Anitta participa de programa de James Corden e comemora: ‘Meu Brasil, olha onde estamos’
Cantora falou sobre continuação de série sobre carreira, novo álbum e mandou um vídeo com performance da música 'Tócame'. Anitta participa do programa 'The Late Late Show with James Corden' Reprodução/Youtube/The Late Late Show with James Corden Anitta participou do programa "The Late Late Show with James Corden" nesta quinta (20). A cantora carioca entrou ao vivo da Itália e conversou com o apresentador sobre a continuação da série "Vai Anitta". Ela contou que a temporada 2 já foi inteira gravada e está nos ajustes finais. O novo álbum também foi assunto no programa americano, e Anitta confirmou que o projeto sai ainda neste ano com produção de Ryan Tedder, que já trabalhou com Beyoncé, Adele e Jennifer Lopez. "O álbum é um mix da cultura do Brasil, da cultura latina, inglês, português…. É uma mistura louca", afirmou. Na parte musical, Anitta enviou um vídeo com a performance de "Tócame", música que trabalha neste momento no mercado internacional. No Instagram, a cantora comemorou a participação no programa: "Ontem eu realmente cheguei a um nível na minha carreira onde nem nos meus maiores sonhos eu imaginava chegar. Afff meu Brasil, olha onde estamooos… sem palavras… sou só felicidade". Veja entrevista de Anitta ao G1 em 2019
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Priscila Tossan se une a Criolo e a Luccas Carlos no single ‘Libélulas’
Artista também lança o registro avulso do R&B 'Iceberg', música do EP autoral 'Cine Odeon'. ♪ Grande revelação da sétima edição do programa The Voice Brasil, exibida pela TV Globo em 2018, a cantora carioca Priscila Tossan vem construindo discografia autoral. Três meses após o excelente EP Cine Odeon, lançado em 22 de maio com cinco músicas inéditas, a artista apresenta o single Libélulas. Editado nesta sexta-feira, 21 de agosto, o single Libélulas une Tossan ao rapper Criolo e ao cantor carioca de R&B e soul Luccas Carlos. “Os sonhos são / Libélulas que curam”, canta Tossan no refrão da música inédita de autoria da artista, finalizada com as colaborações de Criolo e Luccas Carlos. A letra de Libélulas soa como grito de alerta para que o cidadão do bem fique atento e forte diante do caos social. Parceiros de Tossan nesse single, Criolo e Luccas Carlos entram na gravação com raps que afirmam e afinam o discurso positivista de resistência do povo negro. Capa do single 'Iceberg', de Priscila Tossan Reprodução ♪ Simultaneamente com a edição de Libélulas, Priscila Tossan lança nesta sexta-feira, 21 de agosto, o single Iceberg, com arte similar na capa e com o registro avulso desse R&B contemporâneo composto pela artista com Danilo Dias, Feijão e William Bruno. Iceberg é uma das cinco músicas do EP Cine Odeon.
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Manu Gavassi e Gloria Groove lançam ‘Deve ser horrível dormir sem mim’
Clipe tem 10 minutos e foi roteirizado e dirigido por Manu. Chay Suede e Laura Neiva fazem participações. Veja VÍDEO. Manu Gavassi e Gloria Groove lançam a música "Deve ser horrível dormir sem mim" nesta sexta (21). Veja vídeo acima. O clipe tem 10 minutos e mostra a diretora Malu Gavatti, personagem criada e interpretada pela ex-BBB, ensinando a fórmula para fazer um clipe pop perfeito. Chay Suede, ex-namorado de Manu, e Laura Neiva, atual esposa do ator, também participam do clipe. Eles interpretam o "Boy gato com cara de quem vai acabar com a sua vida" e a "Produtora extremamente linda com um laço no cabelo", segundo a ficha técnica. Manu assina o roteiro e a direção do clipe cheio de referências ao que está bombando como as dancinhas no aplicativo TikTok, a série "Fleabag" e a própria participação no "Big Brother Brasil 2020". Depois de sair da casa, a cantora falou ao G1 que sonha em roteirizar e dirigir uma série, entre outros planos pós-reality. Ouça entrevista no podcast acima. Manu Gavassi e Gloria Groove lançam 'Deve ser horrível dormir sem mim' Reprodução/Instagram/Manu Gavassi Os planos do top 5 do 'BBB20' para depois do programa
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Nintendo Switch vai ser lançado oficialmente no Brasil
Empresa disse que console chega 'breve ao país', mas não estabeleceu data ou valor. Nitendo Switch Divulgação Depois de cinco anos sem vender videogames no Brasil, a Nintendo anunciou, nesta quarta (19), o lançamento oficial do Switch no país. Lançado em 2017 nos Estados Unidos, ele ainda não tem data para ser vendido no Brasil. A empresa também não anunciou o valor do console. Initial plugin text A Nintendo parou de vender consoles e jogos no Brasil em 2015, mas voltou a comercializar apenas os jogos por meio de uma loja virtual. Em 2019, a empresa voltou para a Brasil Game Show, feira dedicada ao mercado de games, após anos de ausência. Em entrevista ao G1, Pilar Pueblita, relações públicas da companhia na América Latina, informou que a empresa preparava uma expansão de seus negócios no país. O Switch é um videogame híbrido que pode ser usado ligado à TV ou em uma versão portátil e sem fios. A unidade principal do console é um display sensível ao toque de 6,2 polegadas, resolução de 1.280 x 720 pixels e memória interna de 32 GB, que pode ser expandida com cartões microSDHC. Semana Pop #99: 'Fall Guys' faz sucesso com gincanas no estilo 'Olimpíadas do Faustão'
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Voz do bumba-meu-boi, Humberto de Maracanã ganha tributo póstumo em disco que reúne Alcione e Zeca Baleiro
Chico César também integra o elenco de 'Aldeia Tupinambá', álbum que apresenta gravações de toadas maranhenses com pandeirões de couro, samplers e sintetizadores. ♪ Cantor e compositor de toadas popularizadas no universo musical do bumba-meu-boi, o maranhense Humberto Barbosa Mendes (2 de novembro de 1939 – 19 de janeiro de 2015) – conhecido como Humberto de Maracanã e como Guriatã – saiu de cena há cinco anos. Lançado neste mês de agosto de 2020, o álbum Aldeia Tupinambá – Uma homenagem ao bumba meu boi de Maracanã presta tributo póstumo ao artista por iniciativa de dois filhos do cantador, Ribinha de Maracanã e Humberto Filho. Os filhos se uniram ao conterrâneo Zeca Baleiro e ao percussionista Luiz Claudio Farias, produtores musicais de Aldeia Tupinambá, para viabilizar a edição do disco, inicialmente idealizado para festejar em 2019 os 80 anos de nascimento do homenageado. Baleiro também reforça o time de solistas vocais do álbum, cantando Herdeiros de Guriatã, tema composto pelo próprio Baleiro para saudar a memória do artista, criador do Bumba-meu-boi de Maracanã, um dos mais tradicionais grupos do estado do Maranhão. A maranhense Alcione – que já gravara toada de Maracanã, Maranhão, meu tesouro, meu torrão, no álbum Ouro & cobre (1988) – é a intérprete de Pássaro branco. Chico César regravou o tema Sereia linda de Cumã. Capa do álbum 'Aldeia Tupinambá – Uma homenagem ao bumba-meu-boi de Maracanã' Divulgação As onze toadas das 10 faixas do álbum Aldeia Tupinambá foram gravadas no segundo semestre de 2019, a maior parte delas no estúdio Zabumba Records, em São Luís (MA). Alê Muniz, César Nascimento e Fauzi Beydoun também estão no elenco do disco. Das 11 músicas do álbum Aldeia Tupinambá, seis são de autoria de Humberto Maracanã e as outras cinco são composições inéditas, feitas em homenagem ao cantador. São os casos de Meu Guriatã (Roberto Ricci), Herdeiros do Guriatã (o já citado tema de Zeca Baleiro), O filme do Guriatã (Luiz Claudio), Guriatã, a estrela que não se apaga (Henrique Menezes) e Batalhão de Ouro (Ribão D'Oludo). Ribinha de Maracanã abre o disco Aldeia Tumbinambá, dando voz ao medley que agrega A coroa ainda existe e No reinado está a coroa. Algumas toadas foram registradas em disco com arranjos que conciliam contemporaneidade e tradição. A contemporaneidade é evocada pelo uso de samplers, sintetizadores, efeitos e programações eletrônicas nas faixas cantadas por Alcione, Alê Muniz e Zeca Baleiro. Já a tradição está representada pela manutenção nos arranjos do pandeirão de couro – instrumento associado às origens do bumba-meu-boi do qual Humberto de Maracanã foi voz imortal.
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Björn Ulvaeus, do ABBA, prevê espetáculos menos extravagantes no mundo pós-Covid
Artista e empresário sueco fala de adaptação das produções para que seja viável um show com público reduzido. Björn Ulvaeus em foto de maio de 2018 Ilze Filks/Reuters Produções musicais extravagantes como "Mamma Mia!" terão de ser reduzidas quando forem retomadas após o fim do isolamento do coronavírus, diz o astro do ABBA e empresário pop sueco Björn Ulvaeus. O artista de 75 anos, que co-escreveu sucessos como "Waterloo" e "Dancing Queen" para o ABBA com o colega Benny Andersson e o empresário da banda Stig Anderson, passou muito tempo assistindo a filmes e lendo livros durante a pandemia, que fechou teatros e cinemas em todo o mundo. Ele também encontrou um novo amor na canoagem. Mas Ulvaeus também está trabalhando em maneiras de melhorar o distanciamento social nos teatros para que os espetáculos "Mamma Mia!" e "Mamma Mia! The Party" possam ser apresentados novamente em breve. "Mantivemos a equipe do elenco e todos estão de licença", disse ele à Reuters em uma entrevista por Zoom de seu retiro em uma ilha no Báltico, próximo a Estocolmo. "E esperamos talvez estrear em janeiro, fevereiro, se tivermos sorte. Enquanto isso, estamos tentando criar um ambiente de distanciamento social nesses lugares.” O isolamento tem sido um momento difícil para músicos e artistas em todo o mundo, e Ulvaeus disse que as produções parecerão diferentes quando as salas finalmente reabrirem. "As grandes, grandes e luxuosas produções musicais são tão caras para operar, tão caras para criar e produzir que você precisa de pelo menos 80, 85% da capacidade", afirmou ele. "Então, se você está com, digamos, 60% ou 50%, isso significa que as produções têm que ser menores." Coronavírus: veja lista de shows, festivais e estreias de filmes cancelados por causa da pandemia Projeto misterioso leva Abba, sucesso dos anos 1970, de volta aos palcos
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CPM 22 anuncia nova formação após saída de Japinha
Daniel Siqueira assume lugar deixado por baterista. Banda também anunciou o nome do baixista Ali Zaher, que fica no posto deixado por Fernando Sanches. CPM 22 anuncia nova formação após saída de Japinha Reprodução/Instagram A banda CPM 22 apresentou sua nova formação dois dias após anunciar a saída definitiva de Japinha. A decisão pela saída do baterista foi tomada após conversa entre os integrantes, depois do vazamento de conversa de Japinha com uma fã de 16 anos em junho. Na época, o baixista Fernando Sanches anunciou sua saída da banda. Agora, Daniel Siqueira, da Garage Fuzz, assume o posto deixado por Japinha, e Ali Zahe, ex-Reffer, fica no lugar do Fernando. Uma foto dos novos membros da banda junto ao vocalista Badauí e dos guitarristas Luciano Garcia e Phil Fargnoli foi publicada nas redes sociais do grupo. Eles também anunciaram que na sexta-feira (21) lançam nas plataformas digitais "Escravos", primeiro single com a nova formação. Initial plugin text Saída definitiva Ao anunciar a saída definitiva de Japinha do grupo, o CPM 22 afirmou que a "conduta não condiz com o que acreditamos". "Depois de sermos surpreendidos com o teor das questões relacionadas ao nosso baterista Ricardo Japinha, tentamos entender realmente o que significava tudo isso e chegamos à conclusão que esse tipo de conduta NÃO condiz com o que acreditamos e com o que a banda defende", diz o comunicado assinado por Badaui no perfil do Instagram do CPM 22. "Dito isso, venho aqui comunicar que, após uma conversa franca entre nós, olho no olho, o Japinha está sendo desligado do CPM22." Horas após o anúncio, Japinha também se manifestou nas redes sociais. "O meu amor pela banda será eterno, afinal são 21 anos de CPM 22 e a banda estará eternamente tatuada em minha alma!", ele escreveu. O músico também disse contar com "apoio e carinho" para novos projetos, sem dar mais detalhes. Relembre o caso Na troca de mensagens de 2012, Japinha e a garota que dizia ter 16 anos falaram de namoro e virgindade. A conversa com o baterista, que na época tinha 36 anos, foi divulgada no dia 4 de junho de forma anônima, em um perfil chamado "Exposed emo" no Twitter. Nos últimos dias, a hashtag #exposed tem sido usada em denúncias de abusos e assédio feitas por mulheres. A repercussão negativa aumentou depois que o baixista do CPM 22, Fernando Sanches, saiu da banda na mesma semana. Ele fez o anúncio no Instagram, mas não disse o motivo. Japinha também disse não saber a causa da saída de Fernando. Mas afirmou na entrevista ao G1 que que o resto da banda estava "se prontificando" a defendê-lo. "A gente não pode deixar todo mundo falando mal de mim. Os caras me conhecem, sabem da minha índole, me acompanham há 21 anos. Nunca viram eu fazer mal para nem uma pessoa", disse Japinha. " Por isso eles também estão se prontificando a me defender, porque a banda é unida." CPM 22 e Raimundos cantam juntos "Dias Atrás" no Rock in Rio
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Banda CPM 22 segue protocolo do novo normal ao substituir o baterista Japinha
Grupo lança o primeiro single, 'Escravos', com a formação anunciada nesta quarta-feira, 19 de agosto. ♪ ANÁLISE – Na sexta-feira, 21 de agosto, a banda CPM 22 lança o primeiro single, Escravos, com a nova formação do grupo paulistano formado em 1995 na cidade de São Paulo (SP) com som pautado pelo hardcore melódico. Em bom português, emo – rótulo nunca bem digerido pelo vocalista Badauí. Apresentada nesta quarta-feira, 19 de agosto, nas redes sociais do grupo, a atual formação do CPM 22 incorpora o baterista Daniel Siqueira (egresso da banda Garage Fuzz) e o baixista Ali Zahe (ex-integrante do grupo Reffer) ao quinteto em que permanecem o vocalista Badauí e os guitarristas Luciano Garcia e Phil Fargnoli. Daniel substitui o baterista Ricardo Japinha, cuja saída definitiva foi comunicada na segunda-feira, 17 de agosto. Japinha estava na banda desde 1999. Ali ocupa o posto de Fernando Sanches, que saiu em junho do CPM 22, grupo no qual ingressara em 2005. Não é a primeira mudança importante na formação da banda. Em 2005, o CPM 22 perdeu Portoga, baixista que estava no grupo desde 1997. Em 2008, o guitarrista Wally – integrante da formação original do grupo – deixou o CPM 22 de forma ruidosa. Só que há diferenças relevantes nas substituições desde ano de 2020 em relação às anteriores debandadas de músicos. Desta vez, não houve brigas ou insatisfações de um ou outro músico com os rumos da banda. Capa do single 'Escravos', da banda CPM 22 Reprodução/Jonas Santos A saída de Japinha foi fruto de erro de conduta na vida pessoal do baterista. Em 4 de junho, foi divulgada em rede social conversa entre Japinha e menina de 16 anos sobre namoro e virgindade. Na mesma semana, o baixista Fernando Sanches saiu do CPM 22 sem alegar o motivo da saída, mas em aparente protesto contra a má conduta de Japinha. Ao serem levados a optar pela saída de Japinha da banda, os demais membros do CPM 22 seguem o protocolo do novo normal implantado na indústria da música em tempos politicamente corretos. Continuar com Japinha na banda seria corroborar comportamento já inaceitável nestes tempos atuais, o que poria em risco a reputação de toda a banda em indústria que movimenta máquina operada com o aval de contratantes, patrocinadores (zelosos da imagem das marcas que defendem) e do próprio público, juiz das ações dos artistas que acompanha nas redes sociais. O próprio Japinha parece ter entendido as razões dos ex-colegas de banda, a julgar pelas pacíficas declarações oficiais do baterista sobre a saída do CPM 22. Nesse novo normal, é preciso agir com rapidez para preservar a integridade da banda. Demorar a tomar uma atitude pode se tornar erro grave. Foi o que aconteceu com a então ascendente banda goiana Carne Doce, que errou ao levar alguns meses para se decidir pela saída do baterista Ricardo Machado, acusado em 2018, em texto publicado em rede social, de ter estuprado uma mulher. Ricardo acabou sendo expulso da Carne Doce em 2019, mas, àquele altura, a imagem da banda já estava seriamente arranhada, inclusive pela contradição de a Carne Doce se posicionar tão veementemente contra a violência contra a mulher, em discos e shows, e demorar a tomar posição fora de cena. Atento aos sinais desses novos tempos, os integrantes do grupo CPM 22 acertaram ao afastar o baterista Japinha imediatamente após o caso vir à tona em junho e consolida o acerto ao anunciar esta semana a saída definitiva do músico da banda. Esse é o protocolo do novo normal na indústria da música. Não basta se posicionar no show e em disco contra toda forma de opressão e violência contra a mulher se, fora de cena, a conduta de um músico contradiz a ideologia propagada pela banda.
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Discos para descobrir em casa – ‘Festa’, Rosa Passos, 1993
Capa do álbum 'Festa', de Rosa Passos Christiane Bodini ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Festa, Rosa Passos, 1993 ♪ “Rosa. Passos novos no caminho da gente”. Assim o poeta Aldir Blanc (1946 – 2020), confirmando o dom de ourives das palavras, sintetizou a arte de Rosa Passos ao fim do texto que escreveu para apresentar Festa, terceiro dos 18 álbuns lançados pela cantora, compositora e violonista Rosa Passos entre 1979 e 2018. Exposta na contracapa do CD lançado em 1993 pela gravadora Velas, a síntese de Aldir Blanc soou lapidar para quem entende os caminhos harmônicos seguidos por Rosa Maria Farias Passos, baiana que veio ao mundo em 13 de abril de 1952 em Salvador (BA). Comumente caracterizada como “João Gilberto de saias”, pela bossa do violão e pela destreza com que surfa no ritmo das canções a que dá voz, Rosa Passos de fato tem muito a ver com João Gilberto (1931 – 2019) por reinventar cada música que grava com divisões singulares. Foi influenciada por João, a propósito, que a instrumentista de talento precoce trocou o piano aprendido na infância pelo violão. Mais tarde, o dom de reinventar canções justificou as gravações pela cantora de songbooks de compositores como Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), Ary Barroso (1903 – 1964), Djavan e Dorival Caymmi (1914 – 2008). Contudo, Rosa Passos também é compositora e foi apresentando cancioneiro inteiramente autoral que a artista debutou no mercado fonográfico em 1979 com a edição do álbum Recriação. Com repertório formado por dez músicas de Rosa com o parceiro letrista Fernando de Oliveira, o LP Recriação foi lançado sete anos após a cantora obter o primeiro lugar em festival de Salvador (BA) promovido pela Universidade da Bahia, no qual concorreu com a canção Mutilados. Contudo, como nada aconteceu com o disco Recriação, Rosa Passos interrompeu a carreira. A retomada da trajetória fonográfica foi feita somente nos anos 1990 com a edição do álbum Curare (1991), disco de intérprete. Desde então, a artista gravou álbuns com regularidade e, com a bossa que lhe é característica, teve portas abertas em festivais internacionais e no mercado de jazz dos Estados Unidos, onde gravou disco com o baixista norte-americano de jazz Ron Carter, Entre amigos (2003). Dez anos antes de lançar o álbum feito com Ron Carter, Rosa Passos entrou no estúdio Chorus, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), para gravar em maio de 1993 o álbum Festa, masterizado por Bernie Grundman em Los Angeles, na Califórnia (EUA). Produzido por Paulinho Albuquerque (1942 – 2006), com arranjos divididos entre o violonista Lula Galvão e a própria Rosa Passos, o disco Festa mostrou a sagaz cantora dando voz a músicas autorais – o que não acontecia desde o álbum de estreia Recriação (1979), lançado 14 anos antes. Editado originalmente no formato de CD, o álbum Festa apresentou 12 músicas gravadas pela cantora. Sete eram composições inéditas de autoria de Rosa, sendo seis com o parceiro de primeira hora Fernando de Oliveira, letrista inclusive das duas composições – Dunas (samba que mapeou belezas marítimas da cidade de Salvador) e Juras (bolero sem qualquer resquício de melodrama) – que sobressaíram na safra autoral do álbum Festa. A exceção foi Causa perdida, samba-canção que abriu a parceria de Rosa com Aldir Blanc, autor de versos como “O meu amor vive em causas perdidas / Sabe as datas vencidas / Dos bens que não resgatei”. Aldir também se fez presente na ficha técnica como parceiro de Moacyr Luz no então inédito samba Paris: de Santos Dumont aos travestis (1993). Fernando de Oliveira temperou o samba Salada tropical com a pimenta de versos (“Cansei de novidades duvidosas / E quero repetir o bê-a-bá / … / Ouvindo os velhos discos do Joãozinho”) que criticavam ondas musicais que se erguiam no mar da Bahia em movimento orquestrado pela indústria do disco. Já o tempero do samba-título Festa (Rosa Passos e Fernando de Oliveira, 1993) foi a salsa cubana, evocada pelo sopro latino do trompete de Marcio Montarroyos (1948 – 2007). Se Chuva de verão (Rosa Passos e Fernando de Oliveira, 1993) caiu em Festa com ecos da influência da obra de João Bosco no cancioneiro da compositora, o bolero Outono (Rosa Passos e Fernando de Oliveira, 1993) mostrou que, em qualquer estação, o violão de Rosa Passos descende do violão de João Gilberto. Como intérprete, Rosa Passos caiu com bossa em samba obscuro de Djavan – De flor em flor (1983), lançado dez anos por Gal Costa e nunca gravado pelo autor – e seguiu a rota melancólica de Candeias (Edu Lobo, 1967) com a devida delicadeza dos toques do violão de Lula Galvão, do piano de Itamar Assiere e do baixo de Jorge Helder em gravação com passagem instrumental de clima jazzy. Com o baticum suave dos tamborins de Ovídio Brito (1945 – 2010) e Pirulito, a lembrança do samba Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico, 1934) exemplificou a habilidade de Rosa Passos para dividir música alheia com personalidade que sempre a afastou da seara do cover. Valorizada pelos sopro do sax de Idriss Buodrioua e adornada com citação de Summer of '42 (1971), tema do pianista Michel Legrand (1932 – 2019), a gravação da canção O amor em paz (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1960) encerrou Festa no refinado tom sereno da música de Rosa Passos com interpretação que deu sentido à sentença poética com que Aldir Blanc saudou a artista no texto da contracapa do disco: “Nada como ser Rosa na vida”.
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Violonista Emiliano Castro mescla música brasileira e sons flamencos na trilha do álbum ‘7 caminos’
♪ Embora de origem brasileira, o violonista e compositor Emiliano Castro viveu alguns anos da infância – de 1978 a 1980 – em Moçambique, na África, e passou quase cinco anos da vida adulta em Barcelona, na Espanha. Essa vivência transcontinental foi determinante para que o artista paulistano incorporasse a música do mundo aos sons que tira das sete cordas do violão. No álbum 7 caminos, lançado pelo Selo Sesc em 21 de agosto com capa assinada pelo artista plástico Elifas Andreato, Emiliano Castro segue por trilha pautada pela fusão da música brasileira com o flamenco, com a cultura latino-americana e com sons da África. A música flamenca foi o ponto de partida e inspiração para a composição do repertório quase inteiramente inédito e autoral do álbum 7 caminos. A mistura do disco está fundamentada na mescla dos ritmos flamencos – a bulería, a soleá, o tango flamenco e a granaína – com o son cubano, a chacarera e a seresta da música latino-americana. “É um disco que aproxima culturas e nasce da empatia entre os povos”, sintetiza Emiliano Castro no texto de apresentação do álbum 7 caminos. Capa do álbum '7 caminos', de Emiliano Castro Arte de Elifas Andreato Para dar forma a essa mistura sonora intercontinental, Emiliano Castro formou septeto que, além do violonista, inclui o flautista e saxofonista madrilenho Jorge Pardo (cultuado pela fusão de jazz e flamenco), o contrabaixista e jazzista basco Javier Colina, o percussionista e cantor chileno Camilo Zorrilla, o percussionista brasileiro Luciano Khatib, o guineense Mû Mbana (voz e tonkorong) – a quem Emiliano dedica uma das nove músicas do disco, Palo santo – e a dançarina brasileira de flamenco Isadora Nefussi (que gravou sapateados e palmas no disco). A rigor, a trilha do álbum 7 caminos começou a ser pavimentada por Emiliano Castro em 2006, ano em que o violonista voltou ao Brasil após cinco anos passados em Barcelona, cidade da Espanha para onde foi estudar flamenco, e trouxe na bagagem amplo conhecimento da música latino-americana. Das nove músicas que compõem o repertório do álbum 7 caminos, sete – Guateque, Ensolarada, La gaivota, Las minas, Milonguero, Navegando e a já mencionada Palo santo – são da lavra de Emiliano, sendo que Navegando também traz a assinatura de Manuel Carmona. As duas exceções são Atrás da porta (Francis Hime e Chico Buarque, 1972) e Morente (1991), tema do guitarrista espanhol Vicente Amigo, um dos ases da música flamenca. Curiosamente, Atrás da porta e Morente são as duas únicas músicas soladas no disco por Emiliano Castro com o toque do violão de sete cordas deste artista que transita por vários mundos musicais convergidos no álbum 7 caminos.
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