Ariola. Neste disco produzido por Guto Graça Mello, o alcance da voz de Gal estava no auge, mas o tom tecnopop de alguns arranjos decepcionou seguidores da cantora. O vento, no entanto, sobressaiu como uma das grandes músicas do álbum, não somente pela beleza da canção em si, como pelo arranjo, criado e regido pelo próprio Djavan. O violão de Djavan conduziu a levada de O vento na gravação de cinco minutos e 23 segundos. O assovio – também do próprio Djavan – e o sopro da flauta de Zé Carlos Bigorna ajudaram a embalar a canção na gravação também formatada com os toques da bateria de Jorginho Gomes, do baixo de Pedro Baldanza e dos teclados de Ricardo Cristaldi. Pela mão firme de Djavan na concepção e execução do arranjo, O vento seguiu em direção diferente das outras faixas do disco. Talvez por essa razão, a canção tenha permanecido esquecida no álbum Lua de mel como diabo gosta, sem jamais ter ganhado a voz de outro intérprete. Nem mesmo Djavan registrou O vento na própria discografia – ainda que, motivado pela lembrança da canção pelo parceiro Ronaldo Bastos em live de Teresa Cristina em 18 de agosto, o autor tenha cantado a música na edição seguinte da live dupla dedicada pela artista à obra do compositor. A inexistência de O vento na discografia de Djavan é fato curioso, pois a música está entre as melhores do compositor, inclusive pela total sintonia entre a letra de Ronaldo Bastos – poeta fluminense, autor de letras fundamentais do cancioneiro do Clube da Esquina – e a melodia de Djavan, compositor projetado nacionalmente em 1975 com assinatura singular na MPB. Impregnados de lirismo, os versos de O vento sopraram com fidelidade ao universo de Djavan, como se Bastos tivesse sido guiado pela sonoridade das palavras. Trata-se, enfim, de grande canção que merece ser (re)descoberta por outros intérpretes e pelo público que curte a obra de Djavan e o canto cristalino de Gal Costa. ♪ Ficha técnica da Música para descobrir em casa 1: Título: O vento Compositores: Djavan e Ronaldo Bastos Intérprete original: Gal Costa Álbum da gravação original: Lua de mel como o diabo gosta Ano da gravação original: 1987 Regravações que merecem menções: a música O vento nunca foi regravada. ♪ Eis a letra da canção O vento : “Minha mulher, minha irmã Minha cara metade De carne maçã, maçã Minha costela de Adão Meu pé de romã, romã Vento que bate na porta Trazendo notícias Que tem de alguém Vento que entorna a manhã Do meu bem Me leva, me leva Vento bate suas asas Voa sobre as casas, vento Faz o dia delirar Traz minha morena do além-mar Minha irmã, meu irmão Quem tem ouro na pele Da alma pagã, pagã Vento me ensina a tocar a flauta de Pã, de Pã”
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